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40 medidas que objetivam garantir que tal igualdade não será, posteriormente, considerada discriminatória com relação a outros trabalhadores em geral. (LUCENA, 2003, p. 32). Promulgada pelo Decreto 3.956, de 08 de outubro de 2001, a Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, tem como finalidade o que o seu próprio nome diz, eliminar todas as formas de Discriminação, para então poder proporcionar ―plena integração à sociedade‖. (LUCENA, 2003, p. 32). É mister que prevalece, em todos os documentos citados, a intenção dos legisladores, das instituições, dos governos, em fazer valer a dignidade, a igualdade e a cidadania, bem como tantos outros direitos fundamentais do cidadão. No entanto não é bem o que se percebe atualmente, ao observar nossa realidade. Pois, segundo Edson Luís (VARANDAS; OLIVEIRA, 2003, p. 5), Secretário Executivo da Comissão Permanente de Acessibilidade – CPA, fala que ―investir em acessibilidade é garantir o direito de ir e vir com autonomia e independência à toda população, inclusive as pessoas com mobilidade reduzida, permitindo seu fortalecimento social, político e econômico‖. Ou seja, ainda se fala em investimento, devido à falta de interesse que ainda norteia os Poderes Públicos em relação à seriedade da questão da proteção e efetivação dos direitos das pessoas portadoras de deficiência, que continuam planejando ambientes e produtos com base no conceito do ―homem padrão‖. (VARANDAS; OLIVEIRA, 2003, p. 11). Rothenburg (2006, p. 311) complementa esta linha de estudo: Não devemos esquecer, todavia, que a verdadeira emancipação do ser humano é aquela que leva em conta as vantagens e desvantagens de cada qual. Embora portar uma necessidade especial possa repercutir generalizadamente sob o ponto de vista psicológico, certo que é apenas uma necessidade especial. Sob outros aspectos, inclusive na dimensão afetiva, a pessoa pode ser tão ou mais capaz que as demais. Juntamente nessas diferenças e semelhanças que somos todos iguais, e assim devemos reconhecer-nos e conviver. Doravante, o que se pode esperar da sociedade moderna é um maior apoio às pessoas portadoras de deficiência, para que estas possam, de forma real, superar as suas limitações. Espera-se que essa sociedadedescubra a enorme potencialidade que se materializa de forma criativa e produtiva no momento em que são removidas as barreiras que agravam as limitações dos portadores de

41 deficiência‖. Assim, espera-se que a sociedade assuma seu papel na quebra dessas barreiras e, tenha ―uma atitude aberta de responsabilidade social a ser compartilhada por todos, portadores e não-portadores, pois, afinal, somos membros da mesma sociedade e nenhum de nós escolheu as condições que a vida nos impôs.‖ (PASTORE, 2001, p. 32). 3.2. Noção de Desenho Universal Foi diante de dados 15 já mencionados nesse trabalho que se percebeu a necessidade de instituir com urgência programas que eliminassem efetivamente barreiras arquitetônicas em todos os municípios, promovendo o conceito de Desenho Universal, tendo a finalidade de garantir a acessibilidade às edificações, vias públicas, mobiliários urbanos 16 , transportes e habitações, criando igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, em especial às pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida. (VARANDAS; OLIVEIRA, 2003, p. 5). Criado por uma Comissão em Washington, EUA, no ano de 1963, foi inicialmente chamado de ―Desenho Livre de Barreiras‖, sendo que focava na eliminação de barreiras arquitetônicas nos projetos de edifícios, equipamentos e áreas urbanas. Entretanto, tal conceito evolui para, então, ser chamado de Desenho Universal, devido a não mais considerar só o projeto, e sim a diversidade humana, passando a respeitar as diferenças existentes entres todos os seres humanos e a garantir o direito de acesso a todos que integram qualquer ambiente. (VARANDAS; OLIVEIRA, 2003, p. 6). PRADO (2006, p. 9), complementa nesse sentido: 15 ―Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas – ONU, cerca de 10% da população dos países em desenvolvimento é constituída por pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. A Organização Mundial da Saúde – OMS calcula que esse número chegue a mais de 600 milhões de pessoas no planeta. No Brasil, o Censo 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE estima que esse contingente corresponda a quase 15% da população – algo em torno de 25 milhões de pessoas -, sendo mais de 1,5 milhão só na cidade de São Paulo‖. (VARANDAS; OLIVEIRA, 2003, p. 5). 16 De acordo com o Decreto nº. 5.296 de 2 de dezembro de 2004, mobiliário urbano é ―o conjunto de objetos existentes nas vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização o da edificação, de forma que sua modificação ou traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, telefones e cabines telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga‖. (BRASIL, 2004).

