20080111_3 - EPE
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PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA – PDE 2007 / 2016<br />
5.2. Transporte de Gás Natural<br />
Após ser produzido e processado, o gás natural deve ser transportado até os pontos de entrega (City-gates) e,<br />
destes, até os consumidores. O transporte de gás natural é realizado, principalmente através de gasodutos ou com<br />
a utilização de barcaças e navios especiais, quando na forma de GNC ou GNL. Os dutos são a forma mais segura de<br />
transportar grandes volumes de gás natural a grandes distâncias, pois os sistemas de supervisão e controle aumentam<br />
a eficiência e a segurança das operações. O transporte por dutos é constante, durante as 24 horas do dia, praticamente<br />
independe de fatores externos e possui alta eficiência energética, pois somente a carga se move.<br />
As atividades relacionadas à implantação (construção e montagem) e operação de gasodutos produzem impactos<br />
ambientais e sociais. Do ponto de vista do meio biótico, as interferências restringem-se, em geral, às faixas de<br />
servidão e podem ser sumarizados na alteração de remanescentes florestais e pressão sobre a fauna e a flora [19].<br />
Se considerarmos os impactos sobre o meio antrópico, relatamos a dinamização da economia local e o aumento<br />
da oferta de postos de trabalho. Releva destacar o aumento na disponibilidade de gás natural transportado por<br />
meio de gasodutos. De outro lado, é possível observar interferências no cotidiano da população local e na infra-estrutura<br />
urbana, e ainda pressão sobre a infra-estrutura urbana devido à demanda de insumo, serviços e alocação de<br />
mão-de-obra [20]. Vale ressaltar, também, interferências com o uso e ocupação das terras, nas fases de implantação<br />
e operação dos gasodutos, restrigindo-se, principalmente às faixas de servidão.<br />
5.3. Utilização do Gás Natural<br />
O gás natural tem um amplo espectro de aplicações. Suas principais utilizações têm sido como combustível<br />
industrial, comercial, veicular e residencial, e na recuperação secundária de petróleo em campos petrolíferos, através<br />
de sua reinjeção no reservatório. Também é utilizado como matéria-prima nas indústrias petroquímica (plásticos,<br />
tintas, fibras sintéticas e borracha) e de fertilizantes (uréia, amônia e seus derivados), e para redução do minério de<br />
ferro na indústria siderúrgica [11].<br />
Outra forma de utilização do gás natural é como combustível na geração de eletricidade, seja em usinas termelétricas,<br />
ou em unidades industriais, instalações comerciais e de serviços, em regime de cogeração (produção<br />
combinada de vapor e eletricidade).<br />
O uso do gás natural em residências já é comum em grandes cidades seja para cocção de alimentos ou para o<br />
aquecimento ambiental (que representa um significativo mercado de gás natural em países de clima frio).<br />
O impacto mais importante de sua utilização como combustível é a geração de gases de efeito estufa e poluentes<br />
atmosféricos. Porém, se comparado a outros combustíveis fósseis, se apresenta como o mais “limpo” de todos. A<br />
Tabela 43 apresenta os fatores de emissão para vários combustíveis de origem fóssil.<br />
Tabela 43 – Fatores de Emissão Utilizados na Estimativa das Emissões de Gases de Efeito Estufa<br />
Combustível<br />
Fator de Emissão<br />
(tCO 2<br />
equivalente / MWh)<br />
CO 2<br />
CH 4<br />
N 2<br />
O<br />
Gás Natural (1) 0,44893 0,00099 0,00000<br />
Carvão Nacional (2) 1,11593 0,00015 0,00288<br />
Óleo Diesel 0,88905 0,00023 0,00149<br />
Óleo Combustível 0,77388 0,00019 0,00093<br />
Fonte: adaptado de LA ROVERE, 1999 [7].<br />
(1)<br />
Plantas a ciclo combinado.<br />
(2)<br />
Carvão das minas de Jacuí e Candiota – RS.