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20080111_3 - EPE

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OFERTA DE BIOCOMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS 651<br />

Vários países vêm estabelecendo e implementando políticas de incentivo à produção e uso do etanol como<br />

combustível, tendo como motivações a diminuição da dependência de importação de petróleo, a redução de impactos<br />

ambientais, o aquecimento da economia rural, dentre outros aspectos. No mercado mundial de combustíveis o<br />

etanol está sendo visto como o renovável mais viável, no curto prazo, para substituir e ser adicionado à gasolina.<br />

No contexto mundial, existem elementos que contribuem negativamente para o estabelecimento do etanol<br />

como uma commodity, tais como: subsídios aos produtores (notadamente EUA e Europa), falta de especificação<br />

única da qualidade do etanol e de estrutura de logística de escoamento dedicada ao etanol, dentre outros fatores.<br />

Adicionalmente, a expansão agrícola para produção de matéria-prima deve encontrar problemas de disponibilidade<br />

de áreas agricultáveis, a exemplo da Europa.<br />

Existe uma preocupação mundial quanto à questão sócio-ambiental no que tange aos impactos negativos<br />

relacionados à expansão da produção de biocombustíveis. Neste sentido, o Brasil apresenta uma grande vantagem<br />

quanto ao aumento de plantios energéticos ambientalmente corretos, haja vista a grande disponibilidade de áreas<br />

agricultáveis ociosas, cerca de 91 milhões de hectares, e que, vale destacar, encontram-se distantes da Floresta Amazônica.<br />

Cabe registrar que, em 2006, a área ocupada pela cana-de-açúcar foi de apenas 7,04 milhões de hectares,<br />

sendo que somente metade deste plantio foi destinada à produção de álcool. Apesar dessa realidade nacional de<br />

relativa tranqüilidade, há de se reconhecer a existência de situações diferentes em outros países, o que torna importante,<br />

para o meio-ambiente, o estabelecimento de indicadores de sustentabilidade, consolidados em sistemas de<br />

certificação que sejam fruto de um consenso dos produtores e mercados.<br />

O uso dos biocombustíveis pode desempenhar um relevante papel na mitigação de emissões de gases de efeito<br />

estufa (GEEs), o que já motivou a realização de diversas pesquisas sobre o tema. Resultados de estudo elaborado<br />

pela Agência Internacional de Energia [21] indicam que a contribuição para a mitigação do efeito estufa do etanol<br />

carburante é extremamente dependente da fonte de biomassa e das rotas tecnológicas. O uso do etanol brasileiro,<br />

oriundo da cana-de-açúcar, é o que resulta em maior redução de emissões de GEEs, sendo também o seu balanço de<br />

energia muito superior ao álcool etílico obtido de outras fontes.<br />

Ademais, a referida pesquisa evidencia a grande diferença dos custos de produção de etanol no Brasil, nos EUA<br />

e na União Européia, que é resultado de vários fatores, sobretudo os relacionados à eficiência do processo, ao tamanho<br />

das plantas, ao custo da matéria-prima e ao uso dos co-produtos. Conforme apresentado no Gráfico 5, o custo<br />

de produção do etanol obtido através do milho nos EUA é superior ao produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil<br />

e ainda mais alto na UE, oriundo da beterraba e do trigo.<br />

Gráfico 5 – Faixas de Custos da Produção de Etanol<br />

US$/litro, gasolina equivalente<br />

$0,00 $0,20 $0,40<br />

$0,60 $0,80 $1,00<br />

Gasolina<br />

Etanol de cana-de-açúcar, Brasil<br />

Etanol de milho, EUA<br />

2002<br />

Etanol de grãos, UE<br />

Etanol de celulose, IEA<br />

Fonte: [21]<br />

Baixo<br />

Alto<br />

Importa destacar que, não foi considerada a hipótese de produção de etanol a partir da celulose no horizonte<br />

decenal, apesar de haver diversos investimentos em P&D no país, o que viria a possibilitar o aumento da produção<br />

de etanol sem o necessário acréscimo de área de plantio.

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