conhecimento das gestantes sobre o cuidado em saúde ... - Unesc
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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC<br />
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA<br />
VANESSA ANDRÉA TONELLI COSTA<br />
CONHECIMENTO DAS GESTANTES SOBRE O CUIDADO EM SAÚDE<br />
BUCAL DO SEU BEBÊ<br />
CRICIÚMA, AGOSTO, 2008
1<br />
VANESSA ANDRÉA TONELLI COSTA<br />
CONHECIMENTO DAS GESTANTES SOBRE O CUIDADO EM SAÚDE<br />
BUCAL DO SEU BEBÊ.<br />
Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação<br />
da Universidade do Extr<strong>em</strong>o Sul<br />
Catarinense - UNESC, para a obtenção do<br />
título de especialista <strong>em</strong> SAUDE<br />
COLETIVA.....................................<br />
Orientador: MSc. RENAN CERETTA<br />
CRICIÚMA, AGOSTO, 2008
2<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Ao meu marido Marcus, ao meu filho Rodrigo, a<br />
minha mãe Cleusa, e aos meus primos Karin e<br />
Matheus que de alguma forma contribuíram<br />
para o desenvolvimento desse trabalho.<br />
Agradeço também às <strong>gestantes</strong>, que se<br />
dispuseram a responder aos questionários,<br />
s<strong>em</strong> o qual seria impossível a realização desta<br />
monografia.
3<br />
RESUMO<br />
O presente estudo teve como objetivo avaliar o <strong>conhecimento</strong> <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> <strong>sobre</strong> o<br />
<strong>cuidado</strong> <strong>em</strong> saúde bucal do seu bebê. Participaram da pesquisa 22 <strong>gestantes</strong> que<br />
realizaram o pré-natal no posto de saúde São Lucas, no município de Siderópolis -<br />
SC. Esta pesquisa foi do tipo exploratória e levantamento, utilizando-se para a coleta<br />
de dados um questionário fechado. O resultado da pesquisa mostra a necessidade<br />
da realização de grupos de gestante durante o pré-natal, com a participação do<br />
cirurgião-dentista.<br />
Palavras chave: Saúde bucal, Cárie dental, Gestantes.
4<br />
ABSTRACT<br />
The present study had as objective to evaluate the knowledge of pregnant women on<br />
the care of buccal health of their babies. Participated of the research, 22 pregnant<br />
that had carried through the prenatal care on the community health center São<br />
Lucas, in Siderópolis - SC. This research was of the exploratory and survey type,<br />
using for the collection of data a closed questionnaire. The research’s result show the<br />
need to create pregnant groups during the prenatal care, with the participation of the<br />
surgeon-dentist.<br />
Words key: Buccal health, Dental caries, Pregnant.
5<br />
INDICE DE TABELAS<br />
Tabela 1 - Idade ........................................................................................................26<br />
Tabela 2 - Escolaridade ............................................................................................27<br />
Tabela 3 - Início do pré-natal.....................................................................................27<br />
Tabela 4 - A participação <strong>em</strong> grupos de gestante....................................................28<br />
Tabela 5 - Conhecimento da transmissão de cárie dental ao filho............................29<br />
Tabela 6 - A forma de prevenir a doença cárie dental...............................................29<br />
Tabela 7 - Recebimento de orientação de como cuidar da limpeza da boca<br />
do bebê durante o pré-natal..................................................................... 30<br />
Tabela 8 - A importância <strong>em</strong> se fazer a limpeza da boca do bebê............................30<br />
Tabela 9 - Iinício da realização da limpeza da boca do bebê....................................31<br />
Tabela 10 - Leite materno provocar cárie dental.......................................................31<br />
Tabela 11 - A primeira consulta do bebê no consultório odontológico ......................32
6<br />
LISTA DE SIGLAS<br />
CAPs - Caixas de Aposentadorias e Pensões<br />
IAPs - Institutos de Aposentadorias e Pensões ()<br />
INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social<br />
SESP - Serviços Especiais de Saúde Pública<br />
ESF - estratégias de saúde da família<br />
SUS - Sist<strong>em</strong>a Único de Saúde<br />
FUNASA - Fundação Nacional de Saúde<br />
CONEP - Comissão Nacional de Ética <strong>em</strong> Pesquisa
7<br />
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................8<br />
2 OBJETIVOS...........................................................................................................11<br />
2.1 Objetivo Geral..................................................................................................11<br />
2.2 Objetivos Específicos.......................................................................................11<br />
3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................12<br />
3.1 Políticas Públicas de Saúde Bucal no Brasil....................................................12<br />
3.2 Orientações Conferi<strong>das</strong> às Gestantes no Pré-Natal ........................................14<br />
3.3 A Saúde Bucal do Bebê como Resultado da Orientação à Gestante ..............19<br />
4 METODOLOGIA ....................................................................................................25<br />
4.1 Abordag<strong>em</strong> Metodológica................................................................................25<br />
4.2 Tipo de Pesquisa .............................................................................................25<br />
4.3 Local do Estudo ...............................................................................................25<br />
4.4 População e Amostra.......................................................................................26<br />
4.5 Coleta de Dados ..............................................................................................26<br />
4.6 Apresentação e Análise dos Dados.................................................................26<br />
4.7 Aspectos Éticos ...............................................................................................33<br />
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................34<br />
REFERÊNCIAS.........................................................................................................35<br />
APÊNDICE................................................................................................................39<br />
Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..................................40<br />
Apêndice B - Questionário.....................................................................................41
8<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
A cárie dental é uma doença multifatorial, sabe-se que os fatores de risco<br />
de cárie estão diretamente relacionados com a sua dieta, higiene bucal e presença<br />
de microorganismos cariogênicos.<br />
A cárie dental é uma doença que destrói tanto os dentes decíduos como<br />
os dentes permanentes. Inicialmente apresenta-se como uma mancha branca no<br />
esmalte dental, e se essa mancha não for paralisada ela evoluirá se transformando<br />
<strong>em</strong> uma cavidade e atingindo a dentina e até mesmo a polpa dental. No momento<br />
<strong>em</strong> que a polpa dental é atingida, será necessário um tratamento mais invasivo, que<br />
chamamos de tratamento de canal ou tratamento endodôntico. Este tipo de<br />
tratamento t<strong>em</strong> um custo elevado e t<strong>em</strong>os pouca oferta nos serviços públicos de<br />
saúde, por isso a grande preocupação na saúde bucal é a realização da prevenção,<br />
atingindo o maior número de crianças e adultos.<br />
A fonte primária de infecção cariogênica <strong>em</strong> uma criança é a mãe, pois é<br />
ela que através da saliva transmite ao bebê os microorganismos cariogênicos, seja<br />
pelo contato direto, através do beijo ou objetos contaminados como colheres,<br />
chupeta, etc.<br />
Deve-se evitar ou retardar a transmissão da microbiota cariogênica da mãe<br />
para o filho pela redução t<strong>em</strong>porária dos reservatórios maternos de<br />
streptococus do grupo mutans, especialmente no período da janela de<br />
infectividade, que é o período de máxima suscetibilidade à infecção<br />
(BARATIERI, 2001, p.12).<br />
De acordo com o autor citado, a janela de infectividade é um período<br />
crítico para os humanos e ocorre mais ou menos entre 19 e 31 meses de idade,<br />
onde esta fonte de infecção é exógena e vertical, des<strong>em</strong>penhada pela mãe.<br />
O papel do dentista dentro do contexto da saúde oral é de prevenir a cárie<br />
dental, neste sentido a melhor maneira de atuação é através da sensibilização <strong>das</strong><br />
<strong>gestantes</strong> <strong>sobre</strong> a importância do <strong>cuidado</strong> da saúde bucal de seus filhos.<br />
Os hábitos e costumes de uma pessoa têm início na infância, e
9<br />
geralmente são introduzidos pela mãe ou pelo <strong>cuidado</strong>r da criança, por este motivo é<br />
de extr<strong>em</strong>a importância que essas pessoas estejam b<strong>em</strong> esclareci<strong>das</strong> <strong>sobre</strong> hábitos<br />
de higiene pessoal, o que inclui a higiene bucal.<br />
Normalmente a mulher quando está grávida é mais sensível e seu espírito<br />
de proteção da espécie está muito mais aguçado, sendo assim o melhor momento<br />
de se passar informações <strong>sobre</strong> os <strong>cuidado</strong>s com a higiene oral sua e do seu bebê.<br />
Devido ao grande número de crianças pequenas estar<strong>em</strong> procurando<br />
atendimento nos postos de saúde, apresentando cáries, visualiza-se a necessidade<br />
de se atuar com as <strong>gestantes</strong> para que se sensibiliz<strong>em</strong> da importância do <strong>cuidado</strong><br />
da saúde bucal de seus filhos.<br />
Se as mães tiver<strong>em</strong> o hábito desde o nascimento do bebê de cuidar<strong>em</strong> de<br />
sua higiene bucal, provavelmente a criança será mais receptiva a escovação quando<br />
nascer<strong>em</strong> os primeiros dentes, e esse hábito de escovar, provavelmente será levado<br />
pelo resto de sua vida.<br />
A odontologia s<strong>em</strong>pre desenvolveu um papel curativista, ou seja,<br />
“tapando buracos” e de uns t<strong>em</strong>pos para cá essa prática v<strong>em</strong> mudando. A<br />
odontologia v<strong>em</strong> se modificando e atuando mais na parte preventiva, o que<br />
antigamente por qualquer motivo se tirava um dente, hoje se tenta de várias<br />
maneiras preservá-lo e mantê-lo o máximo de t<strong>em</strong>po possível na boca.<br />
É lógico que ainda estamos longe de ter uma sociedade livre de cáries e<br />
onde todos tenham acesso a todo tipo de serviço odontológico, mas estamos no<br />
sentido certo, o da prevenção.<br />
Todo trabalho de conscientização de pessoas é muito difícil, pois não<br />
depende só de nós, mas sim do outro querer mudar, assim também ocorre na<br />
odontologia, a conscientização <strong>das</strong> pessoas para que cuid<strong>em</strong> de sua saúde bucal<br />
não é tarefa fácil, ainda mais se essa mudança de atitude t<strong>em</strong> que ser feita <strong>em</strong><br />
adultos que passaram a vida toda s<strong>em</strong> dar importância à saúde bucal. Por isso a<br />
importância da prevenção <strong>em</strong> crianças, sendo assim a melhor maneira de<br />
introduzirmos hábitos bucais saudáveis é no início da vida, onde hábitos ainda serão<br />
formados e nada melhor do que contarmos com a ajuda da mãe da criança, que é<br />
nela que a criança se espelha e imita.<br />
Atuando com as <strong>gestantes</strong>, passando informações de como cuidar de sua<br />
saúde bucal e de seus filhos, estar<strong>em</strong>os contribuindo de maneira significativa para<br />
as mudanças de hábito e atuando de maneira preventiva nos futuros adultos.
