A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
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práticas <strong>escola</strong>res. As pesquisas <strong>de</strong> Ber<strong>na</strong>rdi<strong>na</strong> <strong>de</strong> Souza (2006) e Rodrigo Rosistolato<br />
(2003) constataram a não utilização, e até mesmo <strong>de</strong>sconhecimento dos PCNs em<br />
<strong>escola</strong>s: os professores/as <strong>de</strong>sconhecem as orientações contidas neste documento ou<br />
as conhecem muito superficialmente. As <strong>escola</strong>s e as/os professoras/es receberam este<br />
documento, no entanto, revelaram que este material teve pouco impacto em suas aulas<br />
e que nem todos leram este material. Ela foi assimilada enquanto um i<strong>de</strong>al, um “como<br />
<strong>de</strong>veria ser”, que muito esporadicamente se concretiza em algum projeto específico.<br />
As décadas <strong>de</strong> 1980 e 1990 representam diferentes contextos da conjuntura<br />
política e econômica do Brasil. O fi<strong>na</strong>l dos anos 80 foi repleto <strong>de</strong> conquistas e pontuado<br />
por significativos avanços no que diz respeito aos direitos sociais garantidos no texto da<br />
Constituição. A década <strong>de</strong> 1990 foi marcada pelas reformas neoliberais que afetaram<br />
consi<strong>de</strong>ravelmente as políticas sociais num momento <strong>de</strong> retração das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
emprego e geração <strong>de</strong> renda. Esta reorientação política representou uma redução dos<br />
espaços <strong>de</strong>mocráticos e as políticas para a educação passaram a obe<strong>de</strong>cer outra<br />
lógica. O enfoque gerencial <strong>de</strong> gestão que passa a predomi<strong>na</strong>r enfatiza os programas<br />
voltados para a qualida<strong>de</strong>, associados à reforma e mo<strong>de</strong>rnização dos sistemas<br />
administrativos, à implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> avaliação, à compra <strong>de</strong> material<br />
didático, à capacitação <strong>de</strong> professores.<br />
O Plano Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> 2001 (Lei nº 10.172), embora surgido em um<br />
contexto <strong>de</strong> mobilização social, não ampliou o <strong>de</strong>bate em relação aos temas relativos a<br />
gênero e orientação <strong>sexual</strong>, a menção do tema gênero aparece ape<strong>na</strong>s em alguns <strong>de</strong><br />
seus tópicos e <strong>na</strong> análise diagnóstica <strong>de</strong> alguns níveis <strong>de</strong> ensino. (VIANNA e<br />
UNBEHAUN, 2004). Este plano não abordou a <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>, a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />
orientação <strong>sexual</strong> e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> abordar as reflexões acerca<br />
das necessida<strong>de</strong>s e dos direitos <strong>de</strong> gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros a uma<br />
educação “inclusiva”.<br />
4.2 - Direitos sexuais<br />
No Brasil, a constituição <strong>de</strong> um discurso <strong>de</strong> direitos sexuais é recente. A questão<br />
dos direitos sexuais tem sido uma reivindicação <strong>de</strong> vários grupos. Os movimentos <strong>de</strong>