20.02.2015 Views

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

52<br />

inclusão não se refere somente às crianças com <strong>de</strong>ficiência e sim a todas as crianças<br />

jovens e adultos que sofrem qualquer tipo <strong>de</strong> exclusão educacio<strong>na</strong>l, seja <strong>de</strong>ntro das<br />

<strong>escola</strong>s e salas <strong>de</strong> aula, quando não encontram oportunida<strong>de</strong>s para participar <strong>de</strong> todas<br />

as ativida<strong>de</strong>s <strong>escola</strong>res, quando são expulsos e suspensos por razões muitas vezes<br />

obscuras, quando não têm acesso à <strong>escola</strong>rização e permanecem fora das <strong>escola</strong>s. A<br />

proposta da inclusão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> uma educação eficaz para todos, sustentada no princípio<br />

<strong>de</strong> que as <strong>escola</strong>s <strong>de</strong>vem satisfazer as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os alunos, sejam quais<br />

forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais. Esta proposição<br />

relacio<strong>na</strong> a inclusão como um tema próprio aos direitos humanos, portanto: estar <strong>na</strong><br />

<strong>escola</strong> e ser aceito/a pela comunida<strong>de</strong> <strong>escola</strong>r é um direito <strong>de</strong> qualquer pessoa e <strong>de</strong>ve<br />

ser assegurado pelo Estado. Direitos humanos, já que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que não se po<strong>de</strong><br />

segregar a nenhuma pessoa como conseqüência <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>ficiência, <strong>de</strong> sua dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aprendizagem, do seu gênero ou ao ‘pertencimento’ a uma minoria étnica ou <strong>sexual</strong>.<br />

O discurso da educação inclusiva centra-se em como apoiar as qualida<strong>de</strong>s e as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada um/a e <strong>de</strong> todos/as os/as alunos/as <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong> <strong>escola</strong>r, para<br />

que se sintam bem vindos/as e seguros/as e alcancem o êxito. Requer pensar <strong>na</strong><br />

heterogeneida<strong>de</strong> do alu<strong>na</strong>do como uma situação normal do grupo/classe e construir<br />

uma prática educativa que beneficie a todos/as os/as alunos/as. Esta proposta coloca<br />

em questão uma série <strong>de</strong> práticas e verda<strong>de</strong>s consolidadas <strong>na</strong> <strong>escola</strong> que têm como<br />

características métodos <strong>de</strong> classificação, separação e valoração das<br />

diferenças/<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s.<br />

(...) trata-se <strong>de</strong> levar em consi<strong>de</strong>ração que o <strong>de</strong>clarado projeto iluminista <strong>de</strong> <strong>escola</strong>rização<br />

única/igualitária, universal e obrigatória está se revelando uma impossibilida<strong>de</strong> histórica <strong>na</strong><br />

medida que se insere <strong>na</strong> lógica da própria mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, uma lógica ambígua que está<br />

implicada, per se, tanto com a domesticação da diferença quanto com o diferencialismo e a<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e, por conseqüência, com a exclusão. (ALFREDO VEIGA-NETO, 2000,<br />

p. 182)<br />

Embora a proposta <strong>de</strong> educação inclusiva seja proposta como um processo<br />

dirigido à universalização da educação <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> para todos/as, com todos/as e<br />

por toda a vida, <strong>na</strong>s práticas discursivas da quase totalida<strong>de</strong> dos/as educadores/as, ela<br />

está relacio<strong>na</strong>da ao alu<strong>na</strong>do especial. Em outras palavras, se pensa e age como se a<br />

inclusão fosse, ape<strong>na</strong>s, para pessoas em situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, vulnerabilida<strong>de</strong> ou<br />

risco. Os que se eva<strong>de</strong>m também são sujeitos dos movimentos pela inclusão ao lado

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!