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PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA – PDE 2007 / 2016<br />

5. Aspectos Socioambientais Referentes aos Derivados de Petróleo<br />

As atividades de refino, transporte e distribuição, bem como o consumo de combustíveis, lubrificantes e outros<br />

derivados de petróleo, podem causar impactos sobre o meio-ambiente, gerando diversos tipos de emissões,<br />

efluentes e resíduos que podem alterar a qualidade do ar, da água e do solo, com efeitos nocivos à natureza.<br />

Para melhor compreender os impactos socioambientais decorrentes da indústria de transformação do petróleo,<br />

inicialmente far-se-á uma breve exposição das etapas de refino, transporte e distribuição de derivados de<br />

petróleo.<br />

5.1. Refino, Transporte e Distribuição<br />

O petróleo é processado nas refinarias, basicamente, em três estágios: destilação atmosférica, destilação a vácuo<br />

e craqueamento (térmico ou catalítico). Na destilação atmosférica, o petróleo é aquecido e, a partir daí, suas diversas<br />

frações são separadas de acordo com suas temperaturas de ebulição em um equipamento denominado torre<br />

de fracionamento. As frações mais pesadas obtidas da destilação atmosférica são encaminhadas para a segunda<br />

fase de processamento, chamada de destilação a vácuo, consistindo de uma torre de fracionamento que opera com<br />

pressão reduzida, com o objetivo de se baixar a temperatura de ebulição dos compostos pesados. A terceira fase do<br />

processamento, chamada de craqueamento (quebra), visa a quebrar as cadeias moleculares de óleos pesados, obtendo-se<br />

frações mais leves. Há, ainda, diversos outros processos que visam adequar as frações destiladas às especificações<br />

para o consumo e eliminar impurezas presentes nas frações que possam comprometer sua qualidade final.<br />

Os derivados produzidos nas refinarias são transportados até os terminais de distribuição e, destes, até os<br />

postos revendedores que, por sua vez, realizam a venda aos consumidores. O transporte de derivados é realizado,<br />

em grande escala, através de dutos (oleodutos e polidutos) e por meio de navios petroleiros. Em média ou pequena<br />

escala, o transporte pode ser feito por meio de vagões ou de caminhões-tanque. Os dutos são a forma mais segura,<br />

tanto sob o ponto de vista operacional como ambiental, de se transportar grandes volumes de petróleo e derivados<br />

a grandes distâncias, pois os sistemas de supervisão e controle aumentam a eficiência e a segurança das operações.<br />

5.2. Impactos Sociambientais e Medidas Adotadas<br />

Desde a pesquisa de jazidas de petróleo, que pode afetar ecossistemas marinhos, até a comercialização de derivados,<br />

que pode trazer impacto ao solo e aos aqüíferos, a operação dos diversos setores da indústria de petróleo,<br />

bem como o maciço consumo de seus produtos, exige atenção constante de instituições responsáveis pelo controle<br />

ambiental das atividades econômicas.<br />

Com o objetivo de minimizar os impactos nas áreas próximas às refinarias, o Governo Federal exige padrões<br />

rígidos quanto ao consumo de recursos naturais e volumes de emissões, além de regras de implementação e operação<br />

específicas para refinarias.<br />

Destacam-se aqui as regras de licenciamento ambiental (instituído pela Lei 6.938/81). Estas prevêem que<br />

atividades potencialmente poluidoras (listadas na Resolução Conama nº 001/86) devem se submeter a um processo<br />

que inclui levantamentos preliminares de impactos (condição para se obter o licenciamento prévio), estudos sobre<br />

os riscos de operação (que possibilitam obter a licença de instalação) e planos de ação em situações de emergência<br />

(condição para obter a licença de operação). Antes desses procedimentos, são exigidos o Estudo de Impacto Ambiental<br />

(EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima).<br />

O licenciamento ambiental é realizado com base em levantamentos de especificidades técnicas, econômicas<br />

e sociais do empreendimento e de suas áreas de influência conduzido pelos órgãos ambientais competentes. A Lei<br />

prevê que o órgão competente pode exigir as melhores técnicas disponíveis, tornando-se assim um instrumento<br />

de política que pode ir além do controle de impactos ambientais, ao criar mecanismos de indução à difusão de tecnologias<br />

“ambientalmente corretas”, com a conseqüente intensificação da produção de conhecimento científico e<br />

tecnológico na área.<br />

Os combustíveis, quando consumidos, contribuem com parte da poluição desprendida na cadeia produtiva,<br />

principalmente pela emissão de monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre e<br />

material particulado. Dessa forma, a qualidade dos derivados produzidos nas refinarias também é fator determinan-

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