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NONONNONNNNNONNONONONNO
REVISTA DA ANICER Nº 69

NONONONNNONONONO
REVISTA DA ANICER Nº 69

Amigos,
Venho falar de dois trabalhos fundamentais, muito importantes e ligados à sustentabilidade do nosso setor:
eficiência energética e análise do ciclo de vida dos produtos cerâmicos. Temas que exigirão dedicação em
termos de recursos humanos e investimentos vultosos por parte de nossa Associação.
Eficiência energética – iniciamos o processo de compra dos equipamentos necessários e a contratação do
CTCV de Portugal para o treinamento do corpo técnico que será responsável pelo trabalho nas empresas,
além do software de monitoramento energético das instalações. Ressalto que esse trabalho é obrigatório
na União Europeia e tende a se tornar compulsório nas principais economias mundiais, como o Brasil, dada a
necessidade crescente de energia e suas implicações ambientais e econômicas. Neste contexto, não será admitido
um uso ineficiente de energia o que obriga uma geração ainda maior. Por isso, o momento é propício
para o lançamento destes serviços, pois o Governo Federal vai lançar vários incentivos para a área.
Garanto, por experiência própria, que identificaremos gargalos no consumo de energia e atuaremos de modo
mais eficiente tanto em gestão quanto nos investimentos em equipamentos mais eficazes. Teremos economias
substanciais em nossas fábricas, reduzindo os custos de produção.
Ciclo de vida – Também começamos os estudos sobre o ciclo de vida de nossos produtos com a empresa
Quantis, do Canadá, reconhecida internacionalmente neste tipo de trabalho. A análise do ciclo de vida consiste
em identificar toda a interferência ambiental de um produto desde sua produção, transporte, vida útil até
o descarte final.
No início deste ano, o Governo Federal instituiu o Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida (PBACV).
Entendo que aos poucos permitirá a formação de um banco de dados com todos os
produtos industrializados, que servirá como um guia que pautará os consumidores
e orientará as instituições de crédito a liberar recursos de acordo com critérios
ambientais, como já acontece em alguns países.
Devido às características naturais de nossos produtos, cujos resíduos são
considerados inofensivos pelo Conama, obteremos vantagens comerciais
em relação aos concorrentes.
Os dois trabalhos estão muito ligados. Uma mineração mais racional e o uso
mais eficiente de energia, são pontos importantíssimos na análise do ciclo
de vida.
Esses temas serão apresentados e discutidos no 40º Encontro Nacional em
Vitória, em agosto. Volto a dizer que não é uma opção nossa participarmos,
mas sim uma obrigação de todo empresário do setor.
Um abraço a todos,
Luis Carlos Barbosa Lima
Presidente da Anicer
REVISTA DA ANICER Nº 69

direTORIA ANICER
PRESIDENTE:
Luis Carlos Barbosa Lima
1º VICE-PRESIDENTE:
Ralph Luiz Perrupato
2º VICE-PRESIDENTE:
(todos os presidentes de
entidades mantenedoras)
1º TESOUREIRO:
Juadir de Oliveira Souza
2º TESOUREIRO:
Manuel Ventin Ventin
1º SECRETÁRIO:
Fernando Ibiapina Cunha
2º SECRETÀRIO:
Benedito Bezerra Mendes
DIRETOR DA ÁREA INDUSTRIAL:
Antonio Carlos Cerqueira Fortes
DIRETOR DA ÁREA ECONÔMICA E FISCAL:
Francisco Belfort
DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS:
César Vergílio Oliveira Gonçalves
DIRETOR DA ÁREA AMBIENTAL:
José Joaquim Gomes da Costa
DIRETOR DA ÁREA MINERAL:
Henrique Antonio Nora de Oliveira Lima
DIRETOR DE MARKETING:
Constantino Frollini Neto
DIRETOR DA ÁREA DE BLOCOS
E TIJOLOS CERÂMICOS:
Juan Roberto Germano
EDITORIAL
Um setor que se
transforma rapidamente
Batalhadoras que não perdem a ternura jamais, as mulheres são as grandes homenageadas
desta edição da Revista da Anicer que acaba de sair do forno.
Pela primeira vez, o Brasil comemora o Dia da Mulher (8 de março) governado
por uma. Isso nos inspirou a observar como está a presença delas no setor e na
construção civil. Descobrimos que elas ocupam cada vez mais espaços e fomos
falar com elas.
No Marombando, entrevistamos a engenheira Márcia Melo, um expoente da alvenaria
estrutural no País.
A participação de empresas e grupos do segmento na Feicon Batimat 2011, maior feira
da construção civil na América Latina, é outro tema de destaque desta edição.
Na feira, novas marcas se apresentaram mostrando que estão afiadas para conquistar
espaço, enquanto grupos consolidados apresentaram novidades antenadas
com o mercado.
Acompanhamos o 16º Encontro do Nordeste realizado em Salvador e contamos tudo,
inclusive estatísticas do setor na Região.
Veja também: as tendências em coberturas que aproveitam a energia solar, as oportunidades
que a tecnologia BIM traz para os construtores e também para os ceramistas
e as pesquisas que revelam os silos em alvenaria cerâmica que conservam os
grãos melhor do que os tradicionais e muito mais.
Todas estas notícias mostram um setor em mutação rumo a um futuro sustentado e
dinâmico, em que a inovação e a profissionalização são as palavras-chave.
Boa leitura e boas ideias!
DIRETOR DA ÁREA DE TELHAS CERÂMICAS:
Cláudio Luis Kurth
DIRETOR DA ÁREA DE TUBOS CERÂMICOS:
Paula Regina Marchi de Souza
DIRETOR DA ÁREA DE PISOS CERÂMICOS:
Luis Cláudio Sabedotti Fornari
DIRETOR DA QUALIDADE:
Carlos André Fois Lanna
CONSELHO FISCAL EFETIVOS:
Cláudia Pinedo Zottos Volpini
Edézio Gonzalez Menon
Laerte Simão
Diretor Executivo de Comunicação: Ricardo Kelsch - projetos@anicer.com.br
Editor: Adriano França - comunica@anicer.com.br
Repórteres: Jeferson Silva - revista@anicer.com.br
Manuela Souza - redacao@anicer.com.br
Projeto gráfico, diagramação e design: Tatiana Batalha - arte@anicer.com.br
Design: Gabriel Medeiros - criacao@anicer.com.br
Colaboração Administrativa: Daiana Admiral, Elaine Araújo, Erika da Costa, Fernanda Duarte, Silvia
Oliveira, Regina Junqueira, Sandra de Carvalho - anicer@anicer.com.br
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SUPLENTES:
Jorge Machado Mendes
Telêmaco Santiago
Osvaldo Duarte Rosalino
CONSELHO CONSULTIVO
Sylvio Alves de Barros Filho; José Abílio
G. Primo; Walter Gimenes Félix; Mauro
Raso Assumpção; Nelson Ely Filho; Wanderley
Peccini
Colaboração Técnica: Antônio Carlos Pimenta Araújo atecnica@anicer.com.br, Edvaldo Costa Maia
- qualidade@anicer.com.br, Emerson Dias - tecnica@anicer.com.br, Fernanda Santos - consultor2@
anicer.com.br, Osíris Júnior - desenvolvimento@anicer.com.br, Wagner Oliveira - consultor1@anicer.
com.br, Denise Costa - setorial@anicer.com.br, Max Piva - consultor3@anicer.com.br.
Publicidade: Márcia Sales - publicidade@anicer.com.br
Fotolito e impressão: Imos
Tiragem: 7.000 exemplares
Veiculação: Abril
Associação Nacional da Indústria Cerâmica
Fone/fax: (21) 2524-0128, Rua Santa Luzia, 651-12º andar - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20030-041

SUMÁRIO
Cooperação
APLs proporcionam desenvolvimento
Sustentabilidade
Blocos cerâmicos para armazenar grãos
Energia Eficiente
Projeto incentiva políticas inovadoras
Pesquisa
CNI espera bons negócios
CAPA
Lugar de mulher é no comando
Tendência
Projetos em 3D inovam a construção
Negócios
Bahia recebe o 16º Encontro do Nordeste
Setor
Novidades apresentadas durante a Feicon
Evento
É dada a largada para o 40º Encontro Nacional
Energia
Coberturas que captam energia limpa e renovável
Inovação
Empresas cearenses investem em energia eólica
Qualidade
Certificação para produtos cerâmicos
10
12
16
28
30
34
36
38
42
46
48
50
12
34
Artigo do Presidente
Cartas
Integradas
Cerâmica Verde
O resíduo que vira combustível
Inspiração
As cores do Instituto Inhotim
Perfil
Cerâmica Elsa
Marombando
Márcia Melo
Tendência de Mercado
O relevo cerâmico do Liceu Minkema
Ponto de Vista
Jamil Duailibi Filho, pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia
Coluna da qualidade
Social
Notícias da Anicer
03
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CARTAS
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Gostaria de parabenizar e agradecer a Anicer pelo apoio concedido
à Cerâmica Blocos Inajá. Recebemos os materiais institucionais
do projeto Solução Cerâmica Minha Casa, Minha Vida e
o DVD de Treinamento para Alvenaria de Vedação e Estrutural,
para divulgar os sistemas de construção com a utilização de
blocos estruturais cerâmicos, na 14ª Feira de Imóveis de Maringá
(PR). Os materiais são didáticos, de fácil entendimento e
fizeram um grande sucesso. Otávio Azevedo Neto (PR)
Assessoria de Comunicação responde: Otávio, esse reconhecimento
é fundamental para o nosso trabalho. Estes materiais
foram desenvolvidos para aprimorar o conhecimento sobre as
técnicas mais modernas de construção com material cerâmico
a fim de contribuir com os ceramistas e construtores.
A Biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Fluminense – IFF teve o prazer de receber a última publicação
do Intervalo Cerâmico da Anicer. Gostaria de saber
como obter edições anteriores. Scheilla Mattoso (RJ)
Assessoria de Comunicação responde: O Intervalo Cerâmico
é um informativo específico para os ceramistas. No entanto,
vamos providenciar o envio das edições anteriores
para a sua biblioteca bem como as edições de 2010 e 2011
da Revista da Anicer.
Conclui o curso de graduação em administração de empresas,
pela Universidade Federal do Pará e desenvolvi a monografia
Sustentabilidade Ambiental: Desafios e Oportunidades
para a Indústria Cerâmica Guamaense. Além da relevância
sobre o contexto ambiental, o trabalho potencializa o aspecto
econômico da cidade, onde está instalado o maior pólo
oleiro-cerâmico da Região Norte do Brasil. Panagiote Sotirakis
(PA)
Assessoria de Comunicação responde: Ficamos muito felizes
em receber esta notícia e perceber o quanto tem aumentado
a percepção quanto a estes temas. Encaminhe-nos sua monografia,
para que possamos analisar o tema abordado e propor
um artigo na Revista. Além disso, se for do seu interesse poderemos
incluir sua monografia em nossa biblioteca, bem como
disponibilizá-la em nosso site. O conteúdo poderá servir como
fonte de pesquisa e consulta para outros pesquisadores, futuramente.
Parabéns pela iniciativa!
A Biblioteca Central da Universidade Paulista – UNIP recebeu
como cortesia o periódico Revista da Anicer, edição de
fevereiro. Gostaríamos de continuar recebendo a doação
regular do formato impresso. Obrigada! Maria Aládia
Braga (SP)
Assessoria de Comunicação responde: O conteúdo completo
da Revista da Anicer é disponibilizado no nosso site www.
anicer.com.br. Para receber a versão impressa, regularmente,
encaminhe-nos as informações da sua instituição para
que possamos cadastrá-la para o envio.
Estou com uma grande dúvida em relação a normas técnicas
de construção e adequações em fábricas de cerâmicas. Preciso
das normas técnicas de altura e comprimento de uma
chaminé. Procurei a Anicer porque é uma associação conceituada
em nosso País. Alberto Santana (BA)
Assessoria Técnica e da Qualidade responde: Não existe
uma normativa técnica para definição de altura e comprimento
de chaminés de fornos para indústria cerâmica em
nosso País. Em São Paulo, a Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental – Cetesb possui uma instrução interna
que define a altura mínima de oito metros para chaminés
de fornos. Como as chaminés variam de tamanho
por diversos fatores, dentre estes os tipos de fornos a que
serão utilizadas, sugerimos que busque em artigos técnicos
mais informação.
Como destinar de forma correta os resíduos de piso cerâmico
Os fabricantes recebem resíduos cerâmicos para reutilizar
no processo de produção Marcelo Paiva (SP)
Assessoria Técnica e da Qualidade responde: A indústria
cerâmica utiliza a incorporação de diversos resíduos, como
o caco do tijolo moído e a lama de tratamento de água
(ETA), na composição da massa e cascas do coco, do arroz
e da castanha, como combustível para a queima das peças,
entre outros. Orientamos que busque uma instituição de
pesquisa para realizar um projeto de incorporação deste
resíduo e avaliar a viabilidade do uso. A Anicer tem um programa
de atendimento desenvolvido por técnicos, para a
realização de estudos de incorporação de resíduo, identificando
potenciais consumidores.

