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Epignatus ou fissura 0-14 de Tessier: interrelação entre ... - ABCCMF

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<strong>Epignatus</strong> <strong>ou</strong> <strong>fissura</strong> 0-<strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>Tessier</strong>: interrelação <strong>entre</strong> <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s da linha média<br />

normal das lâminas palatais bilaterais 4 . De qualquer forma,<br />

quando nós reavaliamos nossos pacientes, especificamente com<br />

tomografia computadorizada, foi possível sugerir que esses<br />

pacientes fossem portadores <strong>de</strong> <strong>fissura</strong> nasal 0-<strong>14</strong>.<br />

No caso 1, havia septo duplo, com hipertelorismo, nariz<br />

bífido, palato largo com 6 <strong>de</strong>ntes incisivos superiores e inferiores<br />

e duplo frênulo labial. No caso 2, havia duplo septo, e<br />

também foi evi<strong>de</strong>nciado hipertelorismo. O tumor po<strong>de</strong>ria ser<br />

um excesso <strong>de</strong> tecido embriológico que migr<strong>ou</strong> da base do<br />

crânio pela <strong>fissura</strong> craniofacial.<br />

O tratamento do epignatus <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da extensão e localização<br />

da lesão. Alguns investigadores advogam que o<br />

cordão umbilical e a circulação fetoplacentária <strong>de</strong>vem ser<br />

mantidos por algum tempo após o nascimento para maximizar<br />

a oxigenação do feto, permitindo o rápido exame,<br />

e traqueostomia, se necessária 7 . Dohlman e Sjovall 11<br />

advogaram tratamento em vários estágios, com imediata<br />

ressecção do tumor, reavaliação do tumor residual durante<br />

as primeiras semanas <strong>de</strong> vida e reparo da <strong>fissura</strong> palatina<br />

com <strong>14</strong> meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Outros autores realizaram o reparo<br />

do palato <strong>entre</strong> 2 e 5 meses após a ressecção tumoral 5 . Nós<br />

<strong>de</strong>cidimos reparar o palato mais tar<strong>de</strong>, por volta <strong>de</strong> 1 ano<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, e neste tempo também tratar a língua bífida, <strong>de</strong><br />

forma a proporcionar melhor relação <strong>entre</strong> a cavida<strong>de</strong> oral<br />

e a língua após a palatoplastia.<br />

Entre as malformações associadas ao tumor epignatus estão<br />

as línguas bífidas. O espaço mediano <strong>entre</strong> as duas meta<strong>de</strong>s<br />

da língua representa a não-fusão das três lâminas embriológicas<br />

que formam a língua. Bifidismo e glossoptose indicam<br />

um precoce <strong>de</strong>senvolvimento do tumor, que impe<strong>de</strong> a fusão<br />

dos brotos primitivos da língua e leva a um posicionamento<br />

anteriorizado <strong>de</strong>sta. Provavelmente esta é a razão pela qual o<br />

epignatus e os distúrbios <strong>de</strong> fusão da língua estão relacionados 8 .<br />

Nós encontramos apenas 3 casos <strong>de</strong> epignatus associados à<br />

língua lobulada reportados na literatura. O caso 1 possuía língua<br />

larga, com algumas proeminências no dorso, e <strong>de</strong>cidimos tratar<br />

este aspecto num segundo tempo, por ocasião <strong>de</strong> melhores<br />

condições clínicas do paciente.<br />

REFERÊNCIAS<br />

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Carvalho M, et al. Epignathus gigante no recém nascido: relato <strong>de</strong><br />

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7. Izadi K, Smith M, Askari M, Hackam D, Hameed AA, Bradley JP.<br />

A patient with an epignathus: management of a large oropharyngeal<br />

teratoma in a newborn. J Craniofac Surg. 2003;<strong>14</strong>(4):468-72.<br />

8. Van<strong>de</strong>nhaute B, Leteurtre E, Lecomte-H<strong>ou</strong>cke M, Pellerin P, Nuyts<br />

JP, Cuisset JM, et al. Epignathus teratoma: report of three cases with<br />

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9. Yoshimura H, Maeda K, Yamamoto T, Itoh H. Epignathus: two cases<br />

reports and a review of neonatal cases in Japan. Jpn J Pediatr Surg.<br />

1988;20:607-12.<br />

10. Ochsner A, Ayers WB. Case of epignathus: survival of host after its<br />

excision. Surgery. 1951;30(3):560-4.<br />

11. Dohlman G, Sjovall A. Large epignathus-teratoma successfully operated<br />

upon immediately after birth. Glasgow Med J. 1953;34(3):123-5.<br />

12. da Silva Freitas R, Alonso N, Azzolini TF, Gianini-Romano G, Tolazzi<br />

AR, Busato L, et al. Epignathus: two cases. Br J Oral Maxillofac Surg.<br />

2008;46(4):317-9.<br />

Trabalho realizado no Centro <strong>de</strong> Atendimento Integral ao Fissurado Lábio-Palatal (CAIF), Disciplina <strong>de</strong> Cirurgia Plástica da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Paraná e Serviço <strong>de</strong> Cirurgia Craniofacial da Disciplina <strong>de</strong> Cirurgia Plástica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Artigo recebido: 18/3/2009<br />

Artigo aceito: 12/11/2009<br />

Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(4): 178-83<br />

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