A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
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Freqüentando as formações percebi que os/as educadores ao falar diziam: “no<br />
estado” ou “no município”, a distinção das duas re<strong>de</strong>s: estadual e municipal sempre<br />
aparecia <strong>de</strong> forma marcada <strong>de</strong>monstrando um funcio<strong>na</strong>mento e público diferenciado.<br />
Os/as profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>marcam estas diferenças e por vezes <strong>de</strong>monstram uma<br />
rivalida<strong>de</strong>. Ao relatar o projeto que <strong>de</strong>senvolvem <strong>na</strong> sua <strong>escola</strong> a Supervisora do SOE<br />
da <strong>escola</strong> estadual me disse, se referindo às professoras da re<strong>de</strong> municipal: “Fala para<br />
elas! Elas pensam que a gente não faz <strong>na</strong>da!”. Nesta apresentação vou optar por<br />
nomear as <strong>escola</strong>s da pesquisa como: <strong>escola</strong> municipal e <strong>escola</strong> estadual, como uma<br />
maneira <strong>de</strong> não explicitar os nomes dos estabelecimentos, mantendo um sigilo<br />
necessário, e para manter a maneira com que os profissio<strong>na</strong>is se posicio<strong>na</strong>m, <strong>de</strong><br />
maneira marcada: <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> outra. Os/as educadores/as da re<strong>de</strong> municipal<br />
utilizam a expressão: “sou da re<strong>de</strong>” como maneira <strong>de</strong> se colocar como pertencente à<br />
re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> ensino. Esta nomeação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> não é utilizada pelos/as<br />
funcionários/as da re<strong>de</strong> estadual, geralmente utilizam: “do estado”. Estas colocações<br />
parecem sugerir maneiras <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento com as mantenedoras: percebi uma<br />
queixa dos/as professores/as do estado <strong>de</strong> uma relação autoritária e com dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
comunicação com a Secretaria. Sem trocas, as propostas surgem sem consultas:<br />
“caem <strong>de</strong> pára-quedas”. Como exemplo <strong>de</strong>sta relação com a SEC a supervisora<br />
pedagógica relatou como a Educação <strong>de</strong> Jovens e Adultos (EJA), que funcio<strong>na</strong>va <strong>na</strong><br />
sua <strong>escola</strong> no período noturno, foi fechado pela SEC: “A secretaria fechou sem mais<br />
nem menos, não <strong>de</strong>ram nenhuma explicação. Estava tudo organizado, alunos<br />
matriculados e em fevereiro a secretaria mandou um aviso. Os alunos tiveram que ir<br />
para outras <strong>escola</strong>s e os professores, alguns se encaixaram <strong>na</strong> tar<strong>de</strong>, e outros tiveram<br />
que sair procurando <strong>escola</strong> para trabalhar.”<br />
Uma característica que fica mais marcada no estado, apesar <strong>de</strong> também ser uma<br />
dinâmica presente <strong>na</strong> re<strong>de</strong> do município, é a rotativida<strong>de</strong> dos professores/as, pois estão<br />
sempre mudando <strong>de</strong> <strong>escola</strong>, este é um dos motivos alegados pelas supervisoras<br />
pedagógicas da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementar um projeto contínuo: “...então fica difícil<br />
fazer um trabalho com eles”.<br />
Esta divisão entre re<strong>de</strong>s fica também marcada numa divisão <strong>de</strong> parcerias: a ong<br />
nuances <strong>na</strong>s suas intervenções teve uma procura maior da re<strong>de</strong> municipal, a parceria