16.02.2015 Views

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

a proteção jurídica às pessoas portadoras de deficiência e ... - Unesc

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

179<br />

alteração na legislação <strong>de</strong> regência (Lei Estadual n. 7.543/88), ou seja, a norma<br />

continua prevendo expressamente a hipótese <strong>de</strong> isenção unicamente para o ―veículo<br />

terrestre adaptado para ser dirigido, exclusivamente, por motorista portador <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência física que o impeça <strong>de</strong> dirigir veículo normal‖ (art. 8, V, e).<br />

do art. 111 do CTN:<br />

No que diz respeito à interpretação literal da isenção, por força<br />

APELAÇÃO CÍVEL EM MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUTÁRIO.<br />

IPVA. ISENÇÃO. PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA FÍSICA.<br />

AQUISIÇÃO DE VEÍCULO PELOS RESPONSÁVEIS LEGAIS PARA<br />

TRANSPORTE DO DEFICIENTE. LEI ESTADUAL N. 7.543/88. ART.<br />

111, CTN. PREVALÊNCIA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS<br />

DA IGUALDADE E DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. SENTENÇA<br />

MANTIDA. DESPROVIMENTO DO RECURSO.<br />

É <strong>de</strong>vida a isenção do IPVA em relação aos veículos adquiridos<br />

pelos <strong>de</strong>ficientes incapazes <strong>de</strong> dirigir, ou por seus representantes<br />

legais, mesmo quando terceiros venham a conduzi-lo em proveito<br />

daqueles. (Apelação Cível em Mandado <strong>de</strong> Segurança n.<br />

2008.008322-8, da Capital, rel. Des. Orli Rodrigues, j. 20.05.2008)<br />

Ainda sobre o disposto no artigo 111 do Código Tributário<br />

Nacional, em que se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha<br />

sobre a outorga <strong>de</strong> isenção, verifica-se, em comentários do doutrinador Paulo <strong>de</strong><br />

Barros Carvalho que,<br />

"(...) este artigo merece severa crítica, tendo em vista que não se<br />

po<strong>de</strong> lançar mão, isoladamente, da técnica <strong>de</strong> interpretação literal,<br />

sob pena <strong>de</strong> não se apreen<strong>de</strong>r o verda<strong>de</strong>iro conteúdo da<br />

norma."(Curso <strong>de</strong> Direito Tributário. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 1996.<br />

p. 80-82)<br />

A<strong>de</strong>mais, salienta-se que, no caso em tela, a interpretação<br />

extensiva faz-se necessária, conforme se vê:<br />

"(...) <strong>de</strong>ve-se enten<strong>de</strong>r, por exemplo, o disposto no art. 111 do<br />

Código Tributário Nacional, o qual estabelece que se interpretará<br />

'literalmente' a legislação tributária que disponha sobre 'outorga <strong>de</strong><br />

isenção'. Dele resulta somente uma proibição à analogia, e não uma<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação mais ampla."(Almeida Júnior,<br />

Fernando Osório. Interpretação Conforme a Constituição e o Direito<br />

Tributário. São Paulo: Dialética, 2002. p. 74)<br />

Assim, apesar <strong>de</strong> o dispositivo em comento prever que os<br />

comandos legais referentes à outorga <strong>de</strong> isenções tributárias <strong>de</strong>vam ser<br />

interpretados literalmente, é assente que os princípios constitucionais <strong>de</strong>vem<br />

prevalecer sobre tal <strong>de</strong>terminação, senão vejamos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!