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INTEGRADAS
55º Congresso Brasileiro de Cerâmica
O 55º Congresso Brasileiro de Cerâmica, realizado
pela Associação Brasileira de Cerâmica
– ABC, acontece de 29 de maio a 1º de junho,
no Hotel Armação, em Porto de Galinhas (PE).
Os participantes irão discutir os últimos avanços
e acontecimentos na produção cerâmica,
por meio de trabalhos técnicos, palestras e seminários,
entre outras. Paralelo ao Congresso,
Em 2010, o Congresso aconteceu em Foz do Iguaçu (PA)
haverá feira onde as empresas e instituições de ensino e pesquisa terão a oportunidade
de divulgar seus produtos e serviços. Informações sobre prazos de inscrições ou envio
de trabalhos técnicos e científicos podem ser obtidas pelo telefone (11) 3731-8549 ou
pelo site www.metallum.com.br.
Recuperação de APPs no Diário Oficial
Foi publicada no Diário Oficial do dia 02 de março, a Resolução nº 429 do Conselho Nacional
do Meio Ambiente – Conama, sobre os métodos a serem adotados para a recuperação
das Áreas de Preservação Permanente - APPs. A publicação do conteúdo está
disponível no site: www.portal.in.gov.br
Almir Salgado
Cerâmicas recebem Prêmio SESI
As Cerâmicas Torres e Assunção (CE) receberam o Prêmio
Sesi de Qualidade no Trabalho – PSQT 2010, na categoria
Desenvolvimento Socioambiental. A Cerâmica Torres obteve
o 1º lugar pela utilização de resíduos com economia de
água, lenha e energia, e a Cerâmica Assunção, conquistou
o segundo lugar com a utilização de biomassa renovável,
na geração de energia térmica. O prêmio foi entregue pelo
Presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente
do Governo do Estado do Ceará, Paulo Henrique
Lustosa, no dia 24 de março, na sede da Fiec.
Paulo Lustosa e Fernando Ibiapina da
Cerâmica Torres
Paulo Lustosa e Raimundo Tavares da
Cerâmica Assunção
J.R.Sobrinho/Fiec
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Guia de estratégias para baixo carbono
A Confederação Nacional da Indústria — CNI lançou o guia Estratégias Corporativas de
Baixo Carbono: Gestão de Riscos e Oportunidades. A publicação mostra que a redução
das emissões, oferece oportunidades de ganhos para as empresas, como a economia
através do uso racional de energia, eficiência operacional e logística, entre outros. A CNI
irá realizar cursos para empresas que pretendem mudar ou adaptar sua estratégia visando
a economia de baixo carbono. O conteúdo completo do guia está disponível no site:
www.cni.org.br.

Lançamento de livro sobre Alvenaria
Estrutural na Feicon
O estande da Selecta Blocos foi escolhido para
a realização do lançamento oficial do livro
Alvenaria Estrutural em Blocos Cerâmicos:
projeto, execução e controle, dos autores
Guilherme Parsekian e Márcia Soares, no
dia 16 de março, durante a Feicon Batimat
2011. O livro traz informações sobre racionalização, segurança e qualidade para as
construções, com base nas normas técnicas para projeto e execução de alvenaria
estrutural com blocos cerâmicos.
Luis Lima, Márcia Soares e Guilherme Parsekian
Ascom Fiems
Ascom Fiems
O Presidente Natel Moraes
O Vice Presidente Luiz
Cláudio Fornari
A Primeira Secretária
Cláudia Volpini
Sindicer/MS
tem nova
diretoria
O novo Presidente do Sindicer/MS
é Natel Moraes.
Ele assumiu a presidência
do Sindicato ao lado do
Vice Presidente, Luiz Cláudio
Fornari e da Primeira
Secretária Cláudia Volpini,
para o mandato de 2011-
2014. A atuação de Natel
estará focada em suprir a
demanda da indústria da
construção civil do Estado
e elevar o número de empresas
filiadas ao Sindicato,
dando continuidade ao
trabalho já desenvolvido
pela gestão anterior.
Construção
contrata mais
O setor da construção civil
registrou em março um
crescimento de de 0,13% nas
vagas de trabalho segundo
levantamento feito pelo Cadastro
Geral de Empregados
e Desempregados (Caged).
Foram 3.315 vagas. A pesquisa
também revelou um aumento
de 10,99% nos doze meses
anteriores ao mês de março,
gerando um total de 259.009
vagas. A maior representatividade
deste índice foi na região
Sudeste, com 0,35%, seguida
pela região Sul, com 0,27%.
As regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste
apresentaram
queda de 0,08%, 0,16% e 0,46%,
Inmetro amplia controle sobre materiais
importados
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro
apresentará, este mês, alternativas para controlar a entrada de produtos utilizados
na construção civil no País. A ideia é que os importados sofram as mesmas exigências
dos produtos nacionais. A decisão foi tomada durante a reunião do Grupo de Avanço
da Competitividade, no Ministério da Fazenda, em Brasília.
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COOPERAÇÃO
APLs proporcionam
desenvolvimento
Adoção de política compartilhada favorece o crescimento do
setor e maior integração entre empresas
Por Manuela Souza | Fotos Divulgação
diversas empresas com um foco específico em uma atividade
econômica e envolve a participação
de empresas públicas e privadas
com liderança voltada a um
objetivo comum. A iniciativa foca
na inter-relação empresarial.
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Mapa da
distribuição
de APL’s em
funcionamento
no País
C
om o aquecimento do setor da construção civil, diversas
indústrias de cerâmica buscaram ampliar sua capacidade
de vendas. O aumento no volume para as grandes empresas
não acarreta maiores mudanças, já as pequenas empresas
precisam criar mecanismos para competir em igualdade
com as grandes na hora de barganhar a venda.
Em algumas regiões, a saída encontrada foi a instalação de
um Arranjo Produtivo Local (APL), que é a aglomeração de
A dinâmica de um APL é o estabelecimento
do planejamento compartilhado
e complementar em
uma localidade na qual existe uma
atividade produtiva dominante em
que a cooperação entre as instituições
é que constitui a coletividade.
No município de Russas, no
Estado do Ceará, o APL Associação
dos Fabricantes de Telhas de Russas
(Asterussas), funciona desde
2004 e representa 55 associados
do ramo. O Arranjo produz 45 milhões
de peças por ano, representa
41% da produção total do Estado
e tem como principais clientes os
estados da Bahia, Pernambuco,
Sergipe, Pará, Piauí e Maranhão.
Segundo o Presidente da Asterussas,
Maurício Martins, os empresários
envolvidos no projeto já perceberam
que o investimento gera
10

A dinâmica de
um APL é o
estabelecimento
do planejamento
compartilhado e
complementar em
uma localidade
na qual existe
uma atividade
produtiva
dominante
benefícios. “O capital social só é possível
graças à participação e cooperação
entre os associados que buscam
as melhores tecnologias para o setor.
Recentemente, os ceramistas investiram
em maquinários para melhorar
a produtividade e reduzir o trabalho
manual, como a instalação de novas
esteiras, subestação elétrica e fornos
automatizados”.
De acordo com dados do Sebrae, diversos
critérios são avaliados para a
criação de um Arranjo Produtivo Local,
como: apresentação mínima de vinte
estabelecimentos vinculados a mesma
cadeia produtiva, ocupação mínima de
cem pessoas nos estabelecimentos,
apresentação de características de
homogeneidade do produto produzido,
capacidade de contribuição para
o desenvolvimento de exportações ou
substituição das importações e geração
de trabalho e renda.
A formação de um APL depende inicialmente
de governança, identidade
territorial e interação e cooperação,
além do entrosamento entre o grupo
de empresas participante. Só então,
é criado um projeto-piloto, onde são
estabelecidas ações de curto prazo
para consolidação das empresas e
dos participantes do arranjo. Além
disso, itens como treinamentos, consultorias,
eventos e ações devem estar
inclusos no projeto.
A última etapa é a realização de um
plano de ações para o setor, onde ficam
estabelecidos os elementos estratégicos,
com o objetivo de aumentar a
competitividade e o desenvolvimento
das empresas envolvidas. As ações
de um APL duram entre dois e quatro
anos, sofrendo variações de acordo
com a realidade do aglomerado.
Políticas de desenvolvimento das médias,
pequenas e microempresas com
base na dinamização de arranjos produtivos
locais são estabelecidas em
países como Alemanha, Dinamarca,
Finlândia, Espanha, França, Itália, Reino
Unido, Grécia, Portugal, Bélgica, Japão,
Estados Unidos, Austrália, Coreia
do Sul e Índia.
Para obter mais informações sobre
Arranjo Produtivo Local, acesse o site:
http://www.redeaplmineral.org.br/
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sustentabilidade
Blocos cerâmicos
para armazenar grãos
Construção de silos em alvenaria armada garante qualidade e
economia aos agricultores do Rio Grande do Sul
Por Manuela Souza | Fotos Divulgação
realizada no terreno do próprio produtor que, além de reduzir
gastos com o transporte da carga, tem a possibilidade de
controlar a venda do seu produto e garantir a sua qualidade
durante todo o período de armazenamento.
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A construção dos
silos é realizada
com a utilização de
mão de obra local
E
m época de colheita, o agricultor se
vê às voltas em desenvolver o melhor
sistema de armazenamento do seu
produto para facilitar o processo de secagem
e evitar que a sua safra se deteriore.
No Rio Grande do Sul, um novo conceito
em armazenagem movimenta o comércio
de grãos e anima os produtores locais.
Através de uma pesquisa realizada pela
Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS),
os produtores agora podem se
beneficiar com a construção de silos
em alvenaria, que apresentam melhor
desempenho em armazenamento. A
estrutura é construída utilizando tijolos
maciços e blocos de vedação, estruturados
por vigas e cintas. Já a construção é
O Vice-Presidente do Sindicato das Indústrias de Olaria e de
Cerâmica para Construção no Estado do Rio Grande do Sul
(Sindicer/RS), Antônio Kipper, conta que o estudo realizado
pela Emater, mostrou que os produtos conservados em silos
de alvenaria apresentavam maior grau de excelência em relação
aos que eram armazenados em silos de outro material. “A
qualidade dos produtos armazenados em silos de alvenaria
é muito maior que os silos metálicos, especialmente aqueles
decorrentes da variação térmica, noite-dia, que provocam
umidade e apodrecimento dos grãos junto às paredes. Um
exemplo é a farinha do milho armazenada em silo de alvenaria,
ela tem uma qualidade superior”.
Uma das principais vantagens na escolha do silo de alvenaria
é o custo da obra, cerca de 60% mais barato se comparado
aos silos de metal. O material para a construção pode ser facilmente
adquirido no próprio município. A estrutura é mais
baixa e proporciona grande economia nos custos com ventilação
e secagem, além da economia com a energia. Segundo
o técnico da Emater/RS, Ricardo Martins, desde o ano de
1992 que produtores estão sendo orientados a construir silos
em alvenaria devido às várias vantagens que esta tecnologia
apresenta. “Os silos de alvenaria custam de 50 a 70% menos
que os metálicos. Além disso, o consumo energético para a
produção de blocos cerâmicos é consideravelmente menor
do que concreto e aço. Num período em que são discutidos
métodos construtivos mais sustentáveis, este menor consumo
energético é outro importante fator a ser considerado
quando da escolha dos materiais a serem empregados nas

