20080111_3 - EPE

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624 PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA – PDE 2007 / 2016 Custos de Capital Tabela 41 – Custos de Capital na Regaseificação de GNL Total (milhões de US$) % do Total 1 tanque criogênico de 153.000 m 3 75 17 Pier 50 11 Vaporizadores 22,8 5 Melhorias no local / estradas 20 5 Edificações & Serviços 25 6 Tubulações, controles e utilidades 35 8 Instalações 75 17 Engenharia e Gerenciamento de Projeto 40 9 Terreno 70 16 Contingência (7% do total) 29 6 Total 442 100 Fonte: EIA [3] Segundo o mesmo estudo do EIA, os custos de operação e manutenção do terminal seriam de 2,0% do custo de capital e de consumo, mais as perdas de GNL (por vazamento, não liquefação do GN, perdas na distribuição, eficiência e etc.) estimadas em 1,5%. O consumo interno do terminal de regaseificação é equivalente a 9 MW de potência elétrica. O custo de capital de um terminal tipo FSRU (Floating Storage Regaseification Unit) depende muito das estruturas portuárias existentes no local de sua implantação, tais como calado, existência de cais etc. O custo do tanque criogênico, dos vaporizadores e do terreno, existentes no terminal convencional, deixam de existir, aparecendo em seu lugar custos operacionais, sendo o principal o aluguel de navios. A estrutura de custos de um terminal de regaseificação tipo FSRU difere bastante de um terminal convencional. Os custos de capital são bem menores, no entanto, os custos operacionais são bem superiores 12 . Os projetos de novos terminais de GNL, além dos já atualmente definidos, devem ser estudados como alternativa à complementação da oferta interna para o atendimento ao mercado crescente no Brasil. Entretanto, há que se levar em conta o prazo da decisão, haja vista a possibilidade de resultados favoráveis das campanhas exploratórias em curso. Esta decisão não deverá ser postergada além do final de 2008, de forma a compatibilizar a necessidade com o tempo hábil para a ampliação da oferta de gás, incluindo a expansão prevista para as demandas das termelétricas. 5. Aspectos Socioambientais É a seguir apresentada uma visão geral dos aspectos socioambientais decorrentes do processamento, transporte e utilização do gás natural. É também apresentada uma análise socioambiental da malha de gasodutos planejados, utilizando uma metodologia similar àquela utilizada para as linhas de transmissão de energia elétrica. Como observação geral, considerando as tecnologias atualmente disponíveis, o gás natural pode ser considerado o combustível fóssil menos poluente, em termos globais. As principais vantagens ambientais associadas ao uso do gás natural são: sua queima produz quantidades muito pequenas de óxidos de enxofre e material particulado, além de reduzir substancialmente as emissões de dióxido de carbono. 12 O investimento total previsto no PAC, para os dois terminais marítimos de regaseificação, a serem instalados no Rio de Janeiro e no Ceará, incluindo a infra-estrutura necessária, foi estimado em R$ 2,9 bilhões.

OFERTA DE GÁS NATURAL 625 5.1. Processamento de Gás Natural O processamento do gás natural pode ser definido como a série de beneficiamentos pelos quais essa substância passa para alcançar a especificação preconizada na Portaria ANP nº. 104, de 08.07.2002. A Tabela 42 apresenta a especificação do gás natural comercializado em território nacional. As Unidades de Processamento de Gás Natural devem adicionar uma substância odorante ao gás por medida de segurança, para facilitar a identificação de vazamentos. Os principais impactos da implantação e operação de unidades para o processamento de gás natural estão relacionados à perda de habitats, emissões atmosféricas, lançamento de efluentes, emissão de ruído e geração de resíduos sólidos [18]. De outro lado, pode-se destacar que a implantação de atividades relacionadas ao processamento de gás natural traz vantagens decorrentes do aumento da oferta de emprego e geração de demanda por serviços, com conseqüente incremento na arrecadação de impostos, em especial na etapa de construção. Durante a operação vale ressaltar o aumento da disponibilidade de gás natural, como impacto positivo, possibilitando o atendimento de parte da demanda crescente por esse energético no país. Unidades de processamento de gás natural podem ainda propiciar a dinamização da economia local e o aumento da oferta de postos de emprego. Também é observada interferência no cotidiano da população local seja pelo aumento no tráfego de veículo e do ruído seja pela pressão sobre a infra-estrutura de serviços essenciais. Vale ressaltar, ainda, alteração no uso e ocupação das terras para a implantação e operação da unidade industrial, restringindo-se em geral à área de implantação. Tabela 42 – Especificação do Gás Natural (1) (2) (3) Limite Método Característica Unidade Norte Nordeste Sul, Sudeste, Centro-Oeste ASTM Nº Poder calorífico superior (4) kJ/ m3 kWh/m3 34.000 a 38.400 9,47 a 10,67 35.000 a 42.000 9,72 a 11,67 D 3588 6976 Índice de Wobbe (5) kJ/m3 40.500 a 45.000 46.500 a 52.500 — 6976 Metano, mín. % vol. 68,0 86,0 86,0 D 1945 6974 Etano, máx. % vol. 12,0 10,0 10,0 Propano, máx. % vol. 3,0 3,0 3,0 Butano e mais pesados, máx. % vol. 1,5 1,5 1,5 Oxigênio, máx. % vol. 0,8 0,5 0,5 Inertes (N 2 + CO 2 ), máx. % vol. 18,0 5,0 4,0 Nitrogênio % vol. Anotar 2,0 2,0 Enxofre Total, máx. mg/m 3 70 70 70 D 5504 Gás Sulfídrico (H 2 S), máx. (6) mg/m 3 10,0 15,0 10,0 D 5504 6326-2 6326-5 6326-2 6326-5 Ponto de orvalho de água a 1 atm, máx. ºC –39 –39 –45 D 5454 — Fonte: Portaria ANP Nº. 104, de 8.7.2002 – DOU 09.07.2002 Observações: (1) O gás natural deve estar tecnicamente isento, ou seja, não deve haver traços visíveis de partículas sólidas e partículas líquidas. (2) Limites especificados são valores referidos a 293,15K (20ºC) e 101,325kPa (1atm) em base seca, exceto ponto de orvalho. (3) Os limites para a região Norte se destinam às diversas aplicações exceto veicular e para esse uso específico devem ser atendidos os limites equivalentes à região Nordeste. (4) O poder calorífico de referência de substância pura empregado neste Regulamento Técnico encontra-se sob condições de temperatura e pressão equivalentes a 293,15K, 101,325kPa, respectivamente em base seca. (5) O índice de Wobbe é calculado empregando o Poder Calorífico Superior em base seca. Quando o método ASTM D 3588 for aplicado para a obtenção do Poder Calorífico Superior, o índice de Wobbe deverá ser determinado pela fórmula constante do Regulamento Técnico. (6) O gás odorizado não deve apresentar teor de enxofre total superior a 70mg/m3.

