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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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direitos sexuais se colocariam para quem necessita legitimar sua <strong>diversida<strong>de</strong></strong>, quanto à<br />

heteros<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> mantém-se como <strong>na</strong>tural.<br />

A dificulda<strong>de</strong> aqui tem sido que a abstração do conceito <strong>de</strong> indivíduo mascara a<br />

particularida<strong>de</strong> da sua figuração. Somente aqueles que não se assemelham ao indivíduo<br />

normativo têm sido consi<strong>de</strong>rados diferentes. A dimensão relacio<strong>na</strong>l da diferença – seu<br />

estabelecimento em contraste com a norma – também tem sido mascarada. A diferença tem<br />

sido representada como um traço fundamental ou <strong>na</strong>tural <strong>de</strong> um grupo enquanto a norma<br />

padronizada (o indivíduo homem branco) não é consi<strong>de</strong>rada como possuidora <strong>de</strong> traços<br />

coletivos. (JOAN SCOTT, 2005, p. 24)<br />

As formações inseridas no PBSH se diferenciam das propostas anteriores pois<br />

se apresentam centradas no discurso dos direitos humanos, característico <strong>de</strong>ste<br />

momento contemporâneo, em que mundialmente este é um assunto central e<br />

argumento utilizado pela gran<strong>de</strong> maioria dos movimentos sociais. Na área da educação<br />

este enfoque teve sua entrada garantida pelo <strong>de</strong>bate mais amplo da discussão da<br />

educação inclusiva que traz como ban<strong>de</strong>ira a universalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>escola</strong>rização. Neste<br />

sentido esta proposta trouxe o discurso jurídico com uma ênfase que não aparecia<br />

anteriormente.<br />

A formação <strong>de</strong> alguns/mas professores/as com conhecimentos e técnicas<br />

metodológicas criam especialistas, aqueles que po<strong>de</strong>m falar. Além <strong>de</strong> alimentar a<br />

crença da não-preparação dos/as professores/as das <strong>escola</strong>s para trabalhar com<br />

alunos diferentes ou com certos temas propicia a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que outros/as<br />

professores/as, não especialistas, venham a <strong>de</strong>senvolver ações pedagógicas com<br />

seus/suas alunos/as. A professora Amália, que foi diretora <strong>de</strong> <strong>escola</strong> e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora <strong>de</strong><br />

uma <strong>escola</strong> infantil, e concluiu a formação para orientadores sexuais da SMED em<br />

1991, conta que não faz nenhum trabalho sobre os temas abordados <strong>na</strong> formação que<br />

fez e “Mesmo tendo feito aquela formação não me sinto segura <strong>de</strong> abordar estes<br />

temas.”<br />

A subjetivida<strong>de</strong> se produz <strong>na</strong> relação das forças que atravessam o sujeito, <strong>na</strong>s<br />

práticas <strong>de</strong> objetivação pelo saber/po<strong>de</strong>r que conformam os modos <strong>de</strong> subjetivação:<br />

formas <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> si mesmo como sujeito da norma, <strong>de</strong> um preceito, <strong>de</strong><br />

uma estética <strong>de</strong> si. Observamos que a gran<strong>de</strong> barreira à inclusão, ou melhor, <strong>de</strong> outra<br />

compreensão ética da idéia <strong>de</strong> <strong>diversida<strong>de</strong></strong>, é o lugar atribuído ao outro, uma posição

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