10<br />
Um ex<strong>em</strong>plo de que orientações da<strong>das</strong> às mães de bebês t<strong>em</strong> mostrado<br />
eficácia é na bebê clínica da universidade de Londrina, que é ligada ao SUS, nesta<br />
clínica, nas primeiras consultas, as mães são orienta<strong>das</strong> <strong>sobre</strong> os <strong>cuidado</strong>s com a<br />
alimentação e higiene. Depois os pacientes passam a ser acompanhados <strong>em</strong><br />
intervalos médios de três meses.<br />
Segundo Vaz (2005, p. 249) “<strong>em</strong> 20 anos de funcionamento, a bebê<br />
clínica já atendeu cerca de 25 mil pacientes de zero à cinco anos completos. A<br />
redução do índice de cárie chega a mais de 87%”.
11<br />
2 OBJETIVOS<br />
2.1 Objetivo Geral<br />
Analisar o <strong>conhecimento</strong> que um grupo de <strong>gestantes</strong>, no último trimestre<br />
de gestação, têm <strong>sobre</strong> o <strong>cuidado</strong> <strong>em</strong> saúde bucal do seu bebê.<br />
2.2 Objetivos Específicos<br />
Verificar se as <strong>gestantes</strong> investiga<strong>das</strong> receberam informações <strong>sobre</strong><br />
higiene oral do bebê durante o pré- natal;<br />
Verificar se as <strong>gestantes</strong> dão importância ao <strong>cuidado</strong> com a limpeza da<br />
boca do bebê;<br />
Averiguar o nível de instrução do grupo de <strong>gestantes</strong> investiga<strong>das</strong>.
12<br />
3 REVISÃO DA LITERATURA<br />
3.1 Políticas Públicas de Saúde Bucal no Brasil<br />
Políticas públicas de saúde bucal no Brasil estão associa<strong>das</strong> a todo o<br />
processo de política de saúde ocorrido no Brasil, se faz necessário contar um pouco<br />
dessa história.<br />
No período de 1923 à 1930 ocorreu um movimento operário sindical que<br />
era contra a posição do Estado <strong>em</strong> relação às leis trabalhistas e sociais, surgindo<br />
assim as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). Esses CAPs eram mantidos<br />
com recursos dos <strong>em</strong>pregados e <strong>em</strong>pregadores, e eram responsáveis pelos<br />
benefícios pecuniários e serviços de saúde, sendo assim só qu<strong>em</strong> contribuía é que<br />
tinha direito a usar os serviços médicos e odontológicos.<br />
Em relação a saúde coletiva, este mesmo período foi marcado pelo<br />
surgimento do chamado Sanitarismo Campanhista, que visava o combate à doença<br />
de massa.Essas ações eram de responsabilidade do Departamento Nacional de<br />
Saúde Pública, que havia sido criado <strong>em</strong> 1920.<br />
O período de 1930 à 1945, foi marcado por crise política, onde houve a<br />
revolução , e Getúlio Vargas assumiu o poder e deu importância ao operário urbano,<br />
para tê-los como seu aliado, assim criou-se o ministério do trabalho e a legislação<br />
trabalhista.<br />
Foram extintos os CAPs e criaram-se os Institutos de Aposentadorias e<br />
Pensões (IAPs) que eram organizados agora por categorias profissionais e não mais<br />
pelas <strong>em</strong>presas, mas era dirigido por um presidente indicado diretamente pelo<br />
presidente da república.<br />
Em 1966 ocorreu a fusão dos IAPs , criando-se assim o Instituto<br />
Nacional e Previdência Social (INPS), e ampliando a cobertura da previdência aos<br />
trabalhadores domésticos e rurais.<br />
No ano de 1977 foi criado o Instituto Nacional de Assistência Médica da<br />
Previdência Social (INAMPS), que atendia somente as pessoas que tinham carteira<br />
de trabalho. As secretarias estaduais e os serviços públicos federais eram<br />
responsáveis pelos des<strong>em</strong>pregados e moradores <strong>das</strong> áreas rurais.
13<br />
Em 1978 houve a conferência mundial de saúde de Alma-Ata, onde tinha<br />
uma proposta de priorizar a atenção e os <strong>cuidado</strong>s primários de saúde. No<br />
Brasil esta proposta coincidiu com a necessidade de se ampliar a atenção<br />
médica para as populações que até então não tinham este tipo<br />
atendimento. (ALMEIDA, 2001, p.26).<br />
Na década de 1980, t<strong>em</strong>os um marco político com a red<strong>em</strong>ocratização, a<br />
nova república com a derrota do governo nas eleições de 1982, e a<br />
constituição de 1988 que aprovou a criação do SUS, reconhecendo a saúde<br />
como um direito a ser assegurado pelo Estado e tendo como princípios a<br />
universalidade, eqüidade, integralidade e organizado de maneira<br />
descentralizada, hierarquizada e com a participação popular. (CUNHA &<br />
CUNHA, p. 298).<br />
Assim, o modelo de assistência odontológico heg<strong>em</strong>ônico, que permaneceu<br />
até a Constituição de 1988, era preponderant<strong>em</strong>ente de prática privada,<br />
cobrindo a maior parte da população, e o seguro social, por intermédio <strong>das</strong><br />
CAPs e depois IAPs, oferecendo assistência dentária somente aos<br />
trabalhadores privados urbanos segurados, utilizando porém, a contratação<br />
de serviços profissionais privados. (COSTA et al, 2006, p. 19).<br />
No início da década de 1950 o SESP (Serviços Especiais de Saúde<br />
Pública) introduziu assistência odontológica para escolares.<br />
“A justificativa para esse modelo e para dar continuidade à prática<br />
odontológica <strong>em</strong> escolares partiu da seguinte afirmação: prevenindo a cárie na<br />
infância as pessoas estarão protegi<strong>das</strong> na vida adulta” (SHEIHAM, 1992 apud<br />
COSTA et al, 2006, p. 20).<br />
Essa atenção dada a escolares, atendendo somente as urgências<br />
odontológicas <strong>em</strong> adultos foi o modelo de saúde pública odontológica que o Brasil<br />
seguiu durante muitos anos.<br />
Com a criação do SUS, foi que se mudou um pouco esse modelo e que<br />
se começou a dar atendimento odontológico para adultos nas unidades de saúde.<br />
Em 2000 houve a introdução da saúde bucal nas estratégias de saúde da<br />
família (ESF), tendo como objetivo o atendimento de toda a população abrangida<br />
pela equipe da saúde da família.<br />
Em 2004, o governo lança o programa Brasil Sorridente, que propõe<br />
garantir as ações de promoção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros,<br />
implantando também os centros de especialidades odontológicas.<br />
“A fluoretação da água de abastecimento também é uma política de<br />
saúde bucal e v<strong>em</strong> sendo implantada por meio de ação conjunta entre a Fundação<br />
Nacional de Saúde (FUNASA) e as secretarias estaduais de saúde” (Ministério da<br />
saúde).
