A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
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131 dado ao trabalho proposto para o tema das sexualidades com ênfase no discurso médico: “Teve um grupo que trabalhou aqui agora, não sei se a Nádia começou a fazer isso, que é um grupo do pessoal da área da saúde, duas médicas que trabalharam, que depois deste trabalho com a Somos, veio aqui para fazer um trabalho de formação com os professores, teve um momento de encontro, deixaram um material, veio o assunto das doenças, tinha polígrafo, mas nós achamos que era superficial, que não trata da questão da homofobia e de uma forma mais centrada que seja tocado no assunto. No momento é o que eu recordo que tenha vindo um trabalho pontual além desse que foi feito pelo orçamento do Brasil Sem Homofobia foi o que abriu o espaço mesmo para nós.” ( Janice – supervisora pedagógica) Quanto às ações do estado, estão colocadas em debate as diferentes abordagens e que tipo de demanda se quer contemplar: parece que se colocam separadamente as demandas por direitos humanos, que envolveriam reivindicações de direitos sexuais e a diversidade sexual: “o direito de ir e vir como se é”. E por outro lado uma abordagem privilegiando a saúde, direitos reprodutivos, prevenção de DSTs e aids. Esta diferença está colocada na implantação de dois projetos federais propostos na mesma época: Brasil sem Homofobia e Saúde e Prevenção na Escola, cada um tendo sua entrada e instalação diferenciada nas escolas. Apesar do SPE em seus temas listar a discussão da diversidade, o foco é outro: a prevenção. Sua implementação segue a lógica de ser proposto em escolas com desempenho mais baixo, o que pode apontar para uma ênfase na saúde e prevenção em populações empobrecidas, apontadas como vulneráveis à epidemia da aids. Esta divisão, que pode ser necessária a nível operacional, traz associada a idéia de que deveria se priorizar a saúde pública, que é de inquestionável legitimidade, e que reivindicações associadas ao exercício erótico não são tão importantes e por vezes vistas como desnecessárias. No decorrer da pesquisa se apresentaram outros questionamentos confirmando nossa percepção de um campo de dinâmicas múltiplas, local de vários embates e de uma grande complexidade. A pesquisa de campo produziu um vasto material e uma grande imersão no cotidiano escolar o que trouxe um desafio para a análise e a impossibilidade de explorar todos os aspectos apontados na proposta inicial, a qual ficou em certos momentos aquém da perspectiva genealógica. Apesar destes limites a
132 pesquisa se mostrou uma experiência instigante que, a todo o momento, se mostrava permeada de valores e enunciados diferenciados. Neste momento nos propomos mais a abrir reflexões do que propriamente circunscrever as práticas percebidas e poder fazer um “fechamento”. Achamos importante a continuidade de reflexões neste campo que não foram possíveis de serem esgotadas no espaço e tempo desta dissertação.
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pesquisa se mostrou uma experiência instigante que, a todo o momento, se mostrava<br />
permeada <strong>de</strong> valores e enunciados diferenciados. Neste momento nos propomos mais<br />
a abrir reflexões do que propriamente circunscrever as práticas percebidas e po<strong>de</strong>r<br />
fazer um “fechamento”. Achamos importante a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexões neste campo<br />
que não foram possíveis <strong>de</strong> serem esgotadas no espaço e tempo <strong>de</strong>sta dissertação.