Volume 29 No 3 - sbmet
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Boletim SBMET novembro/05<br />
afeta fortemente a formação do gelo; b) A rugosidade<br />
da superfície tem um papel relevante na formação de<br />
gelo e varia significativamente quando o gelo começa<br />
a se acumular; c) A densidade do gelo é função do ar<br />
capturado na formação de gelo, podendo variar muito<br />
de um caso para outro.<br />
Vale ressaltar que parte da campanha de ensaios de<br />
certificação deve ser realizada com gelo natural. Devido<br />
aos custos elevados das campanhas de ensaio em vôo e<br />
da dificuldade de se encontrar condições específicas de<br />
gelo, muitas vezes utiliza-se os serviços de especialistas<br />
para prever o momento e a localização da ocorrência das<br />
condições de gelo. Estes especialistas são conhecidos<br />
como caçadores de gelo (do inglês, ice hunter).<br />
Conforme a Advisory Circular (AC) 20-73, material<br />
complementar interpretativo dos requisitos do FAA,<br />
existem basicamente quatro tipos de sistemas anti-gelo<br />
e degelo usados para proteger as superfícies expostas<br />
das aeronaves::<br />
a)<br />
Sistemas baseados em ar quente: usado na maior<br />
parte dos grandes jatos de transporte, devido à<br />
maior disponibilidade de ar quente proveniente<br />
dos motores, de sua eficiência e confiabilidade.<br />
Tipicamente o ar quente é usado para prevenir ou<br />
remover o acúmulo de gelo nas bordas das asas<br />
e dispositivos hipersustentadores (slats da asa),<br />
superfícies dos estabilizadores e entrada de ar dos<br />
motores;<br />
d)<br />
muitas aplicações devido a grande quantidade de<br />
fluido necessária e a possibilidade de entupimento<br />
do sistema de controle de fluido. Vale lembrar<br />
que é mandatório em condições de acúmulo de<br />
gelo ou neve, antes da decolagem, o degelo das<br />
superfícies através do spray manual de fluidos<br />
anti-gelo pela equipe de solo;<br />
Sistemas mecânicos: através de um sistema<br />
pneumático ou elétrico, consistem em expandir<br />
um material flexível que quebra e remove<br />
mecanicamente o gelo acumulado. Este tipo<br />
de sistema foi amplamente utilizado no bordo<br />
de ataque das asas e empenagem em aeronaves<br />
com motor a pistão e turbo-hélices. <strong>No</strong>te-se que<br />
estes sistemas geralmente não são aplicáveis para<br />
as hélices, onde o desbalanceamento pode ser<br />
crítico.<br />
Para a detecção de gelo, utiliza-se frequentemente um<br />
sensor eletromecânico, onde uma pequena haste, com<br />
alto coeficiente de coleta de gelo, instalada na aeronave,<br />
oscila na sua freqüência natural. Ao se acumular gelo<br />
na haste, a freqüência natural de oscilação é reduzida e<br />
através da mudança da freqüência, pode-se determinar a<br />
massa de gelo acumulada na haste. Geralmente o detector<br />
de gelo apresenta uma saída discreta (condição de gelo<br />
/ condição de NÃO gelo). Desta forma, definindo-se um<br />
limiar para a freqüência, pode-se definir a condição de<br />
gelo da aeronave.<br />
b)<br />
c)<br />
36<br />
Sistemas baseados em resistências elétricas:<br />
usado em vários tipos de aeronaves. Podem ser<br />
sistemas de degelo ou anti-gelo, dependendo<br />
do consumo durante a operação. Desta forma,<br />
limitam-se a pequenas áreas da aeronave ou<br />
sensores como parabrisa, portas estáticas, tubo<br />
de pitot, e sensores situados na área externa do<br />
avião, sensíveis ao acúmulo de gelo;<br />
Sistemas líquidos: sistemas que utilizam glycol<br />
(um álcool anti-congelante) e outras substâncias<br />
químicas foram desenvolvidos para sistemas<br />
anti-gelo e degelo para painéis das asas, radomes<br />
e parabrisa. Sistemas de pressão associados a<br />
materiais porosos e de spray foram também<br />
desenvolvidos. Estes sistemas não encontraram<br />
1.2. Acidentes associados a descargas atmosféricas<br />
e sua proteção<br />
As descargas atmosféricas são descargas elétricas de<br />
grande intensidade que podem ocorrer internamente a<br />
uma nuvem, entre nuvens, e entre nuvem e solo. A corrente<br />
elétrica (centenas de amperes) resulta na geração de altas<br />
temperaturas (algumas dezenas de milhares de graus),<br />
altas pressões (dezenas de atmosferas) ao longo de sua<br />
trajetória, além da criação de campos eletromagnéticos.<br />
As descargas podem variar em termos da corrente,<br />
energia, características no tempo, tais como tempo<br />
de subida e repetição de pulsos. Maiores informações<br />
sobre descargas atmosféricas estão disponíveis no site<br />
da Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas<br />
Atmosféricas (RINDAT)(http://www.rindat.com.br).