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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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apresenta muito barulho, no recreio tem as correrias habituais <strong>de</strong> uma <strong>escola</strong>, jogo <strong>de</strong><br />

futebol, jogo <strong>de</strong> pular corda, etc.<br />

Fui recebida <strong>na</strong> <strong>escola</strong> <strong>de</strong> maneira calorosa pela supervisora do Serviço <strong>de</strong><br />

Orientação Escolar, SOE: que me leva à sua sala e me mostra o projeto: Cuidando da<br />

Vida, que elaboraram para trabalhar as questões <strong>de</strong> preconceito. Abre a primeira<br />

gaveta da sua mesa e mostra a constituição, a lei estadual e uma publicação do PBSH:<br />

“Está tudo aqui.” No mural atrás <strong>de</strong> sua mesa um cartaz com o arco-íris falando <strong>de</strong><br />

direitos da população LGBTT.<br />

Quando iniciei a pesquisa no início <strong>de</strong> 2008, percebi certa mudança. Des<strong>de</strong><br />

nosso primeiro encontro, no ano anterior, as professoras <strong>de</strong>sta <strong>escola</strong> apresentavam<br />

menos ansieda<strong>de</strong> em discutir a problemática da <strong>diversida<strong>de</strong></strong>, a professora Julia<strong>na</strong><br />

estava incorporada à roti<strong>na</strong> da <strong>escola</strong> e uma maior consolidação da compreensão do<br />

direito <strong>de</strong>sta professora em ser o que ela é. Na minha primeira visita à <strong>escola</strong> vi a<br />

Julia<strong>na</strong> conduzindo alunos pelos corredores e eles a chamando: “sôra!”.<br />

6.1 - A comunida<strong>de</strong> <strong>escola</strong>r<br />

Os/as alunos/as vêm <strong>de</strong> diversos bairros da cida<strong>de</strong>, então a convivência com as<br />

mães e pais <strong>na</strong> <strong>escola</strong> não é sistemática. Fato que se evi<strong>de</strong>nciou <strong>na</strong> proposta da festa<br />

juni<strong>na</strong> da <strong>escola</strong>: ocorreu numa sexta feira, pois: “...se fazemos no fim <strong>de</strong> sema<strong>na</strong> não<br />

vem ninguém, já tentamos, mas os pais não vem, então fazemos assim, começamos<br />

com os alunos no meio da tar<strong>de</strong> e os pais vão chegando, alguns conseguem chegar<br />

mais cedo, outros quando saem do trabalho, e então ficam um pouco mais quando vêm<br />

buscar os filhos 9 .”<br />

A supervisora do SOE conta que quando iniciou, há 19 anos, aquela <strong>escola</strong> era<br />

diferente, “não existia a vila, que agora eles têm alunos/as numa situação difícil, conta<br />

<strong>de</strong> um aluno que a mãe tinha 28 anos, tinha aids, hepatite e tinha 8 filhos”... Mas que<br />

ela não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> investir, já aconteceu <strong>de</strong> ir <strong>na</strong> Voluntários 10 e comprar tênis, camiseta,<br />

9<br />

Para facilitar a leitura, os trechos <strong>de</strong> entrevistas serão apresentados em itálico, diferenciando-se dos<br />

textos acadêmicos que obe<strong>de</strong>cem a um formato e uma linguagem específicos.<br />

10 Rua central <strong>de</strong> Porto Alegre on<strong>de</strong> se concentra comércio popular.

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