11.02.2015 Views

Epignatus ou fissura 0-14 de Tessier: interrelação entre ... - ABCCMF

Epignatus ou fissura 0-14 de Tessier: interrelação entre ... - ABCCMF

Epignatus ou fissura 0-14 de Tessier: interrelação entre ... - ABCCMF

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

da Silva Freitas et al.<br />

Figura 12 – Peça tumoral, presença <strong>de</strong> germes <strong>de</strong>ntários<br />

<strong>de</strong>ntro do tumor.<br />

Figura <strong>14</strong> – Dois meses <strong>de</strong> pós-operatório.<br />

Figura 13 – À microscopia, tecido epidérmico e gordura<br />

maduros.<br />

DISCUSSÃO<br />

Teratomas da cavida<strong>de</strong> oral e nasofaringe em recém-nascido<br />

são raros. Embora esses tumores possam variar em estrutura e<br />

grau <strong>de</strong> diferenciação, três camadas são evi<strong>de</strong>nciadas (ectodérmica,<br />

mesodérmica e endodérmica) 7 . O termo epignatus referese<br />

ao tumor que sai do palato e nasofaringe, protruindo através<br />

da boca. Yoshimura et al. 9 advogaram a seguinte classificação<br />

patológica: tipo I - pele e tecido gorduroso <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> duas<br />

camadas germinativas; tipo II - teratoma tecido representando<br />

todas as três camadas germinativas, com osso, <strong>de</strong>ntes, sistema<br />

nervoso e trato gastrointestinal; e tipo III - gêmeo parasita com<br />

órgãos diferenciados e extremida<strong>de</strong>s. Os dois casos analisados<br />

foram classificados como tipo II.<br />

O epignatus po<strong>de</strong> causar asfixia logo após o nascimento,<br />

<strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> tumor, o que resulta em necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> suporte <strong>de</strong> vida em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> obstrução da via<br />

aérea. Também tem sido associado à sequência <strong>de</strong> Pierre Robin.<br />

Foi observado que a asfixia secundária à obstrução <strong>de</strong> via<br />

aérea po<strong>de</strong> levar a alto índice <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> nesses pacientes<br />

no momento <strong>de</strong> seu nascimento <strong>ou</strong> no período perinatal. O<br />

primeiro recém-nato sobrevivente com epignatus foi relatado<br />

por Ochsner e Ayers 10 , em 1951. Até 1984 apenas oito pacientes<br />

haviam sobrevivido após abordagem cirúrgica 3,11,12 . Os recémnatos<br />

analisados nos nossos dois casos não sofreram qualquer<br />

distúrbio <strong>de</strong> oxigenação.<br />

Os diagnósticos diferenciais <strong>de</strong>sse tumor incluem retinoblastoma,<br />

encefalocele etmoidal, rabdomiosarcoma congênito,<br />

linfangioma, glioma nasal, tireói<strong>de</strong> heterotópica e epulis gigante 6 .<br />

A patogênese do epignatus é incerta; embora haja uma série<br />

<strong>de</strong> teorias sobre sua etiologia, como: implantação traumática no<br />

tecido, falha <strong>de</strong> regiões somáticas ao fundir durante a embriogênese,<br />

<strong>ou</strong> implantação <strong>de</strong> células pluripotenciais com crescimento<br />

<strong>de</strong>sorganizado do tecido 5 . Alguns autores acreditam<br />

que a falha na fusão das estruturas na linha média durante a<br />

embriogênese leva ao teratoma nasofaríngeo <strong>de</strong> linha média e<br />

<strong>fissura</strong> palatina. Por <strong>ou</strong>tro lado, <strong>ou</strong>tros autores acreditam que<br />

as células pluripotenciais primordiais são implantadas ectopicamente<br />

e crescem sem a influência da organização <strong>de</strong> células<br />

e fatores ao redor.<br />

A <strong>fissura</strong> palatina é frequentemente relatada em associação<br />

com epignatus, e é causada pela formação do tumor num estágio<br />

muito precoce da vida fetal, <strong>entre</strong> 8 e 12 semanas, antes da união<br />

Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2009; 12(4): 178-83<br />

182

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!