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Cerâmica Verde
Resíduo que
vira combustível
A utilização de diversos resíduos nos fornos gera economia para
os empresários e sustentabilidade para o setor
Por Manuela Souza | Fotos Divulgação
REVISTA DA ANICER Nº 69
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I
nvestir em pesquisas que proporcionem
economia na produção e
agreguem soluções sustentáveis na
etapa da queima da cerâmica vermelha
é uma iniciativa já adotada por 40%
do setor e cada vez mais comum entre
os ceramistas. A utilização de resíduos
como combustível dos fornos comprova
que este tipo de energia reúne diversas
vantagens, como baixo custo,
permite o reaproveitamento de resíduos,
é renovável e menos poluente.
Em meio às várias alternativas de resíduos,
podemos encontrar as cascas
do arroz, do coco, da castanha, do
amendoim, do algodão, do café, as palhas
do coco e da carnaúba, o bagaço
da cana de açúcar, a serragem, galhos
provenientes de podas de vegetais
do paisagismo, entre outros. O poder
calorífico de cada um desses combustíveis
alternativos sofre variações que
vão desde 3570 (palha de milho) até
4880 kcal/kg (pó de serra).
O sócio-proprietário da Cerâmica AP,
de Bagé (RS), Ângelo Kipper Bordignon,
explica que utiliza a casca do arroz
no processo de queima do material
produzido em sua cerâmica há doze
anos, gerando uma redução de 85% no
valor gasto na despesa com combustível.
“A Fundação Estadual de Proteção
Ambiental (Fepam) nos autorizou
a utilizar o processo de queima com a
casca do arroz, desde que déssemos
destino final às cinzas geradas durante
o processo, então estamos adicionando
o pó resultante da queima na mistura
com a argila durante o processo de
produção dos tijolos. A casca de arroz
é considerada rejeito, não pagamos
nada para adquirir. O forno que antes
consumia onze metros cúbicos de lenha,
agora consome cinquenta metros
cúbicos de casca de arroz. Gastamos
apenas com o transporte, que é realizado
em caminhão próprio”.
A implantação de mecanismos que favoreçam
a eliminação do uso de combustíveis
não renováveis na indústria
cerâmica dão origem a diversas vantagens
para os empresários do setor. A
utilização de biomassas gera créditos
de carbono para futuras comercializações.
Além disso, o processo agiliza algumas
etapas. O Presidente da Anicer,
Luis Lima, explica que utilização de