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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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alguém para proferi-los, mas porque houve uma posição que foi ocupada por um<br />

sujeito. Portanto, assim, “<strong>de</strong>screver uma formulação enquanto enunciado não consiste<br />

em a<strong>na</strong>lisar as relações entre o autor e o que ele disse (ou quis dizer, ou disse sem<br />

querer), mas em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r qual é a posição que po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ocupar todo o indivíduo<br />

para ser sujeito” (FOUCAULT, 1987, p. 109).<br />

A teorização <strong>de</strong> Foucault nos traz três aspectos fundamentais que nos guiarão<br />

para a elaboração da pesquisa: 1) que todo conhecimento será sempre parcial; 2) <strong>de</strong><br />

que a realida<strong>de</strong> é uma construção e; 3) <strong>de</strong> que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é sempre um estado em<br />

processo. Desta forma, a utilização dos relatos <strong>de</strong> alguém tem como objetivo menos a<br />

busca da verda<strong>de</strong> e muito mais a i<strong>de</strong>ntificação das condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> para que<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da <strong>na</strong>rrativa emerja enquanto discurso. Estamos, pois, longe <strong>de</strong> um sujeito<br />

unitário, e bastante próximos <strong>de</strong> um sujeito, que se constitui através <strong>de</strong> práticas<br />

discursivas, práticas estas sempre mediadas e também constituídas pelas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r. Estamos consi<strong>de</strong>rando a existência <strong>de</strong> uma articulação entre subjetivida<strong>de</strong> e<br />

jogos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>; pois é através <strong>de</strong> jogos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> que nos pensamos e nos<br />

constituímos enquanto indivíduos sexuados/as, alunos/as, educadores/as; que nos<br />

julgamos e nos colocamos ao lado da norma ou como <strong>de</strong>svios <strong>de</strong>ssa. Se há<br />

enunciações sobre o sujeito que funcio<strong>na</strong>m, são admitidas e circulam como se fossem<br />

verda<strong>de</strong>iras, levando em conta os laços entre obrigações <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> e a constituição<br />

<strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>, estas <strong>de</strong>limitam a experiência que os indivíduos fazem <strong>de</strong> si próprios.<br />

A perspectiva a partir da qual preten<strong>de</strong>mos abordar a questão da subjetivida<strong>de</strong> é a<br />

<strong>de</strong> um processo, <strong>de</strong> um engendramento contínuo, atravessada por uma multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> forças que se reconfiguram. Isto implica pensar o sujeito como uma <strong>produção</strong><br />

vinculada ao seu tempo, como algo circunscrito historicamente. O entendimento da<br />

subjetivida<strong>de</strong> como <strong>produção</strong> nos leva a sair <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> análise individual,<br />

consi<strong>de</strong>rando as perspectivas histórica, social e política, referindo-se às relações, à<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> conexões que a constituem.<br />

Se a subjetivida<strong>de</strong> hoje se produz diferentemente do que se produziu, po<strong>de</strong>mos<br />

dizer que a instituição <strong>escola</strong>r fez e faz parte <strong>de</strong>sta <strong>produção</strong>, uma vez que se por um<br />

lado ela é um lugar fundamental <strong>na</strong> constituição da subjetivida<strong>de</strong>, por outro, ela também

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