20.02.2015 Views

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

10<br />

Nesta apresentação, nos capítulos on<strong>de</strong> colocamos a experiência da pesquisa<br />

<strong>de</strong> campo, optamos por apresentar as <strong>escola</strong>s separadamente, pois, foi possível<br />

perceber dinâmicas diferenciadas. Na apresentação das <strong>escola</strong>s subdividimos por<br />

assuntos que se apresentaram com maior evidência em cada ambiente <strong>escola</strong>r. Des<strong>de</strong><br />

já colocamos que esta divisão é uma maneira <strong>de</strong> apresentação e não quer significar<br />

que os temas, assuntos e posicio<strong>na</strong>mentos se apresentem estanques, pelo contrário:<br />

os discursos não são, em geral, monolíticos, pois, apresentam contradições e rupturas.<br />

Enten<strong>de</strong>mos que os processos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>s, dos valores e das<br />

verda<strong>de</strong>s constituem os indivíduos e grupos <strong>de</strong> maneira dinâmica e com embates<br />

permanentes. Procuramos não realizar uma comparação entre as <strong>escola</strong>s, visto que<br />

são realida<strong>de</strong>s e processos diferenciados, porém, não foi possível em alguns momentos<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> perceber algumas dinâmicas similares e outras muito diversas; a realida<strong>de</strong> se<br />

constituindo como uma trama, afetada por discursos instalados <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong>, mas com<br />

características particulares em cada espaço, alguns com muita legitimida<strong>de</strong> outros<br />

ocupando espaços entendidos como margi<strong>na</strong>is.<br />

Para tentar explorar nossos questio<strong>na</strong>mentos, foi necessário compreen<strong>de</strong>r a<br />

<strong>escola</strong> enquanto instituição que possui um corpo <strong>de</strong> saberes próprios, que foram e<br />

ainda são legitimados e estruturados socialmente; e que estão inseridos numa re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>res, on<strong>de</strong> atuam os discursos científicos da pedagogia, da psiquiatria, da<br />

psicologia, do direito, da medici<strong>na</strong>, entre outros. Neste sentido, Michel Foucault<br />

consi<strong>de</strong>rava todo “sistema <strong>de</strong> educação como uma maneira política <strong>de</strong> manter ou <strong>de</strong><br />

modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os po<strong>de</strong>res que eles trazem<br />

consigo” (FOUCAULT, 1996, p. 43).<br />

O sistema <strong>de</strong> ensino tem proposto um olhar para as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s como um lugar<br />

fixo para os sujeitos, nesta ótica po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r como sendo um <strong>de</strong>safio a<br />

discussão do tema da <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> e <strong>de</strong> gênero <strong>na</strong> área da Educação. Segundo<br />

análises <strong>de</strong> pesquisadores/as como Tomaz Ta<strong>de</strong>u da Silva (1994, 1998, 2000), Jorge<br />

Larrosa (1994), há uma persistência <strong>na</strong> educação <strong>de</strong> proposições cristalizadas e<br />

essencialistas para pensar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong>mos transferir também para o campo<br />

das <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>s e acerca do gênero. A educação foi marcada por uma concepção do<br />

sujeito baseada em proposições herdadas da Psicologia da Aprendizagem e da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!