14<br />
3.2 Orientações Conferi<strong>das</strong> às Gestantes no Pré-Natal<br />
O Ministério da saúde publicou um manual técnico <strong>sobre</strong> o pré-natal e<br />
puerpério, com o intuito de melhorar a qualidade do atendimento às <strong>gestantes</strong> na<br />
gravidez e pós-parto. Registros mostram um aumento do número de consultas de<br />
pré-natal por mulher que realiza o parto no SUS, esse número de consultas, passou<br />
de 1,2 consultas por parto <strong>em</strong> 1995 para 5,1 consultas por parto <strong>em</strong> 2003.<br />
Apesar deste aumento sabe-se ainda que muitas mulheres não realizam<br />
ou deixam para realizar a primeira consulta pré-natal tardiamente, onde o<br />
recomendado pelo Ministério , é que se faça a captação precoce <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong>,<br />
realizando no mínimo 6 consultas de pré-natal, preferencialmente 1 no primeiro<br />
trimestre, 2 no segundo trimestre e 3 no terceiro trimestre de gestação.<br />
De acordo com Montandon (2001 apud MAMELUQUE et al, 2005), a<br />
gestante é considerada uma paciente especial, devido às modificações metabólicas<br />
e psíquicas que ocorr<strong>em</strong> na gestação para atender as d<strong>em</strong>an<strong>das</strong> do feto e da<br />
própria gestante. Estas alterações sistêmicas pod<strong>em</strong> ocorrer também na cavidade<br />
bucal, por isso a necessidade de atenção odontológica diferenciada.<br />
O aumento da susceptibilidade às doenças cárie e periodontal é, muitas<br />
vezes, observado na paciente gestante. Esse aumento, porém, é<br />
controlável quando o atendimento à gestante é efetuado de forma integral,<br />
impl<strong>em</strong>entando à prática odontológica ações educativas, preventivas e<br />
curativas. A abordag<strong>em</strong> integral é uma estratégia para se lidar com a<br />
ocorrência da cárie e da doença periodontal nas <strong>gestantes</strong>, pois são<br />
doenças multifatoriais e ocasiona<strong>das</strong>, neste tipo de paciente, por alterações<br />
fisiológicas (hormonais ou gastrointestinais), psicológicas e modificações na<br />
dieta e higiene bucal (NUNES, 1999 apud MAMELUQUE et al, 2005).<br />
O atendimento de <strong>gestantes</strong> no consultório odontológico dos postos de<br />
saúde não é muito freqüente, porém quando este acontece geralmente a gestante<br />
relata apresentar a gengiva muito sensível e que sangra com facilidade, isto pode<br />
ser explicado pelas alterações hormonais, dietéticas e mudanças de hábito da<br />
gestante, pois muitas aumentam a ingestão de alimentos e diminu<strong>em</strong> a freqüência<br />
<strong>das</strong> escovações por apresentar<strong>em</strong> enjôos do cr<strong>em</strong>e dental.
15<br />
Konish (1995 apud BERNARDES et al, 2000), diz que quanto mais<br />
precoce for o início da educação e promoção <strong>em</strong> saúde bucal de <strong>gestantes</strong>, junto<br />
com o acompanhamento odontológico, menor será a chance do aparecimento de<br />
cáries nas crianças. O acompanhamento t<strong>em</strong> como objetivo a orientação <strong>das</strong> mães<br />
no que diz respeito ao esclarecimento de probl<strong>em</strong>as bucais, dieta, higiene bucal,<br />
fases do desenvolvimento dos dentes do bebê na gestação, desenvolvimento do<br />
paladar do futuro bebê, como também a gestante ter uma gravidez tranqüila <strong>em</strong><br />
relação a sua saúde bucal, orientações bucais <strong>em</strong> relação ao futuro bebê, preparo<br />
do seio para amamentação e hábitos do bebê.<br />
Navarro e Côrtes, e Stelluto Jr (1995 apud NOVAIS et al, 2004, p. 200)<br />
falam da importância do papel preventivo da mãe com relação ao aparecimento de<br />
cáries <strong>em</strong> seus filhos. Comentam da importância da mãe apresentar uma saúde<br />
bucal adequada para evitar a contaminação da criança.<br />
Pesquisas científicas mostram que bactérias relaciona<strong>das</strong> ao<br />
aparecimento da cárie, são transmiti<strong>das</strong> para a criança principalmente pela mãe,<br />
que na maioria <strong>das</strong> vezes é qu<strong>em</strong> cuida da criança e t<strong>em</strong> o maior contato com ela,<br />
reforçando assim à importância de termos mães livres de cáries e com a menor<br />
quantidade de bactérias cariogênicas possíveis na cavidade bucal, evitando assim a<br />
contaminação precoce do bebê.<br />
Segundo Abegg (1997), é importante verificar o comportamento de<br />
populações quanto aos hábitos de higiene bucal, com o objetivo de planejar<br />
programas educativos que vis<strong>em</strong> à sua melhoria, com conseqüente redução do nível<br />
de placa bacteriana e sangramento gengival.<br />
Bernardes et al (2000), realizaram uma pesquisa, através de questionário,<br />
com <strong>gestantes</strong> usuárias do sist<strong>em</strong>a único de saúde, da cidade de Uberlândia-MG,<br />
onde era desenvolvido um programa de saúde bucal, com o objetivo de medir seus<br />
<strong>conhecimento</strong>s <strong>sobre</strong> saúde bucal e comparar com um estudo realizado com um<br />
grupo de <strong>gestantes</strong> de classe alta e média de Araraquara-SP (serviço privado),<br />
realizados por Oliveira et al (1999). Com este estudo elas verificaram que 40% <strong>das</strong><br />
<strong>gestantes</strong> do serviço público sabiam que a cárie é transmissível e que a mãe é a<br />
maior responsável pela contaminação de seu filho, enquanto 12% <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> do<br />
serviço privado sabiam. Uma grande parcela desconhecia que a cárie é doença<br />
infecto-contagiosa e transmissível.
16<br />
A odontologia intra-uterina é um assunto altamente relevante nos t<strong>em</strong>pos de<br />
hoje, uma vez que os hábitos adquiridos pelas crianças para a promoção de<br />
saúde bucal se estabelec<strong>em</strong> através da observação <strong>das</strong> práticas de<br />
prevenção da mãe, sendo que crianças cujas mães t<strong>em</strong> pouco <strong>cuidado</strong> com<br />
a saúde bucal, apresentam forte tendência a também desenvolver<strong>em</strong><br />
poucos <strong>cuidado</strong>s, repetindo assim os maus hábitos <strong>das</strong> mães (GONZAGA<br />
et al, 2001 apud RIBEIRO, 2003. p. 35).<br />
Simioni et al (2005), realizaram um estudo <strong>sobre</strong> as percepções maternas<br />
<strong>sobre</strong> a saúde bucal de bebês. Neste estudo participaram 20 mulheres, onde foi<br />
realizada a aplicação de duas entrevistas, sendo uma durante a gravidez e antes da<br />
realização de palestra odontológica educativa e a segunda após o nascimento de<br />
seus filhos, durante visita domiciliar. Com este estudo, foi possível observar que<br />
palestras <strong>sobre</strong> saúde bucal durante o período gestacional pod<strong>em</strong> mudar os<br />
<strong>cuidado</strong>s da mãe <strong>em</strong> relação à dieta e <strong>cuidado</strong>s de higiene com o bebê, mas mesmo<br />
assim este trabalho de sensibilização deve ter uma continuidade pós-parto, através<br />
de visitas domiciliares, para que as mães tir<strong>em</strong> dúvi<strong>das</strong> do que aprenderam nas<br />
palestras e estejam <strong>em</strong> constante motivação.<br />
A gestação provoca mudanças orgânicas e psicológicas próprias do<br />
processo fisiológico que caracteriza este período. Tais alterações dev<strong>em</strong> ser<br />
acompanha<strong>das</strong> por profissionais capazes de identificar, o mais brev<strong>em</strong>ente<br />
possível, fatores de risco que possam se <strong>sobre</strong>por a estas alterações e<br />
comprometer o b<strong>em</strong> estar materno-fetal. Dessa forma, permite-se adotar<br />
condutas adequa<strong>das</strong> e oportunas, para que a gestação culmine com a<br />
chegada de um recém-nascido saudável e uma mãe livre de complicações.<br />
(SOUZA et al, 2002, p. 253).<br />
O manual técnico do Ministério da Saúde, <strong>sobre</strong> pré-natal e puerpério<br />
inclui entre outras coisas, os aspectos a ser<strong>em</strong> abordados nas ações educativas.<br />
São nestas ações que as <strong>gestantes</strong> esclarec<strong>em</strong> e tiram dúvi<strong>das</strong> <strong>em</strong> relação ao<br />
<strong>cuidado</strong> consigo e com o bebê.<br />
No que se relaciona com os <strong>cuidado</strong>s <strong>em</strong> higiene bucal o dentista é o<br />
profissional mais indicado para esclarecer e orientar as <strong>gestantes</strong>, devido seus<br />
<strong>conhecimento</strong>s nesta área.
