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1) Fase inicial. Suponhamos que nossa caixinha esteja instalada entre um condutor ativo e a<br />
terra (mas também po<strong>de</strong> ser instalada entre duas fases ou entre a fase e o neutro). Nos seus<br />
terminais há uma tensão nominal do sistema (U n ), que, ao longo do tempo, po<strong>de</strong> variar<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> tolerância, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da distribuidora <strong>de</strong> energia elétrica (no<br />
Brasil <strong>de</strong> +10% a –10%. Por isso, é prevista uma tensão <strong>de</strong> operação contínua U c , que, em<br />
relação à faixa <strong>de</strong> tolerância, garante que o DPS não seja acionado.<br />
Vamos antecipar o conceito <strong>de</strong> “tensão <strong>de</strong> operação contínua” U c . Trata-se do valor <strong>de</strong><br />
tensão que po<strong>de</strong> ser aplicado ao DPS por tempo in<strong>de</strong>terminado e com o qual certamente o<br />
DPS não será acionado.<br />
Para os sistemas TT e TN U c ≥ 1,1 U n<br />
Para os sistemas IT U c ≥ √3 U n<br />
Nesta fase, o dispositivo i<strong>de</strong>al tem uma impedância infinita, enquanto o real tem uma<br />
impedância <strong>de</strong> valor muito elevado. Isso significa que o DPS i<strong>de</strong>al não é atravessado pela<br />
corrente em direção à terra, enquanto que o real é continuamente atravessado por uma<br />
corrente <strong>de</strong> fuga (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos componentes utilizados na produção do DPS) em direção<br />
à terra, indicada por I c : corrente <strong>de</strong> operação contínua. Essa corrente é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> μA.<br />
Nessa fase, <strong>de</strong>vemos também consi<strong>de</strong>rar a U T (T = TOV ou Temporary Transient<br />
Overvoltage), ou seja, Surtos <strong>de</strong> Tensão Temporários presentes na linha <strong>de</strong>vido a falhas na<br />
re<strong>de</strong> da distribuidora (surtos <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> manobra). Esses surtos <strong>de</strong>vem ser suportados pelo<br />
DPS.<br />
2) Durante o surto <strong>de</strong> tensão. O DPS reduz sua própria impedância <strong>para</strong> drenar a corrente, e<br />
mantém constante a tensão nos terminais.<br />
Nessa fase, é importante o valor da tensão residual (U res ) medido nos terminais do DPS<br />
durante o acionamento. Esse valor é i<strong>de</strong>ntificado por meio <strong>de</strong> U p : nível <strong>de</strong> proteção.<br />
O U p é um valor <strong>de</strong> tensão escolhido em uma escala <strong>de</strong> valores normalizados imediatamente<br />
acima <strong>de</strong> U res (por exemplo, U res = 970 V, U p = 1000 V). É importante que U p seja menor<br />
do que a tensão <strong>de</strong> resistência dos isolantes do dispositivo a ser protegido. Esse valor <strong>de</strong><br />
tensão é relativo à corrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga nominal, que, <strong>para</strong> o tipo <strong>de</strong> ensaio, assume uma<br />
forma <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> 8/20 μs.<br />
Nesta fase, são importantes os dados referentes à corrente nominal <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga: I n .<br />
I n : valor <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> corrente ao qual o DPS é capaz <strong>de</strong> resistir normalmente.<br />
Ele é <strong>de</strong>finido testando o DPS com uma forma <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> corrente <strong>de</strong> 8/20 μs.<br />
Outro dado importante é o I max , que correspon<strong>de</strong> ao valor <strong>de</strong> pico da corrente máxima da<br />
qual o DPS é capaz <strong>de</strong> dar conta pelo menos uma vez sem ser danificado.<br />
Em geral, vale a seguinte relação: I max / I n = 2<br />
3) Fase <strong>de</strong> extinção do fenômeno. Ao final da sua intervenção, o DPS é atravessado pela<br />
corrente a 50/60 Hz fornecida pelo circuito do qual ele faz parte: corrente subsequente. É<br />
possível que o DPS não consiga se reabrir (característica típica dos DPSs <strong>de</strong> disparo). A<br />
norma <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>finiu a I sx , que representa a corrente máxima que o dispositivo é capaz<br />
<strong>de</strong> suportar e extinguir apenas no primeiro cruzamento <strong>de</strong> zero da semi-onda. Esse valor <strong>de</strong><br />
corrente, típico dos centelhadores geralmente aplicados na conexão entre N e PE, <strong>de</strong>ve ser<br />
superior ou igual a 100 A. A I sx é uma corrente da qual o DPS é capaz <strong>de</strong> dar conta e<br />
<strong>de</strong>sligar <strong>de</strong> maneira autônoma: se a corrente <strong>de</strong> curto-circuito do sistema no qual o DPS<br />
estiver instalado for superior a I sx , o DPS <strong>de</strong>ve ser protegido por dispositivos apropriados<br />
(por exemplo, fusíveis) <strong>para</strong> assegurar a extinção do arco.<br />
Se I cc < I sx , talvez não seja possível proteger o DPS, mas, como não é possível saber com<br />
precisão a duração da I sx , po<strong>de</strong> ser possível que o disjuntor diferencial intervenha,<br />
<strong>de</strong>sligando todo o sistema. Portanto, é interessante usar sempre fusíveis <strong>de</strong> proteção.<br />
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