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0<br />

UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE – UNIARP<br />

CURSO DE PEDAGOGIA<br />

TALITA LUANA ROSA<br />

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM CRIANÇAS DO ENSINO<br />

FUNDAMENTAL COM FAMÍLIA DESESTRUTURADA.<br />

CAÇADOR/SC<br />

2010


1<br />

TALITA LUANA ROSA<br />

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM CRIANÇAS DO ENSINO<br />

FUNDAMENTAL COM FAMÍLIA DESESTRUTURADA.<br />

Trabalho de conclusão de curso apresentado como<br />

exigência para obtenção do titulo de licenciado em<br />

pedagogia, ministrado na Universidade Alto Vale do Rio<br />

do peixe – UNIARP, Caçador, sob orientação da<br />

professora Msc. Sonia de Fátima Gonçalves.<br />

CAÇADOR/SC<br />

2010


2<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Inicialmente agradeço a Deus, por estar sempre ao meu lado me protegendo,<br />

me orientando e me guiando durante toda minha vida e também durante esses<br />

quatro anos de caminhada diária. Onde tive alegrias e tristezas, dificuldades e<br />

superação, horas e horas dentro de um ônibus, noites e noites sem dormir, mas que<br />

com a Sua ajuda tudo deu certo, e valeu muito a pena. Deus sou grata por tudo isso.<br />

Agradeço aos meus pais Dirceu e Meri, pelo amor e carinho, pela educação e<br />

ensinamentos, e até mesmo pelos sermões, que hoje entendo foram para o meu<br />

bem. Sei que nesses quatro anos vocês fizeram de tudo para me ajudar, sempre me<br />

apoiaram financeiramente e moralmente. Por isso mérito desta conquista também é<br />

de vocês. Obrigado.<br />

Ao meu namorado Charles, agradeço por entender e aceitar minha ausência<br />

durante todos esses anos de curso. Por compartilhar comigo momentos de sorrisos<br />

e lágrimas e por sempre me ajudar nos trabalhos. Divido com você, neste momento<br />

alegria dessa vitória. Seu amor e compreensão foram fundamentais para que eu<br />

chegasse até aqui. Obrigado.<br />

A todos os professores pelo conhecimento transmitido, mas em especial a<br />

minha orientadora Sônia. Obrigado pela dedicação, paciência e compreensão. Por<br />

deixar disponível seu tempo livre para nos orientar e ajudar. Nunca esqueceremos.<br />

As minhas queridas amigas agradeço por todo o companheirismo, pelos risos,<br />

lágrimas, pelas conversas, conselhos e por todas as vitórias conquistadas juntas. O<br />

carinho e admiração que tenho por vocês jamais esquecerei. Obrigada e amo vocês.<br />

E por fim a todos que acreditaram no meu potencial, e torceram por mim,<br />

obrigado.


3<br />

RESUMO<br />

A estrutura familiar é a base na aprendizagem da criança, aquela que possui uma<br />

família convencional, ou seja, que os pais mantêm um relacionamento tradicional.<br />

No entanto, com o passar dos anos as estruturas familiares foram se alterando de<br />

forma muito contundente. Neste sentido é que entra em questão a discussão da<br />

afetividade no ambiente escolar. Nessa perspectiva, a presente pesquisa foi<br />

desenvolvida com objetivo de analisar a afetividade na aprendizagem dos alunos e a<br />

relação entre o desempenho do aluno com uma família estruturada com a não<br />

estruturada, no qual vem afetando os alunos das séries iniciais em geral. Assim,<br />

entender como tratar a dificuldade na aprendizagem da criança, sendo fundamental<br />

compreender a afetividade na estrutura familiar, mostrando o bom relacionamento<br />

entre os familiares. Nesse contexto, a estrutura familiar deve ser à base da<br />

afetividade como meio de proporcionar uma boa aprendizagem.<br />

Palavras-chave: Estrutura familiar, afetividade, aprendizagem.


4<br />

ABSTRACT<br />

A family structure is the basis for learning the child, one that has a conventional<br />

family, or that parents keep a traditional relationship. However, over the years the<br />

family structures were changing was a very convincingly. In this sense we enter into<br />

question the discussion of affection in the school environment. In that perspective,<br />

this research was conducted with the purpose of analyzing the learning affection of<br />

students and the relationship between the performances of a student with a family<br />

structured with no structure, which has affected the students at the initial series in<br />

general. Thus, understanding how to handle the difficulty in learning the child is<br />

essential to understand the affection in the family structure, showing the good<br />

relations between family members. In this context, the framework family should be<br />

the basis of affection as a means of providing a good learning.<br />

Key Words: Structure family, affection, learning.


5<br />

SUMÁRIO<br />

RESUMO............................................................................................................ 04<br />

ABSTRACT ....................................................................................................... 05<br />

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 06<br />

CAPITULO I....................................................................................................... 10<br />

1 REVISÃO TEÓRICA...................................................................................... 10<br />

1.1HISTÓRICO DA FAMILIA.............................................................................. 10<br />

1.2 A INSTRUÇÃO FAMILIAR: COMPLEXIDADE E DESAFIOS...................... 13<br />

1.3 ESTRUTURA FAMILIAR............................................................................. 15<br />

1.4 DESESTRUTURA FAMILIAR ..................................................................... 16<br />

1.5 A IMPORTANCIA DA FAMILIA .................................................................. 18<br />

1.6 ESCOLA ..................................................................................................... 22<br />

1.7 O PAPEL DA ESCOLA............................................................................... 24<br />

1.8 AFETIVIDADE ............................................................................................ 25<br />

1.9 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ...................................................... 26<br />

1.10 FAMILIA X ESCOLA ................................................................................. 29<br />

1.11 A IMPORTANCIA DA FAMILIA NO PROCESSO DE ENSINO<br />

APRENDIZAGEM .............................................................................................. 30<br />

CAPITULO II ..................................................................................................... 33<br />

2 METODOLOGIA ............................................................................................ 33<br />

2.1 ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................... 33<br />

2.1.1 Questionário aplicado a direção/orientação educacional.......................... 33<br />

2.1.2 Questionário aplicado a professores ........................................................ 34<br />

2.1.3 Questionario aplicado a psicologo............................................................ 35<br />

2.1.4 Questionario aplicado a pais .................................................................... 36<br />

2.1.5 Analise Geral............................................................................................. 38<br />

CAPITULO III .................................................................................................... 41<br />

3 RELAÇÃO DO TEMA COM O CURSO DE PEDAGOGIA............................. 41<br />

CONCLUSÃO..................................................................................................... 43<br />

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 46


6<br />

INTRODUÇÃO<br />

O presente trabalho de conclusão de curso apresenta discussões sobre<br />

„„Problemas de aprendizagem em crianças do ensino fundamental com famílias<br />

desestruturadas‟‟.<br />

A aprendizagem humana é um processo complexo de informações que está<br />

ligada ao psicológico das crianças. É importante compreender estas dificuldades de<br />

maneira a diminuir o impacto na vida do indivíduo.<br />

A aprendizagem é uma mudança de comportamento que resulta da<br />

experiência. A situação estimuladora, a pessoa que aprende e a resposta constituem<br />

os elementos principais do processo ensino-aprendizagem.<br />

Muitas vezes são os pais e familiares que contribuem para a insegurança dos<br />

garotos e adolescentes.<br />

Hoje muito se tem tratado das dificuldades de aprendizagem que os<br />

estudantes têm na escola, se questionam os motivos que levam as mesmas a<br />

fracassarem e o papel fundamental da família e da escola.<br />

Embora as dificuldades de aprendizagem possam ocorrer concomitantemente<br />

com outras condições de incapacidade (por exemplo, deficiência sensorial,<br />

deficiência mental, perturbação emocional ou social) ou com influências ambientais<br />

(por exemplo, diferenças culturais, ensino insuficiente/inadequado, fatores<br />

psicogenéticos), ou ainda e especialmente, com um déficit de atenção, os quais<br />

podem causar problemas de aprendizagem, uma dificuldade de aprendizagem não é<br />

devida a tais condições ou influências.<br />

Essas definições ampliam ainda mais as divergências e os diferentes olhares<br />

sobre a condição da não aprendizagem que não gera avanços quando os conceitos<br />

apenas servem para rotular o estudante, deveriam servir para investigar todas as<br />

influências que poderiam estar contribuindo para a dificuldade da aprendizagem.<br />

As constituições das famílias modernas desde a mais pobre a mais rica<br />

economicamente atua em diferentes momentos frente à vida escolar dos seus filhos.<br />

A difícil arte de conciliar trabalho, casa é ainda mais pesada, dando sérias<br />

conseqüências à dedicação aos filhos que acaba sendo prejudicada. As famílias<br />

desestruturadas, pouco compreendem ou tem percepção destes eventos de<br />

distanciamento entre seus pares, sentem, mais não compreendem.


7<br />

Neste difícil contexto a escola acaba tendo forte pressão e apelo social, pois a<br />

sociedade acaba incumbindo-a de educar a criança como “a família substituta”, é<br />

aquela que vai instruir dar valores, etc.<br />

Existem casos de crianças que agridem na escola e são agredidos em casa<br />

ou assistem agressões entre familiares. Outros possuem pais desempregados e sem<br />

perspectiva de futuro; pais omissos e ou violentos física ou verbalmente; pai ou mãe<br />

alcoólatras; pais separados. A aprendizagem humana é um processamento<br />

complexo de informações, sendo que os processos centrais são modificações e<br />

combinações que ocorrem nas estruturas cognitivas. No Brasil, cerca de 40% da<br />

população que freqüentam as primeiras séries escolares tem algum tipo de<br />

dificuldade de aprendizagem.<br />

Crianças de ensino fundamental que tem famílias desestruturadas<br />

apresentam dificuldades de aprendizagem?<br />

Os primeiros ensinantes são os pais, com eles aprendem-se as primeiras<br />

interações e ao longo do desenvolvimento, aperfeiçoa. Estas relações, já estão<br />

constituídas na criança, ao chegar à escola, que influenciará consideravelmente no<br />

poder de produção deste sujeito. É preciso uma dinâmica familiar saudável, uma<br />

relação positiva de cooperação, de alegria e motivação.<br />

O principal desafio que tem os pais e professores que trabalham com crianças<br />

que apresentam dificuldades é ajudá-las a ter confiança em si mesma, acreditar que<br />

são capazes. Deve-se compreender que as pessoas aprendem de diferentes modos,<br />

em tempos também desiguais. Por isso, os professores e a família têm uma grande<br />

responsabilidade, pois devem perceber detectar o problema, e saber como intervir,<br />

estimulando a criança a aprender com seus erros.<br />

Mas há um grande contraponto neste mundo de intervenções que a escola e<br />

família promovem focando nas dificuldades da criança é que se esquece que das<br />

habilidades, dos talentos e do potencial destas crianças, desvirtuando do problema<br />

poderíamos conquistar outro lado ainda pouco explorado. O individuo é o todo e não<br />

partes... Por que fragmentá-lo?<br />

O primeiro núcleo de relações da criança é a família, é nela que desenvolve o<br />

caráter, limites e contratos de boa convivência. Depois disso, ela vai à escola, que<br />

será um novo ambiente que ira ajudar a torná-la um cidadão.<br />

A família é destinatária invariável do sucesso ou do fracasso escolar da<br />

criança e quando estas sentem que seu filho não consegue adquirir o conhecimento


8<br />

escolar é irreal esperar que essas mães e pais compreendam a construção do<br />

conhecimento necessário para conseguir a aprendizagem, mas a escola pode fazer<br />