17<br />
Uma prática médica e odontológica baseada na promoção de saúde<br />
pressupõe a interdisciplinaridade entre as áreas da saúde relaciona<strong>das</strong> com<br />
o b<strong>em</strong> estar da gestante e do bebê. A equipe que acompanha a gestante no<br />
pré-natal deveria ser constituída pelo médico obstetra, pediatra, cirurgião<br />
dentista, enfermeira, assistente social e nutricionista. (COSUPOLI, 1981<br />
apud FELDENS e KRAMER, 2005, p.42.).<br />
Segundo Moreira et al (2004), o pediatra poderia ajudar na prevenção <strong>em</strong><br />
relação à saúde bucal, pois os pais levam as crianças ao consultório médico durante<br />
a primeira infância e ao dentista somente quando apresentam algum probl<strong>em</strong>a,<br />
mostrando assim a necessidade do trabalho interdisciplinar e multiprofissional, os<br />
autores enfatizam ainda a importância da atuação dos pais ou responsáveis.<br />
Em 1990, a associação brasileira de odontologia preventiva (ABOPREV),<br />
publicou um comunicado com orientações para se obter e manter a saúde<br />
bucal nas diferentes faixas etárias, iniciando com orientações para<br />
<strong>gestantes</strong> e enfatizando a necessidade de se criar na família um ambiente<br />
propício à prevenção (ZARDETO et al, 1998 apud RIBEIRO 2003, p. 35).<br />
De acordo com Santos-Pinto et al (2001 apud MELO et al, 2007), as<br />
mães acabam acreditando <strong>em</strong> mitos <strong>sobre</strong> a saúde bucal da criança,<br />
desconhecendo fatores relacionados aos <strong>cuidado</strong>s odontológicos dos mesmos. No<br />
entanto observa-se que esse des<strong>conhecimento</strong> não é só na saúde bucal, mas<br />
também, as mães apresentam deficiência de informação <strong>sobre</strong> o <strong>cuidado</strong> de si e de<br />
seu filho (RODRIGUES e FERNANDES, 2006 apud MELO et al, 2007).<br />
Uma <strong>das</strong> principais dúvi<strong>das</strong> com relação ao atendimento odontológico<br />
durante a gravidez relaciona-se aos riscos para o bebê que são, na maioria<br />
dos casos, menores que os riscos que os probl<strong>em</strong>as bucais pod<strong>em</strong> causar<br />
à mãe e ao bebê. As conseqüências da dor ou de uma infecção que pode<br />
se diss<strong>em</strong>inar no organismo materno têm seqüelas muito mais prejudiciais à<br />
mãe e ao feto do que aquelas decorrentes do tratamento odontológico<br />
(MARTINS, 2004, apud MAMELUQUE et al, 2005).<br />
Imparato e Echeverria (2002 apud ALVES, 2004) relatam o medo que as<br />
<strong>gestantes</strong> t<strong>em</strong> <strong>em</strong> relação as medicações utiliza<strong>das</strong> pelos dentistas poder<strong>em</strong><br />
provocar algum mau a saúde do bebê.Com isso, elas deixam de procurar o
18<br />
atendimento odontológico , e esse medo também é atribuído ao fato de que alguns<br />
profissionais de saúde também acreditar<strong>em</strong> nessa idéia, deixando de encaminhar às<br />
<strong>gestantes</strong> à avaliação odontológica.<br />
Percebe-se que o cirurgião dentista não faz parte do pré-natal <strong>das</strong><br />
<strong>gestantes</strong>, ele é excluído dessa ação não só por parte da equipe de saúde, mas<br />
também por falta de seu próprio interesse <strong>em</strong> interagir com a equipe multidisciplinar.<br />
O médico ginecologista só encaminha a gestante para o dentista, se ela<br />
apresentar alguma queixa <strong>em</strong> relação a sua saúde bucal. Geralmente o que se<br />
percebe é que elas procuram o atendimento odontológico quando estão com alguma<br />
dor no dente ou sangramento excessivo na gengiva.<br />
Para Di Reis et al (1995 apud RAMOS et al, 1999), há a necessidade da<br />
orientação dos pais, <strong>em</strong> crianças que apresentam mais de um fator de risco à cárie.<br />
Eles afirmam que a idade oportuna para o início da atenção odontológica é de 0 a<br />
12 meses, quando os fatores determinantes da doença começam a se instalar.<br />
Malts 2000 considera que a cárie não é um evento linear que após iniciada<br />
leva inevitavelmente a perda do el<strong>em</strong>ento dental, mas que o processo pode<br />
ser interrompido <strong>em</strong> qualquer uma <strong>das</strong> etapas, com isso modificações nos<br />
padrões educacionais, incluindo alterações dos padrões de dieta, higiene<br />
bucal e o acesso facilitado a serviços de saúde pod<strong>em</strong> contribuir para a<br />
melhoria da saúde bucal dos indivíduos. (MALTS, 2000 apud RIBEIRO<br />
2003, p. 50).<br />
Alves et al (2004), comentam da importância de se dar responsabilidade<br />
aos pais no que diz respeito à saúde bucal dos filhos, pois, muitos acham que ao<br />
levar<strong>em</strong> as crianças ao dentista, transfer<strong>em</strong> toda a responsabilidade <strong>em</strong> relação aos<br />
<strong>cuidado</strong>s <strong>em</strong> higiene bucal ao profissional, sentindo-se livres de assumir<strong>em</strong> a sua<br />
parte neste <strong>cuidado</strong>.<br />
A prevenção é a maneira mais eficaz e econômica de se evitar o surgimento<br />
e a evolução <strong>das</strong> doenças bucais. É preciso educar para prevenir, por isso,<br />
para promover a saúde bucal é necessária a educação e a motivação do<br />
indivíduo. É por meio dela que se procura estabelecer hábitos bucais<br />
adequados e duradouros. (SANTOS et al, 2002 apud LIMA, 2005, p. 13).
19<br />
3.3 A Saúde Bucal do Bebê como Resultado da Orientação à Gestante<br />
Sabe-se que a cárie é uma doença multifatorial, e que um dos fatores<br />
determinantes para que esse processo de desenvolvimento da cárie dental ocorra é<br />
a presença dos microorganismos cariogênicos.<br />
Segundo Guedes-Pinto (2000), antes da erupção dos dentes as bactérias<br />
se fixam nos tecidos moles da boca, essas células se renovam rapidamente, sendo<br />
assim, essas bactérias são r<strong>em</strong>ovi<strong>das</strong> da cavidade bucal facilmente pela ação da<br />
saliva e não <strong>sobre</strong>viv<strong>em</strong>. Quando ocorre a erupção dos dentes, as bactérias acabam<br />
se fixando <strong>em</strong> suas superfícies, pois é uma estrutura dura e que não descama, com<br />
isso t<strong>em</strong>-se um local com mais chances de elas <strong>sobre</strong>viver<strong>em</strong>.<br />
A escovação é um método simples e eficaz na prevenção da cárie dental,<br />
uma vez que realizada de maneira adequada, faz a r<strong>em</strong>oção da placa dental, que é<br />
o aglomerado de bactérias que se fixam nos dentes causando a cárie dental.<br />
Recomenda-se o início da higienização da boca do bebê desde cedo,<br />
mesmo s<strong>em</strong> a presença dos dentes na cavidade bucal, utilizando-se gaze ou fralda<br />
limpa <strong>em</strong>bebida <strong>em</strong> água passando-se nos rebordos gengivais, bochecha e língua<br />
do bebê após a mamada. Este procedimento visa acostumar o bebê a fazer a<br />
limpeza da boca para que quando ocorra à erupção dos dentes, ele aceite mais<br />
facilmente o uso da escova dental.<br />
Uma maneira muito eficaz para despertar o interesse <strong>das</strong> crianças pela<br />
escovação, é o adulto escovar os seus dentes <strong>em</strong> sua frente, para que ela tenha<br />
curiosidade e inicie o hábito da escovação.<br />
Entre os microorganismos considerados cariogênicos destacam-se os<br />
estreptococus do grupo mutans (EGM), que são transmitidos de um ser<br />
humano para outro, dentro do ambiente familiar, através da saliva, durante<br />
um período de t<strong>em</strong>po relativamente curto na primeira infância.( BARATIERI,<br />
2001,p.4).<br />
Quando a criança nasce, ela t<strong>em</strong> o primeiro contato com a mãe e é ela<br />
qu<strong>em</strong> geralmente fica o maior t<strong>em</strong>po com a criança, por isso se faz necessário<br />
passar informações à mãe <strong>sobre</strong> os <strong>cuidado</strong>s <strong>em</strong> higiene bucal sua e de seu filho,
20<br />
para tentar evitar que essa criança adquira um número muito grande de<br />
microorganismos cariogênicos e venha no futuro desenvolver um grande número de<br />
