16.02.2015 Views

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

86<br />

DESFAVORÁVEL PENDENTE DE JULGAMENTO NO CETRAN POR<br />

INEXISTIR JUNTA MÉDICA PARA ANÁLISE DO RECURSO - UTILIZAÇÃO<br />

DO LAUDO EMITIDO PELO AMBULATÓRIO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA<br />

DO SERVIÇO DE NEUROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS -<br />

POSSIBILIDADE - AFASTAMENTO EXCEPCIONAL DA REGRA DA<br />

INTERPRETAÇÃO LITERAL PREVISTA NO ART. 111, II, DO CTN -<br />

PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA - DIREITO<br />

FUNDAMENTAL À IGUALDADE QUE NÃO PODE SER DESRESPEITADO<br />

POR NORMA INFRACONSTITUCIONAL. INVERSÃO DO ÔNUS DE<br />

SUCUMBÊNCIA. RECURSO PROVIDO. SEGURANÇA CONCEDIDA. O<br />

art. 4º do Decreto Fe<strong>de</strong>ral n.º 3.298/99 dispõe sobre as condições que<br />

tornam uma pessoa <strong>de</strong>ficiente física para o or<strong>de</strong>namento jurídico, bastando<br />

a contribuinte se enquadrar em uma das hipóteses, o que ocorreu no caso,<br />

pois diagnosticada como portadora <strong>de</strong> esclerose múltipla, apresentando<br />

hemiparesia à esquerda. Destarte, indiferente qualquer laudo que informe<br />

sua condição, mas ressalve que não apresenta dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> movimento,<br />

pois não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conjugação <strong>de</strong> dois requisitos: hemiparesia e<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentos. Quanto ao laudo do DETRAN, o mesmo<br />

encontra-se pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> julgamento no CETRAN, órgão responsável pela<br />

análise do recurso, em razão da inexistência <strong>de</strong> Junta Médica naquele ente.<br />

Desse modo, não po<strong>de</strong> a apelante ser submetida à regra do item 140 do<br />

RICMS, quando possui em mãos laudo fornecido pelo Hospital <strong>de</strong> Clínicas<br />

que, inclusive, foi utilizado pela Receita Fe<strong>de</strong>ral para conce<strong>de</strong>r a isenção <strong>de</strong><br />

IPI e <strong>de</strong> IOF. Com efeito, a regra do art. 111, II, do CTN <strong>de</strong>ve ser<br />

excepcionalmente afastada, haja vista a prevalência do direito fundamental<br />

à igualda<strong>de</strong>, inerente ao princípio da dignida<strong>de</strong> da pessoa humana. Custas<br />

pelo Estado, sem a con<strong>de</strong>nação ao pagamento <strong>de</strong> honorários haja vista o<br />

teor da Súmula 105 do STJ. 74<br />

Diante das <strong>de</strong>cisões apresentadas ficou evi<strong>de</strong>nte a utilização <strong>de</strong><br />

Princípios Constitucionais para fundamentar as <strong>de</strong>cisões jurispru<strong>de</strong>nciais.<br />

Demonstrando que estes prevalecem sobre normas infraconstitucionais, como é<br />

garantido pela Lei maior, nossa Constituição da República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil,<br />

promulgada no ano <strong>de</strong> 1988.<br />

74 Apelação Cível. N. 0564412-4 – RELATOR: Des. Silvio Dias - Data do Julgamento: 23/06/2009.<br />

Disponível em: www.tjpr.jus.br; acesso em 07 jun 2010.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!