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A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

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<strong>na</strong>morado, era um negócio interessante assim...Mas nós nunca em sala <strong>de</strong> aula, nós<br />

nunca abordamos isso aí, foi sempre conversado no SOE.” (Marcos- professor)<br />

Nesta <strong>escola</strong> não parece haver uma discussão acerca da postura dos<br />

professores frente a seus alunos, não percebi reflexões ou questio<strong>na</strong>mentos das<br />

atitu<strong>de</strong>s do corpo docente frente ao alu<strong>na</strong>do. Parece cristalizada uma visão que o<br />

público atendido é difícil, então: “se faz o que se po<strong>de</strong>”. O respeito que é trabalhado é<br />

aquele que os alunos <strong>de</strong>vem adquirir, não aquele que po<strong>de</strong>ria faltar ao professor. Não<br />

se coloca em pauta um possível preconceito ou <strong>de</strong>srespeito que partiria do professor,<br />

este está colocado no lugar <strong>na</strong>turalizado como a<strong>de</strong>quado e os/as alu<strong>na</strong>s/ao no que<br />

necessita ser corrigido.<br />

7.4 – Inclusão<br />

Um questio<strong>na</strong>mento que se apresenta acerca do enunciado da inclusão é sua<br />

utilização como uma prática <strong>de</strong> tolerância e tentativa <strong>de</strong> acabar com as diferenças<br />

tendo como referência a normalida<strong>de</strong>. Surgem, em relação à diferença, discursos que a<br />

legitimam, práticas <strong>de</strong> reconhecimento, aceitação, respeito e tolerância, que são<br />

colocadas como virtu<strong>de</strong>s em si mesmas: o que importa é a aceitação a partir daquele<br />

que está acolhendo, e não seus conteúdos e efeitos políticos, lingüísticos e culturais<br />

que convertem o outro em um remarcável, censurável, o que sempre ocupa o lugar <strong>de</strong><br />

ser reconhecido. Carlos Skliar (2004) alerta que o discurso <strong>de</strong> atenção à diferença ou<br />

<strong>diversida<strong>de</strong></strong>, po<strong>de</strong> ser pensado como um simples dado <strong>de</strong>scritivo e prescritivo que<br />

consiste em ser cada vez mais rigoroso e obsessivo <strong>na</strong> catalogação do outro.<br />

Construímos a imagem <strong>de</strong> que a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> não somos nós: são os outros.<br />

“Quando a gente fica <strong>na</strong> questão da <strong>escola</strong> inclusiva nós ficamos no periférico, o que<br />

eu chamo <strong>de</strong> periférico, periférico é tratar a inclusão como a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, a<br />

inclusão com o que tem Síndrome <strong>de</strong> Down, a inclusão como ter outras...algumas<br />

patologias, coisas assim, normalmente isso não trata a questão da inclusão num<br />

universo muitíssimo mais amplo, que envolva como por exemplo a <strong>de</strong> orientações<br />

sexuais diferenciadas, essa coisa toda, porque são níveis muitíssimo mais complexos,<br />

daí envolve todo um projeto <strong>de</strong> construir uma <strong>escola</strong> que é para todos, que todos têm<br />

direito com suas escolhas e as suas opções. O professor fazer um trabalho mais<br />

completo, a longo prazo, mais longo, muito mais difícil do que colocar um ca<strong>de</strong>irante ou<br />

alguém que tenha Síndrome <strong>de</strong> Down. Porque <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>, envolve, a bem da verda<strong>de</strong>,

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