com que os pais se sintam bem no ambiente escolar; é preciso que saibam que a<br />

escola lhes pertence e que está disposta a ajudar.<br />

É necessário lidar com sensibilidade com esses pais e entender o significado<br />

que a escola tem para as famílias; que experiências escolares os adultos tiveram na<br />

infância? Como estão sendo tratados nas vezes em que comparecem à escola de<br />

seus filhos? A escola acaba sendo uma segunda família, pois é onde a criança faz<br />

amigos travam no relacionamento diferenciado com os professores que para eles<br />

assumem o papel de pais.<br />

É neste ambiente que aprende noções sobre cidadania e respeito das<br />

diferenças. A família também deve procurar marcar presença e participar ativamente<br />

da vida do filho no ambiente escolar<br />

Por isso a escola deve procurar as inclinações sociais em que esta inserida<br />

para que os professores possam debater maneiras de tentar superar todas essas<br />

dificuldades e conflitos, pois percebem que se nada for feito em breve não se<br />

conseguirá mais ensinar e educar.<br />

A ausência dos pais é sempre justificada pela falta de tempo sendo um dos<br />

principais argumentos utilizados para justificar, atualmente, as deficiências e lacunas<br />

na educação dos filhos. Eles alegam que saem cedo para o trabalho e ficam fora<br />

durante todo o dia.<br />

Dentro deste novo cenário vem às mudanças que vieram rápido demais,<br />

incluindo-se as novas tecnologias, acesso à informação, assimilação da mulher no<br />

mercado de trabalho e estímulo à sociedade de consumo.<br />

É necessário que no contexto escolar se busque compreender, conhecer,<br />

considerar o ambiente onde a criança vive com sua família para compreender o que<br />

ocasiona também a sua dificuldade de aprendizagem focando nas suas<br />

possibilidades de conseguir o sucesso escolar desde que seja uma ação conjunta<br />

envolvendo todos os atores desta situação.<br />

O objetivo geral deste trabalho é estudar a influência de familias<br />

desestruturadas em crianças de ensino fundamental que apresentam dificuldades de<br />

aprendizagem.<br />

E os objetivos específicos são descrever a importância da família na<br />

construção da identidade, e da família na aprendizagem da criança, identificar as


9<br />

dificuldades de aprendizagem em crianças com famílias desestruturadas, construir<br />

uma nova percepção do conceito de família e realizar pesquisa bibliográfica sobre o<br />

assunto.<br />

O primeiro capítulo do trabalho apresenta o referencial teórico sobre as<br />

dificuldades de aprendizagem em crianças que tem família desestruturada.<br />

O segundo capítulo descreve a metodologia utilizada para o desenvolvimento<br />

do trabalho e as discussões dos resultados obtidos a partir dos questionários<br />

aplicados a professores. E o terceiro capítulo enfatiza a relação do tema importância<br />

do planejamento na educação infantil, com as disciplinas e o curso de pedagogia.


10<br />

CAPITULO I<br />

1 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

Diante das situações de desafio que a criança aprende a construir seus<br />

conhecimentos que devem ser desbloqueados dentro das possibilidades tanto da<br />

família, como da escola.<br />

A relação destes dois contextos se interpõe e se conflita na tentativa de se<br />

achar um denominador comum que venha beneficiar o aluno.<br />

Se o aluno for estimulado a desenvolver suas potencialidades, suas<br />

habilidades indo de encontro ao seu sucesso escolar são de grande valia seu<br />

estudo.<br />

A dificuldade de aprendizagem deve apontar estratégias que possam<br />

possibilitar um bom rendimento do aluno partindo de uma investigação junto à<br />

família e também ao seu contexto escolar, desde suas relações com colegas,<br />

professor e das metodologias adotadas dentro das práticas escolares, uma vez que<br />

esta relação não se dá no vazio.<br />

Existe um contexto de nuances variado que vai desde o espaço físico de sala<br />

de aula até o mundo extra-escolar.<br />

A escola precisa buscar não somente os seus interesses, mas que descubra<br />

nas suas características e resistências mecanismos para não culpar a criança pelo<br />

seu fracasso escolar.<br />

1.1 HISTORICO DA FAMILIA<br />

O termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo<br />

doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo<br />

social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e<br />

também escravidão legalizada.


11<br />

No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância - esta<br />

família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural é o<br />

agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família natural tem<br />

por base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes, entre os cônjuges, e<br />

pais e filhos. Se nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que<br />

um vasto leque de pessoas se encontrava sob a autoridade do mesmo chefe, nos<br />

tempos medievais as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais,<br />

formando novas famílias. Dessas novas famílias fazia também parte a descendência<br />

gerada que, assim, tinha duas famílias, a paterna e a materna.<br />

Com a Revolução Francesa surgiram os casamentos laicos no Ocidente e,<br />

com a Revolução Industrial, tornaram-se freqüentes os movimentos migratórios para<br />

cidades maiores, construídas em redor dos complexos industriais. Estas mudanças<br />

demográficas originaram o estreitamento dos laços familiares e as pequenas<br />

famílias, num cenário similar ao que existe hoje em dia. As mulheres saem de casa,<br />

integrando a população ática, e a educação dos filhos é partilhada com as escolas.<br />

Os idosos deixam também de poder contar com o apoio direto dos familiares nos<br />

moldes pré-Revoluções Francesa e Industrial, sendo entregues aos cuidados de<br />

instituições de assistência (cf. MOREIRA, 2001).<br />

Na altura, a família era definida como um “agregado doméstico (…) composto<br />

por pessoas unidas por vínculos de aliança, consangüinidade ou outros laços<br />

sociais, podendo ser restrita ou alargada” (MOREIRA, 2001, p. 22). Nesta definição,<br />

nota-se a ambigüidade motivada pela transição entre o período anterior às<br />

revoluções, representada pelas referências à família alargada, com a tendência<br />

reducionista que começava a instalar-se refletida pelos vínculos de aliança<br />

matrimonial.<br />

Na cultura ocidental, uma família é definida especificamente como um grupo<br />

de pessoas de mesmo sangue, ou unidas legalmente (como no casamento e na<br />

adoção). A família poderia assim se constituir de uma instituição normalizada por<br />

uma série de regulamentos de afiliação e aliança, aceites pelos membros. A família<br />

vem-se transformando através dos tempos, acompanhando as mudanças religiosas,<br />

econômicas e sócio-culturais do contexto em que se encontram inseridas. Esta é um<br />

espaço sócio-cultural que deve ser continuamente renovado e reconstruído; o<br />

conceito de próximo encontra-se realizado mais que em outro espaço social


12<br />

qualquer, e deve ser visto como um espaço político de natureza criativa e<br />

inspiradora.<br />

Assim, a família deverá ser encarada como um todo que integra contextos<br />

mais vastos como a comunidade em que se insere.<br />

Todo indivíduo possui uma família, independente de ser ela a desejável ou<br />

não. A importância da família na vida do ser humano é indizível, vez que é a partir<br />

dela que o 'homem' adquire os seus primeiros conceitos que formarão, ao longo do<br />

tempo, as pilastras de seu caráter, servindo de orientação para os inúmeros<br />

caminhos que a vida imporá durante sua trajetória.<br />

Todavia mudanças ocorreram, muito mais no campo fático que jurídico. O pai,<br />

em especial no Brasil e países do hemisfério sul, deixou de ser o "chefe" absoluto,<br />

regente do núcleo familiar. O número de mães solteiras, separadas, e até de<br />

'criações independentes', agigantam-se quotidianamente.<br />

Algumas mães, diante da impossibilidade em disciplinar e sustentar seu filho,<br />

o abandona em entidades assistências, em educandários anacrônicos, ou os<br />

vendem ou mesmo os entregam à famílias estrangeiras, às vezes, por crerem<br />

piamente de que, com a nova família, terão seus filhos uma chance de vida digna.<br />

Para Osório (1996) a família "é uma unidade grupal onde se desenvolvem três<br />

tipos de relações pessoais – aliança (casal), filiação (pais/filhos) e consangüinidade<br />

(irmãos) – e que a partir dos objetivos genéticos de preservar a espécie, nutrir e<br />

proteger a descendência e fornecer-lhe condições para a aquisição de suas<br />

identidades pessoais, desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de<br />

transmissão de valores éticos, religiosos e culturais".<br />

Para Minuchin (1982) a família "sempre tem passado por mudanças que<br />

correspondem às mudanças da sociedade”, que "assume ou renuncia a funções de<br />

proteção e socialização de seus membros em resposta às necessidades da cultura",<br />

e que as funções da família atendem a dois objetivos: a proteção psicossocial de<br />

seus membros e a acomodação a uma cultura e a transmissão dessa cultura.<br />

Para o autor a família é a matriz do desenvolvimento psicossocial de seus<br />

membros: um sentido de pertencimento e um sentido de ser separado. É a família<br />

que dá a identidade, modelam e programam o seu comportamento da criança.<br />

Para Ackerman (1986) a família é "a unidade básica de crescimento e<br />

experiência, desempenho ou falha. É também a unidade básica de doença e saúde".<br />

Afirma que a família está em constante transformação através dos tempos como


13<br />

produto de um processo evolutivo, e que molda-se às condições de vida que<br />

predominam em um certo tempo e lugar.<br />

1.2 A INSTITUIÇÃO FAMILIAR: COMPLEXIDADE E DESAFIOS<br />

Estudar a família é algo complexo, pois não só envolve valores e atitudes,<br />

como também um modelo normativo construído por cada indivíduo. Este modelo<br />

elaborado pelo homem é histórico e preso às perspectivas diferentes das classes<br />

sociais.<br />

A família recebe a influência do tempo presente, sendo marcada pelas<br />

transformações sociais, econômicas e políticas. É na convivência familiar que<br />

valores, atitudes e concepções são forjadas. Atualmente, há diversos modelos de<br />

núcleos familiares presentes no cotidiano escolar, com algumas mudanças sociais,<br />

como o aumento do número de pais e mães solteiros e/ou separados, casais<br />

morando sob o mesmo teto sem a oficialização do casamento, adoções individuais e<br />

famílias homossexuais, com reflexos na estrutura e no modelo de família até então<br />

considerado na sociedade como “normal”.<br />

Como os papéis, as funções estão igualmente implícitas nas famílias . As<br />

famílias como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou<br />

renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, como<br />

resposta às necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as<br />

funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno,<br />

como a proteção psicossocial dos membros, e o outro de nível externo,<br />

como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. A família deve então,<br />

responder às mudanças externas e internas de modo a atender às novas<br />

circunstâncias sem, no entanto, perder a continuidade, proporcionando<br />

sempre um esquema de referência para os seus membros. (MINUCHIN,<br />

1990).<br />

Existe conseqüentemente, uma dupla responsabilidade, isto é, a de dar<br />

resposta às necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade (STANHOPE,<br />

1999).<br />

DUVALL e MILLER (apud STANHOPE, 1999) identificaram como funções<br />

familiares, as seguintes: “geradora de afetto”, entre os membros da família;<br />

