A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
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sala <strong>de</strong> aula, formação é aquela coisa só técnica, das doenças transmissíveis, essas<br />
coisas, tudo isso que tu po<strong>de</strong> ler num livro, isso a gente lê nos livros a gente sabe,<br />
como se transmite, como... Mais no sentido <strong>de</strong> prevenção.” (João- professor)<br />
Quanto à capacitação Desconstruindo Preconceitos, Construindo I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, da<br />
qual várias professoras <strong>de</strong>sta <strong>escola</strong> participaram, ela não é relacio<strong>na</strong>da como<br />
proporcio<strong>na</strong>da por uma parceria da SEC, e o papel do governo fe<strong>de</strong>ral parece que é<br />
colocado como aquele que somente possibilita as verbas. Percebem a capacitação<br />
como do interesse e empenho da ong: “Ah, mas aí era o Somos, não era a Secretaria,<br />
foi o Somos que veio aqui, foi eles que propuseram. Os alunos adoraram o trabalho,<br />
tanto que era para ser dois encontros e ficou sendo quatro.” A supervisora conta do<br />
<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> um aluno que participou dos encontros com o Somos feitos <strong>na</strong> <strong>escola</strong>:<br />
“..antes eu falava bicha, veado, puto, eu mu<strong>de</strong>i <strong>de</strong>pois que eles vieram aqui.”<br />
“Mas, aqui <strong>na</strong> <strong>escola</strong> a proposta foi durante o curso em 2006. Quando nós paramos, que<br />
a gente faz aquela sema<strong>na</strong> <strong>de</strong> trabalhos com os professores, reuniões... em julho, a<br />
gente já começou. Quer dizer eu estava durante o curso lá, a gente já trouxe esta<br />
proposta para trabalhar num projeto maior. E daí a gente começou a trabalhar. Então<br />
em julho <strong>de</strong> 2006, eu junto com a supervisão, nós já enfocamos este trabalho, foi um<br />
dia, um dia e meio <strong>de</strong> reuniões. Que foi muito bom, foi distribuído material, que eu trouxe<br />
<strong>de</strong> lá mesmo, da formação do Somos, e mais umas coisinhas que eu achei também,<br />
porque a gente começa a ler, começa a estudar um pouco, então...Foi muito bom.”<br />
(Nádia- orientadora educacio<strong>na</strong>l)<br />
“E <strong>de</strong>pois, aqui <strong>na</strong> <strong>escola</strong> tem a Julia<strong>na</strong>...”<br />
A presença da Julia<strong>na</strong> no corpo <strong>de</strong> professores/as parece ter sido <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte<br />
para que a “coisa não morresse”: “Como aqui a gente tem a Julia<strong>na</strong> o pessoal já ficou<br />
mais disponível, até a comunida<strong>de</strong>, outro dia , <strong>na</strong> rua um pai me parou para perguntar<br />
<strong>de</strong>la, e era um pai dos pequenos, da pré-<strong>escola</strong>, nem era dos gran<strong>de</strong>s, foi me<br />
perguntar.” Mas antes disso já se tentava trabalhar o tema: “Está nos PCNs, tem que<br />
trabalhar”, a supervisora coloca: “é para todos os professores trabalharem, é tema<br />
transversal”. A professora <strong>de</strong> Ciências conta: “Ah, eu trabalhei com eles <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>,<br />
trabalhei com os meus alunos”.<br />
...não fizemos mais por que quanto às políticas públicas a gente não encontra quase<br />
<strong>na</strong>da. O que vem é a sugestão, a data, a sema<strong>na</strong> é <strong>de</strong> tal assunto, este trabalho, tal<br />
projeto, é isso, como é que se trabalha queremos trabalhar com vocês, olha é uma<br />
proposta boa ou que interessa para o grupo, vamos <strong>na</strong> <strong>escola</strong>...não tem, não tem