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medidas que objetivam garantir que tal igualda<strong>de</strong> não será, posteriormente,<br />

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Promulgada pelo Decreto 3.956, <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2001, a Convenção<br />

Interamericana para a Eliminação <strong>de</strong> todas as formas <strong>de</strong> Discriminação contra as<br />

Pessoas Portadoras <strong>de</strong> Deficiência, tem como finalida<strong>de</strong> o que o seu próprio nome<br />

diz, eliminar todas as formas <strong>de</strong> Discriminação, para então po<strong>de</strong>r proporcionar<br />

―plena integração à socieda<strong>de</strong>‖. (LUCENA, 2003, p. 32).<br />

É mister que prevalece, em todos os documentos citados, a intenção dos<br />

legisladores, das instituições, dos governos, em fazer valer a dignida<strong>de</strong>, a igualda<strong>de</strong><br />

e a cidadania, bem como tantos outros direitos fundamentais do cidadão. No entanto<br />

não é bem o que se percebe atualmente, ao observar nossa realida<strong>de</strong>. Pois,<br />

segundo Edson Luís (VARANDAS; OLIVEIRA, 2003, p. 5), Secretário Executivo da<br />

Comissão Permanente <strong>de</strong> Acessibilida<strong>de</strong> – CPA, fala que ―investir em acessibilida<strong>de</strong><br />

é garantir o direito <strong>de</strong> ir e vir com autonomia e in<strong>de</strong>pendência à toda população,<br />

inclusive as <strong>pessoas</strong> com mobilida<strong>de</strong> reduzida, permitindo seu fortalecimento social,<br />

político e econômico‖. Ou seja, ainda se fala em investimento, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong><br />

interesse que ainda norteia os Po<strong>de</strong>res Públicos em relação à serieda<strong>de</strong> da questão<br />

da proteção e efetivação dos direitos das <strong>pessoas</strong> <strong>portadoras</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, que<br />

continuam planejando ambientes e produtos com base no conceito do ―homem<br />

padrão‖. (VARANDAS; OLIVEIRA, 2003, p. 11).<br />

Rothenburg (2006, p. 311) complementa esta linha <strong>de</strong> estudo:<br />

Não <strong>de</strong>vemos esquecer, todavia, que a verda<strong>de</strong>ira emancipação do ser<br />

humano é aquela que leva em conta as vantagens e <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> cada<br />

qual. Embora portar uma necessida<strong>de</strong> especial possa repercutir<br />

generalizadamente sob o ponto <strong>de</strong> vista psicológico, certo que é apenas<br />

uma necessida<strong>de</strong> especial. Sob outros aspectos, inclusive na dimensão<br />

afetiva, a pessoa po<strong>de</strong> ser tão ou mais capaz que as <strong>de</strong>mais. Juntamente<br />

nessas diferenças e semelhanças que somos todos iguais, e assim<br />

<strong>de</strong>vemos reconhecer-nos e conviver.<br />

Doravante, o que se po<strong>de</strong> esperar da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna é um maior<br />

apoio às <strong>pessoas</strong> <strong>portadoras</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, para que estas possam, <strong>de</strong> forma real,<br />

superar as suas limitações. Espera-se que essa socieda<strong>de</strong> ―<strong>de</strong>scubra a enorme<br />

potencialida<strong>de</strong> que se materializa <strong>de</strong> forma criativa e produtiva no momento em que<br />

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