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PONTO DE VISTA
As Tijoleiras na
América Latina
Por Jamil Duailibi Filho | Fotos Divulgação
se de tudo, inclusive pneus, em algumas regiões, ficando
as crianças expostas à fumaça gerada pela
queima dos mesmos. A rigor, a atividade de produção
artesanal de tijolos constitui-se, na maioria
dos casos, em uma atividade de subsistência.
Jamil Duailibi Filho é
doutor em Cerâmica
e pesquisador do
Instituto Nacional de
Tecnologia – INT
Quando o grupo de representantes de sete países
latinos americanos reuniu-se em Lima, em
2009, para a elaboração de um projeto regional, sobre
a Eficiência Energética em Tijoleiras (ladrilleras) Artesanais,
nos deparamos com uma surpresa. Enquanto
os países participantes tinham um número considerável
de tijoleiras artesanais ainda nos dias atuais, as
exceções são o Brasil, onde sua ocorrência é muito
esporádica, e na Colômbia, que possui um pequeno
número concentrado em apenas uma região.
No México, existem cerca de 20 mil tijoleiras artesanais
e na Argentina, em apenas uma província, cerca
de três mil famílias vivem da produção de tijolos
artesanais. Além da baixíssima eficiência energética,
em algumas regiões estas tijoleiras geram graves
problemas para o meio ambiente e para a saúde das
pessoas envolvidas, na maioria famílias inteiras, onde
os filhos trabalham desde muito pequenos. Queima-
Um aglomerado de duzentas tijoleiras, localizado
em um pequeno povoado peruano próximo
a Cuzco produz, aproximadamente, 1,5 milhão
de peças por mês. Destas tijoleiras, apenas cinco
possuem extrusoras, as demais conformam seus
produtos em formas de madeira. Para a queima,
é utilizada rama, um tipo de eucalipto encontrado
na região.
Representado pelo Instituto Nacional Tecnológico
– INT, o projeto Eficiência Energética em
Tijoleiras Artesanais e de Baixo Nível de Mecanização
das Regiões Norte e Nordeste do Brasil, é
visto como um parceiro provedor de tecnologia
para os demais países, face ao desenvolvimento
da indústria de equipamentos e fornecedores de
insumos para o segmento de cerâmica vermelha.
Assim, além da criação de ações de assessoria aos
demais países e colaboração em projetos específicos,
como o desenvolvimento de queimadores a
gás para fornos, na produção de tijolos artesanais
mais eficientes no México, e em fase de teste na
Bolívia; está prevista a tradução do Caderno Técnico
INT para o espanhol sobre mudanças climáticas
e tecnologias, uma vez que o projeto está
diretamente associado com a questão dos créditos
de carbono no âmbito do mecanismo de desenvolvimento
limpo
REVISTA DA ANICER Nº 69
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