A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
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A Secretaria Municipal <strong>de</strong> Educação e Desportos (SMED) <strong>de</strong> Porto Alegre fez um<br />
movimento no sentido <strong>de</strong> ampliar a discussão da <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> saindo <strong>de</strong> uma bordagem<br />
exclusivimente calcada <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> e realizou programas <strong>de</strong> Educação Sexual,<br />
<strong>de</strong>senvolvendo uma proposta <strong>de</strong> capacitação para a re<strong>de</strong> municipal. Em 1990<br />
promoveu o curso: Sexo em Debate <strong>na</strong> Escola, promovido pela SMED e Secretaria<br />
Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Serviço Social. Este incluía dois subprojetos: 1- A vinda <strong>de</strong> Marta<br />
Suplicy para palestras com a comunida<strong>de</strong> e encontros com o grupo <strong>de</strong> trabalho da<br />
prefeitura; 2- Capacitação Básica em Educação Sexual para professores/as e<br />
profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da prefeitura a partir <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> 48 horas, com 25 vagas.<br />
Este curso foi o início <strong>de</strong> uma parceria com o GTPOS – Grupo <strong>de</strong> Trabalho e Pesquisa<br />
em Orientação Sexual <strong>de</strong> São Paulo e a implementação <strong>de</strong> um programa que teve<br />
como referência o projeto iniciado em São Paulo implantado <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>escola</strong>s<br />
municipais daquele estado. Esta formação se pautava num discurso <strong>de</strong> liberação<br />
<strong>sexual</strong>, <strong>na</strong> busca da realização pessoal erótica, on<strong>de</strong> o prazer era colocado como algo<br />
a ser buscado e vivido para uma vida saudável e feliz.<br />
Esta capacitação <strong>de</strong> professores/as em Orientação Sexual era proposta com a<br />
duração <strong>de</strong> um ano e, <strong>na</strong> continuida<strong>de</strong> conjunto ao trabalho feito por este/a educador/a<br />
junto à sua <strong>escola</strong> havia um assessoramento sistemático. O objetivo foi propor a<br />
capacitação básica para o trabalho com educação <strong>sexual</strong> com vistas à ampliação <strong>de</strong>ste<br />
à totalida<strong>de</strong> do ensino público municipal, conforme proposto em lei municipal, em 1995,<br />
a qual instituiu como obrigatória no currículo a educação <strong>sexual</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da por<br />
profissio<strong>na</strong>is da educação com formação específica, oferecida pela SMED.<br />
O projeto <strong>de</strong> educação <strong>sexual</strong> da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Porto<br />
Alegre foi implantado em 25 <strong>escola</strong>s da re<strong>de</strong>, neste foi estabelecido que esta educação<br />
<strong>sexual</strong> seria <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da orientação <strong>sexual</strong>. Esta formação previa um assessoramento<br />
permanente para o trabalho, <strong>de</strong> modo a garantir uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação. A proposta<br />
colocava que o trabalho <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>senvolvido em caráter sistemático e permanente<br />
no currículo <strong>escola</strong>r no espaço <strong>de</strong> um turno sema<strong>na</strong>l, sendo facultativa a participação<br />
dos/as alunos/as, oferecido em horário alter<strong>na</strong>tivo ao estudo regular. Uma das<br />
atribuições do/a professor/a <strong>de</strong> orientação <strong>sexual</strong> era realizar reuniões sistemáticas com