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Alberto da Silva Jones O MITO DA LEGALIDADE DO LATIFÚNDIO ...

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particularmente agressivo e repressivo, em termos econômicos e<br />

políticos 511 .”<br />

3. Reconcentração Fundiária e População: Uma Face <strong>da</strong> Excludência<br />

Uma <strong>da</strong>s conseqüências do processo de reconcentração fundiária e que denuncia,<br />

objetivamente, o efeito perverso - e inverso ao proclamado na Mensagem 33, a respeito<br />

<strong>da</strong> promoção <strong>da</strong> “justiça social no campo” - pode ser, ain<strong>da</strong> que de forma indireta,<br />

depreendido <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> variação <strong>da</strong>s populações rural e urbana no período.<br />

(Percentuais)<br />

Quadro 2.A - População Rural e Urbana: Brasil e Grandes Regiões 1960 - 1880<br />

ESPECIFICAÇÕES 1960 1970 1980<br />

Brasil e Regiões Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana<br />

1. Brasil 55,3 44,7 44,0 56,0 32,4 67,6<br />

2. Norte 62,6 37,4 55,0 45,0 48,4 51,6<br />

3. Nordeste 66,1 33,9 58,2 41,8 49,5 50,5<br />

4. Sudeste 43,0 57,0 27,3 72,7 17,2 82,8<br />

5. Sul 62,9 37,1 55,7 44,3 37,6 62,4<br />

6. Centro Oeste 65,8 34,2 52,0 48,0 32,2 67,8<br />

FONTE: FIBGE - Anuário Estatístico (1984), com<br />

calculados por JONES (1987).<br />

<strong>da</strong>dos agrupados e correspondentes percentagens<br />

O Quadro 2.A, acima, evidencia que, ao nível agregado do País, a população<br />

rural caiu, entre 1960 e 1980, de 55,3% para 32,4%, enquanto a urbana cresceu,<br />

inversamente, na mesma proporção. Observa-se, por outro lado, que, em to<strong>da</strong>s as<br />

regiões, indistintamente, há uma que<strong>da</strong> relevante <strong>da</strong> população rural em relação a<br />

urbana. Parece óbvio que não se pode explicar esse fenômeno, apenas, afirmando que o<br />

mesmo reflete um comportamento “normal” e inerente, ao “processo de<br />

desenvolvimento econômico”. Primeiro, porque é necessário especificar qual o caráter e<br />

de que tipo de desenvolvimento se trata. Portanto, de qualificá-lo. Segundo, e mais<br />

importante, porque este comportamento, no caso do Brasil, é comum a regiões<br />

profun<strong>da</strong>mente distintas no que se refere aos níveis de desenvolvimento como, por<br />

exemplo, as Regiões Sudeste, Norte e Centro Oeste.<br />

Fugiria aos objetivos deste estudo a análise <strong>da</strong>s causas mais profun<strong>da</strong>s dessas<br />

flutuações <strong>da</strong> população rural e urbana. Entretanto, é interessante observar suas<br />

relações, paralelamente aos movimentos de concentração <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de rural, nas<br />

diferentes regiões do país. Uma observação, ain<strong>da</strong> que genérica a este respeito, parece<br />

indicar que nas regiões onde a apropriação de áreas novas deu-se de forma mais<br />

concentra<strong>da</strong>, privilegiando grandes proprie<strong>da</strong>des, como por exemplo, a Região Centro-<br />

Oeste, é mais acentua<strong>da</strong> a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> população rural e mais exacerbado o crescimento <strong>da</strong><br />

511 IANNI (1979(a), pp.,16-17). Grifos nossos.<br />

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