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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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universais dos seres humanos”. Aqui se percebe uma mudança no discurso com ênfase<br />

<strong>na</strong> idéia <strong>de</strong> cidadania e incorporação da noção <strong>de</strong> direitos sexuais como direitos<br />

humanos.<br />

O termo cidadania se estabeleceu como um dos mais utilizados nos <strong>de</strong>bates <strong>na</strong><br />

área da educação, em diferentes sentidos e até mesmo <strong>de</strong> forma contraditória. A<br />

utilização do termo cidadania <strong>na</strong> educação aparece em vários paradigmas educacio<strong>na</strong>is<br />

que embasam os projetos pedagógicos. Des<strong>de</strong> as teorias tradicio<strong>na</strong>is, passando pelas<br />

tendências mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>s e até mesmo aquelas que emergiram <strong>na</strong> contemporaneida<strong>de</strong>,<br />

hoje, a necessida<strong>de</strong>/direito à <strong>escola</strong>rização utiliza como argumento central a<br />

necessida<strong>de</strong> da formação <strong>escola</strong>r ter como um <strong>de</strong> seus princípios a formação do<br />

cidadão. A educação <strong>escola</strong>r é apontada como uma via para a constituição da<br />

cidadania, como um caminho para a conquista <strong>de</strong> direitos sociais, a relação colocada é<br />

<strong>de</strong> que a sua conquista implica o conhecimento <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong>veres por meio <strong>de</strong> uma<br />

sólida educação <strong>escola</strong>r básica.<br />

Uma mudança <strong>de</strong>ste período é a inserção do conceito e discussões sobre<br />

gênero como fator <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> problematizar questões<br />

relacio<strong>na</strong>das ao gênero teve seu espaço <strong>de</strong>vido à constatação da relação <strong>de</strong><br />

comportamentos relacio<strong>na</strong>dos às normas <strong>de</strong> gênero com fatores <strong>de</strong> risco, por exemplo:<br />

a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulheres negociarem com seus parceiros o uso <strong>de</strong> preservativo. E uma<br />

difícil abordagem sobre a gravi<strong>de</strong>z <strong>na</strong> adolescência, em razão do comportamento<br />

consi<strong>de</strong>rado feminino encontrar-se colado à maternida<strong>de</strong>, e estar sob a<br />

responsabilida<strong>de</strong> da mulher o gerenciamento dos métodos contraceptivos. Todos estes<br />

temas passam agora a serem propostos para serem abordados transversalmente, isto<br />

é, recortando e abrangendo todas as discipli<strong>na</strong>s ensi<strong>na</strong>das <strong>na</strong> <strong>escola</strong>.<br />

No tópico “Orientação Sexual” dos PCNs o gênero ganha espaço, assumem-se<br />

como objetivos: “combater relações autoritárias, questio<strong>na</strong>r a rigi<strong>de</strong>z dos padrões <strong>de</strong><br />

conduta estabelecidos para homens e mulheres e apontar para sua transformação”,<br />

incentivando, <strong>na</strong>s relações <strong>escola</strong>res, a “<strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong> homens e<br />

mulheres”, a “relativida<strong>de</strong> das concepções tradicio<strong>na</strong>lmente associadas ao masculino e<br />

ao feminino”, o “respeito pelo outro sexo” e pelas “variadas expressões do feminino e<br />

do masculino” (BRASIL, 1997, v.10, p.144-146). Há nessas <strong>de</strong>talhadas referências o

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