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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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conhecimento do programa, não havia nenhum envolvimento institucio<strong>na</strong>l em relação<br />

às propostas <strong>de</strong>senvolvidas por este programa, apesar <strong>de</strong> existirem <strong>na</strong> <strong>escola</strong><br />

educadoras comprometidas com este tema. Como coloca a supervisora: “Fica tudo a<br />

nível individual, tem muito material, mas é daquela professora, ela não socializa, os<br />

cursos não são socializados.” Uma professora da <strong>escola</strong> trabalha com o tema da<br />

travestilida<strong>de</strong>, fora da <strong>escola</strong>, mas isto não se reflete em seu trabalho pedagógico e a<br />

professora Marisa que teve a experiência <strong>de</strong> ser orientadora <strong>sexual</strong> procura parcerias<br />

para discutir estes temas também fora da <strong>escola</strong>. Estas ações/atitu<strong>de</strong>s individualizadas<br />

produzem, no que foi possível compreen<strong>de</strong>r durante o trabalho <strong>de</strong> campo, uma<br />

repercussão muito restrita do trabalho <strong>de</strong>stas educadoras no contexto da <strong>escola</strong> e como<br />

modificação <strong>de</strong> comportamentos.<br />

A <strong>escola</strong> estadual tem um processo diferenciado das outras <strong>escola</strong>s, foi a única<br />

<strong>escola</strong> da re<strong>de</strong> estadual, das que tiveram profissio<strong>na</strong>is <strong>na</strong>s formações da ong Somos,<br />

que construiu e implementou um projeto pedagógico em sua <strong>escola</strong>. Isto parece estar<br />

relacio<strong>na</strong>da à presença da professora Julia<strong>na</strong> <strong>na</strong> <strong>escola</strong>, mas também <strong>de</strong> um<br />

comprometimento assumido pelas professoras do SOE e da supervisão pedagógica,<br />

que se apropriaram dos <strong>de</strong>bates e pu<strong>de</strong>ram levar a frente uma discussão com o apoio<br />

da direção da <strong>escola</strong>. Quanto ao fato das outras <strong>escola</strong>s não darem continuida<strong>de</strong> ao<br />

trabalho a supervisora Janice consi<strong>de</strong>ra:<br />

“Eu acho que por falta <strong>de</strong> conhecimento, primeiro momento, por isso que eu digo não<br />

sei se todos aproveitaram...claro, alguma coisa sim, mas, aceitaram talvez a idéia, mas<br />

não sei se mudaram a estrutura, como é que estas pessoas que participaram se<br />

colocam no grupo <strong>de</strong>les, a nossa situação aqui eu acho que ela é um pouquinho<br />

diferenciada, porque a Nádia tem uma visão positiva da situação e eu também e nós<br />

duas conversamos e a gente se apóia e encontra um jeito interessante <strong>de</strong> colocar no<br />

grupo, não foi uma coisa forçada, tem que fazer, é obrigado, nós vamos discutir a<br />

vonta<strong>de</strong>, porque fizemos o curso, os colegas impuseram, é isso e pronto.”<br />

O fato da equipe diretiva ter assumido institucio<strong>na</strong>lmente o tema da <strong>diversida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>sexual</strong> e referendado a legitimida<strong>de</strong> da permanência da professora Julia<strong>na</strong> foi<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte para o processo <strong>na</strong> <strong>escola</strong>. Percebe-se que estas educadoras avaliam<br />

que sua postura po<strong>de</strong> não ser apoiada pela mantenedora, mas consi<strong>de</strong>ram importante<br />

e se propõem a manter sua posição. Elas não escon<strong>de</strong>m suas discordâncias com o tom

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