“proporcionadora de segurança e aceitação pessoal”, promovendo um


14<br />

desenvolvimento pessoal natural; “proporcionadora de satisfação e sentimento de<br />

utilidade”, através das actividades que satisfazem os membros da família;<br />

“asseguradora da continuidade das relações”, proporcionando relações duradouras<br />

entre os familiares; “proporcionadora de estabilidade e socialização”, assegurando a<br />

continuidade da cultura da sociedade correspondente; “impositora da autoridade e<br />

do sentimento do que é correto”, relacionado com a aprendizagem das regras e<br />

normas, direitos e obrigações características das sociedades humanas.<br />

Para além destas funções, STANHOPE (1999) acrescenta ainda uma função<br />

relativa à saúde, na medida, em que a família protege a saúde dos seus membros,<br />

dando apoio e resposta às necessidades básicas em situações de doença. “A<br />

família, como uma unidade, desenvolve um sistema de valores, crenças e atitudes<br />

face à saúde e doença que são expressas e demonstradas através dos<br />

comportamentos de saúde-doença dos seus membros (estado de saúde da família)”<br />

(p. 503).<br />

Para SERRA (1999), a família tem como função primordial a de protecção,<br />

tendo sobretudo, potencialidades para dar apoio emocional para a resolução de<br />

problemas e conflitos, podendo formar uma barreira defensiva contra agressões<br />

externas. FALLON [et al.] (apud SERRA) reforça ainda que, a família ajuda a manter<br />

a saúde física e mental do indivíduo, por constituir o maior recurso natural para lidar<br />

com situações potenciadoras de stress associadas à vida na comunidade.<br />

Relativamente à criança, a necessidade mais básica da mesma, remete-se para a<br />

figura materna, que a alimenta, protege e ensina, assim como cria um apego<br />

individual seguro, contribuindo para um bom desenvolvimento da família e<br />

conseqüentemente para um bom desenvolvimento da criança.<br />

A família é então, para a criança, um grupo significativo de pessoas, de apoio,<br />

como os pais, os pais adotivos, os tutores, os irmãos, entre outros. Assim, a criança<br />

assume um lugar relevante na unidade familiar, onde se sente segura. A nível do<br />

processo de socialização a família assume, igualmente, um papel muito importante,<br />

já que é ela que modela e programa o comportamento e o sentido de identidade da<br />

criança. Ao crescerem juntas, família e criança, promovem a acomodação da família<br />

às necessidades da criança, delimitando áreas de autonomia, que a criança<br />

experiência como separação.<br />

A família tem também, um papel essencial para com a criança, que é o da<br />

afetividade. Deste modo, “(...) a família constitui o primeiro, o mais fundante e o mais


15<br />

importante grupo social de toda a pessoa, bem como o seu quadro de referência,<br />

estabelecido através das relações e identificações que a criança criou durante o<br />

desenvolvimento” (VARA, 1996, p. 8)."<br />

1.3 ESTRUTURA FAMILIAR<br />

Sobre a família contemporânea, observa-se que ela está mudando seus<br />

padrões em um rítmo muito rápido, que "está se acomodando de forma notável à<br />

crise social que é a marca de nosso período na história".<br />

A família tem duas funções: assegurar a sobrevivência física e construir a<br />

humanidade essencial do homem, e que os objetivos sociais atendidos pela família<br />

são:<br />

1. O fornecimento de alimento, abrigo e outras necessidades materiais que<br />

sustentam a vida e protegem contra perigos externos, uma função melhor<br />

desempenhada sob condições de unidade e cooperação social;<br />

2. O fornecimento de uma união social que é a matriz para a ligação afetiva<br />

das relações familiares;<br />

3. A oportunidade de desenvolver uma identidade pessoal, ligada à identidade<br />

familiar, essa união de identidade proporcionando a integridade física e a força para<br />

enfrentar novas experiências;<br />

4. A padronização dos papéis sexuais, que preparam o caminho para a<br />

maturidade e desempenho sexual;<br />

5 A educação dirigida à integração nos papéis sociais e à aceitação de<br />

responsabilidade social, e,<br />

6. O desenvolvimento da aprendizagem e o apoio à criatividade e iniciativa do<br />

indivíduo.<br />

O que entende-se por estrutura familiar é que ela compõe-se de um conjunto<br />

de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma<br />

interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A família pode<br />

então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal que consiste num homem, numa<br />

mulher e nos seus filhos, biológicos ou adaptados, habitando num ambiente familiar<br />

comum.


16<br />

Por estrutura entende-se, "uma forma de organização ou disposição de um<br />

número de componentes que se inter-relacionam de maneira específica e<br />

recorrente" (WHALEY e WONG, 1989, p. 21).<br />

1.4 DESESTRUTRURA FAMILIAR<br />

O crescente número de relações pouco duradouras tem gerado uma<br />

conseqüência drástica no que diz respeito à estrutura da família. Atualmente poucas<br />

são as famílias onde se encontra pai, mãe e filhos vivendo em harmonia sob o<br />

mesmo teto, o que gera certa desestrutura.<br />

No entanto, alguns especialistas afirmam que este termo deve ser revisto.<br />

Desestrutura familiar, por exemplo, não quer dizer, necessariamente, ausência de<br />

pai ou de mãe; ou modelo familiar alternativo. A desestrutura tem a ver com as<br />

condições mínimas de afeto e convivência dentro da família, o que pode ocorrer em<br />

qualquer modelo familiar.<br />

O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) em 1990 surgiu com a<br />

finalidade de garantir proteção integral à criança e ao adolescente. É um documento<br />

importante pois a partir dele a criança passou a ser preocupação principal da<br />

sociedade. Em 2006, foi criado o Plano Nacional de Convivência Familiar e<br />

Comunitária, em conjunto com os conselhos nacionais da Assistência Social e dos<br />

Direitos da Criança e do Adolescente. O Plano aposta que a família, mesmo quando<br />

vivenciando limitações e dificuldades sociais, tem condições e potencialidade para<br />

cuidar de seus filhos. Também prevê a recuperação do ambiente familiar e medidas<br />

que busquem prevenir que crianças e adolescentes passem a viver nas ruas e fora<br />

da escola.<br />

Vários foram os fatores que ao longo da história abalaram e até os dias atuais<br />

continuam abalando as estruturas familiares. Desde mudanças climáticas, guerras,<br />

transição de governos, recessões, separações, disputas por terras e heranças,<br />

mortes, álcool, drogas, doenças, miséria, religião, modismos e até mesmo<br />

disparidades culturais entre cônjuges causaram e ainda causam, de alguma forma,<br />

impacto negativo na estrutura das famílias; de modo que não há como proteger<br />

cabalmente qualquer grupo familiar, nem eximi-lo de sofrer ataques do que quer que<br />

seja.


17<br />

Por alguns instantes, chega-se a pensar que a família estaria entrando em<br />

extinção. Na verdade, a família está sofrendo um processo de metamorfose e em<br />

algum momento se estabilizará em seus novos e variados formatos.<br />

Enquanto isso as crianças com dificuldades de aprendizagem enquanto<br />

estatísticas apontam a desestrutura familiar como principal causa do fracasso<br />

escolar.<br />

Imersa em um contexto repleto de mudanças econômicas, políticas e,<br />

sobretudo, sociais, a escola se depara com uma instituição familiar estruturada de<br />

maneira diferente da de anos anteriores. Esta situação desencadeia conflitos entre<br />

estas duas instituições sociais.<br />

Percebe-se que as interações sociais entre estas duas entidades, escola e<br />

família, não estão conectadas satisfatoriamente do ponto de vista dos professores,<br />

necessitando, portanto, de uma reflexão maior, para que se estabeleçam vínculos<br />

mais produtivos para todos os envolvidos.<br />

Entende-se explicitamente que a família não dá apoio aos filhos e não se<br />

envolve com suas atividades escolares, causando, assim, um obstáculo para o<br />

trabalho do professor.<br />

Este problema acentua-se mais nas famílias que têm uma situação<br />

socioeconômica mais distante da cultura escolar, pois os pais não dispõem da<br />

linguagem e dos costumes da instituição, não tendo também a mesma concepção<br />

das classes mais favorecidas a respeito da escola. Verifica-se, assim, que a escola<br />

contribui para reproduzir a hierarquia das posições sociais. E que não só a causa<br />

das dificuldades de aprendizagem advém principalmente da questão familiar, mas<br />

também que a solução delas se centrou ao redor do núcleo familiar deste educando.<br />

Segundo esta autora, todo grupo familiar tem um modo particular de relacionar-se,<br />

desencadeando “uma „cultura‟ familiar própria, com seus códigos, com uma sintaxe<br />

própria para comunicar-se e interpretar comunicações, com suas regras, ritos e<br />

jogos”. (SZYMANSKI, 2005, p.25).<br />

A família, no aspecto mais fraternal, consiste na relação amo<strong>rosa</strong> entre pais e<br />

filhos. Onde pai e mãe somam esforços para a educação e o bem estar do filho,<br />

isolando divergências e multiplicando gestos fraternais. Não há deveres e direitos<br />

dogmáticos que não o do respeito recíproco e a própria afetividade, inerente a esta<br />

célula familiar. O que porém, não se contrapõe ao dogmatismo jurídico acima, mas<br />

sim, a seu modo, molda-se àquele.


18<br />

Entretanto, a família que serviu de espelho para os civilista de 1916 não<br />

existe mais. Tratava-se pois, de um organismo familiar tradicional, patriarcal, regido<br />

por um chefe, o homem da casa é quem dizia o que podia e não podia ser feito.<br />

Onde a mulher era submissa e os filhos rigo<strong>rosa</strong>mente obedientes ao seu pai.<br />

A família atual, contudo, divorciou-se do sistema patriarcal. Os pais possuem<br />

direitos e deveres iguais para com seus filhos. No entanto, não exercem mais o<br />

controle sócio-cultural e ético-religioso dos filhos, o mercado, a mídia, os 'games', a<br />

informática,... assumiram grande parcela da educação das crianças e adolescentes,<br />

que não estão mais atentos aos pais, mas sim ao programa de televisão, à moda,<br />

aos vícios tidos como demonstradores de maturidade.<br />

A família está se dissolvendo gradualmente. Pais estão se separando por<br />

questões múltiplas: financeira, divergências pessoais, traição, conflito entre os<br />

parentes, e inclusive devido aos filhos. Os filhos não respeitam mais os pais, não<br />

correspondem mais na escola, valorizam mais o ensinamento apresentado entre os<br />

amigos que ao dos pais, quando estes se portam a isto. A formação de gang's e a<br />

dependência de vícios fortalecem a marginalização, a troca do lar pela rua.<br />

Como conseqüência, o relacionamento com a família destes educandos gera<br />

a sensação de “diferença”, de “ausência”, de “inadequação” e de “desinteresse”.<br />

Percebeu-se nos relatos que a representação elaborada por este grupo sobre a<br />

família ideal não condiz com a família concreta, com a família real de seu aluno.<br />

