A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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desenvolvendo uma pesquisa sobre violência relacionada com determinantes
biológicos: “Não que eu ache que é determinado, que é físico, o que ele tá fazendo é
uma pesquisa...e em parte eu concordo, não que a pessoa nasce assim, mas vai
acumulando coisas e aí...” Mas como esta proposta de convite gerou muita discussão
entre o grupo a equipe diretiva desistiu de fazer esta atividade.
Quanto a minha pesquisa, a sua opinião é evasiva: sabe que não vai dar um
retorno imediato para a escola, mas pode contribuir para uma discussão mais geral... A
colocação é feita num tom que me pareceu de descrédito, parece que neste momento a
equipe diretiva da escola não acha o tema mobilizador.
Nesta primeira visita já se apresentou um debate que, ao longo das minhas
visitas à escola, pude perceber como presente de várias maneiras, na fala de
professores/as, supervisoras e da orientação escolar. A discussão se coloca no âmbito
das relações atribuídas à relação desigualdade/pobreza com a violência. Tema que se
apresenta polêmico e muitas vezes com posicionamentos contraditórios. Considero a
proposta deste convite ao professor Renato Flores um exemplo dos embates sobre
argumentos e justificativas de práticas e investimentos públicos. A pesquisa citada pela
vice-diretora foi assunto, naquela época, de amplos debates nos meios acadêmicos e
na mídia.
Antes mesmo de iniciar, este projeto de pesquisadores gaúchos - que tem como
objetivo estudar a vida e o cérebro de jovens homicidas - já produziu um debate
nacional sobre o papel e os limites da ciência na luta contra a violência urbana. A
proposta de estudo se propunha a investigar durante dois anos os mais variados
aspectos que possam explicar o que leva um jovem a se comportar de maneira violenta.
Para isso, a proposta era de investigar 50 jovens internados na Fundação de
Atendimento Sócio-educativo do Estado do Rio Grande do Sul (Fase) por ter cometido
homicídio. A análise se propunha a abordar as condições psicológicas, sociais,
psiquiátricas, neurológicas e genéticas que poderiam estimular a agressividade. Os dois
últimos aspectos do projeto despertaram a reação de grupos de psicólogos/as,
educadores/as ligados a universidades e representantes de ongs de defesa dos direitos
humanos de vários Estados. O manifesto 20 de repúdio à pesquisa foi assinado por
20 Está na disponível na internet em www.ciespi.org.br/portugues/noticias - 006.htm