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Votação sobre “o que é família” gera polêmica e bate recorde

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http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/votacao-<strong>sobre</strong>-o-<strong>que</strong>-e-familia-<strong>gera</strong>-polemica-e-<strong>bate</strong>-<strong>recorde</strong>/teologia<br />

<strong>Votação</strong> <strong>sobre</strong> <strong>“o</strong> <strong>que</strong> <strong>é</strong> <strong>família”</strong> <strong>gera</strong> <strong>polêmica</strong> e <strong>bate</strong> <strong>recorde</strong><br />

digg<br />

Possivelmente um dos assuntos mais comentados entre<br />

cristãos nas redes sociais nos últimos dias, a en<strong>que</strong>te no<br />

site da Câmara trazia a pergunta: “Você concorda com a<br />

def inição de f amília como núcleo f ormado a partir da<br />

união entre homem e mulher, prevista no projeto <strong>que</strong> cria<br />

o Estatuto da Família?”.<br />

Embora esteja no ar desde o início de f evereiro, quando o<br />

“não” ultrapassou o “sim”, milhares de evang<strong>é</strong>licos se<br />

mobilizaram na internet para reverter o quadro. Encerrada<br />

na noite desta terça (24) f oram registrados 50.81%<br />

contrários (285.417 votos), 48.8% f avoráveis (274.176 votos) e 0.39 % (2.191 votos ) não souberam opinar.<br />

Foi a en<strong>que</strong>te com maior participação popular da história do site. São mais de meio milhão de pessoas<br />

votando, o <strong>que</strong> pode servir como uma esp<strong>é</strong>cie de “termômetro” para os deputados saber a opinião dos<br />

eleitores. Isso pode inf luenciar f uturas votações.<br />

Essa def inição de f amília <strong>é</strong> importante por <strong>que</strong> f az parte do<br />

projeto de lei do deputado Anderson Ferreira (PR-PE). Membro<br />

da bancada evang<strong>é</strong>lica, ele e outros religiosos vem def endendo<br />

o chamado Estatuto da Família, o qual estabelece <strong>que</strong> só<br />

poderiam se benef iciar de programas sociais direcionados à<br />

proteção da f amília homens e mulheres casados ou com união<br />

estável reconhecida, ou ainda pais e mães solteiros ou viúvos.<br />

Segundo a f orma atual do Estatuto, uniões homoaf etivas são<br />

excluídas de políticas públicas como assistência gratuita e<br />

especializada a dependentes químicos e acompanhamento de<br />

adolescentes grávidas.<br />

Ferreira acredita <strong>que</strong> a def inição “f ortalece os laços f amiliares” e of erece “proteção e preservação da unidade<br />

f amiliar, ao estimular a adoção de políticas de assistência <strong>que</strong> levem às residências e às unidades de saúde


pública, prof issionais capacitados a orientação das f amílias”.<br />

O deputado acredita <strong>que</strong> seu projeto apenas segue a def inição de f amília da Constituição Federal. Em seu<br />

primeiro mandato na Câmara, ele já ocupou o cargo de vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos,<br />

presidida pelo pastor Marco Feliciano. Tamb<strong>é</strong>m f oi relator do polêmico projeto da chamada “cura gay”.<br />

Para def ender o seu projeto Ferreira destaca <strong>que</strong> a f amília <strong>é</strong> uma instituição ameaçada pelas “inversões de<br />

valores”. Seu posicionamento <strong>é</strong> f ortemente inf luenciado por sua f <strong>é</strong>, mas esclarece: “O político não <strong>é</strong> para ser<br />

despachante de igreja, ele precisa representar o eleitor dele. Eu def endo os meus princípios”, diz. “De onde<br />

veria um norte, da política, para guiar a sociedade, vem cada vez mais ações para desestabilizar a f amília. Hoje<br />

vemos políticos da Dilma def endendo aborto, um ex-presidente, o FHC, def endendo legalização das drogas.<br />

Os valores estão sendo invertidos e eu, atrav<strong>é</strong>s do meu mandato, estou lutando pela sociedade.”<br />

Quase três anos atrás ocorreu o reconhecimento da união homoaf etiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF).<br />

Contudo, essa decisão do Supremo pode ser mudada, a exemplo do <strong>que</strong> ocorreu no caso do mensalão. Há<br />

anos <strong>que</strong> grupos de def esa dos direitos LGBT travam uma batalha política e judicial contra as propostas da<br />

bancada evang<strong>é</strong>lica.<br />

Isso pôde ser visto mais uma vez no caso da en<strong>que</strong>te da Câmara. Grupo militantes pró-direitos dos<br />

homossexuais mobilizaram seus seguidores, incluindo o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) <strong>que</strong> tem mais de<br />

300 mil f ãs no Facebook e o cartunista Laerte Coutinho. Por outro lado, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP),<br />

com mais de 500 mil f ãs no Facebook, e o pastor Silas Malaf aia, <strong>que</strong> possui mais de 700 mil seguidores no<br />

Twitter, se uniram em def esa da posição de Ferreira na en<strong>que</strong>te, pedindo votos ao “sim”.<br />

Alvo de críticas f errenhas, o deputado Ferreira disparou: “Meu de<strong>bate</strong> não <strong>é</strong> f undamentalista, <strong>é</strong> constitucional.<br />

O movimento LGBT está travando uma guerra no vazio, por<strong>que</strong> se ele quiser mudar isso (a def inição de<br />

núcleo f amiliar) precisa pedir uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), para f azer uma mudança<br />

constitucional. Decisão do STF pode mudar”.

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