1.5 A IMPORTANCIA DA FAMILIA<br />

A família, que é uma das instituições mais antigas da sociedade, tem em seu<br />

contexto fatores relevantes dirigidos a cada membro deste grupo. Os pais exercem<br />

grande papel dentro da família, pois é através deles que a criança dá inicio a seu<br />

contato social em nossa cultura. É na família que a criança forma sua primeira<br />

ligações afetivas e encontra seus modelos. Porém, mesmo com todas as mudanças,<br />

a família não perdeu seu papel representativo para a manutenção da espécie<br />

humana. No âmbito da família moderna e contemporânea passou-se, através da<br />

história, cada vez mais se admitir que a criança não estava madura para a vida, e<br />

que é preciso submetê-la a um regime especial, o que chamamos hoje de educação,


19<br />

como condição para que se integre ao mundo adulto, com isso a família retirou da<br />

vida comum não apenas as crianças, mas uma grande parte do tempo e da<br />

preocupação dos adultos, isso corresponde a uma necessidade de intimidade, e<br />

também de identidade, cujos membros da família unem-se pelos afetos, costumes e<br />

gêneros de vida. A concretização familiar como grupo social se dá a partir do<br />

surgimento de novas gerações, onde são depositadas imagens da criança mesmo<br />

antes do nascer, coisas como, expectativas, desejos e idealizações para a<br />

continuação cultural.<br />

A família depende, em grande parte, de sua organização social, política e<br />

econômica para exercer suas funções, sendo esta a instituição responsável pela<br />

integração da criança no mundo adulto. Para tanto, deve promover a socialização<br />

infantil, na qual a criança aprende a desenvolver seus valores e a canalizar seus<br />

afetos, avaliando e selecionando suas relações.<br />

É no grupo familiar que se inaugura no desenvolvimento psicológico e o<br />

sentimento de aceitação social, sendo nesse âmbito que a criança tem suas<br />

primeiras e mais importantes relações. Tais relações preparam não só o<br />

relacionamento com outras pessoas, mas também a evolução de sua personalidade,<br />

o que realmente torna-se necessário para todas as crianças. É a família que, em<br />

nossa cultura, dá a criança o suporte para enfrentar dificuldades, o que torna<br />

necessário seu entendimento e a aceitação para trabalhar essa possível dificuldade.<br />

Todos os pais sonham com o futuro de seus filhos, criam expectativas, idealizam e<br />

fazem projetos em cima de suas fantasias.<br />

Então, ao deparar-se com algo que foge a realização desses projetos, tende<br />

ver frustradas suas expectativas. A partir disso, a família presencia fatos que se<br />

opõem ao conceito tradicional de família, passando, por vezes, momentos de<br />

discórdia e de confusão. Os membros individuais de uma família raramente<br />

experimentam-se como parte integrante da mesma. Em geral, o ser humano<br />

considera-se como unidade o indivíduo, ou seja, um todo interagindo com outras<br />

unidades que influencia e é influenciado. No entanto, tais indivíduos são suscetíveis<br />

às mudança que provem de sua própria dinâmica familiar. Essas mudanças<br />

parecem ser comuns ao longo do tempo, no entanto, nesse momento ao falar de<br />

mudança leva à idéia de algo inesperado que permeia a família, ou seja, conflitos<br />

sociais e emocionais em um de seus membros, o que pode tornar-se um evento<br />

desequilibrante dentro do contexto familiar.


20<br />

A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a<br />

escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos<br />

pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas<br />

são as nossas crianças pequenas. (Carraro, 2006)<br />

Em seu lar a criança experimenta o primeiro contato social de sua vida,<br />

convivendo com sua família e os entes queridos. As pessoas que cuidam das<br />

crianças, em suas casas, naturalmente possuem laços afetivos e obrigações<br />

específicas, bem como diversas das obrigações dos educadores nas escolas.<br />

Porém, esses dois aspectos se complementam na formação do caráter e na<br />

educação de nossas crianças.<br />

A participação dos pais na educação dos filhos deve ser constante e<br />

consciente. A vida familiar e escolar se completa.<br />

Torna-se necessária a parceria de todos para o bem-estar do educando.<br />

Cuidar e educar envolve estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e,<br />

principalmente, amor de todos os responsáveis pelo processo, que é dinâmico e<br />

está sempre em evolução.<br />

Os pais e educadores não podem perder de vista que, apesar das<br />

transformações pelas quais passa a família, esta continua sendo a primeira fonte de<br />

influência no comportamento, nas emoções e na ética da criança.<br />

É fato que família e escola representam pontos de apoio e sustentação ao ser<br />

humano e marcam a sua existência. A parceria família e escola precisa ser cada vez<br />

maior, pois quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos serão os<br />

resultados na formação do sujeito.<br />

A parceria com a família e os demais profissionais que se relacionam de<br />

forma direta ou indireta com a criança é que vai ser o diferencial na formação desse<br />

educando.<br />

A vida nessa instituição deve funcionar com base na tríade pais – educadores<br />

– crianças, como destaca Bonomi (1998). O bom relacionamento entre esses três<br />

personagens, (dois dos quais são protagonistas na escola – educadores e crianças)<br />

é fundamental durante o processo de inserção da criança na vida escolar, além de<br />

representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma pedagogia voltada para a<br />

infância.<br />

A fundamentação para a relação educação/escola/família como um dever da<br />

última para com o processo de escolarização e importância de sua presença no


21<br />

contexto escolar é publicamente amparada pela legislação nacional e diretrizes do<br />

MEC, aprovadas no decorrer dos anos 90.<br />

Pode-se citar: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos<br />

artigos 4º e 55; Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1º, 2º,<br />

6º e 12; Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2007), que define<br />

como uma de suas diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras formas<br />

de participação da comunidade escolar (composta também pela família) e local na<br />

melhoria do funcionamento das instituições de educação e no enriquecimento das<br />

oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos. Citamos ainda, a Política<br />

Nacional de Educação Especial, que tem como uma de suas diretrizes gerais: adotar<br />

mecanismos que oportunizem a participação efetiva da família no desenvolvimento<br />

global do aluno.<br />

O primeiro grupo de pessoas com quem a criança, ao nascer, tem contato é a<br />

família. É interessante que logo a criança já demonstra suas preferências, seus<br />

gostos e suas diferenças individuais. Também a família tem seus hábitos, suas<br />

regras, enfim, seu modo de viver. É desse modo que a criança começará a aprender<br />

a agir, a se comportar, a demonstrar seus interesses e tentará se comunicar com<br />

esta família.<br />

Está aí, neste círculo de pessoas que rodeiam a criança, a fonte original da<br />

identidade da criança.<br />

Desde cedo, os pais precisam transmitir à criança os seus valores, como,<br />

ética, cidadania, solidariedade, respeito ao próximo, auto-estima, respeito ao meio<br />

ambiente, enfim, pensamentos que leve essa criança a ser um adulto flexível, que<br />

saiba resolver problemas, que esteja aberto ao diálogo, às mudanças, às novas<br />

tecnologias.<br />

A criança já aprende desde pequena o que a mãe não gosta, o que é<br />

perigoso, o que pode e o que não pode fazer. Percebe-se, então, a importância da<br />

orientação dos pais.<br />

À família cabe entender que a criança precisa de liberdade, mas por si só não<br />

tem condições de avaliar o que é melhor ou pior para ela mesma. A família é o<br />

suporte que toda criança precisa e, infelizmente, nem todas têm. É o sustentáculo<br />

que vai ajudar a criança a desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o<br />

sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética,


22<br />

estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança<br />

na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;<br />

1.6 ESCOLA<br />

Escola é uma instituição publica ou privada que tem como função ensinar a<br />

vários indivíduos lições de como conviver em sociedade e também de instrui-los<br />

através de matérias para que possam ter entendimento e conhecimento pra entrar<br />

para o mercado de trabalho.<br />

Toda a identificação do potencial de aprendizagem pressupõe a sua<br />

ocorrência na escola. A identificação não é um diagnóstico. Trata-se de um processo<br />

de despistagem e de rastreio visando uma intervenção pedagógica compensatória.<br />

Na identificação, o importante é a utilidade da informação e a sua eficácia<br />

pedagógica e numa qualquer estigmatização ou rotulação sutis. Quando os<br />

problemas forem identificados precocemente pelo professor, os problemas<br />

educacionais podem ser facilmente solucionados.<br />

O papel da escola no desenvolvimento infantil ampliou-se e é através da<br />

observação constante do escolar que ela trava uma relação de ajuda mais<br />

ampla, orientando e verificando os aspectos intelectuais, emocionais, físicos<br />

e mentais da criança. (COELHO, 1998, p.210 ).<br />

Esta finalidade da identificação precoce é evitar as conseqüências do<br />

insucesso escolar, devendo-se levar em conta os seguintes aspectos:<br />

1. Compreensão auditiva.<br />

Compreensão do significado das palavras discriminação de pares de<br />

palavras, discriminação de frases absurdas, compreensão de histórias lidas,<br />

compreensão dos diálogos realizados dentro da classe, memória de curto prazo<br />

(palavras e frases), retenção da informação e execução de instrumentos verbais.<br />

2. Fala.<br />

Vocabulário, organização gramatical, formulação de idéias, contar histórias,<br />

relatar fatos, experiências e acontecimentos, descrição de figuras e ilustrações,<br />

explicação e fundamentação de opiniões, qualidade de voz e de entonação,<br />

reproduções de canções e rimas, etc.


23<br />

3. Percepção visual<br />

Discriminação, identificação, memória, coordenação visomotora, relação<br />

figura fundo, constância da forma, posição e relação de espaço, etc.<br />

4. Orientação<br />

Orientação espacial, apreciação das relações, lateralidade em si e nos<br />

outros, direcionalidade, ritmo, apreciação do tempo.<br />

5. Psicomotricidade.<br />

Equilíbrio, imagem do corpo, imitação de gestos, desenho do corpo,<br />

agilidade, motricidade fina, manipulação de objetos, etc.<br />

6. Criatividade<br />

Espontaneidade, curiosidade, exploração, dramatização, modelação,pintura<br />

de desenho, invenção, imaginação, grafismo, etc.<br />

7. Comportamento social<br />

Cooperação com outras crianças e com adultos, atenção, organização,<br />

outosuficiência, atividade lúdica, responsabilidade, cumprimento de tarefas, etc.<br />

A identificação precoce não pode ser vista como uma medida sofisticada ou<br />

supérflua. Em termos de objetivos sociais a identificação precoce pode salvar tempo<br />

e dinheiro e, por isso, em si constitui uma medida de intervenção mais econômica e<br />

mais socializadora. Quanto mais precocemente se intervir, mais processos de<br />

compensação adaptativa se operam, como atestam os estudos de psicologia do<br />

desenvolvimento. Quanto mais cedo for a intervenção, maior e mais fácil será a<br />

apropriação das aquisições motoras, lingüísticas e cognitivas, visto obedecerem com<br />

maior precisão, à hierarquia do desenvolvimento humano.<br />

A prevenção de dificuldades de aprendizagem é possível e necessária.<br />

Prevenindo problemas e despesas futuras, eliminando as condições desfavoráveis<br />

que podem agravar o potencial de aprendizagem e de desenvolvimento da criança.<br />

O sistema de ensino não pode continuar pelo sucesso escolar das crianças ou<br />

esperar por condutas desviantes ou incontroláveis.<br />

A identificação precoce não é uma dessas condutas, mas desde que seja<br />

bem aplicada, é óbvio que ela minimiza efeitos secundários que podem refletir quer<br />

socialmente quer educacionalmente.


