Educação Sexual, Em Busca de Mudanças - Cepac
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transdisciplinar e problematizadora das representações e<br />
significados sociais sobre assuntos como a construção da<br />
corporieda<strong>de</strong>, a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero, famílias,<br />
masturbação, responsabilida<strong>de</strong>s, relações sexuais, violência,<br />
tolerância, respeito, diversida<strong>de</strong>, papéis sociais <strong>de</strong> mulheres e<br />
homens, adolescência, comportamentos <strong>de</strong> riscos, DST,<br />
religiosida<strong>de</strong> (que é diferente <strong>de</strong> religião, no seu sentido<br />
institucional), valores, dignida<strong>de</strong>, respeito, etc...<br />
A base legal, mencionada por mim, cumpre a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
amparar, <strong>de</strong> certa forma, as ações e projetos <strong>de</strong> professores/<br />
professoras, mas é preciso ter em mente que a educação sexual não<br />
surge na escola a partir dos PCN. Enquanto processo social que<br />
ensina / educa / acontece, a educação sexual esten<strong>de</strong>-se a todos<br />
os espaços sociais e culturais acionados na produção e trocas <strong>de</strong><br />
significados sobre o que enten<strong>de</strong>mos, falamos e manifestamos acerca<br />
da sexualida<strong>de</strong> humana. Como nos lembra Tomaz Ta<strong>de</strong>u da Silva<br />
(1999), diferentes instâncias e práticas culturais estarão envolvidas<br />
na produção <strong>de</strong> significados que, ao se inscreverem nos corpos, gestos,<br />
atitu<strong>de</strong>s, valores, prazeres e <strong>de</strong>sejos, fabricam pessoas e sujeitos.<br />
Por esse viés, digo que as práticas e representações culturais<br />
acerca da sexualida<strong>de</strong> humana – que ensinam pensamentos e ações<br />
a nós, aos outros e ao/no mundo – não se limitam às instituições<br />
escolares e às outras representações instituídas em nossas socieda<strong>de</strong>s,<br />
mas se expan<strong>de</strong>m e se recriam em diferentes outras práticas: as<br />
midiáticas, as familiares, as subjetivas, e, novamente, as escolares.<br />
Esse movimento <strong>de</strong> produzir e partilhar significados não po<strong>de</strong> mais<br />
ser ignorado! <strong>Em</strong> casa, pela TV, pelas músicas, na escola, pelos<br />
contatos com outros homens/mulheres, estaremos sempre sendo<br />
sexualizados e educados.<br />
Quantas representações, enfim, po<strong>de</strong>mos problematizar!? Esta<br />
pergunta <strong>de</strong>veria ser feita por todos/todas nós e por aqueles/<br />
aquelas que criam dispositivos para regulamentar a sexualida<strong>de</strong><br />
humana e fiscalizar nossas ações. Como já tentei dizer, ao longo <strong>de</strong><br />
6 EDUCAÇÃO SEXUAL: EM BUSCA DE MUDANÇAS