A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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implementação de ações preventivas em relação às DSTs (doenças sexualmente
transmissíveis), aids e uso de drogas nas escolas. A necessidade de se fazer frente à
epidemia de aids propiciou que organismos oficiais, tais como o Ministério da Educação
e o Ministério da Saúde, passassem a estimular projetos de educação sexual nos finais
dos anos 1980 e anos 1990.
Com a epidemia da AIDS uma nova perspectiva se apresenta nos discursos,
algumas diferenças se comparados aos debates presentes até os anos 1960 quando o
sexo era simplesmente classificado como impuro e poluidor da sociedade e cuja
proposta pedagógica centrava-se na contenção da prática sexual pré-matrimonial. Nos
anos 1980, parece ter se evidenciado que era impossível impedir a prática sexual, o
que contribuiu para uma abordagem que visava à regulação das práticas. O bom sexo
passa a ser percebido como o ato realizado por um homem e uma mulher com
penetração vaginal, portanto passível de fecundação, e orientado por critérios
sanitários, o sexo seguro.
Na segunda metade dos anos 90 ocorreram mudanças importantes no panorama
dos temas ligados à discussão das homossexualidades. Uma série de iniciativas e
acontecimentos ocasionou transformações no quadro de pouca visibilidade em que a
temática homossexual se manteve durante as décadas de 70 e 80. Sílvia Ramos (2005)
identifica, neste período, quatro esferas onde se podem perceber acontecimentos
relacionados a uma nova construção de representações da homossexualidade: (I) A
multiplicação de iniciativas no campo legislativo, da justiça e de extensão de direitos
(projetos de lei, leis municipais, legislações referentes à criminalização de atos
discriminatórios), criação de jurisprudência no campo dos direitos à pensão
previdenciária; (II) crescimento de novos espaços de sociabilidade (bares, revistas,
festivais de cinema) que, em alguns locais, promoveu uma combinação entre uma
dimensão de mercado e de militância; (III) a criação de novas entidades de defesa dos
direitos dos homossexuais; (IV) a adoção por ativistas e por homossexuais não
organizados da política de visibilidade massiva com o surgimento das Paradas do
Orgulho ou Paradas Livres 3 . No final da década este tema entra nas pautas de
3 Em Porto Alegre, a parada organizada até 2008 pela ONG nuances foi denominada de Parada Livre.