24<br />

1.7 PAPEL DA ESCOLA<br />

É papel da escola formar cidadãos, dar ao alunos os ensinamentos de que<br />

eles necessitam para viver e trabalhar neste mundo de evolução, bem como orientálos<br />

para a vida.<br />

O pouco contato com os pais durante o dia-a-dia faz com que a<br />

responsabilidade do ensino básico da criança fique delegada à escola. Se, antes, a<br />

escola desempenhava a ação de educadora profissional, hoje, muitas vezes,<br />

desenvolve também o papel de primeira formadora da consciência cidadã dos<br />

jovens.<br />

Quando a família não dispõe de tempo ou condições para dar a base afetiva e<br />

educadora à criança, além de iniciar a vida escolar de forma bastante fragilizada, ela<br />

pode desenvolver carências que vão além do âmbito escolar. A psicopedagoga<br />

Clélia Estil, diretora da Associação Nacional de Dislexia (AND), afirma que a falta de<br />

base familiar traz diversos efeitos negativos para a formação dos filhos. "Crianças<br />

sem base afetiva estável carregam consigo medos e incertezas sobre suas<br />

possibilidades de aprender, que se manifestam como vínculos negativos com a<br />

aprendizagem".<br />

A escola é considerada a extensão da família e, trabalhando juntas, as duas<br />

instituições desempenham o papel de educadores. Muitas vezes, não é<br />

simplesmente a educação apenas que leva a criança a ter solidez e confiança<br />

naquilo que faz. Amor e atenção também são importantes. A especialista em<br />

psicopedagogia Sônia Küster considera a escola um espaço onde a criança pode<br />

ampliar suas relações sociais e diz que as atividades que envolvem a participação<br />

dos pais lá desenvolvidas geralmente têm boa repercussão no contexto educacional.<br />

A omissão familiar faz parte da realidade mundial e, de acordo com Sônia,<br />

essa carência pode ser suprida com um bom clima relacional que depende muito<br />

mais da qualidade das relações do que do tempo que os pais e os filhos passam<br />

juntos. "Podemos nos fazer presentes por meio de telefonemas no meio da tarde, de<br />

bilhetes deixados em lugares estratégicos e de tarefas colaborativas para a dinâmica<br />

familiar".


25<br />

1.8 AFETIVIDADE<br />

Os educadores e a família das crianças, devem contribuir na formação da<br />

personalidade e da construção do conhecimento da mesma.<br />

A questão da afetividade tem sido bastante discutida por<br />

professores, pais e educadores em que é percebida a importância da afetividade no<br />

processo de ensino e aprendizagem. Mas o que é afetividade? Afetividade significa:<br />

Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções,<br />

sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de<br />

satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.<br />

Uma educação entre professores e alunos que não aborde a emoção na sala<br />

de aula como a afetividade traz prejuízos para a ação pedagógica, pois podem<br />

atingir não só o professor, mas também o aluno. E se o professor não souber lidar<br />

com crises emocionais isso poderá provocar desgastes físico e psicológico.<br />

Para fazermos essa relação da afetividade com o processo de ensino e<br />

aprendizagem, vamos falar sobre o desenvolvimento da criança através da interação<br />

infantil, pois o professor competente poderá organizar uma ação adequada para as<br />

reais necessidades dos seus alunos.<br />

A aprendizagem da criança através da afetividade, tanto na família quanto na<br />

escola, ocorre do real para o mental. Tudo o que a criança vê, ela processa e<br />

mentaliza.<br />

O desenvolvimento da inteligência, em grande parte, é função do meio social.<br />

Para que ele possa transportar o nível da experiência ou da aprendizagem imediata<br />

e concreta, tornam-se necessários os instrumentos de origem social, como a<br />

linguagem e os diferentes sistemas de símbolos surgido desse meio.<br />

A desestruturação familiar também abalará o comportamento infantil, e<br />

também a maneira que essa criança receberá o conhecimento. Pois a maior<br />

preocupação não é como a criança se socializa, mas como a sociedade socializa a<br />

criança.<br />

O potencial da criança torna-se criativo e expressivo quando ela é educada<br />

com afetividade, através da educação familiar ela vive um mundo de verdades, pois<br />

os pais lhe auxiliam também na construção do conhecimento.


26<br />

A criança apropia-se dos bens culturais e, provavelmente, ingressa como<br />

elemento do seu meio social.<br />

Na nossa sociedade familiar as crianças possuem: Habilidades específicas,<br />

pois a capacidade de aprendizagem é limitada, ou seja, aprendem algumas coisas e<br />

outras não, geralmente tem pouca oportunidade de participação no cotidiano.<br />

Através dessa exclusão social, a criança reflete a sua emoção na sala de aula, seja<br />

ela alegria, cólera ou medo.<br />

Assim o diálogo dos pais com as crianças muitas vezes depende do diálogo<br />

do adulto com o seu passado, na sua infância, mas é muito importante saber ouvir<br />

os filhos. Pois a criança sabe que poderá contar tudo aos pais sente-se mais forte,<br />

participativa e confiante. Depois eles não devem deixar de ouvir o que ela que<br />

contar. é a maneira de estar presente mesmo estando ausente".<br />

Visto que as funções da família são: oferecer cuidados e proteção às<br />

crianças; dar suporte à evolução da criança; contribuir para a socialização dos filhos<br />

em relação aos valores socialmente constituídos; controlá-las e ajudá-las no<br />

processo de escolarização e de instrução progressiva em outro âmbito e instruções<br />

sociais; dar suporte para as crianças serem pessoas emocionalmente equilibradas,<br />

capazes de estabelecer vínculos afetivos satisfatórios e respeitosos com os outros.<br />

O trabalho para o desenvolvimento escolar das crianças deve ser conjunto, a<br />

família tem a responsabilidade pela formação moral, e a escola de transmitir o<br />

conhecimento necessário da aprendizagem de certos conteúdos essenciais como:<br />

leitura, escrita etc., fazendo com que desperte aluno crítico, interessado e<br />

participativo dentro da sociedade.<br />

Colocar a família em primeiro lugar não é uma proposição ética tão óbvia,<br />

trivial, nem tão aceita por aí. Basta entrar na internet e você encontrará<br />

milhares de artigos que lhe dirão para colocar em primeiro lugar os outros -<br />

a sociedade, os amigos, o dever, o trabalho, o cliente, raramente a<br />

família.(STEPHEN KANITZ, Revista Veja edição 1739, ano 35, nº. 7, 20 de<br />

fevereiro de 2002, página 26.)<br />

1.9 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM<br />

Os problemas de aprendizagem que podem aparecer tanto no início como


27<br />

durante o período escolar surgem em situações diferentes para cada aluno, e isto<br />

implica num amplo trabalho do professor junto à família da criança, para que se faça<br />

uma análise das situações e levantar hipóteses, para descobrir o que impede o<br />

aluno aprender. Por isso é necessário que se compreenda que dificuldade de<br />

aprendizagem é o termo utilizado para designar desordens na aprendizagem de uma<br />

forma bastante ampla, e são conseqüências de fatores que não apenas causas<br />

orgânicas. Um aluno que apresenta dificuldade poderá necessitar de um<br />

acompanhamento psicológico e ou atendimento pedagógico distinto.<br />

(...) problemas neurológicos que afetam a capacidade do cérebro para<br />

entender, recordar ou comunicar informações. Consideradas raras no<br />

passado, as dificuldades de aprendizagem supostamente afetam, hoje em<br />

dia pelo menos 5% da população ou mais de 12 milhões de americanos.<br />

Muitas autoridades pensam que o número de indivíduos afetados é, na<br />

verdade, muito maior, e os especialistas concordam que muitas crianças<br />

não estão indo bem quanto poderiam na escola em virtude de deficiências<br />

que não foram identificadas. Ano após ano, muitos desses jovens são<br />

erroneamente classificados como tendo baixa inteligência, insolência ou<br />

preguiça. Eles são constantemente isolados, por adultos ansiosos e<br />

preocupados com seu desempenho acadêmico, a corrigirem-se ou<br />

enforcarem-se. Quando as táticas comuns de recompensa e de punição<br />

fracassam, pais e professores tornam-se frustrados, mas ninguém sente<br />

maior frustração que os próprios estudantes. (SMITH, 2001,p.14).<br />

Uma criança portadora de dificuldade de aprendizagem deve ser<br />

encaminhada para este tipo de atendimento e para que não haja erro deve-se ter<br />

muita cautela ao identificá-la, pois as conseqüências de uma rotulação e de um<br />

encaminhamento indevido são lastimáveis. Para isso é preciso observar e analisar<br />

profundamente vários fatores, entre eles: maturidade, prontidão, inteligência geral,<br />

defeitos sensoriais, prejuízos motores, problemas emocionais e problemas<br />

pedagógicos.<br />

Embora as dificuldades de aprendizagem tenham-se tornado o foco de<br />

pesquisa mais intensa nos últimos anos, elas ainda são pouco entendidas<br />

pelo público em geral. As informações sobre dificuldades de aprendizagem<br />

têm tido uma penetração tão lenta que os enganos são abundantes até<br />

mesmo entre professor e outros profissionais da educação. (...) o termo<br />

dificuldade de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma<br />

ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do<br />

desenvolvimento acadêmico. (SMITH, 2001, p.14 )<br />

As dificuldades de aprendizagem podem ter várias causas: os problemas<br />

psicológicos que são complicados por seus ambientes familiar e escolar, o


28<br />

funcionamento cerebral que é prejudicado por inúmeros fatores voluntários ou não<br />

(desnutrição, rejeição, hereditariedade, influências ambientais, acidentes, etc.).<br />

Na maioria das vezes, o verdadeiro fator incapacitante para muitas pessoas<br />

não são suas dificuldades de aprendizagem e sim a percepção que os outros têm<br />

delas. Inconscientemente, o amor, o carinho e a preocupação por aqueles que estão<br />

próximo, que parecem vulneráveis, podem facilmente se tornar braços que, ao<br />

abraçá-los, inconscientemente sufocam suas vidas e suas oportunidades. Afinal,<br />

eles dependem de alguem para fortalecê-los e capacitá-lo, para que possa tirar o<br />

maior proveito possível de suas vidas. O problema é que se condiciona a ver<br />

primeiro a deficiência e depois a capacidade. Muitas vezes, le-se rótulos médicos<br />

antes de realmente conhecer as pessoas em si, e de alguma forma presumindo de<br />

antemão saber o que é melhor para elas, sem nunca considerar os seus próprios<br />

desejos e suas próprias escolhas. Pensar que ser “especial” é ser melhor, mas isso<br />

não pode estar muito distante da verdade. (JUPP,1998, p15 ).<br />

Muitas crianças com dificuldades de aprendizagem lutam com<br />

comportamentos que ampliam ainda mais as mesmas. A mais saliente é a<br />

hiperatividade, há também outros comportamentos problemáticos que:<br />

Dificuldades para seguir instruções: A criança pede ajuda inúmeras vezes,<br />

mesmo nas tarefas mais simples.<br />

Imaturidade com a conversação: A criança age como se fosse mais jovem<br />

que sua idade cronológica e pode preferir brincar com crianças menores.<br />

Dificuldade com a conversação: A criança tem dificuldade em encontra a<br />

palavra certa.<br />

Inflexibilidade: A criança teima em continuar fazendo as coisas a sua<br />

maneira, mesmo não dando certo.<br />

Fraco planejamento e habilidade organizacionais: A criança não parece ter<br />

qualquer sensação de tempo e organização em suas atividades.<br />

Distração: A criança frequentemente perde a lição, as roupas e outros<br />

objetos.<br />

Falta de destreza: A criança parece desajeitada e sem coordenação.<br />

Falta de controle dos impulsos: A criança toca tudo que prende seu<br />

interesse, verbaliza suas observações, seu pensar, tem dificuldade para<br />

esperar sua vez de falar.


