20080111_3 - EPE
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PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA – PDE 2007 / 2016<br />
Elaborou-se a projeção de um preço “mix”, formado pela ponderação dos preços das fontes de gás natural nacional<br />
e importado via GNL, segundo os volumes projetados no horizonte de dez anos deste Plano. Este preço mix<br />
poderia ser considerado um preço mínimo que os “ofertantes” de gás natural estariam dispostos a aceitar. Quantidades<br />
complementares de gás natural, para atendimento de eventuais déficits entre a demanda e oferta do combustível<br />
de origem nacional, serão importadas via GNL (Tabela 6).<br />
A inclusão de novos suprimentos com custos superiores aos existentes resultará em uma elevação de preço do<br />
gás natural, de forma que sua competitividade frente aos outros derivados líquidos deverá ser comprometida em<br />
relação às condições atuais, tendendo às cotações internacionais.<br />
Foi verificado que uma relação de competitividade de 100% entre o gás natural (no city-gate do gasoduto de<br />
transporte) e seu principal energético substituto, o óleo combustível (ex-refinaria), não deve ocorrer, pois os preços<br />
projetados de gás natural estariam superiores aos preços de gás via importação e internalização de GNL (paridade<br />
de importação).<br />
Por sua vez, uma relação de competitividade de 70% também não deve ocorrer, pois não atenderia ao ofertante,<br />
uma vez que o custo de fornecimento mix de gás natural estaria acima dos níveis de preço do gás natural neste<br />
nível de competitividade.<br />
Com o descarte das competitividades de 70% e de 100%, estima-se que a competitividade de 85% atende a<br />
ambos os agentes – ofertante e demandante –, constituindo-se em um nível satisfatório para o mercado, dadas as<br />
condições de precificação utilizadas.<br />
Tabela 6 – Tipos de Oferta de Gás Natural Considerados<br />
Oferta de gás Origem do gás Preços (US$/MBtu)<br />
Descobertas nacional gás nacional<br />
Novas descobertas nacional (1) opção 1 = gás nacional<br />
opção 2 = GNL internalizado<br />
Déficit (demanda – oferta) importado GNL internalizado<br />
(1) Para o gás natural de origem nacional, oriundo de novas descobertas, existem, basicamente, duas opções para sua precificação:<br />
• Opção 1 – acompanhar os preços de gás nacional (sistemática estabelecida pela Portaria Interministerial nº. 3, de 17.02.2000, do Ministério da Fazenda e<br />
Ministério das Minas e Energia), ou seja, adotar os preços praticados internamente. Com relação à sistemática estabelecida na Portaria Interministerial MME/MF<br />
nº.3/200, cumpre ressaltar que, a despeito da caducidade da mencionada Portaria, sua sistemática está disposta nos contratos de compra e venda de gás natural<br />
de origem nacional em vigor. Entretanto, para novos contratos, a sistemática a adotar será livremente negociada entre as partes<br />
• Opção 2 – acompanhar os preços de GNL (Henry Hub) internalizados, ou seja, adotar os níveis de preços internacionais<br />
1.5.3. Projeção da Competitividade<br />
Em função da necessidade de importação de GNL para o suprimento do mercado brasileiro de gás natural e da<br />
perspectiva de maior aderência aos preços internacionais, estima-se que a relação de competitividade entre o gás<br />
natural e o óleo combustível ATE no país apresentará uma tendência de convergência para valores próximos a 85%.<br />
Nessa hipótese, os preços de gás natural partem de uma situação atual de competitividade entre o gás natural<br />
e o óleo combustível ATE, da ordem de 60%, evoluindo até atingir 85%, em 2010, e permanecendo neste patamar<br />
até o final do período (2016). Nesta conjectura, os preços de gás natural no Brasil manteriam uma pequena diferença<br />
em relação aos preços internacionais (preços de Henry Hub para GNL).<br />
Utilizando-se essa evolução de competitividade, obtêm-se a curva de evolução de projeção de preços de gás<br />
natural para novos contratos. O Gráfico 2, a seguir, apresenta esta evolução.