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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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pesquisas no campo das ciências sociais e huma<strong>na</strong>s em centros <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong><br />

universida<strong>de</strong>s do país.<br />

Até 1996 a formalização da Educação Sexual no currículo das <strong>escola</strong>s era<br />

garantida por meio do tópico <strong>de</strong> Educação para a Saú<strong>de</strong> exclusivamente <strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong><br />

Ciências e Biologia. Neste ano, entretanto, foram elaborados e homologaram-se os<br />

Parâmetros Curriculares Nacio<strong>na</strong>is (PCN), que foram publicados pelo governo fe<strong>de</strong>ral<br />

em 1997. Um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>z volumes com objetivo <strong>de</strong> oferecer diretrizes básicas para<br />

o ensino <strong>de</strong> todas as discipli<strong>na</strong>s do currículo dos ensinos fundamental e médio em todo<br />

o Brasil. Os PCNs traziam como principal novida<strong>de</strong> e, portanto, como marca distintiva<br />

em relação às políticas públicas anteriormente formuladas, os chamados temas<br />

transversais: saú<strong>de</strong>, orientação <strong>sexual</strong>, pluralida<strong>de</strong> cultural, ética, meio ambiente e<br />

temas locais. Eles consolidavam, <strong>de</strong>sta forma, o discurso oficial do Ministério da<br />

Educação com a afirmação dos direitos e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> cidadania que, a partir <strong>de</strong>sta nova<br />

proposta, <strong>de</strong>veriam fazer parte do cotidiano das salas <strong>de</strong> aula em todo o Brasil. Mudase<br />

o tom dos textos das políticas públicas e a presença da temática da orientação<br />

<strong>sexual</strong> <strong>de</strong>ntre os PCNs aparece como uma conquista, legitimando uma questão que<br />

em outros momentos fora <strong>de</strong>ixada <strong>de</strong> lado.<br />

A partir dos PCNs, muitos projetos foram criados em nível regio<strong>na</strong>l e estadual<br />

para aten<strong>de</strong>r a esta nova exigência político educacio<strong>na</strong>l. Tendo como eixo norteador, a<br />

ética, a cidadania e os direitos humanos, os PCNs elaboram propostas para o trabalho<br />

com a Educação Sexual. Neste documento a educação <strong>sexual</strong> é nomeada <strong>de</strong><br />

Orientação Sexual, direcio<strong>na</strong>ndo-a para uma nova perspectiva <strong>de</strong> cidadania, ou seja,<br />

agora ela é proposta como um processo voltado a educar os envolvidos para a<br />

<strong>de</strong>mocracia, com a discussão da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação das relações sociais<br />

<strong>na</strong>s suas dimensões culturais, políticas e econômicas visando à dignida<strong>de</strong> da pessoa<br />

huma<strong>na</strong>, a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos para todos os “gêneros sexuais”, a participação e a<br />

(co)responsabilida<strong>de</strong> pela vida social. Neste sentido, a Educação Sexual proposta,<br />

coloca como meta não ape<strong>na</strong>s informar os envolvidos sobre os processos <strong>de</strong><br />

re<strong>produção</strong> huma<strong>na</strong> ou simples diferenças sexuais entre homens e mulheres, mas<br />

também propor reflexões que transformem as hierarquias sociais, responsáveis por<br />

estigmas e, conseqüentemente, <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, violências e <strong>de</strong>srespeito aos “direitos

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