29<br />

Esses comportamentos surgem a partir das mesmas condições<br />

neurológicas que causam problemas de aprendizagem. Infelizmente,<br />

quando eles não são compreendidos como tais, só ajudam os pais e<br />

professores de que a criança não está fazendo esforço para cooperar ou<br />

não prestam a devida atenção. (SMITH, 2001, p.16 )<br />

Muitas crianças com dificuldade de aprendizagem desenvolvem emocionais.<br />

Começam a questionar sua própria inteligência, acham que não são capazes,<br />

tendem a viver isolados, tem a auto-estima baixa, a frustração e a insegurança<br />

podem acompanhá-las até a idade adulta.<br />

Por isso é muito importante que pais e professores aprendam a lidar com esta<br />

situação. Sua tarefa mais vital é lembrar a criança que ela é esplendida e capaz na<br />

maior parte do tempo. As crianças que sabem de sua capacidade na maior parte das<br />

coisas e que são completamente amadas não deixam que essas deficiências as<br />

perturbem por muito tempo.<br />

1.10 FAMILIA X ESCOLA<br />

É dever da família educar seu filhos. Mas na escola o corpo docente assume<br />

essa responsabilidade, sendo que a mesma ocupa um espaço importantíssimo na<br />

vida do ser humano.<br />

A escola precisa compreender a realidade que se processa além de sua<br />

fronteira. A sociedade atual traz consigo exigências cada vez maiores, promovendo<br />

situações conflituosas freqüentes. O rendimento escolar encontra-se prejudicado<br />

quando fatores emocionais interferem no estado psicológico da criança. A falta de<br />

amor, de carinho, de trato adequado, ou a presença de frustrações, separações,<br />

abandono de lar, doenças são considerados influências negativas e exercer<br />

limitações e bloqueios na aprendizagem.<br />

Cabe à escola tentar suprir as necessidades afetivas das crianças com o<br />

objetivo de minimizar conflitos gerados em decorrência do desequilíbrio oriundo da<br />

família.<br />

Na escola o professor deve estar sempre atento às etapas do<br />

desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de facilitador da aprendizagem<br />

e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto.


30<br />

É de suma importância, portanto, que o professor conheça o processo da<br />

aprendizagem e esteja interessado nas crianças como seres humanos em<br />

desenvolvimento. Ele precisa saber o que seus alunos são fora da escola e como<br />

são suas famílias.<br />

Quando um educador respeita a dignidade do aluno e trata-o com<br />

compreensão ajuda construtiva, ele desenvolve na criança a capacidade de procurar<br />

dentro de se mesma a resposta para seus problemas, tornando-a responsável e,<br />

conseqüentemente, agente de seu próprio processo de aprendizagem.<br />

A função educativa da família não representa, por conseguinte, apenas um<br />

dever e um direito da mesma. É também resultado vivo e espontâneo de sua própria<br />

natureza psicológica e social.<br />

Desde tempo muito remoto a influência da família sempre foi considerada<br />

como um elemento fundamental no desenvolvimento do caráter do<br />

indivíduo. “Carl Jung dizia que a principal importância dessa influência<br />

reside no fato de o lar e a vida familiar proporcionarem, através de seu<br />

ambiente físico e social, as condições necessárias ao desenvolvimento da<br />

personalidade da criança. (DROUET,1990, p.207 ).<br />

Entre os grupos sociais a família quando bem organizada, dispõe das<br />

melhores condições e dos recursos mais eficazes para educar as novas gerações.<br />

Quando unido e espiritualizado pelos laços de amor, da confiança, da compreensão,<br />

da solidariedade, o grupo familiar é o grupo ideal para a educação da criança.<br />

1.11 A IMPORTANCIA DA FAMILIA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM<br />

Pouco contato dos pais com os filhos no dia-a-dia pode prejudicar formação<br />

cidadã da nova geração<br />

A família deve ser a principal responsável pela formação da consciência<br />

cidadã do jovem e também apoio importante no processo de adaptação das crianças<br />

para a vida em sociedade. Uma boa educação dentro de casa garante uma base<br />

mais sólida e segura no contato com as adversidades culturais e sociais,<br />

características do período de amadurecimento. A ausência familiar gera graves<br />

conseqüências na formação, alimentando valores egocêntricos, que levam os mais<br />

jovens ao mundo do vício e das futilidades.


31<br />

No entanto, desde o início do processo de industrialização, a sociedade passa<br />

por transformações que resultam em uma postura cada vez mais individualista por<br />

parte damaioria da população jovem. O ingresso da mulher nomercado de trabalho<br />

diminuiu o tempo disponível para a dedicação aos filhos daquela que, antes, só se<br />

dedicava quase que exclusivamente à formação das crianças.<br />

O educador Antônio Carlos Gomes da Costa, um dos idealizadores do<br />

Estatuto da Criança e do Adolescente, declara que a partir do momento em que as<br />

crianças ficam soltas na comunidade e entregues às diversões eletrônicas, há uma<br />

perda de referência em relação aos valores considerados importantes para o<br />

desenvolvimento de uma base sólida. Porém, segundo ele, não basta apenas estar<br />

presente, é preciso saber educar de forma correta. "O problema, a meu ver, não é o<br />

tempo que os pais passam com os filhos. O desafio está na qualidade dessa<br />

convivência, que deve ser marcada por um forte componente de presença<br />

educativa", diz Costa.<br />

O educador ainda afirma que, no Brasil, a ausência dos pais na formação dos<br />

filhos é algo recorrente. "Existem muitos educadores familiares que não são pais<br />

biológicos das crianças sob sua responsabilidade", revela.<br />

A instituição familiar é responsável pelas primeiras experiências do individuo,<br />

sendo estas, essenciais para o desenvolvimento sadio do eu, identidade, autoimagem,<br />

auto-estima que serão fatores importantes no processo ensino<br />

aprendizagem.<br />

Apesar de todas as modernidades do mundo atual, a família, no entanto é<br />

„única‟ em seu papel determinante no desenvolvimento da sociabilidade, da<br />

afetividade e do bem estar físico dos indivíduos, sobretudo durante o período da<br />

infância e adolescência.<br />

Para contextualizar a Psicopedagogia no fortalecimento dos vínculos<br />

familiares, resgate do desejo e aceitação do problema de aprendizagem é<br />

necessário ter uma clareza com relação ao termo família que é o primeiro modelo de<br />

identificação oferecido à criança.<br />

Segundo o dicionário o significado da palavra "família" é :<br />

Pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai,<br />

a mãe e os filhos. Pessoas unidas por laços de parentesco, pelo sangue ou por<br />

aliança. Unidade espiritual constituída pelas gerações descendentes de um mesmo<br />

tronco, e fundada, pois, na consangüinidade.


32<br />

Essa era a idéia de família tradicional pretendida por muito tempo, até o<br />

momento em que se percebeu que o termo família abrangia muito mais do que<br />

simplesmente "o sangue". Na realidade, família condiz muito mais com<br />

relacionamento ligado a afetividade e bem estar do que propriamente o laço<br />

parental.<br />

Partindo da situação caótica dentro das famílias, pode-se acompanhar uma<br />

drástica mudança em padrões culturais trazendo a nova, ampla e diversificada<br />

configuração de família contemporânea que se constitui em: tanto pessoas de laços<br />

consangüíneos (tradicional com mãe, pai e filhos, ou avós que tomam conta dos<br />

netos), como pessoas que possuem laços afetivos muito fortes (casais<br />

homossexuais e de lésbicas, amigos, filhos adotados, enteados e enteadas,<br />

padrasto e madrasta), com diversos moldes, onde ocorrem separações, junções,<br />

recasamentos. Quanto mais moderna é uma sociedade, mais rapidamente muda e<br />

age profundamente sobre si mesma e mais elimina as barreiras e as distâncias<br />

herdadas do antepassados.<br />

Com as transformações dos padrões familiares ocorrendo, muitos valores e<br />

obrigações foram sendo esquecidos ou ignorados, por exemplo, houve uma<br />

"desestruturação familiar" a qual, os pais se comportam como se estivessem na fase<br />

de desenvolvimento vital dos filhos, sem medir conseqüências,e principalmente sem<br />

se preocupar com os filhos. Desta forma competindo e agindo de forma imatura e<br />

desorganizada, os filhos perdem seus padrões de referência, respondendo a isso,<br />

com comportamento inadequado e sintomático.<br />

Assim sendo, a família é constituída de pessoas reais com defeitos, méritos, e<br />

que assim, vão construindo suas vidas em conjugação com a sociedade e pela<br />

sobrevivência da sua família.


33<br />

CAPITULO II<br />

2 METODOLOGIA<br />

O estudo proposto será levado a efeito tomando como pressuposto o método<br />

indutivo e a pesquisa bibliográfica, com produção descritiva. Serão utilizados como<br />

fontes de pesquisa estudos recentes, livros, páginas da internet, revistas, artigos e<br />

outros que abordam o problema objeto desta pesquisa.<br />

2.1 ANALISE DOS RESULTADOS E DISCUSSAO<br />

2.1.1 Questionário para direção/orientação educacional<br />

A diretora declara que na escola já teve experiência em trabalhar com<br />

crianças que possuem família desestruturada<br />

E que existe alguma diferença no desenvolvimento social em relação a<br />

crianças com família desestruturada e crianças com família estruturada, tudo<br />

depende a situação da familia, mas na maioria das vezes as crianças de familias<br />

desestruturadas são mais carentes de atenção, inseguras, dependentes. Enquanto<br />

das familias estruturadas são bem.<br />

E que enquanto gestor percebe diferença em relação a uma criança com<br />

família desestruturada no ambiente escolar.<br />

Escola e Família são as principais instituições socializadoras de uma<br />

sociedade. A Família é uma peça fundamental nesse intricado problema, uma vez<br />

que a família desestruturada gera alunos problemáticos para a convivência social e<br />

escolar.<br />

As raízes, para tais situações, säo geradas desde questões<br />

sócio/econômicas, etnicas e emocionais, com consequências danosas para todo o<br />

conjunto da sociedade.