cáries.<br />
Durante a gravidez algumas mães têm seu risco à cárie aumentado pela<br />
dificuldade <strong>em</strong> manter a higiene bucal, devido a náuseas e também pelo<br />
desejo de alimentos açucarados, aumentando o número de streptococus<br />
mutans e consequent<strong>em</strong>ente a possibilidade de transmissão desses<br />
microorganismos a seus bebês (THYLTRUP; FEJERSKOV, 1995 apud<br />
RIBEIRO 2003, p. 51).<br />
Para Guedes-Pinto (2000), a perda precoce de um dente decíduo pode<br />
provocar apinhamentos e impactação de dentes permanentes. Dependendo da<br />
época <strong>em</strong> que o dente decíduo é extraído, a erupção do dente permanente é<br />
alterada; se o dente decíduo for r<strong>em</strong>ovido quando ainda houver grande quantidade<br />
de osso <strong>sobre</strong> o dente permanente, este sofrerá atraso na sua erupção, mas se o<br />
dente decíduo for extraído no período da dentição mista e com grande perda óssea,<br />
o dente permanente irá erupcionar mais rápido.<br />
O atendimento odontológico deve iniciar-se antes da erupção dos incisivos<br />
decíduos, por volta dos seis meses de idade, até o primeiro ano de vida,<br />
pela oportunidade que existe de prevenir o aparecimento dos sinais e<br />
sintomas da cárie dentárie ou minimizar sua incidência e extensão, através<br />
de programas educativos e preventivos que vis<strong>em</strong> à manutenção da saúde<br />
(BONECKER et al, 1997 apud COUTO, 2005, p.20).<br />
Torres et al (1999), realizaram uma pesquisa com o intuito de observar o<br />
nível de infecção na cavidade bucal de futuras mães brasileiras. Na pesquisa foram<br />
seleciona<strong>das</strong> aleatoriamente 50 <strong>gestantes</strong> entre 16 e 37 anos de idade, de nível<br />
sócio-econômico baixo, que realizavam o pré-natal <strong>em</strong> um núcleo de assistência às<br />
<strong>gestantes</strong> na cidade de Bauru-SP. A esse grupo pesquisado não foi dada nenhuma<br />
orientação quanto à dieta ou higiene bucal antes da realização <strong>das</strong> coletas. Foi<br />
verificado com a pesquisa que as condições bucais dessas <strong>gestantes</strong> eram<br />
precárias e que 96% delas apresentavam-se infecta<strong>das</strong> por estreptococos do grupo<br />
mutans e que 60% <strong>das</strong> mães apresentou níveis de estreptococus mutans
21<br />
compatíveis com a transmissão precoce para seus filhos e se observou também a<br />
necessidade de implantação de programas durante o pré-natal direcionados à<br />
prevenção da transmissibilidade de bactérias cariogênicas a seus futuros filhos.<br />
Kuhn (2002), realizou uma pesquisa na cidade de Ponta Grossa, Paraná,<br />
para avaliar se programas educativos/ preventivos <strong>em</strong> odontologia t<strong>em</strong> influência na<br />
promoção de saúde bucal de bebês.Para a pesquisa foram realizados questionários<br />
aplicados às mães de 122 bebês, na faixa etária de 1 a 36 meses(grupo controle)<br />
para se identificar o <strong>conhecimento</strong> materno prévio e hábitos adotados com sua<br />
própria saúde bucal e de seus filhos, antes e após a aplicação do programa<br />
preventivo.Estes bebês participaram de 3 <strong>em</strong> 3 meses, durante 15 meses, de<br />
exames bucais e quando da presença de alguma alteração nos dentes,eram<br />
reforçados o controle dos hábitos de higiene e dieta alimentar às mães e realizados<br />
procedimentos curativos se necessário. O grupo controle, foi comparado a um outro<br />
grupo com as mesmas características e locais de orig<strong>em</strong>, mas s<strong>em</strong> participar<strong>em</strong> do<br />
programa educativo/ preventivo. Com esse estudo chegou-se a constatação de que<br />
a adoção de medi<strong>das</strong> preventivas e educativas o mais precoce possível é<br />
fundamental para a promoção da saúde bucal, revertendo também, <strong>em</strong> benefícios<br />
para saúde geral e melhoria na qualidade de vida <strong>das</strong> pessoas. O envolvimento<br />
materno com medi<strong>das</strong> educativas e preventivas <strong>em</strong> programas de promoção da<br />
saúde bucal pode determinar redução na prevalência da doença cárie <strong>em</strong> bebês, e<br />
ações educativas <strong>em</strong> programas de promoção da saúde bucal, alia<strong>das</strong> ao reforço<br />
constante, desenvolveram habilidade e competência materna, estimulando o<br />
auto<strong>cuidado</strong> <strong>em</strong> relação à saúde bucal de seus filhos.<br />
No Brasil, apesar da recente observação de uma redução na prevalência da<br />
cárie dental <strong>em</strong> crianças com menos de 3 anos de idade(BÔNECK et al<br />
2000), observou-se ainda que o perfil epid<strong>em</strong>iológico, nessa faixa etária,<br />
pode ser considerado bastante crítico, principalmente por se tratar de<br />
crianças pequenas (SCAVUZZI, 2000 apud COUTO et al , 2005, p.20).<br />
Em 2003, o ministério da saúde realizou o projeto SB Brasil, <strong>em</strong> várias<br />
cidades, de várias regiões, com o intuito de se fazer um levantamento<br />
epid<strong>em</strong>iológico para se saber o índice de cáries da população <strong>em</strong> várias faixas<br />
etárias, onde foi verificado que quase 27% <strong>das</strong> crianças de 18 a 36 meses
22<br />
apresentavam pelo menos um dente decíduo com experiência de cárie dentária e<br />
<strong>em</strong> quase 60% <strong>das</strong> crianças de 5 anos de idade.Em relação a cárie na dentição<br />
permanente, quase 70% <strong>das</strong> crianças brasileiras de 12 anos e cerca de 90% dos<br />
adolescentes de 15 a 19 anos t<strong>em</strong> pelo menos um dente permanente com<br />
experiência de cárie dentária.<br />
Pod<strong>em</strong>os perceber através dos dados acima, que as crianças brasileiras<br />
apresentam um nível elevado de cáries, reforçando assim a necessidade de se<br />
passar informações à mãe <strong>sobre</strong> os <strong>cuidado</strong>s <strong>em</strong> higiene bucal sua e de seu filho,<br />
para tentar evitar que essa criança adquira um número muito grande de<br />
microorganismos cariogênicos e venha no futuro desenvolver um grande número de<br />
cáries.<br />
Couto et al (2005), realizaram um levantamento para verificar a<br />
prevalência de cárie, mancha branca ativa e placa visível <strong>em</strong> crianças de 0 a 36<br />
meses de idade, que eram atendi<strong>das</strong> pelo P.S.F. na cidade de Camaragibe-PE. Foi<br />
encontrado o percentual de 10,8% de cárie e índice ceo-d médio de 0,05 e 0,47 para<br />
faixas etárias de 0 a 18 meses e 19 a 36 meses respectivamente, e esse valor<br />
passava para 0,17 e 2,06 quando eram incluí<strong>das</strong> as lesões de mancha branca ativa.<br />
Com esse estudo percebeu-se a necessidade do atendimento odontológico precoce<br />
com importância nas ações educativas e preventivas para a faixa etária estudada.<br />
Segundo Alaluusa et al 1983 (apud SILVA, 2002), quanto mais precoce é<br />
a contaminação da criança por microorganismos cariogênicos, maiores são as<br />
possibilidades do aparecimento precoce da doença cárie.<br />
Não só <strong>em</strong> relação aos microorganismos que a mãe deve ser orientada,<br />
mas também quanto à dieta e higienização da cavidade bucal.<br />
De acordo com Guedes-Pinto (2000), existe um tipo de cárie dental<br />
chamada de cárie rampante, considerada uma cárie de evolução rápida, que<br />
acomet<strong>em</strong> muitos ou até todos os dentes erupcionados, destruindo as coroas dos<br />
dentes rapidamente. Nos dentes decíduos diagnosticamos a presença deste tipo de<br />
cárie quando lesões cariosas estão presentes nas faces vestibulares dos incisivos<br />
superiores, próximas à marg<strong>em</strong> gengival, logo da erupção dos mesmos.<br />
Na dentição decídua, este tipo de cárie é também conhecido como cárie<br />
de mamadeira. Ela é um tipo de cárie que está relacionada aos hábitos de dormir<br />
mamando leite açucarado ou qualquer outro tipo de substância rica <strong>em</strong> açúcares.
