26.02.2015 Views

As cisternas de Jeremias

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

inst it ut o gamaliel.co m<br />

http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/as-<strong>cisternas</strong>-<strong>de</strong>-jeremias/teologia<br />

<strong>As</strong> <strong>cisternas</strong> <strong>de</strong> <strong>Jeremias</strong><br />

digg<br />

A placa, escrita em hebraico e inglês, alertava “PERIGO”. Dei uma olhada em<br />

minhas botas, com solado espesso e anti<strong>de</strong>rrapante, cobrindo até o<br />

tornozelo, e em minhas grossas calças jeans. Meus pés e pernas estavam<br />

bem protegidos. Resolvi, então, entrar no gran<strong>de</strong> buraco que havia <strong>de</strong>ntro<br />

das ruínas <strong>de</strong> Tel Arad. Eu estava curioso <strong>de</strong>mais para dar muita atenção à<br />

placa.<br />

Arad é uma antiga f ortaleza, mencionada algumas vezes na Bíblia. Ela f oi<br />

construída, provavelmente, pelo rei Salomão e utilizada por todos os seus<br />

sucessores. Sua localização era importante para proteger a f ronteira do sul<br />

<strong>de</strong> Israel, mas tinha um grave inconveniente: f icava num lugar extremamente árido, nas bordas do <strong>de</strong>serto do<br />

Negev. Água, ali, era uma rarida<strong>de</strong>.<br />

Por isso, os habitantes f izeram o que era muito comum naquela época. Cavaram um imenso buraco no chão,<br />

uma cisterna, para guardar a água do breve período <strong>de</strong> chuvas e, assim, po<strong>de</strong>rem sobreviver no prolongado<br />

período <strong>de</strong> seca. <strong>As</strong> <strong>cisternas</strong> precisavam, naturalmente, ser cavadas na rocha pura, on<strong>de</strong> não houvesse<br />

rachaduras ou porosida<strong>de</strong>. Caso contrário, a água vazaria totalmente.<br />

Era numa <strong>de</strong>ssas <strong>cisternas</strong> que eu estava entrando; um poço <strong>de</strong> boca bem gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uns 4 metros <strong>de</strong> largura<br />

por 3 metros <strong>de</strong> prof undida<strong>de</strong>. Quando cheguei no f undo, observei que ele não terminava ali, mas continuava<br />

horizontalmente, por baixo da f ortaleza, como se f osse um longo túnel, escuro, talvez <strong>de</strong> uns 20 metros <strong>de</strong><br />

comprimento. Felizmente, estava vazio e seco. Mas estava muito mal cheiroso, cheio <strong>de</strong> moscas e alguns<br />

morcegos.<br />

Lembrei-me imediatamente do f iel e corajoso prof eta <strong>Jeremias</strong>. Foi numa cisterna como essa, em Jerusalém,<br />

que seus inimigos o jogaram. Ela também estava vazia, mas cheia <strong>de</strong> lama, e <strong>Jeremias</strong> f icou atolado, sem<br />

po<strong>de</strong>r escapar (<strong>Jeremias</strong> 38:6). Eles f izeram isso porque não queriam mais ouvi-lo f alar sobre as terríveis<br />

conseqüências que ocorreriam por causa da malda<strong>de</strong> do povo. Em um <strong>de</strong>sses seus sermões, <strong>Jeremias</strong> disse:<br />

“Ficai estupef atos, diz o Senhor. Porque dois males cometeu o Meu povo: a Mim Me <strong>de</strong>ixaram, o manancial <strong>de</strong><br />

águas vivas, e cavaram <strong>cisternas</strong>, <strong>cisternas</strong> rotas, que não retêm as águas” (<strong>Jeremias</strong> 2:12 e 13).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!