34<br />

O ato de educar resulta da participação de todos. Aos pais cabe o<br />

acompanhamento da educação de seus filhos, não delegando somente a escola, tão<br />

grande responsabilidade.<br />

Pais participantes, que demonstram interesse pelos assuntos escolares,<br />

fazem os filhos perceberem que estudar é importante.<br />

Na verdade, as famílias desestruturadas cujos pais que não tem controle, não<br />

educam, não ensinam, e transferem todas as responsabilidades para a Escola.<br />

Normalmente geram crianças com diversos problemas emocionais, tornando<br />

inclusive a aproximação entre a escola e a família extremamente difícil.<br />

2.1.2 Questionário para professores<br />

No questionário aplicado a professores que atuam em sala de aula, iniciou-se<br />

perguntando ha quanto tempo atuam no magistério.<br />

A professora A respondeu que atua 7 anos, e a professora B ha 12 anos.<br />

Ambas disseram que na escola já tiveram experiência em trabalhar com<br />

crianças que possuem família desestruturada.<br />

E enquanto professor as duas também percebem diferença em relação a uma<br />

criança com família desestruturada no processo de ensino aprendizagem. A<br />

professora A diz que a criança passa a ter um menor rendimento escolar, mais<br />

problemas emocionais e auto-estima mais baixo. Pois elas sentem-se frustradas de<br />

não terem mais pais e mães juntos. A professora B complementa que a criança não<br />

consegue aprender da forma como deveria, sua capacidade torna-se limitada, por<br />

isso o professor precisa estar atento a realiade da criança para ajudá-la.<br />

Com relação ao acompanhamento por parte dos pais de uma criança com<br />

família desestruturada se é igual aos demais e se existe alguma diferença que você<br />

tenha percebido, a professora A responde que não geralmente estes pais transferem<br />

todas as responsabilidades para a escola. O que torna uma criança insegura e com<br />

receio de também ser abandonada pelas pessoas que mais ama: pai e mãe. Pois<br />

ela certamente sentirá falta da presença segura e constante de um deles.<br />

A professora B, pensa que seria necessario uma parceria entre pais e escola<br />

frente à educação da criança, buscando uma linha de ação que permita sintonia,<br />

para que elas se desenvolvam bem e consigam situar-se no mundo. Mas


35<br />

infelizemente quando a familia é desestruturada isso não ocorre, os pais dificilmente<br />

aparecem na escola, pois sabem que vão ouvir reclamações, e além da desestrutura<br />

familiar tornam-se ainda mais ausentes na escola.<br />

O que pode-se perceber é que sempre vão existir na escola, independente de<br />

qual for, crianças que terão as familias desestruturadas, e que o professor deverá<br />

saber como auxiliar estas crianças, caso estas venham apresentar algum tipo de<br />

mudança no comportamento ou dificuldade de aprendizagem.<br />

A Educação de valores passou a ser função não só da família como da<br />

escola, que também está passando por um período de reformulação para agregar ou<br />

devolver este papel. A Educação tradicional foi sendo questionada e os valores<br />

morais re-significados; o que gera a principio, insegurança para todos os<br />

responsáveis pela educação de nossas crianças. Não existe mais um único padrão<br />

de estrutura familiar: pais separados, mulheres ou homens que criam sozinhos os<br />

seus filhos, casais homossexuais, crianças educadas por avos, tios, entre outros.<br />

Porém, com certeza, tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa:<br />

preparar as crianças para o mundo; e assim como a família tem as suas<br />

particularidades que a diferenciam da escola, a escola tem sua metodologia e<br />

filosofia para educar as crianças.<br />

2.1.3 Questionário para o psicólogo.<br />

O psicologo entrevistado atua a 13 anos na profissão, e já teve experiência<br />

em trabalhar com crianças que possuem família desestruturada, destacando<br />

inclusive que é uma das maiores dificuldades encontradas.<br />

Coloca que existe alguma diferença no desenvolvimento social em relação a<br />

crianças com família desestruturada e crianças com família estruturada. Claro que<br />

existem casos isolados, mas em familias desestruturadas os problemas pioram.<br />

E que de acordo com a psicologia existe diferença em relação a uma criança<br />

com família desestruturada no processo de ensino aprendizagem, pois existem<br />

fatores emocionais sérios, que interferem na aprendizagem.<br />

Em relação ao acompanhamento por parte de pai e mãe, mesmo sendo<br />

separados, ser igual aos demais com familia estruturada e se existe alguma<br />

diferença que você tenha percebido, o profissional coloca que nem sempre o que


36<br />

precisa existir é o desejo de melhora dos pais. Eles devem investir na evolução dos<br />

filhos. Investir tempo, orientação, organização, limites e muito amor.<br />

Percebe-se que a questão da afetividade tem sido bastante discutida por<br />

professores, pais e educadores em que é percebida a importância da afetividade no<br />

processo de ensino e aprendizagem. Mas o que é afetividade? Segundo Ferreira<br />

(1999, p.62) afetividade significa: Conjunto de fenômenos psíquicos que se<br />

manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados<br />

sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou<br />

desagrado, de alegria ou tristeza.<br />

Dessa forma, o professor e os colegas são interlocutores permanentes tanto<br />

no desenvolvimento intelectual como do caráter da criança, o que poderá ser<br />

preenchido individual e socialmente. Através dessas diversas interações, escola /<br />

família, professor / aluno, o meio proporciona experiências essenciais para a<br />

construção da personalidade da criança, caracterizando-a assim como ser humano,<br />

como sujeito do conhecimento e do afeto, possibilitando um maior crescimento.<br />

Lembrando também que a criança precisa ser reconhecida, ser elogiada, isso nutre<br />

a afetividade da criança, pois demonstra o interesse do professor pela criança,<br />

fazendo com que ela se sinta importante.<br />

A escola, o educador e a família devem, pois, ser testemunhas da<br />

possibilidade do conhecimento. A relação entre inteligência e afetividade, razão e<br />

emoção no desenvolvimento do aluno e no contexto da educação estão inteiramente<br />

ligadas ao desempenho escolar. Pois o desenvolvimento é um processo contínuo e<br />

a afetividade tem um papel imprescindível nesse processo de desenvolvimento do<br />

aluno, no entanto, o meio deve proporcionar relações de afetividade entre pais e<br />

filhos, professores e alunos. Uma vez que a ausência de uma educação que aborde<br />

a emoção tanto na sala de aula quanto na família traz prejuízos que não poderão ser<br />

corrigidos pela ação pedagógica resultando em grandes dificuldades de<br />

aprendizagem por parte do aluno.<br />

2.1.4 Questionário para Pais<br />

Foi aplicado um questionário para uma mãe de aluno que na estrutura<br />

familiar, é separada, mora com a mãe e o filho.


37<br />

Questionado “Como seu filho reage referente a desestruturação?” Ela<br />

respondeu que no inicio, logo da separação foi dificil, mas como o filho ainda era<br />

pequeno, foi se adaptando a situação.<br />

A pergunta seguinte foi “Como aconteceu a desestruturação?”. Ela comenta<br />

que ficaram casados até o filho completar um ano e meio, após se separaram e ela<br />

foi morar com os pais.<br />

Em seguida questionou-se “Você estava preparado(a) para educar seu filho<br />

sozinho (a)?” A resposta que ela deu que é um processo com altos e baixos, ao<br />

mesmo tempo que é tão gratificante ser especial para uma pessoa, em certos<br />

momentos surge uma insegurança, se o caminho tomado é correto.<br />

Em relação ao pensamento em relação a desestrutura familiar, a entrevistada<br />

acredita ser mais valido, viver cada um em sua casa, do que viver juntos e infelizes.<br />

Hoje pode dizer que ela e o filho são felizes.<br />

Foi perguntado se é presente na vida escolar dos filhos, ela diz que<br />

Acompanha todas as atividades, orienta as tarefas de casa, e procura trabalhar as<br />

dificuldades dele.<br />

Para concluir a pergunta “Seu filho já teve alguma dificuldade de<br />

aprendizagem/reprovação pelo fato de ter a familia desestruturada?” Ela coloca que<br />

dificuldade normal do processo de alfabetização, procura estar muito presente diante<br />

disso.<br />

Analisando esta mãe pode-se constatar que apesar da separação, o filho não<br />

apresenta maiores dificuldades de aprendizagem, fato este que deve-se a presença<br />

da mãe juntamente ao filho, principalmente auxiliando-o nas atividades e nas<br />

dificuldades encontradas.<br />

A questão da afetividade e do amor que a mãe demonstra pelo filho, ajuda<br />

para que o mesmo não sinta ou tenha problemas maiores.<br />

Educar os filhos sempre foi uma tarefa complexa para os pais, embora isso<br />

não signifique que tais responsabilidades sejam compartilhadas de forma igualitária<br />

entre o casal. Diversas pesquisas apontam que as mães tendem a envolver-se mais<br />

do que os pais nas tarefas do dia-a-dia da criança e, geralmente, estão à frente do<br />

planejamento educacional de seus filhos (Gauvin & Huard, 1999; Stright & Bales,<br />

2003). Em contrapartida, observa-se um número crescente de pais que também<br />

compartilham com a mulher ou até mesmo assumem as tarefas educativas e a<br />

responsabilidade de educar os filhos, buscando adequarem-se às demandas da


38<br />

realidade atual. Essas situações parecem acarretando transformações no exercício<br />

da tarefa educativa nas famílias.<br />

Durante a década de 1930 até meados da década de 1980, os pais,<br />

geralmente, desempenhavam suas tarefas educativas baseados na tradicional<br />

divisão de papéis segundo o gênero (Biasoli-Alves, Caldana & Dias da Silva, 1997).<br />

Principalmente, a partir da década de 1980 os papéis parentais passaram por<br />

transformações mais consistentes, apesar de suas representações ainda estarem<br />

relativamente marcadas por modelos tradicionais de parentalidade e paternidade<br />

(Trindade, Andrade & Souza, 1997). Importantes fenômenos e movimentos sociais,<br />

tais como, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e sua maior participação<br />

no sistema financeiro familiar acabaram por imprimir um novo perfil à família. Em<br />

contraponto à estrutura familiar tradicional, com o pai como único provedor e a mãe<br />

como única responsável pelas tarefas domésticas e cuidar dos filhos, o que vêm<br />

ocorrendo na maioria das famílias brasileiras de nível sócio-econômico médio é um<br />

processo de transição. Atualmente, em muitas famílias já se percebe uma relativa<br />

divisão de tarefas, na qual pais e mães compartilham aspectos referentes às tarefas<br />

educativas e organização do dia-a-dia da família.<br />

As primeiras aprendizagens das crianças ocorrem na primeira relação com a<br />

mãe (primeiras palavras, gestos...). Nesta relação à criança constrói seu estilo<br />

particular de aprendizagem, que sofrerá modificações à medida que a criança se<br />

relaciona com outros contextos. Segundo Almeida (1999, p. 48): Cada estágio da<br />

afetividade, quer dizer as emoções, o sentimento e a paixão, pressupõem o<br />

desenvolvimento de certas capacidades, em que se revelam um estado de<br />

maturação. Portanto, quanto mais habilidade se adquire no campo da racionalidade,<br />

maior é o desenvolvimento da afetividade. Sendo assim, as aprendizagens ocorrem,<br />

inicialmente, no âmbito familiar e, depois, no social e na escola. Podemos observar<br />

que existe uma grande dificuldade quando ocorre a separação da criança no meio<br />

familiar para o meio escolar.<br />

2.1.5 Analise Geral<br />

Pode-se verificar que uma das bases do sucesso na aprenziagem é a autoestima.<br />

E também a valorização da afetividade é tão necessária quanto os cuidados


39<br />

básicos de uma boa alimentação e conforto. É atra vés do afeto que garantimos a<br />

autoconfiança da criança e a descoberta de que ela é capaz de realizar qualquer<br />

ação obtendo êxitos.<br />

É de extrema importância que pais tenham consciência de que o fracasso ou<br />

o sucesso escolar de seu filho dependerá, na maioria das vezes, do sentimento de<br />

amor e afeição para com ele. O desajuste emocional é muito simples de acontecer;<br />

entretanto, a reconstrução geralmente é um processo lento, difícil e, por vezes,<br />

impossível, com influências graves na alfabetização, causando a baixa auto-estima e<br />

acarretando seqüelas. Esse dano emocional causado à criança pode ser comparado<br />

a um cristal que, depois de quebrado, pode ser restaurado, mas as marcas da<br />

junção permanecerão para sempre.<br />

Ser pai e mãe com certeza, é prazeroso e gratificante, porém não é simples.<br />