construções rurais, onde se enquadram também
os silos para armazenagem de grãos. Os silos de
alvenaria tem maior vida útil e menor custo de
manutenção. Suas paredes tem maior poder isolante,
o que resulta em um produto com melhor
qualidade, principalmente dos grãos que ficam
próximos às paredes dos silos e portanto mais
sujeitos as modificações climáticas”.
“Num período em que
são discutidos métodos
construtivos mais
sustentáveis, este menor
consumo energético é
outro importante fator a
ser considerado quando
da escolha dos materiais
a serem empregados nas
construções rurais”.
Construídos com materiais e mão de obra local, os silos
daquela região são viabilizados através da necessidade do
produtor que procura a Emater. Uma planta do projeto
que melhor atenda a necessidade do produtor e do grão
que será estocado é disponibilizada e então a obra passa
a ser acompanhada por um profissional credenciado
junto ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (Crea). “Este tipo de silo já está implantado
em muitas propriedades no Rio Grande do Sul, e também
temos enviado plantas para outros estados, tais como
Paraná e São Paulo. Como eles são construídos com materiais
e mão de obra local, movimenta o comércio das
localidades, gerando impostos e ampliando as frentes de
trabalho”, destaca Martins.
Diversas fontes de recursos são disponibilizadas ao
produtor para facilitar a execução da obra de construção
do silo de alvenaria, como o Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e
o Programa de Incentivo à irrigação e à armazenagem
(Moderinfra), ambos do BNDES. Nos silos podem ser
armazenados os mais diversos tipos de grãos, como milho,
soja, trigo, aveia, centeio, cevada, arroz e feijão e
quando bem conservados podem ficar estocados pelo
período de até cinco anos
Os silos de alvenaria
estrutural garantem
sustentabilidade,
maior vida útil e
menor custo de
manutenção
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Cerâmica Verde
Resíduo que
vira combustível
A utilização de diversos resíduos nos fornos gera economia para
os empresários e sustentabilidade para o setor
Por Manuela Souza | Fotos Divulgação
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I
nvestir em pesquisas que proporcionem
economia na produção e
agreguem soluções sustentáveis na
etapa da queima da cerâmica vermelha
é uma iniciativa já adotada por 40%
do setor e cada vez mais comum entre
os ceramistas. A utilização de resíduos
como combustível dos fornos comprova
que este tipo de energia reúne diversas
vantagens, como baixo custo,
permite o reaproveitamento de resíduos,
é renovável e menos poluente.
Em meio às várias alternativas de resíduos,
podemos encontrar as cascas
do arroz, do coco, da castanha, do
amendoim, do algodão, do café, as palhas
do coco e da carnaúba, o bagaço
da cana de açúcar, a serragem, galhos
provenientes de podas de vegetais
do paisagismo, entre outros. O poder
calorífico de cada um desses combustíveis
alternativos sofre variações que
vão desde 3570 (palha de milho) até
4880 kcal/kg (pó de serra).
O sócio-proprietário da Cerâmica AP,
de Bagé (RS), Ângelo Kipper Bordignon,
explica que utiliza a casca do arroz
no processo de queima do material
produzido em sua cerâmica há doze
anos, gerando uma redução de 85% no
valor gasto na despesa com combustível.
“A Fundação Estadual de Proteção
Ambiental (Fepam) nos autorizou
a utilizar o processo de queima com a
casca do arroz, desde que déssemos
destino final às cinzas geradas durante
o processo, então estamos adicionando
o pó resultante da queima na mistura
com a argila durante o processo de
produção dos tijolos. A casca de arroz
é considerada rejeito, não pagamos
nada para adquirir. O forno que antes
consumia onze metros cúbicos de lenha,
agora consome cinquenta metros
cúbicos de casca de arroz. Gastamos
apenas com o transporte, que é realizado
em caminhão próprio”.
A implantação de mecanismos que favoreçam
a eliminação do uso de combustíveis
não renováveis na indústria
cerâmica dão origem a diversas vantagens
para os empresários do setor. A
utilização de biomassas gera créditos
de carbono para futuras comercializações.
Além disso, o processo agiliza algumas
etapas. O Presidente da Anicer,
Luis Lima, explica que utilização de

iomassas é uma iniciativa em crescimento
acelerado no setor. “Hoje quem
não usa biomassa como combustível,
utiliza lenha de eucalipto reflorestado.
O setor cerâmico passou a eliminar os
resíduos de outros segmentos, atuando
como uma indústria limpadora do
meio ambiente”.
As biomassas absorvidas pelas cerâmicas,
se não fossem utilizadas, seriam
encaminhadas aos aterros sanitários
e durante a sua decomposição, liberariam
grandes volumes de metano, um
gás que tem potencial de aquecimento
atmosférico 21 vezes superior ao do
dióxido de carbono (CO2). Segundo
dados da Social Carbon, empresa que
presta consultoria ambiental a muitas
cerâmicas, a adoção destas biomassas
evita a emissão de 11 milhões de toneladas
de CO2.
Entretanto é importante ficar atento
às questões ambientais. A utilização
de algumas biomassas só é possível
através da emissão de uma licença
especial. O ideal é que o empresário
busque informação junto ao órgão
competente pela regulamentação ambiental
no seu estado
“O setor cerâmico
passou a eliminar
os resíduos de
outros segmentos,
atuando como
uma indústria
limpadora do
meio ambiente”
REVISTA DA ANICER Nº 69
15

ENERGIA EFICIENTE
Projeto incentiva
políticas inovadoras
Intercâmbio visa o aumento da eficiência energética em
pequenas olarias e melhoria da produção
Por Jeferson Silva | Fotos Divulgação
REVISTA DA ANICER Nº 69
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Representantes dos países
participantes do projeto
durante o 39º Encontro
Nacional da Indústria de
Cerâmica Vermelha, em
Florianópolis (SC)
O
Instituto Nacional de Tecnologia (INT)
está desenvolvendo o projeto Eficiência
Energética em Cerâmicas Artesanais – EELA,
coordenado pela Agência de Cooperação Internacional
da Suíça – COSUDE, com o objetivo
de fortalecer as capacidades empresariais
das cerâmicas e promover o uso de tecnologias
e processos energéticos mais eficientes,
que contribuam com a redução das emissões
de gases de efeito estufa. Esse projeto ocorre,
simultaneamente, na Argentina, Bolívia,
Colômbia, Equador, México e Peru.
A iniciativa teve início a partir de um projeto anterior
conhecido como Unidades de Demonstração
criado pelo Instituto em parceria com o
Sebrae (RJ) e financiado pelo governo alemão
através da Agência de Cooperação – GTZ.
No Brasil, as ações do projeto estão sendo desenvolvidas
na região do Seridó, nos Estados
do Rio Grande do Norte e Paraíba, onde os
experimentos de campo têm sido aplicados
no rearranjo de peças no interior de fornos,
no emprego de pó de serragem misturado à
massa cerâmica, no uso de ar forçado na combustão
e na recuperação de calor para préaquecimento
ou secagem de peças.
Com foco nas pequenas produtoras de blocos
e telhas, a ideia é que os resultados obtidos
possam ser disseminados para outras regiões
do País, onde existam pólos industriais parecidos,
através da divulgação e do repasse de informações,
com base não só nas experiências

O foco do programa consiste em dar assistência às cerâmicas do Norte e do Nordeste.
brasileiras bem como no que vem sendo
desenvolvido nos demais países participantes
do projeto.
Segundo o Coordenador do Projeto EELA,
Joaquim Augusto Pinto Rodrigues, o INT
tem uma experiência no setor de cerâmica
vermelha de trinta anos. Por ser um
centro de pesquisa e de serviços tecnológicos
com atuação em nível nacional,
pode levar assistência tecnológica e conhecimento
a todo o setor, em particular
ao segmento de pequenas empresas que
geralmente têm maiores dificuldades em
todos os aspectos.
“Nas visitas realizadas em noventa empresas
na região alvo do Projeto no
Nordeste, identificamos uma carência
de assistência, informação e de capacitação
tecnológica de um modo geral,
abrangendo todas as fases da produção
cerâmica. Esse quadro acarreta
desperdícios de matéria-prima, gerando
a fabricação de produtos com baixa
qualidade. Do ponto de vista dos empresários,
existe uma dificuldade muito
grande de financiamento, pois existe a
consciência de que precisam melhorar
suas instalações e, consequentemente,
os seus produtos”.
Baseado no aprendizado gerado com o
intercâmbio entre países participantes,
futuramente, a atuação do programa no
Brasil, irá propor políticas públicas nacionais
através de programas de capacitação
de recursos humanos, de assistência
e de extensão tecnológica para a
implantação de fornos mais eficientes,
permitindo que as cerâmicas fabriquem
produtos de maior qualidade, além de
incentivar a conscientização quanto à
preservação ambiental.
O programa disponibiliza o site www.
redladrilleras.net, como forma de divulgar
e fortalecer o intercâmbio de conhecimentos
com base em fotografias,
notícias, estudos, e entre outras ações,
voltadas para especialistas e produtores
de tijolo artesanal dos países da América
Latina, Ásia e África
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REVISTA DA ANICER Nº 69
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INSPIRAÇÃO
Verde e vermelha
Por Adriano França | Fotos Aline Lacerda
Localizado no município mineiro de Brumadinho, a 60km de Belo Horizonte, o Instituto Inhotim é sede de um dos mais
importantes acervos de arte contemporânea do Brasil, que reúne 450 obras de renomados artistas do Brasil e do mundo
e é considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina.
Além disso, tem área de 486 mil m² de jardins projetados por Burle Marx, com 4 mil espécies em cultivo, cercadas por
mata nativa. Em reconhecimento à preservação dos 145 hectares de reserva, o Instituto recebeu o título de jardim botânico
pelo Ministério do Meio Ambiente.
Em Inhotim, arte, preservação ambiental e botânica são costurados por um sofisticado paisagismo que chama atenção,
entre outros detalhes, pelo uso de cacos de telhas cerâmicas na composição dos jardins.
O Curador Botânico de Inhotim, Eduardo Gonçalves, explica que se inspirou no uso do material para demarcar caminhos
em passeios públicos. “Como a cor da cerâmica tende ao vermelho, percebi que ficaria bom o contraste com o verde e
daí surgiu a ideia de compor o jardim. O resultado final ficou maravilhoso”, comenta.
Apesar da estética ter sido um fator de peso na escolha do material,
Eduardo revela outros benefícios no uso dos cacos: “Há a
diminuição da proliferação de ervas daninhas e a proteção
que a camada de cerâmica cria, evitando
agressões como a chuva”.
Para conhecer mais e agendar visitas, acesse:
http://www.inhotim.org.br/
REVISTA DA ANICER Nº 69
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PERFIL
Cerâmica Elsa
Empresa pernambucana investe na qualidade de seus produtos e
realiza treinamentos para valorizar e motivar os seus colaboradores
Por Jeferson Silva | Fotos Divulgação
A cerâmica utiliza o forno Hoffmann com temperatura
entre 900°C e 1000°C, para a queima dos seus produtos.
Além da secagem natural, faz a secagem artificial com o
secador Hoffmann, com capacidade para oitenta e seis
vagonetas em temperatura média de 50°C.
A empresa acredita que o grande diferencial para enfrentar
a concorrência é oferecer produtos de qualidade.
“Mesmo antes de aderirmos ao programa Anicer na
sua Empresa, já tínhamos uma preocupação com a qualidade.
Os nossos produtos passam por ensaios, análises
e controles diários”, explicou Elsa.
REVISTA DA ANICER Nº 69
O retrato de
Elsa Corrêa de
Oliveira, mãe
das diretoras,
fica na entrada
da Cerâmica.
L
ocalizada no bairro de Vila Rica, em Ribeirão
(PE), a Cerâmica Elsa foi fundada em
2008. A fábrica recebeu o nome em homenagem
à Elsa Corrêa de Oliveira, mãe das diretoras
da empresa, as irmãs Elsa Corrêa de Oliveira e
Maria da Conceição Corrêa Lopes da Cruz.
Entre outros produtos, a empresa tem como
carro chefe, o bloco cerâmico de 9x19x19. A
produção da empresa gira em torno de 1.150
toneladas de peças por mês, atendendo aos
municípios do interior de Pernambuco e Maceió
(AL). Única empresa cerâmica instalada na cidade,
exerce um papel econômico importante ao
gerar setenta e três empregos diretos e aproximadamente
duzentos e dez indiretos.
Nos últimos dois anos, a Cerâmica Elsa vem investindo
na qualificação profissional dos seus colaboradores,
oferecendo treinamentos de mão de obra, através de
parcerias com o Senai /PE, a Anicer e o Sindicer/PE. Também
promove reuniões setoriais para planejamento e
avaliação de atividades com as equipes, mantendo uma
relação de transparência e confiança para motivar a
equipe. Com informações úteis de trabalho e avaliações
sistemáticas, a Cerâmica passou a contar com uma interação
direta com os colaboradores.
Através do programa Conheça seu Produto pela Avaliação
da Conformidade, a empresa identificou a redução de
perdas na produção, implantando novas metodologias
de controle e melhorando os processos que já existiam.
“É motivo de orgulho integrar este grupo de empresas
no Estado de Pernambuco que estão a caminho da conquista
do tão sonhado PSQ. Obviamente a responsabilidade
aumenta a partir do momento que você participa
do Programa, mas esse é o nosso compromisso com a
qualidade dos produtos”, finaliza Elsa
20

