20080111_3 - EPE
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PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA – PDE 2007 / 2016<br />
2.9. Refino – Considerações Finais<br />
Tanto num cenário de crescimento econômico moderado, quanto num de rápido crescimento, há necessidade<br />
de instalação de novas refinarias para o abastecimento nacional. É necessário, porém, discutir e aprofundar a análise<br />
para apoio à decisão sobre a questão do porte e da data de implantação dos empreendimentos.<br />
Esta necessidade mostra que, após o ano de 2013, pede-se adição de capacidade de pelo menos 250.000 b/d<br />
(40.000 m 3 /d), com perfil de refino voltado para o atendimento do mercado interno (MMI), além da Refinaria de Suape<br />
e COMPERJ. A Trajetória Superior chega aos 500.000 b/d (80.000 m 3 /d) e, neste caso, um módulo de 250 mil b/d<br />
do tipo Módulo de Produção Flexível, de configuração sofisticada, seria recomendável.<br />
Crescimentos diferenciados regionalmente podem demandar a divisão desses valores (capacidades a construir),<br />
mas a questão de agregação de valor às exportações deverá ser o fator que definirá qual instalação será feita,<br />
bem como sua vocação: para exportar ou para abastecer internamente.<br />
No entanto, mesmo na trajetória otimista, em que o mercado cresce a taxas elevadas, permanece um excedente<br />
considerável de cru brasileiro, acima de 400.000 b/d. Considerando que a estratégia de agregação de valor<br />
inclua a refinaria de Pasadena, no Texas, ainda assim o excedente será próximo de 300.000 b/d em 2016.<br />
Em termos de complexidade, as novas instalações devem agregar capacidade de conversão de escuros em<br />
produtos nobres, quer para o parque atual, quer para as novas refinarias.<br />
Assim, é adequado que o processo de hidrocraqueamento seja introduzido nas refinarias nacionais, de forma<br />
a flexibilizar o perfil de produção de derivados. Para refinarias exportadoras, esta concepção pode ser vislumbrada<br />
quase que como mandatória, dadas as sazonalidades intensas dos mercados externos.<br />
Observa-se, pela simulação do parque nacional instalado, já incorporadas as fortes adições de unidades de<br />
conversão pensadas pela Petrobras e as inserções estudadas pela <strong>EPE</strong>, que a produção de óleos combustíveis é reduzida<br />
substancialmente, em cerca de 50%.<br />
A vantagem adicional desta rota com HCC, diferentemente de se incorporar mais unidades com processo de<br />
craqueamento térmico (coqueamento retardado + craqueamento catalítico), é que não se gera maior quantidade<br />
de coque verde de petróleo, cujo mercado de aplicação com maior valor agregado tem limites. Também não há<br />
necessidade de investimento em outras unidades de hidrorrefino para acerto da qualidade das correntes de leves<br />
e médios instáveis, geradas nos processos térmicos. A desvantagem fica por conta do investimento mais alto que<br />
deverá ser feito, mas numa só unidade.<br />
Finalizando, os resultados indicam ser interessante o País investir em nova refinaria, com início de operação<br />
desse empreendimento acontecendo em meados da próxima década. O porte desta planta e seu ano de início de<br />
operação dependerão do ritmo de crescimento da demanda e das estratégias nacionais de abastecimento.<br />
3. Expansão das Centrais Petroquímicas<br />
3.1. Introdução<br />
Este capítulo trata da expansão prevista para os próximos dez anos das centrais petroquímicas instaladas no<br />
país, no que se refere à capacidade de produção de petroquímicos básicos, quais sejam: eteno, propeno, benzeno e<br />
butadieno.<br />
O estudo de expansão das centrais foi realizado com base em documento elaborado pela ABIQUIM (Associação<br />
Brasileira da Indústria Química), intitulado “Demanda de Matérias-Primas Petroquímicas e Provável Origem<br />
– 2005 a 2015”, concluído em maio de 2006, além de informações recebidas diretamente dos diversos agentes do<br />
setor. No caso do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Comperj, serão utilizadas informações recentes divulgadas<br />
pela Petrobras 32 .<br />
Inicialmente, será apresentado um panorama da situação atual das centrais petroquímicas, seguido do plano<br />
de expansão das mesmas.<br />
32 Painel Petroquímico: “Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj”, Rio Oil & Gás 2006, Rio de Janeiro.