23<br />
A cárie de mamadeira, segundo o mesmo autor, pode ser melhor<br />
compreendida, quando observamos que fatores como exposição prolongada de<br />
líquidos fermentáveis na boca da criança, ingestão de líquidos fermentáveis várias<br />
vezes ao dia, principalmente à noite, e ausência de higiene bucal adequada estão<br />
associados aos hábitos da criança, que são obviamente introduzidos pela mãe.<br />
Segundo o autor citado acima, <strong>em</strong> torno de 1 ano de idade, a criança já<br />
forma seus hábitos dietéticos, que são estabelecidos pelos hábitos da mãe, por isso<br />
deve-se inserir uma alimentação saudável o mais cedo possível, evitando-se o<br />
consumo exagerado de alimentos açucarados, pois sabe-se que uma dieta com alta<br />
freqüência de ingestão de açúcar, favorece a colonização precoce pelo streptococos<br />
mutans, aumentando o risco de cárie na dentição decídua.<br />
O aleitamento materno deve ser s<strong>em</strong>pre estimulado, os benefícios e as<br />
vantagens proporcionados ao bebê e à mãe por este tipo de alimentação<br />
natural são evidentes [...] Estudos v<strong>em</strong> mostrando que o uso freqüente de<br />
lactose ou leite aumenta a produção de ácidos na placa. A questão do leite<br />
torna-se complexa quando nos l<strong>em</strong>bramos que ele apresenta substâncias<br />
protetoras, como por ex<strong>em</strong>plo, o cálcio e o fosfato, por isso o leite é<br />
considerado de “baixo potencial cariogênico”. O leite é menos acidogênico<br />
quando comparado à solução da lactose pura, sacarose ou ao leite com<br />
sacarose. O probl<strong>em</strong>a se agrava, porém quando crianças são expostas ao<br />
leite materno <strong>em</strong> alta freqüência e por muito t<strong>em</strong>po,” dormindo mamando”,<br />
s<strong>em</strong> a realização da higiene (GUEDES-PINTO, 2000,p.312).<br />
Para Novais et al (2004, p.200) os hábitos dietéticos adquiridos na<br />
infância formam a base para o futuro padrão alimentar, sendo assim é de extr<strong>em</strong>a<br />
importância o aconselhamento dietético nos programas de prevenção e manutenção<br />
da saúde bucal. No entanto, não se pode esquecer da realidade <strong>em</strong> que a criança<br />
vive tendo com objetivo central o uso do açúcar de forma racional.<br />
Barros et al (2001), a cárie rampante deve receber uma atenção<br />
especial, devido suas características destrutivas e alta prevalência <strong>em</strong> idades<br />
precoce. O diagnóstico precoce <strong>das</strong> lesões iniciais, ainda <strong>em</strong> estágio reversível, e a<br />
avaliação dos fatores determinantes são imprescindíveis para se ter um tratamento<br />
mais simples, menos invasivo e de menor custo, envolvendo o uso de flúor e<br />
mudanças de comportamento com relação à dieta e higiene bucal.<br />
Estes autores realizaram um estudo para determinar a prevalência de<br />
cárie e sua relação com as condições de higiene bucal, alimentação e uso de flúor
24<br />
<strong>em</strong> crianças de 0-30 meses de idade nas creches da secretaria do trabalho e ação<br />
social, no estado da Bahia. Foram examina<strong>das</strong> 340 crianças, onde a maioria da<br />
população incluída no estudo era de baixa renda e com baixo nível educacional.<br />
Neste estudo foi encontrada uma alta prevalência de cárie (55,3%), quando se<br />
considerava todos os estágios de lesão, que vão desde mancha branca até fratura<br />
de coroa. A higiene bucal deficiente mostrou associação positiva com a presença de<br />
cárie nesta faixa etária, sugerindo-se uma atenção bucal <strong>em</strong> idades menores,<br />
através de métodos educativos e preventivos.<br />
O crescimento e desenvolvimento de uma criança são condicionados pela<br />
herança genética e fort<strong>em</strong>ente influenciada pelo meio ambiente, <strong>sobre</strong>tudo<br />
no que se refere à instalação de doenças e à nutrição. Por essa razão, as<br />
ações direciona<strong>das</strong> ao atendimento de crianças dev<strong>em</strong> priorizar a promoção<br />
da saúde, segui<strong>das</strong> da prevenção e diminuindo, assim, os riscos de<br />
desenvolvimento de afecções. ( MOURA, et al, 2007, p. 1080).<br />
Segundo os autores citados, estudos epid<strong>em</strong>iológicos têm associado o<br />
aumento do risco de cárie precoce da infância a uma baixa condição do nível<br />
socioeconômico familiar e reduzido nível de escolaridade materna.<br />
Oliveira (2006) realizou um estudo no município de Diad<strong>em</strong>a, SP, para<br />
avaliar a associação entre experiência de cárie dentária, fatores socioeconômicos e<br />
o estado nutricional <strong>em</strong> crianças de 5 a 59 meses de idade. Com o estudo foi<br />
concluído que crianças, desta população, com déficit nutricional e com piores<br />
condições socioeconômicas possu<strong>em</strong> maior chance de apresentar experiência de<br />
cárie.<br />
Devido a essa constatação é mais um motivo para se dar prioridade a<br />
educação <strong>em</strong> higiene bucal as <strong>gestantes</strong>, na rede pública, pois é esse nível<br />
socioeconômico que mais freqüenta o atendimento pré-natal do serviço público.<br />
Com o intuito de que as mães ao receber<strong>em</strong> informações quanto à dieta e<br />
higiene da cavidade bucal, possam prevenir <strong>em</strong> seus filhos a instalação da cárie<br />
dental e gengivites.
25<br />
4 METODOLOGIA<br />
4.1 Abordag<strong>em</strong> Metodológica<br />
A abordag<strong>em</strong> metodológica adotada para este estudo foi uma pesquisa<br />
quantitativa, uma vez que a investigação pretendeu verificar se as <strong>gestantes</strong><br />
recebiam informações <strong>sobre</strong> higiene bucal durante o pré-natal.<br />
Para Marconi e Lakatos (1996, p.126) “a pesquisa quantitativa está<br />
focalizada <strong>em</strong> termos de grandeza ou quantidade do fator presente <strong>em</strong> uma<br />
situação. Os caracteres possu<strong>em</strong> valores numéricos, isto é, são expressos <strong>em</strong><br />
números”.<br />
4.2 Tipo de Pesquisa<br />
A pesquisa realizada foi exploratória e tipo levantamento.<br />
As pesquisas tipo levantamento caracterizam-se pela interrogação direta<br />
<strong>das</strong> pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente,<br />
procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de<br />
pessoas acerca do probl<strong>em</strong>a estudado, para, <strong>em</strong> seguida, mediante análise<br />
quantitativa, obter<strong>em</strong>-se as conclusões correspondentes aos dados<br />
coletados (GIL, 1996, p.56).<br />
4.3 Local do Estudo<br />
Siderópolis.<br />
Unidade de saúde São Lucas, do bairro centro, no município de
26<br />
4.4 População e Amostra<br />
Esta pesquisa foi composta por 22 <strong>gestantes</strong>, na faixa etária entre 14 e 45<br />
anos, que realizaram o pré-natal na unidade de saúde São Lucas, no centro do<br />
município de Siderópolis - SC.<br />
4.5 Coleta de Dados<br />
Após o esclarecimento <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> <strong>sobre</strong> a finalidade da pesquisa, elas<br />
foram convida<strong>das</strong> a responder a um questionário, sendo que primeiro assinaram o<br />
Termo de Consentimento Livre e esclarecido, obedecendo à resolução 196/96 da<br />
Comissão Nacional de Ética <strong>em</strong> Pesquisa (CONEP).<br />
4.6 Apresentação e Análise dos Dados<br />
A apresentação dos dados da pesquisa seguirá a ord<strong>em</strong> contida no<br />
questionário aplicado às <strong>gestantes</strong>, que se encontra no apêndice B. Estes dados<br />
serão expostos <strong>em</strong> tabelas, com suas respectivas descrições, informações,<br />
freqüências e porcentagens.<br />
Tabela 1 - Idade<br />
IDADE FREQÜÊNCIAS %<br />
14 a 19 anos 4 18,1<br />
20 a 29 anos 14 63,7<br />
30 a 39 anos 3 13,7<br />
40 a 45 anos 1 4,5<br />
total 22 100
27<br />
ESCOLARIDADE FREQÜÊNCIAS %<br />
1º grau incompleto 5 22,7<br />
1ºgrau completo 7 32<br />
2º grau incompleto 5 22,7<br />
2º grau completo 3 13,6<br />
3º grau completo 2 9<br />
total 22 100<br />
Tabela 2 - Escolaridade<br />
A tabela 1 apresenta a caracterização da amostra pesquisada, da qual<br />
participaram 22 <strong>gestantes</strong>.<br />
Pôde-se observar que a faixa etária entre 20 e 29 anos foi onde se obteve<br />
o maior número de <strong>gestantes</strong>.<br />
Quanto ao grau de escolaridade, tabela 2, observa-se maior percentual<br />
nas que completaram apenas o 1º grau.<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIAS %<br />
1-3 MÊSES 16 72,8<br />
4-6 MÊSES 05 22,7<br />
7-8 MÊSES 01 4,5<br />
TOTAL 22 100<br />
Tabela 3 - Início do pré-natal<br />
Segundo o Ministério da Saúde, 2005, houve um aumento do número de<br />
consultas de pré-natal por mulher que realiza o parto no SUS, esse número passou<br />
de 1,2 consultas <strong>em</strong> 1995 para 5,1 consultas por parto <strong>em</strong> 2003.<br />
O Ministério da Saúde preconiza a realização da primeira consulta de prénatal<br />
o mais precoce possível, sendo realizada pelo menos uma consulta no 1º<br />
trimestre de gestação.<br />
Segundo a tabela 3, pod<strong>em</strong>os verificar que 72,8% <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong>
28<br />
entrevista<strong>das</strong> procurou dar início ao pré-natal no 1º trimestre de gestação, indo ao<br />
encontro do que é preconizado pelo Ministério da Saúde.<br />
Esse número significativo de <strong>gestantes</strong> que realizaram o pré-natal, no<br />
município de Siderópolis - SC, no início da gestação deve-se provavelmente pelo<br />
trabalho realizado pelas enfermeiras e agentes comunitárias de saúde que atuam no<br />
município e também pelos meios de comunicação que hoje ating<strong>em</strong> grande parte da<br />
população.<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIAS %<br />
Sim 09 41<br />
Não 13 59<br />
Total 22 100<br />
Tabela 4 - A participação <strong>em</strong> grupos de gestante<br />
Quanto à participação <strong>em</strong> grupos de <strong>gestantes</strong>, verificou-se que 59% <strong>das</strong><br />
<strong>gestantes</strong> entrevista<strong>das</strong> não participaram de grupos de <strong>gestantes</strong>.<br />
O município de Siderópolis realizava grupos de <strong>gestantes</strong> 1 vez por mês,<br />
mas segundo a responsável por esses grupos, o número de participantes era muito<br />
pequeno, apesar de eles dar<strong>em</strong> incentivos como certificados e enxovais. Agora<br />
estes grupos estão sendo realizados na 1ª quarta-feira do mês, no dia <strong>em</strong> que as<br />
<strong>gestantes</strong> estão marca<strong>das</strong> para a consulta pré-natal com o médico ginecologista,<br />
esta mudança ocorreu visando uma maior participação <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong>, pois como já<br />
estão no posto de saúde aguardando a consulta pré-natal acabam participando dos<br />
grupos.<br />
Apesar da realização destes grupos, eles não estão conseguindo<br />
abranger to<strong>das</strong> às <strong>gestantes</strong>, pois os grupos ocorr<strong>em</strong> uma vez ao mês e as<br />
consultas pré-natais ocorr<strong>em</strong> to<strong>das</strong> às quartas-feiras do mês, sendo que n<strong>em</strong> to<strong>das</strong><br />
consegu<strong>em</strong> ser agenda<strong>das</strong> para o dia <strong>em</strong> que acontec<strong>em</strong> os grupos.<br />
Konish (1995 apud BERNARDES et al, 2000), diz que quanto mais<br />
precoce for o início da educação e promoção <strong>em</strong> saúde bucal de <strong>gestantes</strong>, junto<br />
com o acompanhamento odontológico, menor será a chance do aparecimento de<br />
cáries nas crianças.
