16.02.2015 Views

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

214<br />

É grave risco, porém, sacralizar a expressão ―interpretação literal‖,<br />

como preten<strong>de</strong> o Estado, como se fosse a única regra <strong>de</strong> interpretação possível.<br />

Para Hugo <strong>de</strong> Brito Machado, ―... o artigo 111 do Código Tributário Nacional não<br />

impe<strong>de</strong> o intérprete <strong>de</strong> utilizar outros elementos <strong>de</strong> interpretação quando o elemento<br />

literal, em sentido amplo, (...) não conduzir a resultado capaz <strong>de</strong> compatibilizar o<br />

alcance da norma interpretada com os valores fundamentais da humanida<strong>de</strong> que o<br />

Direito <strong>de</strong>ve realizar‖ (Comentários ao Código Tributário Nacional – vol. II - pág. 269<br />

– Atlas – 2004).<br />

À propósito, Rubens Gomes <strong>de</strong> Sousa já criticava o apego à letra da lei<br />

que eliminava ―todo o problema da interpretação, que ficava reduzido à simples<br />

análise gramatical dos textos, inclusive quando os resultados <strong>de</strong>ssa análise fossem<br />

evi<strong>de</strong>ntemente diversos ou mesmo contrários aos objetivos visados pela lei, o que<br />

sempre podia ocorrer em razão <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> redação, ou da modificação das<br />

condições econômicas, políticas, sociais etc, em relação às existentes ao tempo em<br />

que a lei fora feita.‖ Logo a seguir concluir o eminente tributarista que ―o aplicador da<br />

lei po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve utilizar todos os métodos ou processos <strong>de</strong> raciocínio que conduzam<br />

à realização prática integral das finalida<strong>de</strong>s que a lei se <strong>de</strong>stina alcançar. Nesse<br />

sentido se diz que a interpretação <strong>de</strong>ve ser teleológica, isto é, <strong>de</strong>ve visar a<br />

realização das finalida<strong>de</strong>s ou objetivos da lei.‖ (Compêndio <strong>de</strong> Legislação Tributária<br />

– págs. 77/79 – Ed. Resenha Tributária – 1975).<br />

O insuperável CARLOS MAXIMILIANO, discorrendo sobre os métodos<br />

<strong>de</strong> interpretação, pon<strong>de</strong>ra: ―consi<strong>de</strong>ra-se o Direito como uma ciência primariamente<br />

normativa ou finalística; por isso mesmo a sua interpretação há <strong>de</strong> ser, na essência,<br />

teleológica. O hermeneuta sempre terá em vista o fim da lei, o resultado que a<br />

mesma precisa atingir em sua atuação prática. A norma enfeixa um conjunto <strong>de</strong><br />

providências, protetoras, julgadas necessárias para satisfazer a certas exigências<br />

econômicas e sociais; será interpretada <strong>de</strong> modo que melhor corresponda àquela<br />

finalida<strong>de</strong> e assegure plenamente a tutela <strong>de</strong> interesses para a qual foi regida‖<br />

(Hermenêutica e Aplicação do Direito – pág. 151/152 – Forense – nona edição).<br />

Pois a finalida<strong>de</strong> da norma que conce<strong>de</strong> isenção é <strong>de</strong> dar amparo aos<br />

portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física, preocupação que não é só da lei estadual em<br />

exame, mas da Constituição que cuidou da questão em quatro oportunida<strong>de</strong>s – duas<br />

vezes no artigo 203 (incisos IV e V) e duas vezes no artigo 227 (parágrafo 1º, II e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!