Educação Sexual, Em Busca de Mudanças - Cepac
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homossexual contra agressões físicas e verbais. Os abusos e tratamento violento devem ser denunciados e punidos: gays, lésbicas e transgêneros devem ter a sua privacidade e liberdade respeitadas. A livre orientação sexual dos jovens é também um direito humano fundamental. Urge que os demais alunos sejam sensibilizados a fim de serem solidários com seus colegas “diferentes” - sejam estes membros de minorias raciais, sexuais ou ostentem deficiência física. É importante que pais e educadores conheçam os endereços de entidades e organizações gays que possam servir de apoio na definição da orientação sexual dos jovens. O adolescente inquieto com sua homossexualidade prefere, geralmente, conversar com pessoas fora de seu meio familiar, da escola ou da igreja. Se não tiver guias confiáveis e responsáveis, poderá optar por experiências em lugares anônimos, perigosos e marginais. Também no Brasil, nas principais capitais, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, já existem grupos específicos de apoio para gays, lésbicas, travestis e transexuais, além de grupos de ajuda ligados às ONGs (Organizações não-Governamentais) que trabalham na prevenção da Aids e dos Direitos Humanos. Nestes tempos bicudos, em que um vírus mortal e ainda incurável está escondido atrás de qualquer relação sexual, é fundamental que todos os jovens, sobretudo os homoeróticos, estejam bem informados sobre Aids e DST, pois a informação e a prevenção são os únicos remédios contra as enfermidades sexualmente transmissíveis. Segundo o Ministério da Saúde, há meninos gays com 13 anos já infectados com o HIV e a Aids vem crescendo assustadoramente entre adolescentes gays. O que todo jovem deve pensar, discutir e planejar antes de se assumir homossexual A partir deste ponto, você encontrará algumas sugestões sobre como um jovem gay, lésbica ou transgênero, que deseja O JOVEM HOMOSSEXUAL: 27
assumir sua própria homossexualidade, deve proceder para evitar maiores problemas em relação à sua família e ao meio social onde vive. 6 Pais, familiares e professores devem conhecer esta realidade, discuti-la com jovens que revelem tendência ou suspeitem que são homossexuais. Uma educação sexual científica e humanitária não pode varrer para debaixo do tapete ou jogar no lixo os adolescentes homossexuais. 7 O texto a seguir destina-se a jovens com orientação homossexual que se encontram prestes a dar um passo fundamental em suas vidas: “sair da gaveta” (coming out). Deve ser lido com atenção, discutido ponto a ponto para se evitar algum passo em falso que possa causar sérios danos na vida presente e futura do jovem em questão e de sua família. Um professor, psicólogo ou psicanalista bem informado e consciente de que seu papel não é ser “cão de guarda da moral dominante” (HOOKER, 1973), mas auxiliar seus alunos e clientes a encontrarem sua felicidade e realização existencial, pode ajudar o jovem homossexual a enfrentar com menos traumas a sua “opção” de assumir a própria homossexualidade. Muitas vezes, os familiares mais velhos é que necessitarão de acompanhamento psicológico e não tanto o jovem gay ou lésbica. Compreensão e diálogo são ingredientes indispensáveis nestas situações existenciais tão dramáticas. A moderna Educação Sexual não pode ignorar tal problemática. Afinal, são mais de 10% de jovens brasileiros vítimas da violência homofóbica. 6 Texto livremente traduzido e adaptado da Federation of Parents of Lesbians and Gays, (PFLAG) Washington, 1992. 7 Eis alguns textos básicos que ensinam como professores, familiares e os próprios jovens homossexuais podem tornar menos problemático o processo de “assumir” a homossexualidade: PFLAG. Sejamos compreensivos com nossos filhos homossexuais. Salvador, Grupo Gay da Bahia e Associação de Amigos e Familiares de Homossexuais, 1996; PFLAG. Seja Você Mesmo. Salvador, Grupo Gay da Bahia, 1996; PFLAG. Nossos Filhos e Filhas. Perguntas e respostas para pais de Gays, Lésbicas e Bissexuais. Salvador, Grupo Gay da Bahia, 1996. 28 EDUCAÇÃO SEXUAL: EM BUSCA DE MUDANÇAS
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suspeitem que são homossexuais. Uma educação sexual científica<br />
e humanitária não po<strong>de</strong> varrer para <strong>de</strong>baixo do tapete ou jogar<br />
no lixo os adolescentes homossexuais. 7<br />
O texto a seguir <strong>de</strong>stina-se a jovens com orientação<br />
homossexual que se encontram prestes a dar um passo fundamental<br />
em suas vidas: “sair da gaveta” (coming out). Deve ser lido com<br />
atenção, discutido ponto a ponto para se evitar algum passo em<br />
falso que possa causar sérios danos na vida presente e futura do<br />
jovem em questão e <strong>de</strong> sua família. Um professor, psicólogo ou<br />
psicanalista bem informado e consciente <strong>de</strong> que seu papel não é<br />
ser “cão <strong>de</strong> guarda da moral dominante” (HOOKER, 1973), mas<br />
auxiliar seus alunos e clientes a encontrarem sua felicida<strong>de</strong> e<br />
realização existencial, po<strong>de</strong> ajudar o jovem homossexual a enfrentar<br />
com menos traumas a sua “opção” <strong>de</strong> assumir a própria<br />
homossexualida<strong>de</strong>. Muitas vezes, os familiares mais velhos é que<br />
necessitarão <strong>de</strong> acompanhamento psicológico e não tanto o jovem<br />
gay ou lésbica. Compreensão e diálogo são ingredientes<br />
indispensáveis nestas situações existenciais tão dramáticas. A<br />
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Afinal, são mais <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> jovens brasileiros vítimas da violência<br />
homofóbica.<br />
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Texto livremente traduzido e adaptado da Fe<strong>de</strong>ration of Parents of Lesbians and<br />
Gays, (PFLAG) Washington, 1992.<br />
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Eis alguns textos básicos que ensinam como professores, familiares e os próprios<br />
jovens homossexuais po<strong>de</strong>m tornar menos problemático o processo <strong>de</strong> “assumir” a<br />
homossexualida<strong>de</strong>: PFLAG. Sejamos compreensivos com nossos filhos homossexuais.<br />
Salvador, Grupo Gay da Bahia e Associação <strong>de</strong> Amigos e Familiares <strong>de</strong><br />
Homossexuais, 1996; PFLAG. Seja Você Mesmo. Salvador, Grupo Gay da Bahia,<br />
1996; PFLAG. Nossos Filhos e Filhas. Perguntas e respostas para pais <strong>de</strong> Gays,<br />
Lésbicas e Bissexuais. Salvador, Grupo Gay da Bahia, 1996.<br />
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EDUCAÇÃO SEXUAL: EM BUSCA DE MUDANÇAS