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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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para a vivência <strong>de</strong>mocrática e cidadã. O combate à discrimi<strong>na</strong>ção é posto, neste século,<br />

como uma discussão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, também, das políticas educacio<strong>na</strong>is.<br />

Vamos discutir neste capítulo o contexto do surgimento <strong>de</strong> alguns dos discursos<br />

que se atravessam <strong>na</strong>s propostas <strong>de</strong> intervenção <strong>na</strong> <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> direcio<strong>na</strong>das a<br />

educadores/as e jovens. A <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> se constituindo como um campo <strong>de</strong><br />

intervenção, on<strong>de</strong> estas propostas refletem uma associação entre juventu<strong>de</strong>,<br />

<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> e “problemas sociais”. É preciso <strong>de</strong>stacar que este fato passa a ser visto<br />

como problema a partir do momento em que um conjunto <strong>de</strong> especialistas, um campo<br />

<strong>de</strong> saber, o consi<strong>de</strong>ra como tal e passam a propor soluções para o mesmo. As<br />

propostas <strong>de</strong> resolução, da mesma forma que oferecem solução para conflitos,<br />

consolidam, reificam e ampliam as classificações coletivas que associam práticas a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e situações <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> a problemas sociais.<br />

Lembremos que as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r são múltiplas e atravessam a <strong>produção</strong> do<br />

conhecimento, não havendo po<strong>de</strong>r sem a constituição <strong>de</strong> um campo <strong>de</strong> saber<br />

(FOUCAULT, 1996). Os saberes são compreendidos como dispositivos políticos<br />

articulados com as estruturas sociais. Os efeitos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>m ser concebidos<br />

dissociados do po<strong>de</strong>r e dos mecanismos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, visto que, como salienta Foucault<br />

(1999), esses mecanismos tanto tor<strong>na</strong>m possíveis as produções <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, quanto<br />

essas têm efeitos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, entrelaçando-se, assim, verda<strong>de</strong>/po<strong>de</strong>r, saber/po<strong>de</strong>r.<br />

A organização jurídica e suas expressões: a Constituição, os <strong>de</strong>cretos, as políticas<br />

públicas, etc, não são neutras, são resultado das tensões entre os distintos grupos <strong>de</strong><br />

indivíduos <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> em um momento histórico. Cristalizadas em textos se<br />

constituem como ferramentas normalizadoras das ações huma<strong>na</strong>s, como instrumentos<br />

<strong>de</strong> classificação e or<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong>ssas mesmas ações, as quais se convertem em<br />

políticas <strong>de</strong> regulação social.

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