A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
A diversidade sexual na escola: produção de subjetividade e ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
9<br />
e que não são recebidos <strong>de</strong> maneira passiva pelos sujeitos, os quais, uma vez<br />
expostos a eles, os traduzem <strong>na</strong>s suas histórias. Portanto, após apresentarmos a<br />
metodologia traremos uma discussão teórica sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s sexuais e <strong>de</strong> gênero<br />
que julgamos necessária no sentido que este tema tem suscitado muitos <strong>de</strong>bates, com<br />
vários enfoques e diferentes posicio<strong>na</strong>mentos teóricos e metodológicos.<br />
Po<strong>de</strong>mos, então, pensar que os discursos acerca das formas dos indivíduos<br />
viverem a sua <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> estabelecer suas performances <strong>de</strong> gênero vão além <strong>de</strong><br />
informar e prevenir, seus efeitos são <strong>de</strong> construir e facilitar um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do<br />
comportamento. Quando a <strong>escola</strong> é legitimada a intervir sobre a <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>, se busca<br />
intervir <strong>na</strong> vida do corpo e <strong>na</strong> vida da espécie, <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> individual e coletiva, <strong>na</strong> vida<br />
dos alunos/as, professores e professoras, bem como <strong>na</strong> regulação e organização da<br />
população. Portanto, <strong>na</strong>s propostas das políticas educacio<strong>na</strong>is brasileiras é possível<br />
i<strong>de</strong>ntificar que há uma série <strong>de</strong> justificativas para que estas ações sejam<br />
implementadas, e elas <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>m um sujeito que seria o alvo <strong>de</strong>stes esforços, o que<br />
traz consigo um processo <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong>ste sujeito e <strong>de</strong> construção <strong>de</strong><br />
subjetivida<strong>de</strong>s. Para po<strong>de</strong>rmos discutir seus efeitos apresentamos no capítulo intitulado<br />
Políticas Públicas como vem se <strong>de</strong>senvolvendo no Brasil uma série <strong>de</strong> discursos <strong>de</strong><br />
gerenciamento da <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>. O tema é alvo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates e <strong>de</strong> uma conseqüente<br />
nomeação da <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong>, fruto <strong>de</strong> sua recente visibilida<strong>de</strong> e das lutas <strong>de</strong><br />
indivíduos por direitos.<br />
A pesquisa se realizou em duas <strong>escola</strong>s da re<strong>de</strong> pública, uma estadual e outra<br />
municipal ambas tinham em seu corpo docente professores/as que participaram <strong>de</strong><br />
alguma capacitação acerca da <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> tendo com o objetivo o trabalho com os/as<br />
alunos/as. A pesquisa <strong>de</strong> campo durou sete meses, <strong>de</strong> abril a outubro <strong>de</strong> 2008, e<br />
consistiu <strong>de</strong> observações do cotidiano <strong>escola</strong>r e entrevistas com professores/as <strong>de</strong>stas<br />
<strong>escola</strong>s. Acompanhou-se uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s e, principalmente,<br />
foi se constituindo uma maneira <strong>de</strong> pesquisar que foi o da convivência com os/as<br />
educadores/as em seu espaço <strong>de</strong> trabalho: conversas <strong>na</strong> sala dos/as professores/as,<br />
no pátio, <strong>na</strong>s salas da supervisão, etc. A intenção foi a <strong>de</strong> perceber como se<br />
atualizavam as dinâmicas dos discursos.