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PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA – PDE 2007 / 2016<br />

Custos de Capital<br />

Tabela 41 – Custos de Capital na Regaseificação de GNL<br />

Total<br />

(milhões de US$)<br />

% do Total<br />

1 tanque criogênico de 153.000 m 3 75 17<br />

Pier 50 11<br />

Vaporizadores 22,8 5<br />

Melhorias no local / estradas 20 5<br />

Edificações & Serviços 25 6<br />

Tubulações, controles e utilidades 35 8<br />

Instalações 75 17<br />

Engenharia e Gerenciamento de Projeto 40 9<br />

Terreno 70 16<br />

Contingência (7% do total) 29 6<br />

Total 442 100<br />

Fonte: EIA [3]<br />

Segundo o mesmo estudo do EIA, os custos de operação e manutenção do terminal seriam de 2,0% do custo de<br />

capital e de consumo, mais as perdas de GNL (por vazamento, não liquefação do GN, perdas na distribuição, eficiência e<br />

etc.) estimadas em 1,5%. O consumo interno do terminal de regaseificação é equivalente a 9 MW de potência elétrica.<br />

O custo de capital de um terminal tipo FSRU (Floating Storage Regaseification Unit) depende muito das estruturas<br />

portuárias existentes no local de sua implantação, tais como calado, existência de cais etc. O custo do tanque<br />

criogênico, dos vaporizadores e do terreno, existentes no terminal convencional, deixam de existir, aparecendo em<br />

seu lugar custos operacionais, sendo o principal o aluguel de navios.<br />

A estrutura de custos de um terminal de regaseificação tipo FSRU difere bastante de um terminal convencional.<br />

Os custos de capital são bem menores, no entanto, os custos operacionais são bem superiores 12 .<br />

Os projetos de novos terminais de GNL, além dos já atualmente definidos, devem ser estudados como alternativa<br />

à complementação da oferta interna para o atendimento ao mercado crescente no Brasil. Entretanto, há que se levar em<br />

conta o prazo da decisão, haja vista a possibilidade de resultados favoráveis das campanhas exploratórias em curso.<br />

Esta decisão não deverá ser postergada além do final de 2008, de forma a compatibilizar a necessidade com o<br />

tempo hábil para a ampliação da oferta de gás, incluindo a expansão prevista para as demandas das termelétricas.<br />

5. Aspectos Socioambientais<br />

É a seguir apresentada uma visão geral dos aspectos socioambientais decorrentes do processamento, transporte<br />

e utilização do gás natural.<br />

É também apresentada uma análise socioambiental da malha de gasodutos planejados, utilizando uma metodologia<br />

similar àquela utilizada para as linhas de transmissão de energia elétrica.<br />

Como observação geral, considerando as tecnologias atualmente disponíveis, o gás natural pode ser considerado<br />

o combustível fóssil menos poluente, em termos globais. As principais vantagens ambientais associadas ao uso<br />

do gás natural são: sua queima produz quantidades muito pequenas de óxidos de enxofre e material particulado,<br />

além de reduzir substancialmente as emissões de dióxido de carbono.<br />

12 O investimento total previsto no PAC, para os dois terminais marítimos de regaseificação, a serem instalados no Rio de Janeiro e no Ceará,<br />

incluindo a infra-estrutura necessária, foi estimado em R$ 2,9 bilhões.

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