NONONNONNNNNONNONONONNO
REVISTA DA ANICER Nº 69

MAROMBANDO
Márcia Melo
Por Manuela Souza | Fotos Divulgação
F
ormada em Engenharia Civil pela Universidade Federal
de Viçosa, a mineira Márcia Melo tem doze
anos de experiência em obras de alvenaria estrutural e
de vedação com blocos cerâmicos. Dedicou onze anos
de sua experiência ao departamento técnico da Selecta
Blocos, faz parte da comissão de elaboração da Norma
de Blocos Cerâmicos e de Alvenaria Estrutural com Blocos
Cerâmicos, ABNT NBR 15.270 e ABNT NBR 15.812,
respectivamente, e é mestranda em Construção Civil
pela UFSCar, com ênfase em alvenaria estrutural.
• Você teve dificuldades em se impor no início da carreira
Como atuar em uma área do mercado que até
pouco tempo era considerado um reduto masculino
Não. Acho que tive sorte, sempre atuei com bons profissionais.
Hoje em dia não há muito problema, apesar
de encontrarmos ainda olhares meio tortos e desconfiados,
somos respeitadas no meio. Há 15 anos, quando
me formei, era mais difícil. Tive até professores que
eram contra as mulheres nesta profissão, e nem faz tanto
tempo assim.
demanda está em crescimento
REVISTA DA ANICER Nº 69
• A alvenaria estrutural é adequada a algum tipo específico
de construção
Tecnicamente o sistema construtivo se aplica a qualquer
tipo de construção, porém em algumas situações
temos que trabalhar com estrutura mista, ou seja, parte
em alvenaria estrutural (AE), parte em estrutura de
concreto, madeira ou aço. Os projetos com vãos moderados,
coincidência de paredes nos diversos pavimentos
e com maior simetria, são os mais adequados.
• Como você avalia a utilização da alvenaria estrutural
com blocos de cerâmica nas obras Acha que a
Sem dúvida a demanda está em crescimento. Hoje,
muitas construtoras já dominam o sistema construtivo,
temos alguns bons projetistas, bons fabricantes, e uma
parcela da mão de obra já está mais qualificada. Nestes
casos, a opção por blocos cerâmicos estruturais irá
agregar maior valor ao empreendimento, pois poderá
obter maiores economias.
• Quais as vantagens da utilização deste material
As grandes vantagens da utilização dos blocos cerâmicos
em alvenarias estruturais são: redução do carregamento
atuante nas fundações, devido ao menor peso
22

dos blocos, este menor peso do produto também possibilita
uma maior produtividade da mão de obra, tornando a obra
mais rápida; várias opções de modulação (tipos de blocos) e
bom desempenho térmico e acústico.
• A alvenaria estrutural é vista como sistema construtivo
de baixa renda ou classe média baixa. Você concorda com
isso
A alvenaria estrutural é vista desta forma, porque é neste
tipo de obra que as economias geradas são mais significativas.
As reduções de custo encontradas quando trabalhamos
com alvenaria estrutural vão acontecer nas fases de estrutura,
vedações e revestimentos, nos outros subsistemas não há
muita economia. Como nas obras de baixa renda, o custo da
estrutura, vedações e revestimentos representam muito no
custo final da obra, existe esta grande redução de custos proporcionada
pelo sistema construtivo. Nas edificações de altíssimo
padrão, por mais que seja possível o uso deste sistema e
seja muito adequado o uso dos seus conceitos como maior racionalização,
maior produtividade da mão de obra, menores
desperdícios, a economia gerada será bem menor. O motivo é
que estrutura, vedações e revestimentos não serão os maiores
custos da obra. No caso de uma edificação isolada de alto
padrão a economia gerada nestes 3 subsistemas pode não ser
o mais importante para o sucesso do empreendimento. Neste
tipo de empreendimento, o público acaba priorizando uma
maior flexibilidade de layout, opção de poder usar grandes
vãos e não exigência de coincidência de paredes, reduzindo a
aplicação da AE. Já quando estas obras de alto padrão podem
ser repetitivas, as vantagens começam a aparecer.
• A manutenção de uma obra em alvenaria estrutural requer
um tratamento diferente em comparação a outros
modelos de construção
A manutenção não vai mudar muito. É importante que estejam
guardados os projetos e memoriais da obra, como em
qualquer tipo de construção, para futuras intervenções. Em
sistemas hidráulicos, por exemplo, alguns projetistas adotam
paredes hidráulicas (vedações) o que considero correto, outros
adotam blocos hidráulicos, inseridos em paredes estru-
“Hoje, muitas
construtoras já
dominam o sistema
construtivo, temos
alguns bons projetistas,
bons fabricantes, e
uma parcela da mão
de obra já está mais
qualificada”.
turais, infelizmente este procedimento não atende
à Norma. Ao ser adotado este tipo de procedimento,
se na hora da manutenção não estiverem disponíveis
os projetos, podemos fragilizar as alvenarias
e conseqüentemente a estrutura da obra. Também
a alteração do layout se não for pensada na fase de
projeto, não poderá ser realizada no futuro.
• A qualidade dos blocos é fundamental para
uma boa construção em alvenaria estrutural.
Que medidas você toma para garantir essa qualidade
A princípio se os blocos cerâmicos atendem à Norma
NBR 15270, serão produtos adequados para o
uso em AE. Se os blocos não possuem certificado
de conformidade serão ensaiados por amostragens
no recebimento. Com a norma de execução
e controle em vigor, dependendo do tipo de obra,
pode-se controlar apenas o bloco, daí a importância
de um bom produto.
• O que muda na maneira de trabalhar com alvenaria
estrutural em relação ao canteiro de
REVISTA DA ANICER Nº 69
23

MAROMBANDO
obras Questões de prazos, profissionais específicos, demandas,
etc.
A AE proporciona um canteiro de obras mais limpo, mais racionalizado
e o número de insumos a serem estocados e controlados
é menor. Algumas especialidades de mão de obra,
comuns em concreto armado, não são necessárias em AE,
como os armadores e carpinteiros e os prazos de execução
das obras também serão sensivelmente menores.
• O que não pode faltar nos seus projetos Por quê
A compatibilização entre os projetos de estrutura, elétrica e hidráulica.
Desta compatibilização depende o sucesso da obra.
• Na sua opinião, como a alvenaria estrutural poderia se
desenvolver
Com mais informações aos profissionais envolvidos com o
sistema construtivo em AE, mais cursos de cálculo estrutural,
cursos de modulação para arquitetos e capacitação
da mão de obra. A publicação em 2010 da norma de cálculo,
execução e controle já foi muito importante para o
desenvolvimento do sistema. Recentemente, publicamos
um livro pela editora O Nome da Rosa, cujo título é Alvenaria
Estrutural em Blocos Cerâmicos – Projeto, execução
e controle, baseado nesta norma, com exemplos bem didáticos,
que com certeza irão ajudar no desenvolvimento
do sistema.
• A tendência é que blocos em tamanhos maiores sejam
desenvolvidos
Acredito que não, por mais que esta idéia seja fantástica,
conhecendo o processo produtivo dos blocos cerâmicos,
acho difícil esta adequação. Mas caso aconteça, serão muito
bem vindos.
• Painéis de blocos cerâmicos pré-moldados são boas alternativas
para a alvenaria estrutural
Infelizmente não conheço o desempenho desta alternativa,
mas acho interessante
REVISTA DA ANICER Nº 69
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REVISTA DA ANICER Nº 69
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TENDÊNCIA DE MERCADO
RELEVO
CERÂMICO
Fachada do projeto holandês privilegia o contraste cromático de tijolos
Por Adriano França | Fotos Divulgação
REVISTA DA ANICER Nº 69
26

U
ma onda gigante de tijolos em relevo e cores
diferentes vai dar forma à fachada do novo prédio
do Liceu Minkema, localizado na cidade de Woerden,
na Holanda. O desenho sugere um contraste
com a forma retangular do prédio, cuja arquitetura
segue as regras de desenho urbano da Prefeitura,
que determinam a construção de prédios retangulares,
com a utilização de tijolos e isolamento térmico,
obrigatoriamente. Tanto os professores quanto os
alunos do Liceu se identificaram com o desenho da
onda, que será adotado como símbolo da escola. As
obras terão início no mês de Maio e a previsão é que
o novo prédio fique pronto no final de 2012.
O projeto do Liceu é assinado pela Ector Hoogstad
Arquitetos, elaborado pelos arquitetos Joost Ector e
Erik de Geus, que foi um dos palestrantes do Fórum
Internacional realizado durante o 39º Encontro Nacional.
A empresa desenvolveu vários projetos para
a construção de teatros, apartamentos, escritórios,
escolas e universidades, sempre usando produtos
cerâmicos.
A fábrica de cerâmica vermelha Desta, localizada na
Bélgica, perto da fronteira com a Holanda, foi escolhida
para produzir um tijolo novo, específico para
ser utilizado no projeto do Liceu Minkema, nas cores,
texturas e tamanhos escolhidos pelos arquitetos. Na
obra serão utilizados 2.400m² de tijolos.
Uma grande peculiaridade nas construções holandesas,
e seguida neste projeto, é a exigência paredes
duplas para economizar energia. As paredes garantem
a manutenção de um clima constantemente saudável
no interior, pois os produtos cerâmicos ajudam
a regular a umidade e temperatura do ambiente. O
isolamento térmico diminui o uso de energia, mantendo
o calor no inverno e o resfriamento no verão.
Toda a arquitetura dos centros históricos das cidades
da Holanda foram construídos em cerâmica vermelha,
com a presença expressiva do tijolos maciços.
Atualmente, a indústria de cerâmica holandesa se
empenha em criar produtos cerâmicos inovadores,
com foco no uso arquitetônico
REVISTA DA ANICER Nº 69
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PESQUISA
Construção espera
bons negócios
Apesar do resultado de sondagem da CNI revelar queda nos primeiros
meses do ano, o crescimento do setor não deve desacelerar
Por Manuela Souza | Fonte CNI
S
egundo Sondagem da Construção Civil realizada pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI) e divulgada na segunda
quinzena de março, o setor apresentou uma queda nos últimos
meses. O mês de janeiro já havia apresentado uma pequena queda
em relação ao mês de dezembro de 2010. Agora, o nível de produção
da indústria da construção civil marcou 49 pontos, apresentando
declínio em relação ao mês de janeiro. O índice varia de zero
a cem e valores abaixo dos 50 pontos indicam queda.
Entretanto, a divulgação dos resultados apresentados na pesquisa
não é motivo para desânimo. O índice da Sondagem pode ser um
resultado sazonal, uma vez que a avaliação revela que o indicador
do número de empregados registrou 51,2 pontos em fevereiro.
Além disso, todos os indicadores do nível de atividade, novos empreendimentos,
serviços, compras de insumos e matérias-primas
situaram-se acima da linha divisória de 50 pontos, apontando expectativa
positiva para os próximos seis meses.
As grandes empresas apresentaram índice de 63,9 pontos no mês
de janeiro, as médias mostraram 60,1 pontos, já as pequenas ficaram
com 59,2 pontos. Os serviços especializados pontuaram em
60,1 e a construção de edifícios marcou 59,3. O número de empregados
cresceu e ficou em 61,5 pontos. Já o índice de obras que
havia ficado com a maior retração na última pesquisa, subiu de
45,1 para 61,4 pontos.
REVISTA DA ANICER Nº 69
28
As expectativas para os próximos seis meses demonstram otimismo,
provando que a queda na atividade não desanimou os
empresários. O indicador de expectativas do número de empregados,
com 61,5 pontos, demonstra que os empresários pretendem
contratar mais trabalhadores nos próximos seis meses. Eles
também esperam comprar mais insumos e matérias-primas, pois
o indicador foi de 60,2 pontos. O indicador de perspectiva do nível
de atividade atingiu 61,1 pontos em março, e o de novos empreendimentos
e serviços alcançou 61,4 pontos.
Trezentos e quarenta e nove empresas foram
ouvidas entre os dias 28 de fevereiro e 15 de março
pela Sondagem da Construção Civil. Cento e
oitenta delas estavam cadastradas como pequenas;
cento e vinte e quatro como médias e quarenta
e cinco como grandes empresas

NONONNONNNNNONNONONONNO
REVISTA DA ANICER Nº 68
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CAPA
Lugar de
mulher é
no comando
Ao conquistar cada vez mais espaço no mercado de trabalho, mulheres
provam que há muito deixaram de ser o sexo frágil
Por Manuela Souza | Fotos Divulgação
REVISTA DA ANICER Nº 69
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J
á se foi o tempo em que, como diria
o poeta, Amélia é que era mulher
de verdade. Desde os tempos em que
as mulheres ocupavam espaços simbólicos,
como a figura que representa
a Justiça, ou a que simboliza a República,
inspirada na obra A Liberdade
Guiando o Povo, de Eugène Delacroix,
em comemoração à Revolução Francesa
de 1830, que vem impressa em
todas as cédulas de Real e cunhada na
moeda de 1 real, muita coisa mudou.
Depois de décadas de luta, passando
pelo feminismo dos anos 60 às conquistas
mais recentes, as mulheres
vem assumindo cada vez mais atribuições
que eram, predominantemente,
ocupadas pelo sexo masculino, provando
que não são de correr do pesado.
Elas estão presentes desde o chão
de fábrica até a presidência da República,
onde a presidenta, Dilma Rousseff,
que ainda durante o governo
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, assumiu a chefia do Ministério
de Minas e Energia, e posteriormente,
da Casa Civil, faz história ao ser eleita a
primeira mulher a governar o Brasil.
Lideranças femininas em diversos setores
econômicos são cada vez mais comuns,
e no setor de cerâmica vermelha
não é diferente. Recentemente
a Associação
dos Ceramistas do
Estado do Amazonas
(Aceram), elegeu
a nova composição
da sua
diretoria e, para
o cargo de Presi-
Dilma Rousseff, Presidenta da República Federativa do Brasil

