A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
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i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, Desconstruindo Preconceitos, a qual se insere no projeto do governo<br />
fe<strong>de</strong>ral: Brasil sem Homofobia.<br />
A <strong>escola</strong> municipal que foi selecio<strong>na</strong>da tem em seu quadro uma professora que<br />
realizou, em 1990, a formação da Secretaria da Educação Municipal e trabalhou por 14<br />
anos com ofici<strong>na</strong>s sobre <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> com os alunos <strong>de</strong>sta <strong>escola</strong>, projeto suspenso há<br />
alguns anos; ela participou da 3ª edição da formação da ONG nuances Educando para<br />
a Diversida<strong>de</strong>, também vinculada ao projeto fe<strong>de</strong>ral Brasil sem Homofobia.<br />
No período <strong>de</strong> abril a outubro <strong>de</strong> 2008, estive <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s, em média, duas vezes<br />
por sema<strong>na</strong>, ora no turno da manhã ora à tar<strong>de</strong>. Efetuei registros <strong>de</strong>stas observações em<br />
diário <strong>de</strong> campo, on<strong>de</strong> buscava <strong>de</strong>screver as roti<strong>na</strong>s das <strong>escola</strong>s. A pesquisa <strong>de</strong> campo<br />
reuniu uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> registros: conversas informais, recreios <strong>de</strong> professores/as e<br />
alunos/as, reuniões pedagógicas, festas juni<strong>na</strong>s, acompanhamento sema<strong>na</strong>l das reuniões<br />
pedagógicas dos/as professores/as <strong>na</strong> <strong>escola</strong> municipal, conselhos <strong>de</strong> classe <strong>na</strong> <strong>escola</strong><br />
estadual. No fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> julho, iniciei as entrevistas com professores/as e equipe diretiva das<br />
duas <strong>escola</strong>s: foram três professoras, dois professores, três educadoras responsáveis pelo<br />
SOE, duas educadoras encarregadas pela supervisão pedagógica, diretor e diretora. Foram<br />
no total <strong>de</strong> doze entrevistas, estas foram feitas em vários espaços da <strong>escola</strong>, no SOE, <strong>na</strong>s<br />
salas <strong>de</strong> supervisão, sala <strong>de</strong> professores/as. Em razão do fato das entrevistas terem sido<br />
realizadas <strong>na</strong> <strong>escola</strong>, <strong>na</strong> maioria <strong>de</strong>las, em algum momento, outros interlocutores que<br />
estavam no ambiente faziam comentários. Em especial a entrevista com a professora<br />
Julia<strong>na</strong> foi compartilhada por dois estagiários que se encontravam <strong>na</strong> sala <strong>de</strong> professores e<br />
por professoras que circularam pelo ambiente. Foram entrevistas com um roteiro pensado à<br />
priori (em anexo), porém, <strong>na</strong> sua maioria, não se <strong>de</strong>tiveram no roteiro e se centraram <strong>na</strong><br />
experiência cotidia<strong>na</strong> das <strong>escola</strong>s e <strong>na</strong>s situações em que estes profissio<strong>na</strong>is eram<br />
<strong>de</strong>safiados ou entravam em conflito com a teoria ou com valores morais 8 .<br />
8 Em História da Sexualida<strong>de</strong> II: O uso dos prazeres, Michel Foucault afirma que por moral enten<strong>de</strong>-se<br />
um conjunto <strong>de</strong> valores e regras <strong>de</strong> ação propostas aos indivíduos e aos grupos por intermédio <strong>de</strong><br />
aparelhos prescritivos diversos, como po<strong>de</strong>m ser a família, as instituições educativas, as igrejas, etc.<br />
Porém, por moral enten<strong>de</strong>-se igualmente o comportamento real dos indivíduos em relação às regras e<br />
valores que lhe são propostos; <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>-se assim a maneira pela qual eles obe<strong>de</strong>cem ou resistem a uma<br />
interdição ou a uma prescrição; pela qual eles respeitam ou negligenciam um conjunto <strong>de</strong> valores. (1990,<br />
p. 26)