20080111_3 - EPE
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OFERTA DE GÁS NATURAL 585<br />
Introdução<br />
Este capítulo apresenta os resultados dos estudos de expansão da oferta de gás natural no horizonte decenal.<br />
Inicialmente, é feita uma síntese da análise elaborada quanto às perspectivas de preços de gás natural.<br />
Em seguida, são apresentados os resultados dos estudos referentes à expansão da capacidade de oferta de gás<br />
natural nacional e importado, bem como da infra-estrutura nacional de transporte desse energético, incluindo uma<br />
estimativa dos investimentos associados a essa expansão.<br />
Finalmente, são analisados os efeitos socioambientais decorrentes das atividades de processamento, transporte<br />
e utilização do gás natural, sendo também elaborada uma primeira análise socioambiental da malha de gasodutos.<br />
1. Perspectivas de Preços de Gás Natural<br />
1.1. Premissas para as Previsões de Preços<br />
Para o próximo período decenal, as regiões Sul, Sudeste e Nordeste terão seus suprimentos ampliados com a<br />
implantação de novos sistemas de produção de gás natural, em andamento, sendo complementados com a importação<br />
via GNL (pelo menos 14,0 milhões de m3/dia para o Sudeste e 6,0 milhões de m3/dia para o Nordeste) [1] e com<br />
gás natural oriundo de novas descobertas.<br />
Conforme sinalizações de produtores no Brasil, os novos preços deverão convergir para os níveis internacionais,<br />
que representam os custos marginais de suprimento do país, contribuindo também, para isto, uma tendência<br />
mundial de “commoditização” do gás natural.<br />
O crescimento da indústria de GNL vem permitindo uma maior flexibilização dos contratos de compra e venda<br />
e um incremento das transações spot de gás natural. Em conseqüência, os preços internacionais se tornaram<br />
referências. Na Bacia do Atlântico, na qual o Brasil está inserido, o preço referencial é o do Henry Hub [12], que vem<br />
apresentando níveis de preços superiores aos do gás natural de origem nacional e boliviano.<br />
Em relação ao gás natural de origem boliviana, cujo contrato prevê que o preço da commodity seja atrelado<br />
a uma cesta de óleos, o gás natural torna-se mais competitivo frente aos combustíveis líquidos quando ocorrem<br />
elevações dos preços do petróleo, pois existe uma parcela na composição do preço final do gás natural, (custo de<br />
transporte), que não varia na mesma proporção do preço do petróleo.<br />
Frente à Bacia do Atlântico, deve perdurar a prevalência da Bacia do Pacífico, onde o Japão desponta como<br />
maior importador de GNL. Este cenário deverá manter-se mesmo quando os EUA passarem a importar maiores volumes<br />
de GNL, devido às novas plantas de regaseificação previstas para a costa oeste americana. Além do aumento da<br />
importação atual, serão incluídos no grupo de importadores da Bacia do Pacífico, a China e a Índia.<br />
Os mecanismos de fixação de preços do GNL têm dinâmicas diferentes, variando em cada região. Na Bacia do<br />
Atlântico, os preços são determinados pelos balanços de oferta e demanda, baseados em pontos de comercialização<br />
de gás natural. Nos EUA, os preços são regidos pelos preços do Henry Hub (Louisiana) e na Europa, pelos preços do<br />
National Balancing Point – NBP (Reino Unido). Eles constituíram-se em preços referenciais para mercados físicos e<br />
não físicos (opções financeiras) de gás natural. Existe uma tendência de convergência entre os preços do Henry Hub<br />
e do NBP, motivada pela arbitragem de preços entre os dois referenciais [12].<br />
Na Bacia do Pacífico, o preço do GNL é normalmente relacionado ao chamado preço do Japan Crude Cocktail<br />
– JCC, uma média de preços CIF (Cost, Inssurance and Freight) do petróleo importado no Japão. O preço do GNL é<br />
calculado por fórmulas ajustadas ao preço do petróleo, com curvas de correção para quando o preço do petróleo<br />
estiver muito baixo ou muito alto.<br />
No Gráfico 1, onde são mostrados valores históricos de preços de importação de GNL no período 1997/2005,<br />
observa-se uma razoável paridade entre os preços de GNL nos EUA, União Européia e Japão.