A Presidente da Fieap, Telma Lúcia Gurgel; a Presidente do Sinceplis, Edna Miriam ; a Presidente da Aceram, Fabiana Viana e a
primeira Secretária do Sindicer/MS, Cláudia Volpini
dente, a eleita foi Fabiana Viana, ceramista que trabalha
no setor há 14 anos. A nova Presidente diz esperar poder
atender a todas as expectativas que foram depositadas
nela e já divulga o seu plano de ação. “O objetivo da minha
gestão é dar continuidade aos projetos que já são
trabalhados desde as gestões anteriores, levando em
consideração a qualificação da mão de obra e a busca
pela inovação”.
O Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção
Civil de Penápolis (Sinceplis), também é presidido por
uma mulher. Edna Miriam possui formação em contabilidade
técnica, letras e advocacia e uma vasta experiência
resultante dos trinta e dois anos que já dedicou ao setor
cerâmico. A Presidente conta que, em sua luta diária
pelas conquistas do Sindicato, nem pensa em desistir
diante dos desafios. “É importante continuar vencendo
os desafios que, com certeza, serão lições para tornar a
entidade mais vigorosa e empreendedora, lutando pela
união da classe ceramista e pela defesa dos interesses à
frente de uma das atividades mais tradicionais da economia
brasileira”.
Os sindicato do Amazonas também é presidido por uma
mulher, Hyrlene Ferreira é a responsável pelas conquistas
desenvolvidas pela instituição naquela região. Já o
Sindicer/MS, trocou recentemente a sua diretoria, onde
Símbolo da Justiça exposto na sede do Supremo Tribunal Federal
Cláudia Volpini, que ocupou a presidência por três gestões,
agora ocupa a função de primeira secretária da instituição.
“Foi interessante poder participar, conhecer e vivenciar uma
função que é tão masculinizada. Nos meus oito anos de gestão
pude realizar bastante coisa, mas a questão do desenvolvimento
e esclarecimento da importância
do Programa Setorial de Qualidade
é a minha grande conquista. Poder discutir
qualidade, sem todo aquele tabu, nos deu
credibilidade para a execução do Projeto”, disse
Pinedo. No Amapá, a presidência da Federação
das Indústrias do Estado (Fieap) é
administrada por Telma Lúcia Gurgel,
ceramista e primeira mulher eleita para
coordenar a Federação.
A história prova que a relação entre
gênero e poder vem sendo
desmistificada
com o passar dos
anos e essa luta
das mulheres
garante maiores
oportunidades e
encerra com o mito
da existência do sexo
frágil
Alfredo Ceschiatti
REVISTA DA ANICER Nº 69
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REVISTA DA ANICER Nº 69
32

CAPA
Construção
civil para
mulheres
Dados apontam o crescimento do número de
mulheres nos canteiros de obras do país
Por Manuela Souza
É
fato que o setor de construção civil vem crescendo
de maneira significativa nos últimos anos. De olho
na expansão do mercado e no preenchimento das vagas
oferecidas, as empresas de construção estão cada
vez mais lançando mão da contratação de mulheres.
De acordo com dados de uma pesquisa realizada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, nos últimos dez anos
o total de mão de obra feminina aumentou 65% na área
de construção civil. Dados do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (Caged) comprovam que mais
de cinco mil mulheres conseguiram emprego no setor
somente no primeiro bimestre de 2010, representando
5,9% das vagas geradas durante este período.
Iniciativas como o Projeto Mão na Massa proporcionam
uma maior inserção deste público no setor da
construção civil. A instituição surgiu a partir da percepção
de que as mulheres chefes de família realizam
reparos no lar.
Após a realização de uma pesquisa para a constatação
deste fato, na qual duzentos e dezesseis mulheres
foram entrevistadas, foi constatado que mais de 50%
demonstravam interesse em se qualificar para a realização
de trabalhos na construção civil. Desde então, o
projeto já profissionalizou trezentos e dez mulheres.
Para a Coordenadora do projeto, Norma Sá, empresas
que empregam mulheres em suas obras, ganham
em qualidade. “O mercado só tem a ganhar com mão
de obra qualificada, o que é bem difícil de conseguir
no setor da construção civil. As mulheres do Projeto
aprendem técnicas e como aplicá-las, diferente do
profissional que aprende no canteiro e consegue resultados
após “ensaio e erro”. As qualidades mais evidentes
das mulheres nos canteiros de obra são uso do
equipamento de segurança (EPI), organização e limpeza
do ambiente, zelo com material e o fato de perguntarem
antes de executar as tarefas, tirando as dúvidas
com o encarregado ou mestre de obras”.
Um outro exemplo de que as mulheres estão assumindo
papéis de peso no setor da construção é o aumento
de contratações femininas em indústrias cerâmicas.
Na Cerâmica Marajó, localizada no município de Tanguá
(RJ), é possível visualizar uma presença maior de
mulheres trabalhando na produção fabril, em relação
aos homens.
O Programa Próximo Passo, do Governo Federal, que
capacita beneficiários do Bolsa Família, representa
um outro indicador de que as mulheres estão, cada
vez mais atuantes na construção civil. Desde o ano de
2009, 33 mil pessoas foram capacitadas nos cursos do
programa social, sendo 78,7% mulheres
REVISTA DA ANICER Nº 69
33

TENDÊNCIA
Projetos em 3D
inovam a construção
Software que utiliza informações da obra reduz retrabalho nos
canteiros e melhora margem de lucro das construtoras
34
As variações
de cores em
3D do software
BIM facilitam
a identificação
dos elementos
presentes na
construção.
Por Jeferson Silva | Fotos Divulgação
A
pós uma década de desenvolvimento e aplicação
no exterior, a tecnologia BIM – Building Information
Modeling ou, na terminologia já padronizada pela
ABNT, Modelagem da Informação da Construção,
chega ao Brasil e possibilita a construção virtual de
edifícios em terceira dimensão, antes de serem erguidos
no plano real.
O BIM é um processo que envolve a criação, atualização
e uso de modelos 3D, digitais, paramétricos, orientados
a objetos e ricos em informações de uma construção.
Abrange todo o ciclo de vida de uma edificação, da concepção
à demolição, passando por projeto, planejamento,
construção, operação, manutenção e reforma.
Para o Professor de Engenharia Civil da Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, Eduardo Santos,
algumas empresas do mercado já perceberam que o
BIM não é um modismo e que podem obter grandes
vantagens em adotá-lo. “Em um momento de escassez
de mão de obra para construção e margens de
lucro estreitas, o processo pode ser visto como uma
tábua de salvação, pois traz benefícios diretamente
ligados a esses fatores”, defende.
“O uso desta tecnologia terá um efeito de aculturação
do setor, que passará a considerar outras tecnologias
para inovar seus processos, ferramentas,
materiais e mão de obra, podendo inclusive testar
alternativas e verificar, rapidamente, o impacto no
orçamento. Os maiores benefícios para as construtoras
estão na orçamentação automática e precisa,
no planejamento, detecção de interferências entre
as disciplinas e na visualização de detalhes. Tudo
isso reduz os riscos e retrabalhos na obra, pois a
maioria das construtoras e incorporadoras está interessada
na precisão e agilidade na extração de
quantitativos.”
Percebendo esse nicho, em dezembro,
último, o Sinduscon/SP promoveu
o Seminário BIM - Modelagem
da Informação da Construção,
comprovando que o processo é
mais do que uma tendência. Segundo
o Diretor do Comitê de Tecnologia
e de Qualidade do Sinduscon/

SP, Fernando Corrêa da Silva, além do seminário, o Sindicato
coordena a elaboração de norma específica pela ABNT e participa
na formação de grupos para disseminação do processo.
“O mercado passou a enxergar o BIM como uma solução para
alteração dos processos atuais e de implantação mais factível.
A conscientização do setor para o tema é um dos melhores resultados
que já tivemos, pois construtoras, como Gafisa, Tecnisa,
Matec, Cyrella, entre outras, estão em diferentes fases de
implantação de processo, assim como projetistas e fornecedores
que passaram a se informar sobre o assunto”.
A Editora PINI oferece treinamentos em ArchiCAD, um software
da tecnologia BIM. Segundo o Gerente Comercial, Pedro Paulo
Machado, “a procura por treinamentos de software BIM está
muito intensa em São Paulo e Rio de Janeiro, onde os cursos
acontecem pelo menos uma vez por mês. Após o seminário no
Sinduscon/SP em dezembro passado, e a circulação da Revista
Construção Mercado, no início do ano, o número de consultas
de empresas de construção e arquitetos sobre o ArchiCAD cresceu
muito. Estamos apresentando o programa às universidades
e escolas de arquitetura quase todos os dias. Os profissionais de
arquitetura e engenharia que conhecem o BIM são disputados
pelo mercado. Nos 3 primeiros meses de 2011, o número de visitas
a construtoras e arquitetos, para apresentar a solução Archi-
CAD, é igual a todas as visitas de 2010”. Os interessados podem
obter mais informações sobre os cursos e o BIM através do (11)
2173-2474 ou do e-mail: treinamentosoftware@pini.com.br
Eduardo Santos,
Professor de
Engenharia de
Construção Civil
e Fernando
Augusto Corrêa
da Silva, Diretor
do CTQ do
Sinduscon/SP
Cerâmicas podem se beneficiar
Santos sinaliza uma oportunidade para os fabricantes de materiais de construção.
Como os modelos em 3D do BIM são baseados em objetos, o processo
de modelagem neste tipo de ferramenta implica em inserir no modelo objetos
disponíveis em bibliotecas, eventualmente ajustando seus parâmetros, como
as dimensões de uma parede, por exemplo. “O fabricante que disponibilizar
bibliotecas com seus produtos, certamente terá uma vantagem competitiva
na preferência da especificação por parte dos projetistas. É nossa visão que o
desenvolvimento das bibliotecas de componentes é uma função dos fabricantes
de materiais para construção. Se, ao projetar, o projetista não encontra na
biblioteca o componente de que necessita, seja uma porta, uma telha, uma conexão
hidráulica ou uma louça sanitária, ele deverá interromper seu trabalho
para modelar o componente faltante, ou terceirizar sua produção”, explicou.
REVISTA DA ANICER Nº 69
35

Negócios
Bahia recebe
Encontro do Nordeste
A terra de todos os santos foi cenário para o evento anual que
movimenta o setor na Região
Por Manuela Souza | Fotos Manuela Souza
alternativas, traçar objetivos e metas.
Esta é uma excelente oportunidade e
tenho certeza que a presença de vocês
não será apenas um número, mas um
marco de significativa contribuição ao
que nos propomos a alcançar”.
REVISTA DA ANICER Nº 69
36
Carlos
Andrade,
Jamilton
Nunes, Albert
Hartmann,
Luis Lima
e Emanuel
Lacerda
O
16º Encontro dos Sindicatos de Cerâmica Vermelha do Nordeste,
que aconteceu entre os dias 17 e 19 de março, no Pestana
Bahia Hotel, em Salvador (BA) foi um sucesso. Vinte e seis empresas
puderam mostrar seus produtos, realizar negócios e mostrar novidades
aos ceramistas.
Durante a cerimônia de abertura do evento, estiveram presentes na
composição da mesa, o Presidente da Anicer, Luis Lima, o Presidente
do Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção e Olaria do
Estado da Bahia (Sindicer/BA), Jamilton Nunes, o Assessor da Diretoria
Operacional do Sebrae Bahia, Carlos Andrade, o Superintendente de
Relações Institucionais da Federação das Indústrias do Estado (Fieb),
Emanuel Lacerda e, representando o Governador, Jaques Wagner, o
Coordenador de Mineração da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração
(SICM), Albert Hartmann.
Jamilton Nunes falou da importância da realização do Encontro no Estado.
“Em nome do Sindicer/BA quero expressar a grata satisfação, o
prazer e a alegria em recebê-los para o 16º Encontro de Sindicatos e a
6º Convenção Nordeste de Cerâmica Vermelha. O cotidiano da vida de
cada um de nós é cheio de compromissos e encargos que às vezes nos
impede de realizar uma parada para refletir, discutir problemas, buscar
Lima frisou o trabalho desenvolvido
pela Anicer em firmar parcerias com
órgãos governamentais e parceiros da
indústria cerâmica. “Nós temos ouvido
ultimamente em vários locais, pessoas
dizendo que o Brasil está vivendo um
momento ímpar, de progresso, de economia
forte. Mas não é isso. A verdade é
que finalmente, o Brasil está ocupando
o lugar dele. Para manter esse desenvolvimento,
nós precisamos ajudar, por
isso temos realizado diversas parcerias
com o Sebrae, federações das Indústrias,
Sesi, Senai e precisamos contar
com o apoio do Governo”.
O representante do Governo da Bahia
citou a disponibilidade do Estado em facilitar
a negociação com os ceramistas.
“Esta é uma grande oportunidade para
a indústria cerâmica no nosso Estado,
onde o cenário é composto por micro
e pequenas empresas. Para que essas
empresas possam competir, existe a
necessidade de inovações tecnológi-

