A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
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1990, realizou um processo seletivo para os interessados em freqüentar a formação.<br />
Incluía o preenchimento <strong>de</strong> um questionário e a realização <strong>de</strong> uma entrevista grupal.<br />
Nos critérios para o ingresso além do interesse da <strong>escola</strong> em participar do projeto,<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga horária, consi<strong>de</strong>rava-se aspectos relativos à postura do<br />
professor: <strong>de</strong>via ser aberto à escuta, valorizar o aprofundamento teórico, se conseguia<br />
realizar autocrítica e aceitar críticas. A discussão nesse sentido se mantém e pu<strong>de</strong><br />
perceber questio<strong>na</strong>mentos quanto ao público que as ações <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong>veriam<br />
atingir, principalmente quando se apresentou a constatação, tanto no Educando quanto<br />
no Desconstruindo, <strong>de</strong> edições on<strong>de</strong> havia gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> participantes que eram<br />
pesquisadores e estudantes, não tinham atuação em “sala <strong>de</strong> aula”. Isto se configurou<br />
<strong>na</strong>s questões trazidas <strong>na</strong> pesquisa <strong>de</strong> Pós-doutorado da professora Dr. Zulmira<br />
Newlands Borges, em 2007, da qual participei como colaboradora, pesquisa que teve<br />
como alvo professores/as que participaram <strong>de</strong> uma das três edições da formação do<br />
Educando para a Diversida<strong>de</strong>. Esta pesquisa explorou os motivos que levaram estes/as<br />
educadores/as a buscarem a formação. Acompanhei os grupos focais realizados por<br />
esta pesquisa com estes/as professores/as (doze ao total) no período <strong>de</strong> junho a agosto<br />
<strong>de</strong> 2007, participando também <strong>de</strong> entrevistas individuais com estes/as profissio<strong>na</strong>is.<br />
Uma questão que foi trazida pelos/as participantes foi a pouca legitimida<strong>de</strong> da<br />
implantação do tema da <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s e uma tensão <strong>na</strong> conquista <strong>de</strong><br />
espaços <strong>na</strong> agenda pedagógica. Dificulda<strong>de</strong> que Dora Oliveira (1994) relatou existir <strong>na</strong>s<br />
primeiras tentativas <strong>de</strong> implantação da Orientação Sexual em Porto Alegre, que apesar<br />
da formação da SMED ter todo o apoio institucio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> época - era realizada pela<br />
mantenedora e tinha uma lei municipal redigida para ampará-la – tinha como condição<br />
para que o aluno <strong>de</strong>le participasse, a apresentação <strong>de</strong> uma autorização por escrito,<br />
assi<strong>na</strong>da por seus pais ou responsáveis.<br />
Em vários momentos das capacitações há o <strong>de</strong>bate sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
privilegiar <strong>na</strong>s formações a discussão teórica ou centrar em propostas práticas para a<br />
sala <strong>de</strong> aula: aparece como uma dicotomia, hora sendo privilegiada e <strong>de</strong>fendida a<br />
teoria, hora sendo solicitadas as “propostas pedagógicas”. Sempre com o fantasma <strong>de</strong><br />
não “dar receitas <strong>de</strong> bolo” ou fazer cartilhas. Esta dificulda<strong>de</strong> permeou os cursos das<br />
ongs que acompanhei, é uma discussão presente. As/os educadores <strong>de</strong>mandam