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Mosaico Urbano do Recife Exclusão/Inclusão Socioambiental

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eferência também a<strong>do</strong>tada por São José <strong>do</strong>s Campos. Essas utopias correspondem a um<br />

padrão de dignidade que dizem respeito aos índices de autonomia de renda, desenvolvimento<br />

educacional, habitabilidade e eqüidade. Essa preocupação com padrões de dignidade força a<br />

revelar a desigualdade existente na cidade e provoca o desejo real de superá-la junto ao<br />

maior número possível de habitantes.<br />

Para a construção de cada um desses índices e da decisão sobre qual o padrão<br />

básico de medida de inclusão mais adequa<strong>do</strong> para a cidade <strong>do</strong> <strong>Recife</strong>, foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> um padrão<br />

básico de medida de inclusão retira<strong>do</strong> de discussões internas entre a equipe da Fundaj e<br />

respectivos parceiros envolvi<strong>do</strong>s na pesquisa, subsidiadas por estu<strong>do</strong>s e pesquisas existentes.<br />

Discutiu-se, por exemplo, qual seria a faixa de renda ou o número de anos de estu<strong>do</strong>s, ou o<br />

número de pessoas por <strong>do</strong>micílio que indicariam o ponto de inclusão a partir <strong>do</strong> qual se<br />

poderiam comparar situações para baixo e para cima <strong>do</strong> padrão determina<strong>do</strong>, de mo<strong>do</strong> a criar<br />

um diálogo com a realidade concreta de cada uma das partes da cidade. A decisão <strong>do</strong>s autores<br />

buscou equilibrar os da<strong>do</strong>s dessa discussão com o referencial encontra<strong>do</strong> nos estu<strong>do</strong>s e<br />

pesquisas sobre a cidade.<br />

O desenho da modelagem <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s traz elementos heurísticos para se pensar a<br />

integração de meto<strong>do</strong>logias estatísticas com o uso <strong>do</strong> georreferenciamento ajusta<strong>do</strong> às<br />

ciências sociais. Ao aplicar-se essa meto<strong>do</strong>logia às áreas/bairros <strong>do</strong> <strong>Recife</strong>, percebe-se a<br />

tensão da exclusão/inclusão na cidade e a necessidade de mudanças.<br />

No terceiro capítulo, é apresentada a modelagem <strong>do</strong>s índices simples e compostos,<br />

com o desenho da cartografia das áreas/bairros <strong>do</strong> <strong>Recife</strong>. Com o recurso <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

mapea<strong>do</strong>s, são analisadas as diferentes situações intra-urbanas das áreas/bairros e os padrões<br />

de desigualdade da cidade.<br />

Esse capítulo revela que a cidade <strong>do</strong> <strong>Recife</strong> não possui áreas de pura inclusão ou<br />

de pura exclusão. Em seu território, as áreas de inclusão encontram-se circundadas por áreas<br />

de alto grau de exclusão, e infere-se a presença de uma tensão por disputa de espaço. O<br />

conhecimento de quem mora e vive na cidade mostra que a vizinhança <strong>do</strong>s diversos grupos<br />

sociais nas áreas de exclusão/inclusão é uma convivência negociada, cujas relações são<br />

estabelecidas pela complementaridade, quan<strong>do</strong> a mão-de-obra é oportuna, e pela<br />

ambivalência, por ser incômoda. Apesar de a escala <strong>do</strong>s problemas encontra<strong>do</strong>s nessa<br />

convivência, nessa mistura de exclusão e inclusão, ser profunda e dialética, ela revela, por sua<br />

vez, um senti<strong>do</strong> forte e muito rico de diversidade étnica e cultural. Pode-se afirmar que a<br />

cidade não possui uma experiência de cidade de guetos que impõe à população mais excluída<br />

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