Panorama
do Nordeste
Durante o 16º Encontro dos Sindicatos de Cerâmica Vermelha do Nordeste, foi realizada uma
pesquisa para saber como está a evolução do setor cerâmico nos nove estados do Nordeste.
Todos os presidentes de sindicatos da região foram ouvidos com o intuito de desenvolvermos
esta amostragem, com dados atualizados, veja abaixo:
Rio Grande do Norte
150
27
110 mil
Pernambuco
140
55
130 mil
Paraíba
70
11
150 mil
Sergipe
103
49
100 mil
Piauí
70
22
75 mil
Bahia
36
390
500 mil
Ceará
132 mil
420
143
Maranhão
100
48
150 mil
Alagoas
34
26
30 mil
Nº de cerâmicas no estado Nº de filiações no sindicato Produção mensal (t)
cas, processos mais eficientes e nós buscamos dar
apoio, promovendo capacitação de mão de obra,
linhas de crédito, programas de aperfeiçoamento
de gestão. Queremos trabalhar juntos no sentido
de formular políticas e espero que, a partir deste
evento, possamos fortalecer os laços e melhorar as
atividades do setor”.
O primeiro dia foi encerrado após a realização de um
coquetel em que foram servidos quitutes baianos.
Palestras e visitações aos estandes da feira marcaram
o segundo dia do evento. O Gestor Técnico da
Anicer, Emerson Dias, proferiu a palestra Inovação:
a adequação de layout como melhoria da qualidade
na Indústria Cerâmica, e abordou a questão da busca
pelo aumento da produtividade, conforto e segurança
nas cerâmicas.
A Caixa ficou responsável por passar informações sobre
Linhas de Créditos/Financiamentos para a Indústria
Cerâmica. O Gerente Geral da Agência da Calçada
(BA), Antônio Bastos, foi o palestrante do tema. Já
a palestra Segurança no trabalho e Saúde do Trabalhador,
ministrada pela Gerente do Sesi – Unidade
Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho, Katyana
Aragão, esclareceu todas as dúvidas dos ceramistas
que estavam presentes, que se mostraram bastante
interessados no tema. “O empresário muitas vezes
nem sabe que está correto. Eles precisam ter gestão,
informação e estar atentos ao que acontece ao
seu trabalhador. A nova Legislação do Ministério da
Previdência vai permitir que eles se antecipem e que
fiquem resguardados”, explicou Katyana. O núcleo
de palestras foi encerrado pelo Consultor do Sebrae
(BA), José Alberto Muricy, que discorreu sobre Gestão
Pró-ativa.
O último dia do evento foi reservado para a visita
técnica. Cento e doze pessoas marcaram presença
na visita realizada à Cerâmica Santana de Alagoinhas,
localizada no município de mesmo nome. O público
circulante do evento foi de cerca de 300 pessoas, durante
os três dias do Encontro
Entrega do
certificado PSQ à
Cerâmica Kitambar
(PE); Entrega do
certificado PSQ à
Cerâmica Santana
de Alagoinhas
(BA); Entrega do
certificado PSQ à
Cerâmica Balsas (MA)
REVISTA DA ANICER Nº 69
37

SETOR
Inovação e marketing
dão o tom na Feicon
Além de número maior de expositores, setor demonstra sofisticação de estratégias
Por Adriano França | Fotos Divulgação/ Flavita Valsani
REVISTA DA ANICER Nº 69
38
Lançamento:
Telha translúcida
feita de garrafa
PET da Intercil
e telha de
ventilação da
Cláudio Vogel
O
setor de cerâmica estrutural marcou presença
com um número recorde de empresas e grupos
que compõem o segmento, durante a Feicon
Batimat, realizada no Pavilhão de Exposições do
Anhembi, em São Paulo, de 14 a 19 de março.
Além da presença institucional bem estruturada,
cuja melhor expressão é a Casa Cerâmica, o número
de empresas demonstrou o bom momento pelo qual
passa o setor. Entre as novidades, a estreia do Grupo
Nivoloni, que reúne as cerâmicas Auxiliadora, Ermida,
SAN, Saturno e Tatuí e o posicionamento da Barrobelo,
como fabricante de blocos, além das telhas.
Somados a estes, empresas e grupos consolidados
na feira como Cláudio Vogel, Tetto, Terra Brasil, Top
Telha, Selecta, Ziegel, entre outros, desenvolveram
suas estratégias.
A presença das indústrias nas grandes feiras de
construção do País tem se notabilizado, nos
últimos anos, pela crescente profissionalização
em marketing, cujos resultados vão
desde identidades visuais mais bem
elaboradas até uma política de relacionamento
e pós-venda mais
eficientes.
A inovação com foco
nos desejos dos consumidores é outra marca dessa
participação, como bem ilustram os diversos lançamentos
feitos pelas cerâmicas.
Inovação
O Grupo Terra Brasil apresentou um jardim vertical
construído com módulos cerâmicos especiais. Devido
ao potencial arquitetônico com características ecológicas,
o produto recebeu grande destaque na mídia
especializada. Também em sintonia com o meio ambiente,
o Grupo Tetto, inovou ao lançar uma telha feita
a partir de reciclagem de garrafas PET, além de ajudar
a eliminar os resíduos do material, o produto aproveita
a luminosidade natural. Atenta ao papel ecológico
que podem assumir as coberturas, o grupo Ziegel produz,
além da telha de vidro que permite passagem de
luz, cerca de quarenta tonalidades de telha esmaltada.
Nota-se a multiplicação de tons claros como o branco,
areia e pérola. “As telhas de tonalidades mais claras
são cada vez mais procuradas, porque possibilitam
redução da temperatura interna. Observamos isso especialmente
em São Paulo, talvez pelo público daqui
estar mais ligado às informações sobre meio ambiente
veiculadas na mídia”, afirma Daniel Auth, Diretor
Comercial da empresa. Segundo Daniel, a
procura pelo produto cerâmico está cada
vez maior: “os consumidores estão
em busca de conforto térmico
aliado à estética. Além disso,
querem exprimir a sua personalidade
através da

escolha das cores”.
Já a Cláudio Vogel, que possui uma
das maiores linhas de acessórios para
telhados, apresentou, ao lado de seus
produtos esmaltados consagrados,
sua telha ventilada que aumenta a longevidade
e a eficácia das coberturas.
Marketing em cena
Durante a Feicon, as empresas do setor
demonstraram grande evolução na
utilização das estratégias de marketing
e branding, conjunto de práticas e técnicas,
como publicidade e design, que
visam a construção e o gerenciamento
de uma marca no mercado. Além disso,
observou-se o desenvolvimento de
produtos de nicho e até mesmo novos
braços de negócios.
Este é o caso da Cláudio Vogel, que
focou sua participação na divulgação
de sua trading company, cujo objetivo
maior está em oferecer soluções
às empresas que necessitam de know
how em comércio exterior. “A Trading
atua na exportação e importação de
materiais como madeiras, pisos e todo
o tipo de insumos. Estamos organizando
a nossa cadeia de fornecedores e
parceiros”, explica o Diretor do Departamento
de Exportação da empresa,
Cláudio Vogel Filho. “Já atuamos no
Caribe, na República Dominicana, Guiana
Inglesa e Angola, que é nosso foco
principal, pois importam praticamente
tudo”, acrescenta Mônia Panizzi, Analista
de Exportação da Cláudio Vogel
Trading Company.
A estreia do Grupo Nivoloni focou no
branding Identidade visual elaborada
e elementos de pós-venda, como a
modulação gratuita de projetos para
os clientes, são diferenciais. Segundo
Bárbara Nivoloni, dirigente da terceira
geração da família e gestora corporativa
do Grupo, a meta para este ano é
“profissionalizar a administração do
negócio, tirando o caráter familiar”.
Já o Grupo Estrutural, das marcas Eurotop
e Selecta, apostou no desenvolvimento
de um protótipo de edificação
utilizando alvenaria estrutural,
como ferramenta de marketing para
apresentar o sistema e vender o produto.
Segundo o gerente geral do Grupo,
Angelo Marton, “o protótipo é o
que mais chama a atenção no estande.
Pois o pessoal de outros estados não
conhece este sistema e aqui têm essa
oportunidade”. Apesar da participação
na Feicon ter caráter estratégico,
isso não impediu vendas como as de
90 mil blocos, para um empreendimento
na capital paulista. O Grupo
também apostou no apoio ao lançamento,
durante a Feicon, do livro Alvenaria
estrutural em blocos cerâmicos:
projeto, execução e controle de autoria
do professor Guilherme Parsekian e da
engenheira Márcia Melo. Além disso, o
Grupo patrocina cursos sobre o tema,
com foco em cálculo e descrição.
O consultor do Grupo Tetto, Paulo Manzini,
destaca, entre as ações desenvolvidas,
um trabalho de valorização das
equipes de venda por meio do contato
pessoal direto com os clientes
01. Jardim Vertical em módulos cerâmicos do Grupo Terra Brasil/ 02. Estande do
Grupo Nivoloni/ 03. Protótipo de alvenaria estrutural da Selecta Blocos.
REVISTA DA ANICER Nº 69
39

PROJETO
Casa Cerâmica é
destaque na Feicon
Ação inclui dispositivos ecoeficientes e supera sucesso de edições anteriores
Por Adriano França | Fotos Divulgação/ Flavita Valsani
REVISTA DA ANICER Nº 69
40
Cerca de 27
mil visitantes
conheceram as
vantagens do
sistema
Uma das ações de maior sucesso nas edições
da Feicon Batimat é a Casa Cerâmica
que, este ano, recebeu mais de 27 mil visitantes,
reuniu grande rol de parceiros e mostrou que
um projeto popular pode evoluir constantemente.
Com 56m² e custo de construção de 33 mil reais,
a casa é um modelo destinado às classes C e
D e possui dois quartos, sala, cozinha, banheiro
e hall de entrada.
Utilizando a alvenaria estrutural com blocos cerâmicos
a Casa destaca a agilidade propiciada
pelo sistema como agilidade da construção, da
redução de desperdícios e custos. Em apenas
três dias a casa estava com a cobertura concluída
e, nos dois dias seguintes, a fase de revestimentos
de piso e parede, assim como textura e
pintura foi finalizada.
Entre as inovações, os cabos elétricos em forma
de chicote, semelhantes aos modelos utilizados
em automóveis, proporcionam uma economia
de 40% em relação ao formato convencional,
além de agilizar a conclusão da parte elétrica
da casa, eletrificada em apenas 4 horas. Comparada
às demais casas apresentadas na feira, as
principais vantagens observadas neste sistema
são qualidade com economia.
Além do sistema de aquecimento que aproveita

“Aumentamos
a cada ano as
parcerias, ou seja,
começamos em
2006 sem nenhum
parceiro, 2009 com
8 parceiros, 2010
com 12 parceiros
e 2011 com 18
parceiros.”
a energia solar, foi adicionada à cobertura
uma claraboia com sistema automático
de abertura e fechamento, que
permite aumentar o aproveitamento da
luminosidade e reduzir a temperatura interna
do imóvel em até 2°C, segundo o
fabricante. A incorporação de soluções
ecológicas, além da própria alvenaria
com blocos cerâmicos, reforça o caráter
popular da casa pois, somados, estes
diferenciais propiciarão grandes economias
aos seus ocupantes durante toda
vida útil do imóvel.
Para o consultor do projeto do Sindicercon/SP,
Paulo Manzini, o sistema
traz vantagens que outros sistemas não
possuem, o que atrai novos parceiros.
“Aumentamos a cada ano as parcerias,
ou seja, começamos em 2006 sem nenhum
parceiro, 2009 com 8 parceiros,
2010 com 12 parceiros e 2011 com 18 parceiros.
A cada ano temos mais empresas
interessadas em instalar seu produto na
casa, sempre com foco em atuar nesse
modelo de negócio, que é uma casa econômica
e com alta qualidade, basta comparar
o rendimento do bloco de vedação
convencional de 09x19x19cm com o dos
blocos estruturais de 14x19x29cm, sem
contar a resistência do produto, conforto
térmico e acústicos e economia ao final
da obra”.
A Casa Cerâmica é realizada em parceria
entre Sindicercon/SP, Fiesp, Sesi, Senai,
Acervir, AICT e Sitivesp
Protótipo anexo de alvenaria estrutural serve para explicar os diferenciais e vantagens do
sistema
REVISTA DA ANICER Nº 69
41