É necessária muita cautela e preparação, assim como para todo profissional que<br />

precisa especializar-se em sua área para atuar com sucesso. É claro que todos<br />

passam pela experiência de ser pais iniciantes, e todos cometem erros, pois eles<br />

são inevitáveis, mas o importante é amar o filho incondicionalmente e buscar<br />

constantemente o equilíbrio entre disciplina e amor.<br />

Expressar apoio afetivo é de uma importância extraordinária dentro da<br />

estrutura familiar. Um olhar carinhoso, um toque, ouvir e dar atenção aos<br />

sentimentos de um filho bombeia-lhe energia e o motiva a retomar ao ponto de onde<br />

parou. Essas demonstrações de afeto devem começar muito cedo, ainda no ventre<br />

materno.<br />

Dessa forma, quando a criança chegar à idade escolar, a alfabetização<br />

acontecerá de maneira praze<strong>rosa</strong> e espontânea, e o sucesso a acompanhará em<br />

todas as áreas de sua vida. Contudo, quando a criança chega à instituição escolar<br />

prejudicada emocionalmente, cabe ao educador criar um ambiente acolhedor e<br />

seguro, oportunizando a ela o relacionamento com mais crianças e a incentivando a<br />

agir com autonomia, demonstrar seus interesses e expressar seus sentimentos.<br />

É preciso que o professor confie e acredite na capacidade do aluno. Elogios,<br />

incentivos e limites, quando transmitidos de forma sincera e afetiva, levam a criança<br />

a valorizar sua auto-estima, desenvolver sua autonomia e ter progresso no mundo<br />

da leitura e escrita. Nos dias em que vivemos, é pouco provável que a instituição<br />

familiar se torne consciente da importância do seu papel. A tendência é que este<br />

seja ignorado cada vez mais. Com base nessa constatação, caberá à escola


40<br />

assumir a responsabilidade da família, e novos estudos se farão necessários sobre o<br />

papel do professor frente à criança cujos pais não são preparadores emocionais,<br />

pois é verdadeiramente impossível enxergar a educação sem afeto.


41<br />

CAPITULO III<br />

3 RELAÇÃO DO TEMA COM O CURSO DE PEDAGOGIA<br />

Os professores necessitam de uma sólida formação inicial e de uma formação<br />

continuada balizada no cotidiano. Acredita-se então, que a formação docente deve<br />

ter os fundamentos teórico/metodológicos das áreas da educação como ponto de<br />

estudo e compreensão, oferecendo condições para enfrentar os problemas do<br />

cotidiano das instituições escolares.<br />

Portanto, partindo do pressuposto de que a formação docente necessita de<br />

uma busca contínua de aprofundamento teórico e metodológico, o trabalho<br />

pedagógico deverá estar constantemente voltado para a reflexão e análise das<br />

situações vivenciadas em um ensino gestado e gerado na própria escola. Assim, a<br />

prática do professor passa a ser discutida com os profissionais da esfera escolar,<br />

tornando-se fonte de contínua investigação por parte daqueles que a experienciam<br />

na ação pedagógica. Constituir-se-á em um conjunto de atitudes refletidas no ato da<br />

execução, e que podem ser revistas e (re) construídas no momento em que as<br />

dificuldades surgirem.<br />

Na ação pedagógica, o saber dos professores, muitas vezes é colocado em<br />

cheque, pois em algumas situações ele não dá conta da diversidade de problemas e<br />

necessidades dos alunos em processo de aquisição da leitura e da escrita. Segundo<br />

Patto (1990) os professores encontram dificuldades na tentativa de transformar em<br />

prática os conhecimentos teóricos adquiridos na formação inicial, e de executar em<br />

seu cotidiano as bases teóricas discutidas, a fim de proporcionar a aprendizagem<br />

dos alunos.<br />

Ao se deparar em sala de aula com crianças que não aprendem da maneira<br />

que o professor sabe ensinar, com dificuldaes muitas vezes vindas da<br />

desestruturação vinda da familia e com professores que em muitos momentos não<br />

sabem que atitudes tomar frente a essa situação, ocasionando lacunas no processo<br />

de aprendizagem das crianças, precisamos certamente nos determinar diante<br />

desses fatos e buscar alternativas reais para resolvê-los.


42<br />

Neste estudo as disciplinas que contribuiram para o desenvolvimento foram<br />

as seguintes:<br />

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: Contribui com o estudo o<br />

desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos: físico-motor,<br />

intelectual, afetivo-emocional e social – desde o nascimento até a idade adulta.<br />

PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM: estuda o complexo processo pelo qual<br />

as formas de pensar e os conhecimentos existentes numa sociedade são<br />

apropriados pela criança.<br />

FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA: A melhor compreensão do<br />

processo de aprendizagem. Ocupa-se do processo de aprendizagem humana: seus<br />

padrões de desenvolvimento e a influência do meio nesse processo.<br />

A formação do profissional que irá atuar na sala de aula, deve contemplar os<br />

diversos fatores aos quaois o profissinal irá se deparar, entre eles a questão das<br />

dificuldades de aprendizagem, uma vez que é uma realidade constante nas salas de<br />

aula. A grade curricular do curso de pedagogia nas academias colabora e, em<br />

muito, para essa falta de “formação” dos docentes. A neuropsicologia, uma disciplina<br />

que trabalha especificamente com o desenvolvimento neural, é de suma importância<br />

para a formação profissional de um indivíduo que atue na educação de crianças A<br />

importância e a necessidade de serem realizadas pesquisas nesta linha e também<br />

de uma formação que contemple o desenvolvimento da criança, se faz mais que<br />

necessária, para que posteriormente não sejam vistas nas pesquisas do INEP, bem<br />

como outros órgãos dessa mesma competência os índices alarmantes de evasão<br />

escolar, que se escoram na pobreza e na miséria como fatores de risco.


43<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

A familia recebe influencia do tempo presente, sendo marcada pelas<br />

transformações sociais, economicas e politicas. É na convivencia familiar que os<br />

valores, atitudes e concepções são forjadas. Atualmente a diversos modelos de<br />

nucleos familiares presentes no cotidiano escolar, com algumas mudanças sociais,<br />

como o aumento do numero de pais e mães solteiros e ou separados, casais<br />

morando sobre o mesmo teto sem oficialização do casamento, adoções individuais,<br />

casais homosexuais, com reflexos na estrutura e no modelo de família até então<br />

considerado na sociedade como normal.<br />

O numero de alunos com dificuldades de aprendizagem vem aumentando<br />

consideravelmente nos ultimos anos. E o fator adentra o fator causa, a familia<br />

aparece como um dos indicadores principais.<br />

Ao longo dos anos, a questão do fracasso escolar já foi atribuída à criança, à<br />

família, à escola, ao processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim encontrar a<br />

causa do insucesso escolar, das dificuldades de aprendizagem, direcionando a<br />

culpa em algum dos agentes envolvidos no processo educativo, é uma posição<br />

ingênua e limitada, já que se deixa de analisar cada contexto de uma maneira mais<br />

critica e abrangente, desconsiderando-se, principalmente os fatores políticos e<br />

filosóficos que constituem a educação em um dado momento social e cultural de<br />

uma sociedade.<br />

O fracasso escolar, na maioria das vezes é visto como um problema próprio<br />

de cada aluno. No entanto, não podemos responsabilizar somente à ele, nem, tão<br />

pouco ao professor, que geralmente não está preparado para a função de avaliar o<br />

processo de aprendizagem, visto a ênfase na avaliação formativa, representada,<br />

principalmente pelas provas, que categorizam o desempenho dos alunos.<br />

Acreditamos, sobretudo, na necessidade de revisão dos paradigmas da avaliação do<br />

desempenho escolar, bem como da educação como um todo, para que a<br />

aprendizagem do aluno possa ir além das notas e menções e sim representar<br />

conhecimentos significativos para a formação e desenvolvimento global do<br />

educando.<br />

Verifica-se, portanto que tanto o sucesso quanto o fracasso escolar,<br />

dependem de vários fatores relacionados ao próprio educando, a seu meio familiar e


44<br />

ao sistema escolar, no que diz respeito à seleção dos conteúdos, às formas de<br />

avaliação, à qualidade e eficiência do ensino, à adequação da escola à diversidade<br />

socioeconômica e cultural de seus alunos, etc.<br />

A partir deste estudo é possivel concluir que as crianças que não recebem<br />

afeto familiar e social, não são compreendidas e aceitas na sua individualidade<br />

apresentam mais dificuldades de relacionamentos interpessoais e<br />

consequentemente defasagens nas suas aprendizagens.<br />

O fracasso escolar não se refere somente a repetências, desistências ou<br />

dificuldades de aprendizagem dos conteúdos. A escola em sua proposta<br />

democrática e social apresenta conteúdos que vão além das aprendizagens de<br />

conteúdos comuns obrigatórios. Busca desenvolver habilidades para que a criança<br />

ou o adolescente possa conviver e relacionar-se em uma sociedade, com igualdade<br />

de condições. Diante deste aspecto, o aluno deve aprender tomar decisões, criticar,<br />

planejar, organizar e muitas outras habilidades que serão essenciais para seu<br />

sucesso tanto profissional quanto pessoal. A afetividade é um importante fator para<br />

a contribuição da aprendizagem dessas habilidades já que estas estão intimamente<br />

ligadas às emoções.<br />

Segundo Freud (apud COSTA, 1994), a participação dos pais e fundamental<br />

para o desenvolvimento sadio da mente da criança. E educá-las é decisivo para a<br />

construção do lugar da criança no mundo. É de responsabilidade dos pais tais<br />

problemas, já que estes tem uma participação importante na estrutura da mente.<br />

Mas deixaremos claro que os problemas de aprendizagem não são culpa dos pais,<br />

pois esses participam de forma inconsciente na educação dos filhos e carregam<br />

conceitos e preceitos de longos anos. Uma criança que convive em um ambiente<br />

familiar conturbado ou em uma família desestruturada (a situação socioeconômica<br />

em condições de classe subalterna gera uma vida sofrida, desumana, privada de<br />

informações), está carente não apenas de aspectos materiais, mas de esperanças,<br />

de cuidados, de estímulos, o que pode retardar o amadurecimento de estruturas<br />

necessárias ao aprendizado.<br />

A escola, o educador e a família devem, pois, ser testemunhas da<br />

possibilidade do conhecimento. A relação entre inteligência e afetividade, razão e<br />

emoção no desenvolvimento do aluno e no contexto da educação estão inteiramente<br />

ligadas ao desempenho escolar. Pois o desenvolvimento é um processo contínuo e<br />

a afetividade tem um papel imprescindível nesse processo de desenvolvimento do


45<br />

aluno, no entanto, o meio deve proporcionar relações de afetividade entre pais e<br />

filhos, professores e alunos. Uma vez que a ausência de uma educação que aborde<br />

a emoção tanto na sala de aula quanto na família traz prejuízos que não poderão ser<br />

corrigidos pela ação pedagógica resultando em grandes dificuldades de<br />

aprendizagem por parte do aluno.<br />

Cabendo aos pais e aos professores construírem com o papel de afetividade<br />

no desenvolvimento da criança, onde sejam trabalhadas as emoções de forma<br />

praze<strong>rosa</strong>, pois o resultado do trabalho com essas emoções pode resultar em<br />

grandes aprendizagens significativas, seja ela em casa ou na escola.


46<br />

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