A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
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não evitando sua colagem <strong>na</strong> lógica i<strong>de</strong>ntitária, o termo orientação <strong>sexual</strong> é uma<br />
expressão <strong>de</strong> uso cada vez mais freqüente no Brasil e segundo Cristi<strong>na</strong> Câmara (1998,<br />
p. 7 ), “indica uma referência i<strong>de</strong>ntitária e/ ou um modo <strong>de</strong> vida diretamente associado à<br />
<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>. Não se confun<strong>de</strong> com a idéia <strong>de</strong> opção ou preferência <strong>sexual</strong> por não se<br />
tratar <strong>de</strong> uma escolha consciente. A orientação <strong>sexual</strong> procura abranger as noções <strong>de</strong><br />
homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>, heteros<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> e bis<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> ao mesmo tempo que as<br />
redimensio<strong>na</strong>”<br />
Neste sentido, neste estudo vamos optar por utilizar, <strong>de</strong> maneira geral, o termo<br />
Educação Sexual, pois verificamos <strong>na</strong> pesquisa <strong>de</strong> campo que esta é uma<br />
<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção muito corrente utilizada em cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores/as e no<br />
cotidiano <strong>escola</strong>r, também, para evitarmos qualquer confusão com sua utilização como<br />
orientação erótico-afetiva.<br />
As propostas <strong>de</strong> introdução da educação <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> <strong>escola</strong> revelam o<br />
estabelecimento <strong>de</strong> relações entre adolescência e <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>, assim como a<br />
organização <strong>de</strong> expectativas sociais que percebem a <strong>escola</strong> não ape<strong>na</strong>s como o local<br />
da distribuição <strong>de</strong> saberes universais, mas também como instituição responsável pela<br />
resolução <strong>de</strong> problemas sociais contemporâneos: risco <strong>de</strong> contami<strong>na</strong>ção por doenças<br />
<strong>sexual</strong>mente transmissíveis/aids <strong>na</strong> adolescência e gravi<strong>de</strong>z não planejada. Este<br />
movimento faz com que os professores sejam legitimados para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação <strong>sexual</strong> e a <strong>escola</strong> amplie suas funções sendo classificada como<br />
espaço para resolução <strong>de</strong> problemas sociais.<br />
No Brasil, o contexto que propiciou a inclusão da discussão sobre <strong>diversida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>sexual</strong> e gênero nos textos legais e reformas referentes à educação, privilegia a<br />
educação <strong>escola</strong>r como espaço para a vivência <strong>de</strong>mocrática e cidadã. O combate à<br />
discrimi<strong>na</strong>ção é posto, hoje, como uma discussão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, também, das<br />
políticas educacio<strong>na</strong>is. A presença da proposta <strong>de</strong> orientação <strong>sexual</strong> nos Parâmetros<br />
Curriculares Nacio<strong>na</strong>is é resultado da aproximação entre a <strong>escola</strong> e outras instituições<br />
sociais.<br />
O texto dos PCNs sobre orientação <strong>sexual</strong> trazem uma maior discussão acerca<br />
do sexismo e direcio<strong>na</strong>mento no sentido <strong>de</strong> não discrimi<strong>na</strong>ção em relação à <strong>diversida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>sexual</strong>, porém, esta proposta não parece ter provocado um efeito norteador <strong>na</strong>s