Evento
É dada a largada para
o 40º Encontro Nacional
14ª Expoanicer tem 62% da área expositiva comercializada após
duas semanas do lançamento
Por Jeferson Silva | Fotos Manuela Souza
estão investindo no PSQ, se modernizando
com a aquisição de novos equipamentos
para terem fábricas mais estruturadas e
mais organizadas”.
REVISTA DA ANICER Nº 69
O
lançamento do 40º Encontro Nacional, contou com
a presença de representantes de algumas das principais
marcas de máquinas e equipamentos para a indústria
cerâmica.
Durante o evento dirigido exclusivamente à fornecedores,
cerca de 28% da área expositiva da feira foi comercializada
e, duas semanas após o evento, essa marca subiu para impressionantes
62%. Além disso, diversas ações de marketing
apresentadas já foram comercializadas.
Durante o evento foram apresentadas características do Estado
anfitrião, detalhes e expectativas para esta edição do
Encontro, entre outros pontos.
O Presidente da Anicer, Luis Lima, destacou a importância do
Encontro, que vem registrando um público cada vez maior,
interessado em conhecer as novidades de máquinas e equipamentos,
e obter conhecimento nas clínicas tecnológicas e
fóruns que integram a programação.
Durante o lançamento do Encontro, o Presidente do Sindicer/ES,
Paulo Coradini, sinalizou que o Estado passa por um
bom momento econômico, gerando oportunidades de negócios
para toda a indústria cerâmica. “As cerâmicas capixabas
Em seguida, a Diretora da 14ª Expoanicer,
Márcia Sales exibiu a planta do pavilhão,
destacando a importância da interação entre
os fornecedores e os ceramistas, como
forma de identificar oportunidades e suprir
as necessidades do setor. Os expositores
puderam conhecer e, posteriormente,
adquirir as ações de marketing disponíveis
e tiveram acesso às estratégias de comunicação
desenvolvidas pela organização do
Encontro, como a divulgação de boletins
digitais em três idiomas e assessoria de imprensa
nacional e internacional.
O maior evento do setor acontecerá em
Vitória, no Espírito Santo, de 24 a 27 de
agosto e terá o apoio de Instituições como
CNI, Sebrae, Senai, Sesi, BNDES, Findes, do
Governo do Estado do Espírito Santo.
A Anicer disponibilizou um hotsite www.
anicer.com.br/encontro40, com as informações
sobre o 40º Encontro Nacional.
Fornecedores de máquinas e equipamentos
interessados em adquirir estande
no Encontro devem entrar em contato
com Márcia Sales, pelo telefone: (21)
2524-0128 ou pelo e-mail: publicidade@
anicer.com.br
42

REVISTA DA ANICER Nº 69
43

REVISTA DA ANICER Nº 69
44

PONTO DE VISTA
As Tijoleiras na
América Latina
Por Jamil Duailibi Filho | Fotos Divulgação
se de tudo, inclusive pneus, em algumas regiões, ficando
as crianças expostas à fumaça gerada pela
queima dos mesmos. A rigor, a atividade de produção
artesanal de tijolos constitui-se, na maioria
dos casos, em uma atividade de subsistência.
Jamil Duailibi Filho é
doutor em Cerâmica
e pesquisador do
Instituto Nacional de
Tecnologia – INT
Quando o grupo de representantes de sete países
latinos americanos reuniu-se em Lima, em
2009, para a elaboração de um projeto regional, sobre
a Eficiência Energética em Tijoleiras (ladrilleras) Artesanais,
nos deparamos com uma surpresa. Enquanto
os países participantes tinham um número considerável
de tijoleiras artesanais ainda nos dias atuais, as
exceções são o Brasil, onde sua ocorrência é muito
esporádica, e na Colômbia, que possui um pequeno
número concentrado em apenas uma região.
No México, existem cerca de 20 mil tijoleiras artesanais
e na Argentina, em apenas uma província, cerca
de três mil famílias vivem da produção de tijolos
artesanais. Além da baixíssima eficiência energética,
em algumas regiões estas tijoleiras geram graves
problemas para o meio ambiente e para a saúde das
pessoas envolvidas, na maioria famílias inteiras, onde
os filhos trabalham desde muito pequenos. Queima-
Um aglomerado de duzentas tijoleiras, localizado
em um pequeno povoado peruano próximo
a Cuzco produz, aproximadamente, 1,5 milhão
de peças por mês. Destas tijoleiras, apenas cinco
possuem extrusoras, as demais conformam seus
produtos em formas de madeira. Para a queima,
é utilizada rama, um tipo de eucalipto encontrado
na região.
Representado pelo Instituto Nacional Tecnológico
– INT, o projeto Eficiência Energética em
Tijoleiras Artesanais e de Baixo Nível de Mecanização
das Regiões Norte e Nordeste do Brasil, é
visto como um parceiro provedor de tecnologia
para os demais países, face ao desenvolvimento
da indústria de equipamentos e fornecedores de
insumos para o segmento de cerâmica vermelha.
Assim, além da criação de ações de assessoria aos
demais países e colaboração em projetos específicos,
como o desenvolvimento de queimadores a
gás para fornos, na produção de tijolos artesanais
mais eficientes no México, e em fase de teste na
Bolívia; está prevista a tradução do Caderno Técnico
INT para o espanhol sobre mudanças climáticas
e tecnologias, uma vez que o projeto está
diretamente associado com a questão dos créditos
de carbono no âmbito do mecanismo de desenvolvimento
limpo
REVISTA DA ANICER Nº 69
45

ENERGIA
Coberturas que
captam energia
Soluções tecnológicas com aproveitamento do potencial de captação de
energia solar pelas edificações se multiplicam
Por Jeferson Silva | Fotos Divulgação
de captação de energia solar que é discreto e esteticamente
superior. O Centro Tecnologia da Cerâmica e do
Vidro – CTCV, em Portugal, está desenvolvendo protótipos
de telhas cerâmicas que, por meio do emprego de
nanotecnologia, captam a energia solar, a armazenam
e transformam em energia elétrica.
REVISTA DA ANICER Nº 69
46
Painéis
fotovoltáicos
em forma de
telhas da SRS
Energy (EUA)
maximizam a
captação de
energia solar
e minimizam
impacto estético
Com a expansão da construção sustentável,
empresas estão investindo na produção
de produtos ecológicos, proporcionando
energia limpa e economia na redução de gastos
de consumo. A extensão territorial do Brasil
e os níveis elevados de radiação solar durante
quase todo o ano, são fatores fundamentais
para o emprego da energia solar no País.
As telhas fotovoltaicas que desenvolvem
força eletromotriz pela ação da luz, surgem
como elementos importantes para aumentar
a autonomia energética das construções,
com o uso de energia gratuita pelas edificações,
pois através de suas células absorvem
a luz solar e geram energia elétrica.
A empresa norte-americana SRS Energy desenvolveu
uma placa fotovoltaica no formato
de telha cerâmica, oferecendo um sistema
No Brasil, a primeira fábrica de painéis fotovoltaicos está
sendo instalada em Recife, Pernambuco, pela empresa
Eco Solar do Brasil. A estimativa é que a empresa gere
oportunidades no processo de manufatura da matéria
prima e na fabricação dos componentes e formação de
profissionais qualificados.
Em suas construções, o arquiteto João Barassal Neto,
tem optado por utilizar telhas ecologicamente corretas,
contribuindo com a redução da produção de gases do
efeito estufa. “Tenho escolhido as telhas que possuem
a Análise do Ciclo de Vida - ACV, condizente com as melhores
práticas ambientais”.
Para atender a esta demanda, oferecendo produtos que
permitem reduzir o uso da energia elétrica por meio da
utilização da luz natural nos ambientes, a Cláudio Vogel,
maior exportadora de telhas do País, produz telhas de
policarbonato transparente, enquanto a Ziegel Telhas
investe na produção de telhas de vidro.
Seguindo esta tendência, a Cerâmica Intercil, realizou
o lançamento da telha translúcida Ecologic Lux, feita
com garrafas PET, que protege contra os raios UV e
melhora a iluminação do ambiente, durante a Feicon
Batimat 2011

NONONNONNNNNONNONONONNO
COLUNA DA QUALIDADE
Cerâmica Kitambar
comemora PSQ
A Cerâmica Kitambar, localizada em Caruaru
(PE), realizou, uma confraternização
com os seus colaboradores, no dia
24 de março. Entre os motivos, a comemoração
dos 35 anos de fundação e a
obtenção do PSQ de Telhas.
Anicer na Expocer
2011
A Anicer esteve presente na quarta
edição da Expocer 2011, que aconteceu
no Pavilhão São Pedro, em
Curitiba (PR), de 13 a 16 de abril. O
Assessor Técnico e da Qualidade da
Anicer, Antônio Pimenta, falou sobre
as boas práticas da qualidade e divulgou
os programas Conheça o seu
Produto pela Avaliação da Conformidade
e Anicer na sua Empresa, no estande
da Associação. Os ceramistas
da Região Sul, puderam identificar
possibilidades de melhorias da qualidade
de seus produtos e as técnicas
de gestão nas suas empresas.
Qualidade em Goiás
Ceramistas do Estado de Goiás estiveram
reunidos, nos dias 2 e 3 de
março, com o Presidente do Sindicer/GO,
Henrique Morg e com o
Assessor Técnico e da Qualidade da
Anicer, Edvaldo Maia, para discutir
formas de conscientizar sobre a
qualidade. Edvaldo também fez uma
apresentação sobre temas como o
Conheça o seu produto pela avaliação
da conformidade, do Sebrae e
da Anicer, e o PSQ.
Anicer no CTCV de
Portugal
O Gestor Técnico, Emerson Dias,
visitou as instalações do Centro
Tecnologia da Cerâmica e do Vidro
– CTCV, em Portugal, aprofundando
o intercâmbio no campo da eficiência
energética, ferramentas de
informática e sistemáticas de inovação
para o setor cerâmico, no início
do mês de março. Durante a visita,
o Gestor reuniu-se com o Diretor
Geral da instituição, Alcântara
Gonçalves, com o técnico da Unidade
de Energia, Artur Serrano
e com o responsável pela unidade
de tecnologia da informação,
João Barata.
Programas da
Anicer no Encontro
dos Ceramistas
do Nordeste
Além da parceria na elaboração
e realização do 16º Encontro dos
Ceramistas do Nordeste, realizado
em Salvador (BA), do dia 17 ao
dia 19 de março, a Anicer marcou
presença através de seu corpo
técnico. O Assessor Técnico e da
Qualidade, Vagner Oliveira, apresentou
os programas Conheça o
seu Produto pela Avaliação da Conformidade
e Anicer na sua Empresa,
no estande da Associação. Já
o Gestor Técnico, Emerson Dias,
ministrou a palestra Inovação - a
Adequação do layout para aumento
da produtividade da indústria
cerâmica, durante o evento.
47

INOVAÇÃO
Empresas cearenses
investem em energia eólica
Iniciativa pioneira do Grupo Tavares realiza estudos para a utilização
de energia renovável facilitando a obtenção de créditos de carbono
Por Jeferson Silva
foto: Ascom Fiec
dústrias do Ceará (Fiec), Roberto Proença de Macêdo, o Prêmio
Inova-Fiec 2010, pelo desenvolvimento
do primeiro poste de iluminação
pública com energia renovável.
REVISTA DA ANICER Nº 69
O engenheiro
Fernando Ximenes
e o Presidente
da Fiec, Roberto
Macêdo
A
Cerâmica Independência, uma das vinte e uma empresas
do Grupo Tavares, localizada no Município de Caucaia
(CE), deu início a um estudo para a utilização de energia
eólica e solar na fábrica, tornando-se a pioneira a investir em
estudos desta natureza no Brasil.
Em parceria com a empresa Gram-Eollic, o projeto teve início
no mês de março, com a instalação de uma série de aparelhos
para o monitoramento e obtenção de dados que identifiquem
a viabilidade técnica da montagem de torres na geração
de energia para a cerâmica.
Responsável pela implementação do estudo, o Engenheiro
Mecânico e proprietário da empresa Gram-Eollic, Fernando
Alves Ximenes, recebeu do Presidente da Federação das In-
Feito de aço e com altura que varia de
doze a dezoito metros, o poste possui
um avião de 3 metros de comprimento
e bateria no topo. As asas do avião
abrigam células solares que captam os
raios ultravioletas e infravermelhos por
meio do silício. Segundo o engenheiro,
essa energia tem autonomia para funcionar
por até setenta horas e o poste
ainda pode receber recursos de serviços
meteorológicos, sensores de trânsito,
equipamentos de áudio, vídeo e
sistema de internet via wi-fi.
“O Ceará é um dos locais com maior potencial
energético no mundo. Além de
ficarem independentes de energia, as
cerâmicas terão maior poder competitivo
no mercado regional, sendo autosustentáveis
em produção, ganhando
crédito de carbono e garantindo abastecimento
de telhas e blocos para toda
a Região Nordeste. Quando o assunto
for geração de energia elétrica, a produção
eólica sai na frente, representando
importantes fatias na matriz energética
de vários países como Espanha,
48

