20.02.2015 Views

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

99<br />

risco é presente, quer no sentido <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> para o indivíduo que sofre<br />

discrimi<strong>na</strong>ção quer pelo risco que comportamentos <strong>de</strong>sviantes po<strong>de</strong>m vir a trazer para a<br />

comunida<strong>de</strong>.<br />

A professora Isabel conta que esta foi uma situação em que se posicionou, em<br />

relação a esta proposta da palestra com o professor Re<strong>na</strong>to Flores, que <strong>na</strong> reunião<br />

on<strong>de</strong> foi colocada a questão ela levantou-se e disse: “Se ele entra aqui <strong>na</strong> <strong>escola</strong> eu<br />

saio! Ele entra por uma porta e eu saio por outra!” Esta professora realiza um trabalho<br />

com a Igualda<strong>de</strong>, uma ong <strong>de</strong> travestis, e participa <strong>de</strong> um núcleo on<strong>de</strong> ela coor<strong>de</strong><strong>na</strong><br />

ofici<strong>na</strong>s com as travestis. Participou do projeto Educando para a Diversida<strong>de</strong> em 2007<br />

através do convite da Marceli Malta, presi<strong>de</strong>nte da Igualda<strong>de</strong>: “Não tem <strong>na</strong>da a ver com<br />

o trabalho <strong>na</strong> <strong>escola</strong>” Foi como participante da Igualda<strong>de</strong>, não como professora. Parece<br />

que seu trabalho com a ong não tem uma repercussão <strong>na</strong>s suas propostas<br />

pedagógicas <strong>na</strong> <strong>escola</strong>, porém, é possível que esta sua vivência a tenha colocado<br />

nesta posição crítica às teorias que estavam associadas ao nome <strong>de</strong>ste palestrante.<br />

Sposito e Carrano (2003), em sua pesquisa verificaram uma dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

consolidação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> políticas direcio<strong>na</strong>das aos jovens, pois se há um<br />

estabelecido reconhecimento social do direito <strong>de</strong> qualquer criança, a ter uma família, à<br />

<strong>escola</strong>, condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, enfim, o direito à proteção, o mesmo não ocorre com a<br />

figura do adolescente pobre, sobretudo negro e morador das periferias urba<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s metrópoles brasileiras. Desloca-se para esse sujeito a constituição <strong>de</strong> uma<br />

imagem que impe<strong>de</strong> o reconhecimento social <strong>de</strong> seus direitos à proteção. A maneira<br />

com que são consi<strong>de</strong>rados pela opinião pública os adolescentes em conflito com a lei,<br />

recolhidos nos sistemas <strong>de</strong> inter<strong>na</strong>ção, espraia-se para todos aqueles que são<br />

moradores <strong>de</strong> bairros pobres e <strong>de</strong> favelas. Nega-se a sua condição <strong>de</strong> indivíduos em<br />

formação e <strong>de</strong>senvolvimento, com necessida<strong>de</strong>s amplas no domínio do lazer, da<br />

cultura, do esporte, da participação. Na <strong>escola</strong> se percebe um <strong>de</strong>sinvestimento nos/as<br />

estudantes “maiores”. Se associam a estes/as jovens uma série <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> vida<br />

precárias que produzem como conseqüência a “bandidagem”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!