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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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Po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r as campanhas <strong>de</strong> inclusão da <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> dirigidas à <strong>escola</strong><br />

como mecanismos da biopolítica por proporem certos modos <strong>de</strong> viver e pensar sobre<br />

mundo. As políticas <strong>de</strong> educação inclusiva se constituem a partir da proposta <strong>de</strong> uma<br />

<strong>escola</strong> como espaço <strong>de</strong> todos, momento em que é necessário trazer e manter o<br />

<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do diferente <strong>na</strong> <strong>escola</strong> para que se possa educá-lo e civilizá-lo.<br />

Os discursos produzem uma forma <strong>de</strong> “ver e dizer” o mundo em meio a um<br />

complexo jogo <strong>de</strong> forças que lhe dá condição <strong>de</strong> emergência. É combi<strong>na</strong>ção do que é<br />

dito e visto numa formação social dada. Neste procedimento <strong>de</strong> pesquisa nos<br />

perguntamos: quais são essas práticas? O que criam? O que põem para funcio<strong>na</strong>r?<br />

A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um discurso constitui-se a partir <strong>de</strong> um jogo <strong>de</strong> regras que<br />

conectam enunciados dispersos e o discurso constitui realida<strong>de</strong>s, constitui verda<strong>de</strong>s<br />

que possibilitam que os sujeitos pesquisados possam fazer <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das afirmações. O<br />

interesse é compreen<strong>de</strong>r, a<strong>na</strong>lisar como tais discursos produzem uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da<br />

forma <strong>de</strong> lidar com a <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>, o que aponta a constituição histórica <strong>de</strong>sse objeto.<br />

Procuraremos a<strong>na</strong>lisar as condições <strong>de</strong> existência das políticas <strong>de</strong> inclusão, que<br />

afirmam/efetivam <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos rumos para a educação. Os enunciados nesse campo,<br />

a partir <strong>de</strong> certas regularida<strong>de</strong>s, constituem um saber sobre os sujeitos. Tais regras<br />

produzem certas formas <strong>de</strong> ver e falar sobre essa temática. Assim, po<strong>de</strong>mos nos<br />

perguntar: que efeitos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> são produzidos no cotidiano <strong>escola</strong>r através das<br />

formações discursivas que organizam os enunciados sobre a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong><br />

<strong>escola</strong>?<br />

A investigação das práticas não tem o objetivo <strong>de</strong> constituir explicações<br />

universais, já que as práticas são pontuais, singulares, circunstanciais, localizadas.<br />

Assim, os instrumentos utilizados: entrevistas individuais, em grupo, observações, diário<br />

<strong>de</strong> campo e análise <strong>de</strong> documentos não almejam, quando utilizados, <strong>de</strong>svelar verda<strong>de</strong>s<br />

sobre os sujeitos, grupos, documentos, que estariam, então, supostamente encobertos<br />

em suas expressões. A metodologia que estamos propondo pergunta ao corpus<br />

produzido pela pesquisa: o que é produzido? Que subjetivida<strong>de</strong>s são constituídas?<br />

Com que contornos? O que as põe em funcio<strong>na</strong>mento? Com que ética?

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