Alemanha, Portugal e Estados Unidos”,
explicou Ximenez.
O Presidente do Sindicer/CE, Fernando
Ibiapina, acredita que o projeto do engenheiro
vai em encontro ao esforço dos
empresários para reduzir a emissão de
gases poluentes. “Acho que o projeto
é uma grande inovação para as cerâmicas
brasileiras. Fernando Ximenes expôs
seu projeto em uma palestra no Sindicer/CE
em dezembro do ano passado,
despertando o interesse dos participantes.
Com a iniciativa, certamente haverá
uma grande diminuição da conta de
com a implementação de novos projetos
para que o Grupo Tavares, obtenha créditos
de carbono. “A filosofia ambiental
é uma postura adotada pelo Grupo Tavares
desde 2006, quando fizemos uma
parceria com a empresa Carbono Social,
na verificação e comercialização dos créditos
de carbono da Cerâmica Assunção.
Isso fortalece a capacidade produtiva do
Grupo, que atualmente produz 20 milhões
de peças por mês, gerando mais
de 1.300 empregos diretos e 1.000 indiretos.
A comercialização de créditos de
Fernando Ibiapina, Presidente do
Sindicer/CE
Ascom Sindicer/CE Divulgação
energia elétrica e as cerâmicas poderão
carbono se revela uma tendência irrever-
vender créditos de carbono, uma moeda
sível no mercado e um passaporte para
ambiental”, defendeu Ibiapina.
a economia sustentável. É fato de que
Para o Gerente de Marketing da Cerâmica
muito em breve não emitiremos CO2 na
Independência, Marcelo Tavares, além
da energia limpa, o estudo contribuirá
atmosfera através das cerâmicas”, finalizou
Tavares
Marcelo Tavares, Gerente de Marketing
do Grupo Tavares
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QUALIDADE
Avança a certificação
para produtos cerâmicos
Confira a trajetória do processo no País
Por Manuela Souza | Fotos Divulgação/ Flavita Valsani
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A
certificação do produto assegura
a excelência do material, o atendimento
às normas técnicas quanto a
sua produção, além de garantir maior
agilidade na construção, maior competitividade,
diminuição do desperdício,
aumento e controle de produção.
Atenta a esta demanda por garantia
de qualidade, a Associação Nacional da
Indústria Cerâmica (Anicer) e diversos
sindicatos, há anos vem disseminando
informações para conscientizar o setor
quanto a importância da certificação,
através de entidades embasadas nos
requisitos do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial
(Inmetro) e da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT).
Hoje, o setor cerâmico possui cerca de
55 empresas certificadas pelo Organismo
de Certificação do Produto do
Centro Cerâmico do Brasil (OCP/CCB).
Somente o OCP/Senai, é responsável
pela certificação de 10 empresas, sendo
6 fabricantes de telhas e 4 de blocos.
Segundo o Coordenador da Escola Senai
Mario Amato, Carlos Xavier, “sempre
foi uma solicitação da Anicer, juntamente
com o Sindicercon/SP, que o
Senai implantasse um OCP para atender o setor, com objetivo
de incentivar as empresas a aderir ao PSQ e, com o ajuste dos
produtos e sistematização dos processos, migrar para o nível
da certificação. A Associação ajuda os empresários a conhecer
o produto e como adequá-lo às normas. O PSQ tem permitido
verificar se os produtos estão de acordo com as normas e em
complemento a isso, a certificação permite que os empresários
ajustem seus processos para garantir a conformidade do produto
final. Esta parceria só poderia dar certo”.
A acreditação de um produto se dá através de um procedimento
adotado por um OCP, que atesta a
sua conformidade com a Norma.
Já o reconhecimento de
um OCP depende da norma
ABNT NBR ISO/IEC GUIA
65 - Requisitos Gerais para
Organismos que Operam
Sistemas de Certificação de
Produto.
O Diretor de Relações Institucionais
da Anicer, César Vergílio,
lembra a campanha realizada
pela Anicer, a partir
do final dos anos
90, quando
o CCB começou
certificar a
c e r â m i c a
César Gonçalves, Diretor de Relações Institucionais da Anicer
a

estrutural. “Quando o Centro Cerâmico
do Brasil deu a largada e se habilitou
na certificação para a cerâmica vermelha,
nós utilizamos todos os veículos de
comunicação da casa, como a revista e
eventos, para disseminar informações
quanto a importância desse reconhecimento
para o setor. Foi um momento
importante em que a Associação também
dava a sua contribuição com o
trabalho de revisão das Normas Técnicas
e da Portaria 127 do Inmetro, para
a harmonização com as Normas 15270
e 15310. Entretanto, é importante lembrar
que a certificação é um processo
voluntário e cabe ao ceramista o interesse
pela diferenciação ao valorizar
seu produto”.
O Centro Cerâmico do Brasil é o mais
antigo certificador de qualidade de
produtos cerâmicos. Posteriormente
a Escola Senai Mário Amato também
passou a oferecer o serviço. O processo
para a empresa conseguir o certificado
é executado por etapas. Após a
solicitação do cliente, são realizadas
a auditoria do sistema de gestão da
qualidade e do processo produtivo do
fabricante e a coleta de amostras para
realização dos ensaios iniciais em laboratórios
acreditados.
Após aprovação da primeira etapa e recomendação
da Comissão de Certificação,
um certificado de conformidade é
emitido pelo OCP. Após este processo
há um acompanhamento da certificação,
pela amostragem e ensaios periódicos.
Além disso, avaliações do uso da
logomarca e do sistema da qualidade
da empresa, também são realizadas. O
certificado de conformidade tem validade
de 3 anos, neste período o OCP
Carlos Xavier, Coordenador da
Escola Senai Mário Amato
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acompanha através de auditorias e ensaios
laboratoriais dos produtos.
Enquanto o Programa Setorial de Qualidade
(PSQ) realiza a qualificação do
produto, a certificação segue o modelo
adotado pelo Regulamento de Avaliação
da Conformidade de blocos e de
telhas cerâmicas, que prevê avaliação
do sistema da qualidade da produção
baseada em itens da norma ABNT NBR
ISO 9001. A avaliação é realizada de maneira
mais ampla e só concede o certificado
após o cumprimento de requisitos
em etapas que vão do início da fabricação
até a finalização do produto.
Também existem normas específicas a
serem seguidas. As telhas cerâmicas estão
amparadas pela norma NBR 15310 e
os blocos cerâmicos pela NBR 15270.
É importante lembrar que o selo PSQ
tem, como exigência, a adequação
dos produtos às normas da ABNT. Por
este motivo, a Qualificação dos produtos
é exigência nos programas do
Governo Federal, como o Minha Casa,
Minha Vida.
“O PSQ dá suporte à certificação, pois
leva a empresa a se preocupar com a
qualidade do produto e embora sejam
programas distintos, a empresa
pode partir para a certificação sem ter
o PSQ, mas para uma empresa que já
possui o PSQ, basta cumprir a terceira
etapa do programa. Neste caso, para
certificar é necessário a avaliação de
um OCP acreditado pelo Inmetro, desse
modo o produto certificado será
identificado através do selo do Instituto”,
explica Xavier.
Se o produto já estiver adequado à Norma,
a empresa pode levar de um a dois
“O PSQ dá suporte
à certificação, pois
leva a empresa a
se preocupar com
a qualidade do
produto e embora
sejam programas
distintos, a empresa
pode partir para a
certificação sem
ter o PSQ, mas para
uma empresa que já
possui o PSQ, basta
cumprir a terceira
etapa do programa”
anos para a certificação, da avaliação da
documentação do sistema de gestão da
qualidade da produção. Caso o produto
ainda não esteja adequado à Norma,
este prazo é estendido.
Para saber mais sobre a certificação do
produto, entre em contato: Escola Senai
Mário Amato (11) 4109-9499/R:159/172
ou e-mail: certificacao_ceramica@
sp.senai.br e CCB, através do telefone
(19) 3545-1614 ou e-mail:certificacao@
ccb.org. Já as empresas interessadas em
aderir ao PSQ devem ligar (21) 2262-0545
ou enviar um e-mail para setorial@anicer.com.br

NONONNONNNNNONNONONONNO
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SOCIAL
Paulo Manzini, Elcio Souza, Mauro Raso, Luis Lima e Francisco Xavier
Ricardo Novelli, Paulo Manzini, Walter Félix e Erique Tortosa
Guilherme Parsekian e Luis Lima durante o lançamento do
livro Alvenaria estrutural em blocos cerâmicos
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De pé: Cláudio Kurth, Luis Lima, Pedro Buzatto, Ralph Perrupato, Fernando
Ibiapina. Sentados: Odilão Teixeira, álvaro Batista e Francisco Xavier
prestigiam a Anicer durante a Feicon
Ricardo Kelsch e Paulo Manzini conferem detalhes do
projeto Casa Cerâmica
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O diretor Adjunto de Negócios da ABNT, Odilão Teixeira e o
Presidente da ABNT, Pedro Buzatto, são recebidos no estande
da Anicer por Luis Lima
O Diretor do Grupo Estrutural, Ednilson Artiolli em meio ao brinde
durante o lançamento do livro que contou com o apoio do grupo
Autora do livro em parceria com Dr. Parsekian, Márcia Melo
autografa os exemplares de Constantino Frollini Neto(à esq.)
e Juan Roberto Germano
Luis Lima, o Gerente da Eurotop, Ângelo Marton e Ednilson Artiolli
O Presidente da Anicer, Luis Lima e o Presidente do Sindicer/
BA, Jamilton Nunes
Assembleia Geral Ordinária da Anicer, na FIESP, chega ao fim em clima
bem humorado
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SOCIAL
Márcia Melo, Constantino Frollini Neto, Guilherme Parsekian, Marli de Souza, Luis Lima e Ednilson Artiolli
Luis Lima, o Presidente do Sindicer/ES, Paulo Coradini e o Vice-
Presidente do Sindicato, Evandro Simonassi
Coradini, Luis Lima e o Presidente da Findes, Lucas Vieira
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Paulo Coradini, Evandro Simonassi, Luis Lima, o Secretário de Estado de Turismo
do Espírito Santo, Alexandre Passos e o Presidente do Espírito Santo Convention &
Visitors Bureau, Maely Coelho
Mônia Panizzi (à esq.) e Cláudio Vogel Filho (à dir.)
posam com a equipe em seu estande

Paulo Manzini, César Gonçalves e Luis Lima são recebidos no estande do Grupo Nivoloni
pelas primas Natália Nivoloni e Bárbara Nivoloni
Paulo Coradini fala sobre os preparativos
para o 40º Encontro Nacional durante a
Assembleia realizada na Fiesp.
O Presidente do Sindicer Vales do Itajaí e
Tijucas, Cláudio Kurth e o presidente do
Sindicer/RS, Jorge Ritter, conferem a NBR
15812 lançada pela Anicer e ABNT na Feicon.
Os Presidentes dos Sindicatos do Nordeste reunidos no 16º Encontro em Salvador/BA.
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NOTÍCIAS DA ANICER
Anicer participa do Seminário Redindústria 2011
O Presidente da Anicer, Luis Lima, e o Diretor de Relações Institucionais, César Gonçalves, participaram
do Seminário Redindústria 2011, representando o setor cerâmico. Durante o encontro, promovido
pela CNI, assuntos como legislação trabalhista, infraestrutura social, regulamentação e meio ambiente,
foram votados como projetos de lei para a elaboração da Agenda Legislativa da Indústria 2011.
Reuniões mobilizam parcerias
para o 40º Encontro Nacional
Reuniões em Brasília
marcaram a semana
da Anicer
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O Presidente da Anicer, Luis Lima, o Presidente do Sindicer/ES, Paulo
Coradini e o diretor Executivo da Associação, Ricardo Kelsch, participaram
de uma série de encontros com representantes do Espírito Santo,
apresentando o projeto do 40º Encontro Nacional. No dia 28 de março,
Lima e Coradini, reuniram-se com o Superintendente do Sebrae (ES),
José Eugênio Vieira, o Diretor Técnico do Sebrae (ES), Benildo Denadai e
a equipe da Instituição que desenvolve o Arranjo Produtivo Local, junto
às cerâmicas capixabas (foto). Logo após, apresentaram o projeto ao
Gerente de Comunicação e Marketing do Sistema de Cooperativas de
Crédito do Brasil – Sicoob (ES), Marcelo Vieira da Silva. Em função das
facilidades de crédito oferecidas, é cada vez maior o ingresso das cerâmicas
capixabas no maior sistema cooperativo de crédito do País.
Bandes confirma participação no
40º Encontro Nacional
O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo
– Bandes confirmou participação no maior evento
de negócios do setor na América Latina, que será
realizado no Estado em agosto próximo. Durante
a reunião ocorrida dia 28 de março, na sede do
Banco, em Vitória, onde recebeu o Presidente da
Anicer, Luis Lima, e o Diretor Executivo de Comunicação,
Ricardo Kelsch, para apresentação do projeto do 40º Encontro,
o Presidente da entidade, João Guerino Balestrassi expressou o interesse
da entidade em participar da iniciativa.
O Presidente da Anicer, Luis Lima se reuniu
com o Diretor Geral do Senai, Rafael Lucchesi,
na última terça-feira, no dia 12 de abril. Em
pauta, a apresentação do projeto e estratégias
do Sistema Indústria para o Encontro Nacional
2011. O Diretor Executivo de Comunicação e
Projetos Especiais, Ricardo Kelsch e o Assessor
do Senai, Luis Cláudio Lopes, também estiveram
presentes na reunião.
No mesmo dia, Lima esteve reunido com o
Diretor Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos
Santos, para realizar a apresentação do Encontro
Nacional 2011, avaliar a primeira etapa
do projeto Conheça o Seu Produto e discutir
a estruturação do novo projeto nacional
Análise da Eficiência Energética nas Indústrias
de Cerâmica Vermelha do Brasil.
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