29<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIAS %<br />
Sim 13 59<br />
Não 09 41<br />
Total 22 100<br />
Tabela 5 - Conhecimento da transmissão de cárie dental ao filho<br />
Verificou-se que 59% <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> sab<strong>em</strong> da possibilidade de<br />
transmissão de cárie dental ao filho.<br />
Apesar de um grande número de <strong>gestantes</strong> não ter participado de grupos<br />
de <strong>gestantes</strong>, elas apresentaram um <strong>conhecimento</strong> da possibilidade de transmitir<br />
cárie dental ao seu filho, isto se deve provavelmente a troca de informações com<br />
outras mães, participação <strong>em</strong> grupos de <strong>gestantes</strong> <strong>em</strong> gestações anteriores e<br />
orientações realiza<strong>das</strong> durante a consulta pré-natal.<br />
Entre os microorganismos considerados cariogênicos destacam-se os<br />
estreptococus do grupo mutans ( EGM), que são transmitidos de um ser<br />
humano para outro, dentro do ambiente familiar, através da saliva, durante<br />
um período de t<strong>em</strong>po relativamente curto na primeira infância ( BARATIERI,<br />
2001,p.4).<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIAS %<br />
01 ALTERNATIVA 13 59,1<br />
02 ALTERNATIVAS 01 4,5<br />
03 ALTERNATIVAS 02 9,1<br />
04 ALTERNATIVAS 02 9,1<br />
05 ALTERNATIVAS 04 18,2<br />
TOTAL 22 100<br />
Tabela 6 - A forma de prevenir a doença cárie dental<br />
As alternativas a que se refere a tabela 6 são: escovar os dentes, uso de<br />
flúor, visita ao dentista, alimentação com pouco açúcar ou to<strong>das</strong> as respostas.<br />
Dentre as alternativas assinala<strong>das</strong> a que obteve maior freqüência foi a de<br />
to<strong>das</strong> as respostas.
30<br />
Devido à odontologia estar mais voltada atualmente à prevenção, com um<br />
trabalho mais educativo dentro dos consultórios odontológicos e também no trabalho<br />
preventivo desenvolvido <strong>em</strong> crianças <strong>em</strong> idade escolar, percebe-se que a população<br />
está mais informada <strong>sobre</strong> os meios de prevenção da cárie dental.<br />
Malts 2000 considera que a cárie não é um evento linear que após iniciada<br />
leva inevitavelmente a perda do el<strong>em</strong>ento dental, mas que o processo pode<br />
ser interrompido <strong>em</strong> qualquer uma <strong>das</strong> etapas, com isso modificações nos<br />
padrões educacionais, incluindo alterações dos padrões de dieta, higiene<br />
bucal e o acesso facilitado a serviços de saúde pod<strong>em</strong> contribuir para a<br />
melhoria da saúde bucal dos indivíduos (MALTS, 2000 apud RIBEIRO<br />
2003, p. 50).<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIA %<br />
Sim 08 36,4<br />
Não 14 63,6<br />
Total 22 100<br />
Tabela 7 - Recebimento de orientação de como cuidar da limpeza da boca do bebê durante o<br />
pré-natal<br />
Os dados d<strong>em</strong>onstram que 63,6% <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> não receberam<br />
orientação de como cuidar da limpeza da boca do bebê. Este percentual deve-se ao<br />
fato de as <strong>gestantes</strong> não ter<strong>em</strong> participado de grupos de <strong>gestantes</strong>.<br />
Kuhn (2002), constatou que a adoção de medi<strong>das</strong> preventivas e<br />
educativas o mais precoce possível é fundamental para a promoção da saúde bucal,<br />
revertendo também, <strong>em</strong> benefícios para saúde geral e melhoria na qualidade de vida<br />
<strong>das</strong> pessoas.<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIA %<br />
Sim 22 100<br />
Não 0 0<br />
Total 22 100<br />
Tabela 8 - A importância <strong>em</strong> se fazer a limpeza da boca do bebê
31<br />
A tabela 8 nos mostra que 100% <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> entrevista<strong>das</strong> acham<br />
importante realizar a limpeza da boca do bebê.<br />
Apesar da maioria <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> não ter<strong>em</strong> participado de grupos de<br />
<strong>gestantes</strong> recebendo orientações de como cuidar da limpeza da boca do bebê, elas<br />
dão importância a essa limpeza, principalmente pelo fato de elas apresentar<strong>em</strong><br />
per<strong>das</strong> dentárias e múltiplas cáries, não desejando assim que os filhos sejam<br />
acometidos pelos mesmos probl<strong>em</strong>as.<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIAS %<br />
Quando nasc<strong>em</strong> os primeiros dentes. 06 27,3<br />
Após a mamada ou mamadeira, quando já<br />
tiver dentes.<br />
Após a mamada ou mamadeira mesmo<br />
s<strong>em</strong> a presença dos dentes<br />
01 4,5<br />
15 68,2<br />
A partir dos 2 anos 0 0<br />
Total 22 100<br />
Tabela 9 - Início da realização da limpeza da boca do bebê<br />
De acordo com os dados obtidos, 68,2% <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> afirmam que o<br />
início da realização da limpeza da boca do bebê deve ter inicio após a mamada ou<br />
mamadeira, mesmo s<strong>em</strong> a presença dos dentes.<br />
Recomenda-se o início da higienização da boca do bebê desde cedo,<br />
mesmo s<strong>em</strong> a presença dos dentes na cavidade bucal, utilizando-se gaze ou fralda<br />
limpa <strong>em</strong>bebida <strong>em</strong> água, passando-se nos rebordos gengivais, bochecha e língua<br />
do bebê após a mamada. Este procedimento visa acostumar o bebê a fazer a<br />
limpeza da boca, para que quando ocorra a erupção dos dentes, ele aceite mais<br />
facilmente o uso da escova dental.<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIAS %<br />
Sim 03 13,6<br />
Não 19 86,4<br />
Total 22 100<br />
Tabela 10 - Leite materno provocar cárie dental
32<br />
Segundo os dados, 86,4% <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> entrevista<strong>das</strong> acham que o leite<br />
materno não causa cárie.<br />
As mães acreditam que o leite materno não seja um fator que contribua<br />
para o desenvolvimento da cárie dental, por ser um alimento natural e importante<br />
para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Porém, elas esquec<strong>em</strong> que ele é<br />
também um alimento que quando muito t<strong>em</strong>po exposto no meio bucal é<br />
transformado <strong>em</strong> ácido pelos micoorganismos cariogênicos, causando a cárie<br />
dental.<br />
O aleitamento materno deve ser s<strong>em</strong>pre estimulado, os benefícios e as<br />
vantagens proporcionados ao bebê e à mãe por este tipo de alimentação<br />
natural são evidentes [...] Estudos v<strong>em</strong> mostrando que o uso freqüente de<br />
lactose ou leite aumenta a produção de ácidos na placa. A questão do leite<br />
torna-se complexa quando nos l<strong>em</strong>bramos que ele apresenta substâncias<br />
protetoras, como por ex<strong>em</strong>plo, o cálcio e o fosfato, por isso o leite é<br />
considerado de “baixo potencial cariogênico”. O leite é menos acidogênico<br />
quando comparado à solução da lactose pura, sacarose ou ao leite com<br />
sacarose. O probl<strong>em</strong>a se agrava, porém quando crianças são expostas ao<br />
leite materno <strong>em</strong> alta freqüência e por muito t<strong>em</strong>po,” dormindo mamando”,<br />
s<strong>em</strong> a realização da higiene.(GUEDES-PINTO, 2000, p.312).<br />
VARIÁVEL FREQÜÊNCIAS %<br />
6 a 8 meses 05 22,7<br />
9 a 11 meses 02 9<br />
1 a 2 anos 09 41<br />
3 a 4 anos 05 22,8<br />
+ de 5 anos 01 4,5<br />
Total 22 100<br />
Tabela 11 - A primeira consulta do bebê no consultório odontológico<br />
Observa-se por meio dos dados que 41% <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> entrevista<strong>das</strong><br />
acham que a faixa etária entre 1 a 2 anos deveria ser realizada a primeira consulta<br />
odontológica do bebê.<br />
Apesar de as <strong>gestantes</strong> saber<strong>em</strong> que se deve levar as crianças<br />
precoc<strong>em</strong>ente ao dentista, muitas não o faz<strong>em</strong>, pois ainda é grande o número de<br />
crianças que procuram o atendimento odontológico com idade mais avançada e
33<br />
somente porque o filho apresentou algum relato de dor.<br />
Para Di Reis et al (1995 apud RAMOS et al, 1999) a idade oportuna para<br />
o início da atenção odontológica é de 0 a 12 meses, quando os fatores<br />
determinantes da doença começam a se instalar.<br />
4.7 Aspectos Éticos<br />
O projeto foi analisado pela comissão de ética da UNESC, e a pesquisa<br />
realizada após aprovação da mesma.
