A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
53<br />
<strong>de</strong> todos aqueles que, sendo ou não, pessoas com <strong>de</strong>ficiências são excluídos dos<br />
diversos mecanismos elitistas e exclu<strong>de</strong>ntes das <strong>escola</strong>s.<br />
Embora aqui, nossa atenção esteja centrada <strong>na</strong> realida<strong>de</strong> educacio<strong>na</strong>l brasileira, a realida<strong>de</strong><br />
da exclusão educacio<strong>na</strong>l dos chamados “grupos sociais vulneráveis ou grupos <strong>de</strong> risco” é<br />
uma realida<strong>de</strong> mundial que também afeta os grupos que vivem em situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>svantagem<br />
nos países ricos. Grupos sociais em risco <strong>de</strong> exclusão se referem a crianças e jovens que<br />
vivem <strong>na</strong>s ruas, crianças que sofrem maus-tratos e violência doméstica, crianças e jovens<br />
com <strong>de</strong>ficiência, meni<strong>na</strong>s que são levadas a se prostituírem, crianças e jovens com o vírus<br />
do HIV/AIDS, com câncer ou outra doença termi<strong>na</strong>l, crianças e jovens que estão em conflito<br />
com a lei, crianças negras e indíge<strong>na</strong>s e outros grupos que, por razões distintas, sejam<br />
produto da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social e econômica e, principalmente, sejam objeto <strong>de</strong><br />
discrimi<strong>na</strong>ção e preconceito <strong>de</strong>ntro e fora das <strong>escola</strong>s. São exatamente esses grupos sociais<br />
que estão no coração da educação inclusiva. (ROSITA CARVALHO, 2005, p. 42 )<br />
O enunciado da educação inclusiva se centra <strong>na</strong> constituição <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong><br />
sujeitos que são o alvo <strong>de</strong>stas políticas por sua vulnerabilida<strong>de</strong>, já não mais pela sua<br />
<strong>de</strong>ficiência, a educação aqui pensada como um fator <strong>de</strong> inclusão e controle <strong>de</strong><br />
indivíduos que se encontram em situação <strong>de</strong> risco. O “atendimento respeitoso às<br />
diferenças” dos/as alunos/as, a partir <strong>de</strong> suas especificida<strong>de</strong>s, se tor<strong>na</strong> uma tarefa<br />
complexa quando se pensa em maneiras <strong>de</strong> lidar com a tarefa <strong>de</strong> “acolher todas as<br />
diferenças” dos/as alunos/as <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> categorizá-los/as, <strong>de</strong><br />
uma forma generalista, sem a criação <strong>de</strong>ste espaço do indivíduo que necessita ser<br />
acolhido apesar <strong>de</strong> sua dificulda<strong>de</strong>, da individualização da vulnerabilida<strong>de</strong>, sem a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colar uma característica <strong>de</strong> risco a este sujeito. No Brasil a gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> entre os/as cidadãos/ãs propicia outras formas <strong>de</strong> se <strong>de</strong>limitar diferenças:<br />
(...) “educação para todos” no Brasil foi apreendida e proposta como processos <strong>de</strong><br />
flexibilização curricular e parâmetros <strong>de</strong> avaliação, <strong>de</strong> modo a ampliar os índices <strong>de</strong><br />
matrícula e permanência no ensino fundamental. Tal encaminhamento <strong>de</strong>nota que a<br />
ban<strong>de</strong>ira da “universalização” do ensino admite a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> no acesso aos<br />
conhecimentos. ( FRANCÉLI BRIZOLLA, 2007, p.76)<br />
No Brasil, a educação inclusiva está amparada <strong>na</strong> Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da<br />
Educação Nacio<strong>na</strong>l (Lei nº 9.394/96), que assegura o direito à <strong>escola</strong> a todas as<br />
pessoas (brasileiras ou estrangeiras, resi<strong>de</strong>ntes no País), sem discrimi<strong>na</strong>r<br />
negativamente singularida<strong>de</strong>s ou características específicas <strong>de</strong> indivíduos ou grupos<br />
humanos.<br />
Tratando-se especificamente das políticas públicas <strong>de</strong> inclusão, é possível afirmar que estas<br />
vêm sendo discutidas nos últimos anos <strong>na</strong> mesma esteira das políticas públicas da matriz