34<br />
5 CONCLUSÃO<br />
Esta pesquisa teve como objetivo principal, averiguar o <strong>conhecimento</strong> de<br />
um grupo de <strong>gestantes</strong>, no último trimestre de gestação, <strong>sobre</strong> o <strong>cuidado</strong> <strong>em</strong> saúde<br />
bucal do seu bebê.<br />
Com a pesquisa pod<strong>em</strong>os observar que as <strong>gestantes</strong> se importam com a<br />
limpeza da boca do bebê, no entanto elas não receb<strong>em</strong> informações e orientações<br />
<strong>sobre</strong> a saúde bucal durante o pré-natal.<br />
O <strong>conhecimento</strong> que as <strong>gestantes</strong> possu<strong>em</strong> <strong>sobre</strong> saúde bucal é muito<br />
pouco e devido a isso as crianças que estão nascendo estão predispostas a se<br />
tornar<strong>em</strong> portadores da doença cárie.<br />
Pelos dados obtidos, dev<strong>em</strong>os repensar o trabalho realizado com os<br />
grupos de <strong>gestantes</strong> do município de Siderópolis, pensando <strong>em</strong> estratégias que<br />
vis<strong>em</strong> uma maior participação dessa gestante nos grupos. É importante também a<br />
participação multiprofissional, para que às <strong>gestantes</strong> obtenham a maior quantidade<br />
de informações possíveis <strong>em</strong> relação a sua saúde e a saúde do bebê, podendo<br />
assim ter uma qualidade de vida maior.<br />
Poderia ser realizado um trabalho de sensibilização <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> <strong>sobre</strong> a<br />
importância do atendimento odontológico durante o período gestacional e<br />
repassa<strong>das</strong> informações <strong>sobre</strong> a saúde bucal da gestante e do bebê.<br />
A realização de palestras com a entrega de material educativo, como<br />
folhetos e folder explicando os <strong>cuidado</strong>s necessários e maneiras de como cuidar da<br />
saúde bucal poderiam estar sendo entregues durante as palestras, assim como<br />
cr<strong>em</strong>e dental, escovas de dente e fio dental.<br />
Após o nascimento, poderia estar sendo feito o acompanhamento destes<br />
bebês <strong>em</strong> consultas odontológicas programa<strong>das</strong> nos postos de saúde, sendo<br />
realizados exames periódicos. Durante estas consultas, poderiam também estar<br />
sendo reforçado às mães a importância do <strong>cuidado</strong> com a higiene bucal do bebê.<br />
O acompanhamento programado deve ser realizado até que a criança<br />
entre <strong>em</strong> idade escolar, participando a partir daí dos programas realizados nas<br />
escolas, que inclu<strong>em</strong> escovação supervisionada, aplicação de flúor e consultas<br />
odontológicas programa<strong>das</strong> nos postos de saúde.
35<br />
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jul./ ago. 2005.
APÊNDICE<br />
39
40<br />
Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido<br />
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />
Você está sendo convidada para participar, como voluntária, <strong>em</strong> uma<br />
pesquisa. Após ser esclarecida <strong>sobre</strong> as informações a seguir, no caso de aceitar<br />
fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está <strong>em</strong> duas vias. Uma<br />
delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não<br />
será penalizada de forma alguma.<br />
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:<br />
Título do projeto: Conhecimento <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>cuidado</strong> <strong>em</strong> saúde bucal do<br />
seu bebê.<br />
Pesquisador responsável: Vanessa Andréa Tonelli Costa.<br />
Telefone para contato (48)34332234<br />
Será realizada uma pesquisa com o título: Conhecimento <strong>das</strong> <strong>gestantes</strong><br />
<strong>sobre</strong> o <strong>cuidado</strong> <strong>em</strong> saúde bucal do seu bebê, através da aplicação de um<br />
questionário, para saber se as <strong>gestantes</strong> receb<strong>em</strong> algum tipo de informação <strong>sobre</strong><br />
higiene bucal dos bebês durante o pré-natal.<br />
As <strong>gestantes</strong> responderão a um questionário, onde deverão assinalar<br />
com “X” a resposta.<br />
As <strong>gestantes</strong> que participar<strong>em</strong> terá garantido o sigilo de seus nomes e<br />
t<strong>em</strong> o direito de desistir<strong>em</strong> da pesquisa a qualquer momento.<br />
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO<br />
Eu,<br />
___________________________________________________,<br />
RG________________, CPF_______________________ abaixo assinado,<br />
concordo <strong>em</strong> participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado<br />
e esclarecido <strong>sobre</strong> a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os<br />
possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido<br />
que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, s<strong>em</strong> que isto leve a<br />
qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/<br />
tratamento.<br />
Local e data: ______________________________________________<br />
Nome: ___________________________________________________<br />
Assinatura do sujeito ou responsável: ___________________________
41<br />
Apêndice B - Questionário<br />
QUESTIONÁRIO<br />
1-Idade________<br />
2-Grau de escolaridade<br />
( ) 1º grau incompleto<br />
( ) 1º grau completo<br />
( )2º grau incompleto<br />
( ) 2º grau completo<br />
( ) 3º grau<br />
3-Em que mês de gestação iniciou o pré-natal<br />
( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-8 meses<br />
4-Participa ou participou de grupos de gestante<br />
( )sim ( )não<br />
5-Você sabia que pode transmitir cárie ao seu filho<br />
( )sim ( )não<br />
6- Você conhece alguma forma de prevenir a doença cárie<br />
( )escovar os dentes<br />
( )alimentação com pouco açúcar<br />
( )visita ao dentista<br />
( )uso de flúor<br />
( )to<strong>das</strong> as respostas acima<br />
( )não conhece<br />
7- Recebeu durante o pré-natal orientação de como cuidar da limpeza da boca do<br />
bebê<br />
( ) sim ( ) não
42<br />
8- Você acha importante fazer a limpeza da boca do bebê<br />
( ) sim ( ) não<br />
9- Quando se deve iniciar a limpeza da boca do bebê<br />
( ) quando nasc<strong>em</strong> os primeiros dentes.<br />
( ) após a mamada ou mamadeira, quando já tiver dente.<br />
( ) após a mamada ou mamadeira mesmo s<strong>em</strong> a presença dos dentes.<br />
( ) a partir dos 2 anos.<br />
10-Você acha que o leite materno causa cárie<br />
( ) sim ( ) não<br />
11-Qual idade acha que se deve levar a criança ao dentista para a primeira<br />
consulta<br />
( ) 6 à 8 meses<br />
( ) 9 à 11 meses<br />
( ) 1 ano à 2 anos<br />
( ) 3 anos`a 4 anos<br />
( ) + de 5 anos